Capítulo 45 – Emma Monaghan

POV da Bella

No dia seguinte, um sábado, acordei um pouco mais tarde que o normal. Mas, acordei bem disposta. Tomei um banho rápido, troquei de roupa e desci. Maryann servia meu café da manhã na cozinha, como eu gostava. Todos os Cullen estavam lá, assim como Demetri e Amy. Como não vi Christine, imaginei que ela estivesse caçando com Damen, ou então procurando mais algumas pistas do caso.

Era ótimo fazer investigação com vampiros, além de alguns possuírem dons que ajudam na procura, eles tem uma lista de contatos que pode surpreender qualquer um. Edward me deu um beijo na testa quando sentei ao seu lado. Assim que cheguei, Demetri nos dava mais uma pista.

- Ontem à noite fui atrás de Lisa. – Ele disse.

- O que vocês conversaram? – Perguntei.

Flashback de Demetri Volturi, noite de sexta-feira, ginásio de esportes da UCL (University College of London).

Eu entrei no ginásio e vi algumas garotas formando uma torre humana, pensei que Lisa poderia estar ali, já que elas se encaixavam perfeitamente no perfil da vampira universitária. E, novamente, eu estava certo. Era fácil, para mim, achá-la lá. A mente dela é um tanto juvenil para uma vampira, assim como a maioria dos jovens universitários são.

Ela bateu palmas e dispensou as outras meninas, ficamos só eu e ela na quadra. Me apresentei e fiz algumas perguntas.

Lisa, em momento algum negara que tenha tido um caso com Dominic, pelo contrário, havia dito que esteve duas vezes com ele. Em momento algum, ele soube da nossa existência. Mas, houve uma resposta, vinda dela, que me chamou atenção:

- Então você nunca se alimentou de Dominic? – Perguntei a ela.

- De jeito nenhum! – Ela disse meio chocada. – Foi ele quem levou nosso time para o campeonato por três anos seguidos. Ele precisava de energia. Emma também era cuidadosa, mas nunca notei nada.

- Emma? Emma Monaghan? – Pensei na figura ruiva e atenciosa da empresária. – Ele estava tendo um caso com a empresária?

- Sim, há alguns meses. – Ela assentiu.

- Jackson não sabia, certo?

- De jeito nenhum, não por mim. Eu não me meteria nessa história.

Fim do flashback.

- Oh meu deus! – Alice exclamou, com o olhar sem foco.

- Allie, o que houve? – Rose perguntou.

- Emma Monaghan vai ser detida e levada para interrogatório. – Edward disse numa voz sem emoção alguma. Senti meu coração palpitar. Esse caso estava cada vez mais estranho.

- Tem como impedir? – Perguntei a Alice, que estava séria, provavelmente buscando por falhas no futuro.

- Não.

- Foi Tallbot. Ele está indo atrás dela! – Alice exclamou.

- Então eu vou para lá. – falei me levantando da cadeira. – Amy?

- Ok.

Amy levantou-se e nós duas saímos em direção ao carro. Ela quis dirigir, alegando que dirige mais rápido e melhor que eu. Por sorte, o transito não estava tão caótico, quando se dirigia um mini-couper, ele podia passar entre quase todos os carros com facilidade. Logo, nós chegamos ao departamento. Encontrei Tallbot no meio do caminho. Vi Hank Bishop numa sala de interrogatório. Era por isso que Emma seria interrogada. Apresentei Amy a Tallbot, então continuamos andando pelo corredor.

- Oi. – Eu disse.

- Bem, Bishop disse que viu Emma matar Dominic durante o sexo.

- Como foi isso? – Perguntei.

Flashback, sábado de manhã, sala de interrogatório de Tallbot.

Interrogatório de Hank Bishop.

Hank: Eu não matei Dominic.

Tallbot: Então porque fugiu?

H: Não é seguro aqui, você tem que me proteger.

T: Eu sei disso. Mas contra quem teríamos que te proteger?

H: Contra ela. Ela matou Dominic. O jogou pelo quarto como um boneco de pano, quebrou o pescoço dele como se fosse a coisa mais fácil de se fazer! E então vi o rosto dela. Os olhos dela.

T: De quem? Quem você viu?

H: A empresária dele, Emma.

Fim do flashback.

Não tive tempo de falar mais nada, apenas encarei Amy. Nós duas estávamos surpresas. Então nossas suspeitas estavam certas. A dona do sangue B positivo encontrado no corpo de Dominic, era Emma. Mulher, parceira dele e, mais importante, vampira. Peguei meu celular e disquei o número de Edward, eu precisava alertá-lo.

“Bella?’’

- Estávamos certo sobre Emma! Foi ela quem matou Dominic. Ela é a dona do sangue B positivo, Edward. Hank a viu matá-lo.

“Estão indo buscar Emma, certo?’

- Sim.

“Pode atrasá-lo?”

- Não tem como. Pegue-a primeiro.

“Ok.”

- Vamos atrás de Tallbot.

- Vá você. – Amy disse-me. – Vou precisar voltar para a mansão. Do jeito que tudo está, precisaremos de um plano.

- Ok.

Separei-me de Amy e corri para o carro. Segui Tallbot, ele estava indo direto ao escritório de Emma.

Encontrei-me com ele no elevador. Nós subimos juntos até o andar certo então entramos na sala dela. Emma estava histérica, quando viu Tallbot com o distintivo. Ela gritou e arremessou uma cadeira contra a porta de vidro fumê. Seu escritório estava todo de pernas para o ar.

- Emma, se acalme. – Eu pedia.

- Eu não vou para a prisão! – Ela exclamou.

- Emma, coloque a cadeira no chão, ok? – Tallbot pediu.

