A vida de Rosie Young era uma vida como a de qualquer outra criança. Escola, brincar na rua, comer doces antes do jantar... Até que seu pai, Mark Young, virou um alcoólatra desenfreado após ser demitido de seu emprego como cientista.

Sua mãe, Caroline Young era uma mulher muito amorosa e generosa, e não negava demonstrar afeto por sua filha. Toda tarde, as duas saíam para passear pelos quarteirões de Long Island e quando voltavam para casa, a diversão era deixada quando passavam pela porta. Cada vez mais, Mark afundava suas mágoas na bebida e descontava na mulher e filha. Foram inúmeras vezes que Rosie presenciou sua mãe sendo violentada, e ás vezes, nem ela escapava.

O tempo foi passando... Mark arrumou um emprego como testador de produtos de limpeza numa fábrica local e a bebedeira só piorou. Ele apenas não conseguia aceitar a ideia de que um dia fora um cientista brilhante e muito bem conceituado no ramo, e agora é um testador com um salário miserável.

Caroline, como já foi dito antes, era uma mulher amorosa e amava demais o seu marido, mesmo ele batendo nela e em sua filha. Ela sabia que ele sempre fora um homem bondoso e que isso era apenas uma fase ruim. Ela não queria separar a sua família. Entretanto, Rosie era uma menina muito avançada para a sua idade. Não conseguia entender o porque que sua mãe aturava o pai e conseguia perdoá-lo toda manhã. Sempre que o pai levantava a mão, Rosie ia correndo proteger a mãe.

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Após passar o dia inteiro sob brincadeirinhas de mal gosto dos colegas de trabalho, Mark bebeu mais do que devia e ficou mais violento também. Voltou pra casa cheio de fúria e descontou tudo na sua filha e mulher e isso foi a gota d'água. Caroline não aguentava mais ver aquela cena todo dia e defendeu sua filha com unhas e dentes.

- Fique longe de minha filha! Se quiser bata em mim, mas não em Rosie. Ela não tem culpa por você ter virado um monstro. Você fez isso com você mesmo, Mark. Eu aturei isso estes anos todos porque ainda tinha fé em você voltar a ser aquele homem bondoso e ambicioso que eu conheci. Porém você foi fraco! Se rendeu fácil demais, portanto não venha descontar em sua filha. Só pensa em si mesmo. Nunca parou pra pensar no quanto a nossa filha deve estar traumatizada? Já chega, Mark. ACABOU!

O choque de realidade acertou Mark em cheio. Ficou tentando compreender e os traços de raiva em seu rosto ficaram ainda mais fortes.

- Isso não vai ficar assim!

Subiu as escadas e foi direto para o criado-mudo do seu lado da cama. Abriu a gaveta e lá estava o que iria mudar para sempre a vida de todos naquela casa.

Caroline estava colocando Rosie para dormir e a acalmando. Mark chegou com a respiração ofegante no quarto da menina, apontando um revólver mirando sua esposa:

- Ninguém me desacata assim! Só Deus sabe o quanto estou sendo forte.

- Não, pai! Por favor, não. Implorando Rosie.

Foi como se a cena tivesse ficado em "câmera lenta". Tarde demais. O tiro foi certeiro e tudo isso, perante aos olhos de uma menina de 8 anos.

- NÃO, NÃO, NÃO MAMÃE! Olha o que você fez, pai. EU TE ODEIO, EU TE ODEIO! Já fazia tempo que mamãe deveria ter se separado de você, e isso custou sua vida. VOCÊ É UM MONSTRO. Correu Rosie abraçando sua mãe que já estava morta.

Desnorteado e voltando a lucidez, Mark percebeu o erro que tinha cometido. Derrubou a arma no chão e saiu correndo, mas quando chegou no quintal já era tarde. Os vizinhos já tinham chamado a polícia. Mark foi preso e Rosie, para um orfanato.