Irlanda – Dublin

Mary Alice Brandon, 21 anos

Dia 25 de Abril de 2009

Alice era de uma conhecida família de assaltantes. Todo o reportório da família era conhecido pela Inglaterra inteira e todos tomavam o mesmo rumo, a cadeia. Mas Alice era diferente. Ela assim o queria. Morava sozinha e escondida do resto da família, perdera o contato com eles e assim o esperava manter. Mas esse dia foi diferente. Seu irmão mais velho, Aro, estava naquela cidade sendo vigiado de perto pela polícia. Ela sabia que já tinha sido descoberta por ele e sabia que mesmo que tentasse fugir ele a encontraria de novo. Esperou que esse encontro demorasse e se arrastasse por tempos infinitos e que se pudesse ser, nem chegasse a acontecer. Mas ele resolveu aparecer mesmo no local do seu trabalho. O Banco Nacional de Dublin. Um dos maiores bancos do país.

Pensou em fingir que não o conhecia e chamar a segurança, mas sabia que se o fizesse poderia ser bem pior e o seu passado, que ela tanto escondeu e fez questão de manter nas trevas, viesse ao de cima e ela perdesse o emprego, pior, que não voltasse a arranjar mais nenhum.

Tinha sido promovida recentemente, nem mais de três meses, e tudo o que menos queria era perder aquele emprego, mas sua vida já estava arruinada. Aro lhe exigiu que ela assaltasse o banco por ele e disse que se não o fizesse acabaria com a vida dela tortuosamente. Isso tinha sido há duas semanas atrás e agora Alice estava dentro do cofre do banco metendo enormes quantias de dinheiro não sequencial e de valor baixo em dois enormes sacos pretos de desporto. Num dos cofres particulares que abrira encontrou um revolver carregado. Escondeu-o na sua bota preta biqueira de aço e saiu do cofre. O alarme só soou assim que ela pôs o pé fora do banco onde um carro de vidros fumados a esperava.

Jogou as malas nos bancos traseiros e se sentou no banco do carona chorando compulsivamente. Seu irmão ria em alto e bom som e elogiava a esperteza e agilidade da irmã. Dizia-lhe infinitas vezes o quanto ela era boa naquilo e lembrava-lhe que a arte de roubar corria em suas veias assim como o sangue que a mantinha viva.

Em um ato de raiva, Alie pegou no revolver que tinha escondido e atirou na perna de seu irmão. Assim que o carro parou Alie pegou num dos sacos e tirou de lá vários maços de notas colocando em um saco de plástico preto. Saiu de lá correndo e voltou pra sua casa. Trocou de roupa e pegou em uma mala pequena de viagem colocando lá algumas roupas. Roubou um carro e dirigiu até o aeródromo da cidade vizinha. Lá contratou um cara pra dirigir um dos aviões particulares até a fronteira França-Itália e pagou bem caro por isso. De lá comprou um carro velho de sucata e dirigiu por horas até uma cidade qualquer de onde se hospedou por duas noites e onde pegou um avião para os Estados Unidos da América.