Pass escrita por Neo Luxray


Capítulo 1
Passagem


Notas iniciais do capítulo

Antes de me matarem pelo capítulo minúsculo, estou postando isso as 5 da manhã, e acredite, eu me esforcei bastante, mas não consegui de jeito nenhum estender o capítulo mais do que isso, peço desculpas >.>

Revisado em 19/06/2020.



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— E lá estava eu sob os montes congelados de minha terra natal. Não é como se fosse um lugar ruim, muito pelo contrário, uma vez poderia ser chamado de paraíso, porém... Devido à ganância de meu povo, ao avanço tecnológico; não alcançamos prosperidade.

Depois de anos e anos de exploração intensa, desenfreada, descobrimos que a cada dia, cada hora que se passava, nosso pequeno paraíso sucumbia.

No fim dos dias, apenas uma pessoa foi capaz de sobreviver.

Essa pessoa sou eu.

— E depois, o que acontece?

Pergunta o menino, já sonolento, quase sem forças para falar.

— Continuamos amanhã certo? Não quer ouvir tudo hoje, qual seria a graça?

Diz o senhor, acariciando seus cabelos.

— Durma bem meu neto...

Dito isso, o menino desmaiou subitamente.

*

[Nicholas]

A noite na cidade nunca é calma, as luzes das lojas, alguns se atrevem a dizer que o dia ironicamente começa a noite.

Uma aventura seria diferente?

— Para onde vai?

Pergunta um senhor sentado no outro canto da rua.

Já era a noite, não esperava que ainda houvesse alguém em minha rua, sempre tão quieta e vazia, um lugar sem vida eu diria.

— A lugar algum, apenas farei uma caminhada.

Disse tentando soar o mais convincente possível, não podia ser descoberto.

O senhor riu da minha resposta.

— Certo, certo...

Continuei andando até a esquina, olhei uma última vez para trás, o lugar onde havia sido criado, todas as lembranças de minha infância haviam sido naquele lugar, cada arranhão para cada brincadeira, sentiria muita falta daquele lugar.

Misteriosamente, o senhor não estava mais lá.

Segui meu rumo até a parada de ônibus, todos sempre me disseram que a cidade era agitada, cheia de pessoas novas, novas possibilidades, e naquele momento o que eu mais precisava, era de uma mudança.

Sentei-me em um dos bancos da estação de ônibus, não eram muitos os que se aventuravam a continuar circulando em uma área tão afastada a essa hora da noite, mas eu estava decidido, iria para a cidade.

Chequei meu celular, já eram 3 horas da manhã, o próximo ônibus passava às 3:30.

Eu vivi toda a minha vida preso, nunca conheci nada mais que minha pequena cidade no meio do nada, disseram-me que a tempos atrás, a cidade costumava ser uma importante metrópole, porém após a primeira guerra, foi destruída completamente.

A guerra dos cogumelos devastou o planeta inteiro, não havia mais humanos, ou vestígios de nossa raça, porém, em alguns séculos, a raça voltou a repovoar o planeta, reerguemos cidades, avançamos séculos em nossa tecnologia, mas o mundo havia mudado, e por esse motivo nossa espécie está disposta a explora-lo.

Esse é meu principal motivo de ir a cidade, quero viver aventuras, desbravar as ruínas deste mundo, afinal, quem não gosta de um pouco de aventura?

Senti o farol do ônibus me cegar ao se aproximar da estação, iria para Ventrum, uma importante metrópole, centro de poder do império humano.

Levantei-me do banco e entrei no ônibus, não havia muitas pessoas, cinco exatamente, me sentei em um banco no fundo, mais reservado.

Olhei pela janela, e respirei fundo, o aroma da madrugada invadiu meu nariz, passei alguns minutos olhando fixamente para o nada até que senti uma mão tocar meu ombro.

Me virei para a pessoa.

Era uma menina um pouco menor que eu, tinha cabelos rosa pálido, longo, seus olhos eram diferentes, um azul e outro verde, heterocromia. Levava consigo uma mochila pequena e usava um casaco no mínimo duas vezes o tamanho dela.

— Com licença, desculpe incomodá-lo, por um acaso vai para Ventrum?

— Sim, como sabe disso?

— Ouvi você murmurar enquanto olhava para a janela... Desculpe...

— Tudo bem, mas então, por que pergunta?

A menina se sentou ao meu lado.

— O que vai fazer em Ventrum?

— Sabe, eu... Não tenho certeza!

Falei meio confuso e sonolento.

Nós dois nos calamos por um tempo.

— Procuro por aventuras.

Disse, quebrando o silêncio.

— Você tem família lá? Ou melhor, é de lá?

Ela perguntou meio relutante.

— Não, na verdade nunca saí da minha cidade natal... Talvez esse seja o porquê de uma escolha tão ousada de lugar pra ir não?

Falei rindo um pouco.

— Na verdade, estou com sérios problemas agora...

Ela olhou para baixo.

— O que houve?

— Eu... Não tenho pra onde ir...

— Por que está indo para Ventrum?

Ela olhou para mim, consegui ver sua expressão de decepção.

— Eu não sei o que estava pensando, eu só... Só fugi! Eu só queria viver minha vida por mim mesma!

Ela disse chorando. As lágrimas escorreram por sua pele, branca e pálida como a neve.

—Você pode ficar comigo... Eu tenho certeza de que vamos encontrar um jeito de te arranjar um lugar pra ficar ok? Eu prometo que não vou te deixar até saber que você vai ter um lugar pra ficar... — Sugeri comovido.

Eu não podia deixar ela simplesmente ficar sozinha... Eu estava sozinho, olhando por esse ponto de vista, eu estava tão desorientado quanto ela. Mas precisava manter a calma, eu ia conseguir, eu tinha que conseguir.

Ela olhou para mim e agradeceu depois se deitou no banco, ainda faltava muito até chegarmos.

*


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, qualquer sugestão, deixe nos comentários c:



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