Meu fato Real escrita por Criminal


Capítulo 1
Sinceramente




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Eu vou ser bem sincera ao dizer que com treze anos tudo é estranho, os primeiros pelos, as pequenas revoltas contra as proibições dos pais, as amizades novas, a vontade de querer crescer logo é assustadora mas nada é tão medonho quanto se apaixonar, é como um corpo estranho que vive dentro de você , acho que é aí que você perde toda a inocência.

É como querer fugir mas ao mesmo tempo implorar para estar no mesmo lugar, é como acordar todas as manhãs e sorrir mesmo sem motivo é engraçado porque mesmo que um amigo esteja na pior você não consegue se sentir mal por ele pois está se sentindo feliz demais por você, é até egoísmo mas o amor tem suas desvantagens, te mostra o pior lado de se apaixonar.

Mas falando assim até parece que era um garoto da minha escola, ou um vizinho bonitinho com quem cresci, eu já havia encontrado meus "namoradinhos" com uns doze anos quando tudo parece diferente, mas foi aos treze quando eu realmente me apaixonei de verdade, acreditem. Sei que é difícil crer que um projeto de gente está apaixonada dá até vontade de rir e automaticamente dizer : "Vai passar, é só uma fase, fique tranquila", mas tenho que lhes dizer que eu mesma tentei me convencer da mesma maneira mas não passou.

Tá, ele era um pouco mais velho que eu só que isso não vem ao caso não é? Mesmo se eu disser que ele era dezessete anos mais velho do que eu não seria absurdo pelo menos nunca foi pra mim, era tudo somente questão de números e de um "curto" tempo de um nascimento do outro que ironicamente vai fazer sentido depois.

Não vamos fazer as contas de quanto dá treze mais dezessete não quero que achem que sou uma maníaca que gosta de cuidar dos velhinhos não é isso, mas meu coração bateu mais forte quando a gente começou a se falar é até estranho dizer isso mas foi desde então que eu comecei a sentir todas as borboletas adormecidas no meu estômago e pra ser sincera até hoje elas batem as asas...

Tudo começou numa tarde de um dia que eu não me lembro, sei que era quase seis horas da tarde porque me recordo que o Sol já estava baixo e aconchegante logo não demoraria pra noite chegar, sentada na calçada eu o vi passar pela primeira vez, é claro que o vi em outras vezes mas nunca havia percebido, porém naquele dia ele inaugurou seu Oi, somente para mim, nós que nunca nos falávamos, nunca nos víamos e muito menos eu quem nunca havia reparado inesperadamente me cumprimentou, estranho.

Depois seguido de uma risada minha amiga me diz que ele não para de me olhar mesmo estando de costas para ele tive de virar a cabeça 360 graus como somente nós desastradas sem senso faria e lá estava ele sorrindo, me recordo como se fosse agora a tarde porque a sensação de vê-lo sorrindo e de vê-lo me olhando é a mesma, as borboletas ainda adormecem e não quero acordá-las , então vamos com calma.

E assim se seguiu nossa "Jornada dos Olhares", uns aqui e outros ali, um Oi cá e o outro lá me fizeram entrar nessa aventura também , era como um jogo em que o vencedor era aquele que ficava mais tempo sem dizer um "a" toda vez que se viam e, é claro, um jogo somente para perdedores. E quando ele me pedia bala ou um chiclete? Ahh como eu adorava aquilo, sentia como se pudesse voar mas até aí nada demais somente isso e então...

Então um dia numa época ele me enviou um convite na rede social que eu tinha um perfil, aceitei de bom grado nada demais porém sabe como é a curiosidade dos curiosos e eu sou a rainha deles, decidi perguntar porque tanto me olhava, se eu era feia ou se tinha alguma coisa no dente, não entendia, e então ele respondeu um tempo depois e foi como se um mundo novo se abrisse para mim, foi como se o Universo estivesse se expandido em milhões de estrelas ao meu redor e eu ainda continuasse sentada no centro enquanto meu coração disparado, como ironicamente está agora, batesse forte até quase escapar pelas minhas costelas, pode até parecer meio bobo mas foi real pra mim, ele me respondeu "Você mexe comigo demais".

Acabou, isso acabou comigo em segundos eu não me lembro muito bem do resto porque essa frase é como um eco que está presente na minha vida até hoje, assim como seu número de telefone, seu perfume, seu sorriso no video chat, o modo como falava, sua voz, sua risada são coisas ainda que parecem recentes na minha memória como páginas de um livro novo que está guardado na estante há anos, agora sim as borboletas acabaram de acordar, obrigada caros leitores por fazê-las despertar de um sono que estava durando há algumas horas, não que eu pense nele em todo momento mas é que coisas boas a gente tem que levar pro resto da vida...


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