Estranha Obsessão escrita por Lauren Reynolds


Capítulo 51
Capítulo 49 - Nova.




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Capítulo 49 – Nova

 

POV da Bella

 

– Vamos, meu amor, você precisa beber.

 

Foi à última coisa que eu ouvi Edward dizer, antes da inconsciência tomar completamente minha mente. No começo, me senti apenas cansada, mas então esse cansaço aumentava e meu corpo queria apenas uma cama macia para se aconchegar e então dormir profundamente. Era como se eu estivesse flutuando em nuvens de prazer, num mundo em que não havia nada além de conforto e felicidade.

 

Então, eu senti um gosto... Um gosto deliciosamente atrativo, que me fez despertar do meu passeio sobre as nuvens em que eu me encontrava. Um sabor levemente adocicado invadiu minha boca e começou a fazer minha garganta arder, era como se eu precisasse daquilo para espantar a minha fraqueza, acabar com o ardor.

 

Quando abri os olhos novamente, eu percebi de onde vinha aquela bebida deliciosa. Era Edward. Era dele.

 

Eu queria parar. Eu ia machucá-lo. Eu dizia a mim mesma. Mas parecia ser impossível, eu precisava daquilo. Assim, me rendi de uma vez por todas aos encantos do sangue dele.

 

Numa fração de segundos meu corpo relaxou e eu senti a cama sob minhas costas novamente, mas foi como eu disse... Numa fração de segundo. Porque no momento seguinte, meu corpo estava em brasas. Eu sentia meu corpo queimar desde meus fios de cabelo até a ponta dos meus pés.

 

POV da Autora

 

- O que foi, Amy? – Demetri perguntou a vampira, que enrijecera num instante.

- Bella. Está começando... Está queimando.

- Você está bem ligada a ela não é? – Ele sorriu carinhosamente, afagando a bochecha marmórea.

- Sim.

 

O céu estava parcialmente coberto por algumas nuvens cinzentas, a outra parte era como um manto negro com pequenos cristais costurados. A luz estava cheia, sua fraca luz iluminava a varanda do quarto onde Edward estava com Bella.

 

- Ela merece... – A voz de sinos de vento de Christine soava. – Ela passou por tanta coisa...

- Sim, ma fleur, ela realmente merece. Está dando certo, não se preocupe. – Damen brincava com os fios loiros ondulados do cabelo da vampira que estava deitada com a cabeça em suas pernas. – Logo, logo... O clã estará finalmente... Completo.

- Me diga, Damen... – Ela sibilou. – O que aconteceu depois que você não me achou naquele dia?

 

Damen perdeu o foco de seu olhar, ficou perdido entre suas lembranças, entre as lembranças do dia em que Christine havia fugido após sua transformação estar completa. Ele tinha flashes de uma França em guerra, de vampiros soltos, loucos, procurando por sangue...

 

- Tentei procurá-la, mas em meio à confusão... Te perdi. – Ele disse num fio de voz. – Me diga, ma fleur, para onde foi?

- Eu simplesmente... Fugi. Eu estava tão desesperada, a minha garganta queimava e então eu corria tão rápido... Até que cai... Junto a alguns corpos, onde a guerra já tinha passado. É claro que naquela época eu não tinha me dado conta, mas eu estava quase no oceano. Eu caí junto a alguns corpos, numa poça de sangue... Então eu me dei conta do que eu era.

 

“Foi tudo tão... estranho. Mas depois percebi que correr não mudaria quem eu era, então descobri que ainda havia humanidade em mim. Nessa época eu estava em Genova, foi onde conheci um vampiro muito peculiar. Ele estava junto a outros três vampiros...”

 

- Quem você conheceu? – Christine percebeu a curiosidade na voz de Damen.

- Eu, é claro! – Uma voz em meio à penumbra falou.

- Demetri?

- E Amy, claro! – Amy completou. Os dois saltaram do alto do prédio até o parapeito onde Chris e Damen estavam sentados, observando o movimento e as luzes da cidade.

- Naquela época eu ainda fazia os serviços que Aro mandava. Era mais seguro, mas é claro que eu já pensava em deixá-los... – Demetri disse casualmente. – Eu estava com Jane, Alec e Felix, numa das rondas onde estávamos exterminando alguns recém-criados.

- Então eles toparam comigo. – Christine disse calmamente. – É claro que todos ficaram interessados em saber sobre mim, ainda mais eu sendo uma recém-criada, mas ao que pareceu, Demetri tinha mais o que fazer. – Ela riu.