- Você está aqui para ajudar eles ou a mim? – Emma dirigiu seu olhar para trás de nós dois. Vi Edward parado na porta.

- Você a conhece?

- Sou Edward Masen, investigador particular. – Edward se apresentou. – Eu também estava investigando o caso. – O que não era mentira.

Nesse instante, Emma arremessou uma cadeira em Tallbot, Edward entrou na minha frente e então foi em direção a Emma, segurando-a. Eu juro que ouvi um rosnado saindo do peito dela. Ele a prendeu pelos braços, enquanto me levantava, vi o olhar vermelho dela e seus dentes aparecendo.

- Emma, pare! – Edward dizia num sussurro.- Não é assim que as coisas funcionam, você sabe disso!

- Eu não vou para a prisão!

- Nós vamos resolver isso. – Ele disse novamente. – Mas pense bem no que está fazendo. Está colocando a todos nós em perigo. Pense no Jackson.

- Acho que sabemos de que lado você está. 

Então ela cedeu. Edward era bom em persuação, coisa que alguns anos de vida a mais faziam, quando se era um vampiro. Edward segurou-a pelo braço, passando para trás do corpo. Um policial entrou e a algemou. Tallbot encarou Edward agradecido.

- Como ela fez isso?

- Surto psicótico, talvez.

- Totalmente. – Eu assenti.

- Eu achei que Hank estivesse exagerando. – Tallbot disse. Nunca duvide quando se fala de vampiros, pensei.

- Temos problemas. – Edward disse aproximando-se de mim. Ele pegou o celular e discou um número. – Emmett? Reúna todos. Temos uma vampira homicida e psicótica sob custódia. E logo ela vai precisar se alimentar.

Fui com Edward até o apartamento de Emma e Jackson. Quando chegamos lá, fiquei na sala esperando que Jackson voltasse da cozinha. Observei os quadros na parede e então vi uma delas cheias de pequenas molduras. Eram certidões de casamento, trocadas a cada vinte anos. Era romântico pensar que eles viveram juntos todo esse tempo e se reinventavam a cada duas décadas, mas era triste pensar que isso poderia ter acabado por causa dos atos de Emma.

- Desculpe, só temos água. – Ele me entregou um copo. – Não recebemos muitos humanos aqui. – Ele sorriu e entregou um copo com sangue para Edward.

- Então... Você não sabia sobre Emma e Dominic. – Edward disse-lhe.

- Não suspeitei de nada. – Ele falou, com o olhar triste. – Mas é como dizem... não importa o quanto você conhece alguém, você nunca os conhece de verdade. Achei que éramos felizes.

- Por quanto tempo ela pode ficar sem se alimentar? – Edward tornou a perguntar.

- Ela não faria nada estúpido.

- Tem certeza? – Perguntei.

- Ela só precisa saber que não está sozinha. – Jackson respondeu. – Vamos resolver isso. Deixe-me falar com ela.

- Posso conseguir isso. – Eu concordei.

Nós três fomos para o departamento. Quando cheguei lá, convenci Tallbot de que o melhor era que Jackson conversasse com Emma e, me surpreendi por conseguir ser convincente. Jackson entrou na pequena sala espelhada, enquanto Edward e eu ficamos na parte de trás do vidro. Emma e Jackson conversavam, mas eu ainda escutava.

- Eles estão conversando baixo o suficiente para que só nós possamos ouvir. – Edward murmurou. – Audição de vampiro. Você ainda não consegue ouvir tanto assim. – Ele sorriu.

- O que eles estão dizendo? – Perguntei.

- Emma diz que sente muito, que o ama... Então, quando Dominic lhe disse que estava se encontrando com Lisa, ela perdeu o controle. – Ele mantinha os olhos fixos em Emma. – Ele estava morto antes que ela se desse conta do que tinha feito.

Edward traduzia toda a conversa. Emma fala sobre seu caso com Dominic, mas tudo não passava de algo que ela fazia para se sentir jovem novamente, segundo Edward. Mas eu sabia que não teria jeito para Emma. Ela havia quebrado uma regra... A regra.

Emma ainda estava indignada por ficar presa. Se eu sabia bem, era assassinato de primeiro grau, prisão perpétua na certa e, para alguém como Emma, aquela não era uma boa sentença.

Emma’s pov.

- Foi Edward quem fez com que eu estivesse aqui. Não existem poucos vampiros em Londres. Eles não sabem da existência de muitos. E, acredite em mim. Se eu não sair daqui em 24 horas, vou enviar a deus e o mundo, uma lista com todos o nomes. Eu vou dizer aos tiras o que eu sou, mas vou dizer que não sou a única.

- Isso é loucura Emma.

- Não é, Jackson. Não é. É justiça. Vou dar o nome de cada vampiro em Londres.

Fim do pov.

Fiquei meio perdida na conversa, mas assim que acabaram, Edward me puxou pela mão e fomos ao estacionamento. Ele me contou o que Emma havia dito, e, aquilo não era um bom sinal. Ele saiu com o volvo em alta velocidade, eu não hesitei e entrei no carro, fazendo um caminho diferente do dele, para ir à mansão. Nós não podíamos correr o risco de Tallbot nos seguir e descobrir tudo.

Emma havia ameaçado entregar os vampiros de Londres. Mas isso acabaria acarretando uma guerra entre humanos e vampiros em todo o mundo. Volterra seria a primeira a se rebelar. Demetri temia por todos nós, porque ele sabia muito bem que a Itália liberaria seu exercito de vampiros talentosos para qualquer humano que estivesse caçando a espécie. O rumor se espalharia pelos outros continentes e então o caos começaria. Tudo... por causa de Emma Monaghan e o loveaffair com Dominic Michaels.