Histórias de Terror escrita por juao


Capítulo 3
O Vizinho


Notas iniciais do capítulo

Este conto contém fortes referências de um clássico do terror, espero que reconheçam e não entendam errado!!!! enjoy.



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Sempre fui muito reclusa, não nego, desde que me divorciei e me mudei para cá, não tenho muitos amigos. Mas não era pra menos, a vizinhança daqui é muito, muito estranha. As portas vivem constantemente fechadas, não se vê quase ninguém nas janelas, todos são reclusos, acho que isso faz com que eu me sinta menos pior. Por mais que a vizinhança tivesse todos esses defeitos, nunca me incomodei enquanto morei aqui. Até algumas semanas atrás.

O vizinho que mora ao lado de minha casa, um sujeito um tanto estranho, anda fazendo barulhos horríveis. Deus me perdoe por julgar assim alguém que não conheço, mas há horas em que parece que ele está torturando alguém dentro do pequeno cubículo em que ele mora com sua mãe... ou a mulher que eu acho ser sua mãe, só a vi poucas vezes na janela, mas não vi seu rosto, pois a cortina estava na frente. Como não tenho contato com outras pessoas do bairro, fico na curiosidade de saber se aquela senhora, que tem sua sombra projetada na janela é mesmo mãe do sujeito.

Estou passando por uma fase difícil no momento, e tudo o que eu queria vindo para esse lugar, era paz, não sabia o que estava me esperando, um psicopata. Talvez seja exagero de minha parte, talvez sejam os hormônios, tudo acontecendo tão rápido, mas a minha vontade agora é bater a porta do homem e implorar por um pouco de silencio.

Cá estou eu em outra noite sem dormir, os barulhos na casa ao lado não param. Se havia algum espelho ali, não há mais. Santo Deus, o que pode haver de tanto lá dentro. Eu estou com tanta raiva que não sei o que seria capaz de fazer.

Adormeço.

Quando acordo, tudo está em paz novamente, a paz do dia, a única coisa que me mantém aqui. Me dói o coração pensar que essa paz não irá permanecer durante a noite. E ela chega, solitária, quieta, a noite.

Vou para minha cama quando é perto das vinte e três horas, é nesse horário que começam os malditos barulhos, tenho esperança de dormir antes do show começar. Fracasso. Hoje durante o dia, recebi os papéis que oficializam meu divórcio, ou seja, estou um caco, tanto emocional quanto fisicamente, estou a ponto de explodir, com alguma coisa, com alguém, só preciso de chance. Eu consegui a minha chance. O maldito vizinho começou.

Levanto da cama, fora de mim, ninguém pensa muito bem na situação em que eu estou, me dirijo para fora de casa. Estou determinada a entender o que é aquele inferno todo. Ando em direção a casa do sujeito, tão estranha quanto o dono. Na verdade nem sei se ele é realmente o dono, a maioria das residências desse lado da cidade parece ser um desses locais abandonados que é tomado como casa por vários sem tetos. Bato a porta do sujeito, assim que entro na área de entrada o barulho para. Bato na porta repetidas vezes mas ninguém atende, até que, durante uma das batidas, a porta se abre. Aguardo por um momento, mas então, entro.

Já dentro da casa, posso sentir o odor horrível que circula lá dentro, junto a baixa iluminação e a decoração antiquada, eu me sinto em um filme de horrores. Mas eu não estava nem perto dos verdadeiros horrores, assim que adentro mais a casa, chego na cozinha e o pânico toma conta de mim por um momento, em cima do balcão, vários tipos de facas e objetos cortantes, manchados de sangue, sangue em todo lado, não sei o que me levou a pensar que aquilo era sangue humano, mudo de pensamento quando vejo o porco cozinhando na panela que está sobre o fogão. A casa não parece ter mais cômodos visíveis a não ser um outro, que deve ser acessível por uma porta na cozinha, a porta está um pouco aberta, como se convidasse alguém a entrar. O sujeito deve estar ali dentro, o resto da casa está vazia. Abro com o maior cuidado a porta e um frio passa por meu corpo, estranhei pois o ambiente dentro da casa era horrivelmente quente. Percebo que a porta abre para uma escada, está escuro, mas consigo ver uma baixa iluminação lá em baixo, boto o pé no primeiro degrau e o ouço ranger, assim como ouço também, a risada abafada de alguém. Uma pessoa num estado normal, sairia dali na hora, mas eu não. Continuo descendo até chegar ao solo, onde encontro um balcão, cheio de objetos femininos, deviam ser da mulher que eu via na janela. Caminho mais pelo cômodo que devia ser o porão, a essa altura, não penso mais por mim mesmo. Então, a baixa iluminação que o lugar tinha, desaparece, e isso me gela o sangue, e sem querer, solto um pequeno grito. Consigo com dificuldade me guiar de volta a escada, mas quando boto o pé no primeiro degrau, a iluminação retorna.

De principio, eu não noto, mas quando volto o olhar para a porta, lá está ele, o sujeito.

Não haveria nada de estranho nisso, a não ser, o perturbador modo como ele se vestia.

Ele tinha um corpo grande, desajeitado, e aquele vestido florido fez tudo ficar ainda mais assustador. Ele sorria, debaixo daquela peruca loura, um sorriso aterrorizante, o sorriso de um maníaco.

Recuei alguns passos, até me encostar no balcão que havia no porão, pior movimento que fiz na vida. Assim que encostei no balcão, senti algo gelado tocar minha pele, não tinha notado na iluminação baixa antes, mas agora era claro, havia uma mão, não, havia um corpo inteiro debruçado sobre o balcão, um grito estridente escapa de minha garganta, e assim que me viro de volta para o sujeito, ele está plantado em minha frente, com uma faca ensanguentada na mão, não tive tempo para correr ou gritar por ajuda.

Infelizmente.


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Notas finais do capítulo

mas e você, conhece seus vizinhos?



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