- Naquele dia eu tinha dito a Jane que depois voltaríamos para pegá-la, uma vez que eu podia encontrá-la facilmente, mas apenas disse isso porque senti que teríamos alguma ligação.

- Então eu voltei para onde estava escondida e fiquei por lá... Dias depois, Demetri me encontrou novamente, então estou na companhia dele até hoje... – Christine riu. – Antes de tudo, era seguro ter um Volturi como amigo.

- E mesmo que eu não estivesse fazendo serviços algum para Aro, eu ainda tinha que manter certa ordem onde quer que eu fosse...

- Uma ótima história. – Amy riu baixo.

 

As estrelas cintilavam e o brilho da lua acariciava a pele pálida de cada um deles. Era como se fossem quatro estátuas no alto de um prédio. A figura dos quatro vampiros, faziam os anjos de Botiicelli parecerem gárgulas.

 

POV da Bella

 

Surrender – Evanescence

Renda-se.

 

A dor era excruciante. Terrível. Agonizante

 

Se antes eu fazia só uma idéia do que estava acontecendo, agora eu não fazia idéia alguma. Eu estava desnorteada. Perdida em algum lugar da minha própria mente, onde cada vez que eu tentava sair do mar profundo em que caí, eu afundava mais e mais. Era um mar de dor, de agonia. Eu não sabia distinguir o que era realidade e o que era ilusão.

 

A ilusão era muito mais atraente do que a realidade. Era escura, porém não havia dor. A realidade era... Vermelha. A realidade queimava. Num lapso, inconseqüente de qualquer ação, eu percebi que havia algo errado, que estava faltando alguma coisa... Alguém. Quando eu pensei que demoraria a voltar ao que eu chamava de realidade, percebi que ocorrera o oposto, eu estava demorando a sair da minha ilusão.

 

As memórias foram voltando.

 

O casamento. Humanos e vampiros reunidos para celebrar a tão sonhada união de Edward Masen Cullen com sua prometida. Caribe. Lua-de-mel. Inglaterra, Londres. Minha transformação. Os dentes de Edward. O sangue sorvido. O corte. Minha garganta ansiando por mais do sangue dele.

 

Os minutos tornaram eras. O tempo parecia não correr. Eu parecia não sair do lugar. O fogo, que antes parecia me consumir viva, agora finalmente resolvia deixar o meu corpo, porém eu ainda me sentia uma centelha, quente, por dentro e por fora.

 

- Quanto tempo, Alice? – Uma voz aveludada, doce, delicada e impaciente soava em algum lugar dentro da minha mente.

- Logo. Eu a vejo mais claramente.

- Bella, meu amor...

 

Eu sabia que com o grito que eu acabara de soltar, Edward agonizava perante Alice. Meus gritos começaram a cessar e então eu percebi que os laços que antes me prendiam aquela escuridão profunda, já não estavam mais lá. Eu podia andar dentro do túnel, em direção á luz, que ficava cada vez maior e mais brilhante. Eu conseguia ouvir tudo a minha volta tão claramente, que era possível diferenciar cada mínimo movimento, cada faísca produzida dentro de cada lâmpada.

 

A realidade não parecia ser tão ruim agora.

 

- Talvez... Eu tenha agido tarde demais e... – Era a voz de veludo de Edward.

- Não. Escute o coração dela, Edward. – Outra voz soou. Imaginei ser a de Rosalie.

 

Meu coração... Tentei me concentrar em ouvi-lo, mas a única coisa que eu ouvia era o silencio, um vazio dentro de meu próprio corpo. Eu não ouvia nada, nem o som dos meus pulmões, nem meu coração e nem qualquer sinal de que meu corpo ainda pudesse ser humano. Talvez eu finalmente fosse igual ao Edward.

 

- Alice?

- Trinta segundos.

 

Alice devia estar se contendo para não quicar de ansiedade, como ela costumava fazer, ou talvez Jasper estivesse ali para controlá-la. Mas pensei que aqueles trinta segundos, fossem o tempo que eu levaria para finalmente despertar do meu sono vermelho. Assim, forcei minhas pálpebras a movimentarem-se.

 

- Quem é a sua irmã querida? Hein? Hein? – Alice quicava.

- Vamos, fadinha... – Rosalie a chamou. – Agora é com eles dois.

- Bella... – Eu ouvi novamente a voz de Edward e senti sua mão se apertar sobre a minha.

 

Eu inspirei o ar e então senti inúmeras fragrâncias. Eu não queria agir bruscamente. Mas tentar não agir assim, era como pedir a um vampiro para não beber sangue. Novamente, inspirei o ar, embora eu não precisasse dele.

 

Breathe No More- Evanescence

Sem ar.

 

- Ed... – eu resmunguei, estranhando minha voz, que agora soava como uma nota aguda e delicada.

- Bella! – Ele colocou a mão morna sob minha bochecha. Agora eu era igual a ele.

- Quanto tempo eu... Dormi?

- Dois dias. – Ele disse calmamente.

- E... Como eu... Estou? – Perguntei hesitante.

- Está... – Ele fez uma cara de indeciso. – Perfeita. Você está absolutamente perfeita, Isabella Cullen.

 

Edward e eu ficamos nos encarando por alguns instantes, eu sentia algo emanando dele... Seria esse um dos meus dons? Então, lembrei-me que eu podia ler algumas mentes antes de ser transformada, sorri para Edward ao ver as imagens que se passavam em sua cabeça. Agora, eu as via mais claramente, afinal, eu era um ser da mesma espécie que a dele.

 

Toquei sua mão e deixei que algumas lembranças da minha vida como Dominique viessem à mente. Edward arfou ao ver o que eu podia fazer. Era como se ele fosse um espectador da nossa vida passada.

 

- Como está se sentindo? – Ele perguntou, com um ar de preocupação.

- Estranha. –Admiti. – É tudo tão... Complexo.

- Algumas pessoas querem te conhecer... Oficialmente. – Ele falou num tom casual. – Mas acho melhor você se alimentar primeiro.

 

Quando ele tocou no assunto, me dei conta de que uma parte do que eu sentia, era causado devido á sede. Minha garganta pinicava e queimava ao mesmo tempo. Edward riu dos meus pensamentos, então esticou seu pulso em minha direção, dando um sorriso torto. Mas como...

 

Só pense. Ele completou meu pensamento.

 

Seguindo a dica, pensei em morder o pulso dele. Era estranho eu fazer isso, mas seria mais estranho se ele tivesse que fazê-lo por mim, não? Uma fração de segundo depois, eu senti pequenas pontas surgirem em minha boca; Edward riu de minha reação, mas continuou com o pulso a minha frente. Assim, eu o peguei e mordi, sugando o sangue dele.

 

[...]

 

Depois que me alimentei, fui em direção ao banheiro e tomei um bom banho. Fiquei um tempo em frente ao espelho encarando a mim mesma. Minha pele de porcelana, cabelos brilhantes e sedosos – como em comerciais de shampoo -, o rosto lindamente esculpido e os olhos... Dourados. Amy havia me dito que os olhos dela eram azuis quando ela ainda era humana... Esta era uma coisa a se pensar.

 

Coloquei um vestido de alças que Alice provavelmente teria trazido ao quarto, Edward terminava de se vestir quando me viu arrumando o cabelo. Ele parou atrás de mim e me abraçou.

 

- Edward... Porque meus olhos são dourados? – Perguntei curiosa. – Achei que fossem ser castanhos... Os da Amy são azuis, assim como os de Christine...

- Carlisle tinha os olhos cor de topázio quando era humano. Foi ele quem me transformou, assim como meus irmãos... Seus irmãos. Então, é algo genético, adquirimos o dourado por herança. – Ele beijou a base do meu pescoço. – Amy tem os olhos azuis porque é a primeira de seu clã, Christine é a segunda... Algo a ver com o sobrenome.

- Entendo... – Murmurei.

- Isso prova... Que você pertence a este clã. – Ele disse-me. – Vamos?

 

Ele pegou minha mão delicadamente, então saímos do quarto do terceiro andar. Nós dois descemos as escadas e então nos juntamos a todos no salão principal. Carlisle e Esme; Amy, Christine, Demetri e Damen; Jasper, Alice, Rosalie e Emmett; e mais alguns vampiros que eu não conhecia estavam por lá. Era como se ele fosse fazer um pronunciamento.

 

Alice quicava de felicidade, Amy quando me viu veio me abraçar.

 

- Senhores... – Edward disse com uma voz que demonstrava extrema felicidade. – Tenho o prazer de lhes apresentar... Isabella Marie Swan Cullen, minha esposa.


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Notas finais do capítulo

Comentandoooo.. se nao eu me recuso a postar ¬¬