O Início escrita por Mabi, YasGordelia


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Segundo capítulo pessoas s2 espero que gostem!



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Jack estava sentado em sua carteira na escola. Não aguentava mais a professora de artes ensinando como desenhar uma maldita mão. Jack virou-se pro lado e viu que seu amigo Lucas estava quase morto de sono, com a cabeça na parede. Lucas tinha cabelos negros, era moreno, tinha olhos castanhos e usava óculos. Toda hora que a professora falava alguma coisa Lucas balançava a cabeça ou fazia um sinal de OK com a mão. Lucas percebeu que Jack estava rindo dele e perguntou sem fazer nenhum som “vamos zoar a tia?”. Lucas só podia estar louco. Ele sabia que a professora era um porre e mesmo assim irritava ela. Era a cara dele fazer isso. “tá ficando maluco?” perguntou Jack, ainda sem produzir qualquer som. Lucas apenas se virou e deu uma risadinha. Logo ele pegou um papel, escreveu alguma coisa e colocou de lado. Depois pegou um chocolate que tava na mochila, se levantou e foi pra frente da sala. Parou de frente a professora e disse:

–A senhora não deve saber mas eu admiro muito o seu trabalho, a senhora é minha professora favorita e como retribuição, estou lhe dando este humilde presente –disse Lucas entregando o chocolate para a professora. Jack estava se segurando para não rir. Sabia exatamente o que ele ia fazer.

A professora parecia contente e aceitou o presente.

–Obrigada Lucas! Nunca pensei que isso algum dia viria de você –Então, ela puxou Lucas e deu um abraço nele. Lucas logo colocou o papel nas costas dela, sem ela perceber.

–De nada professora.

Lucas voltou para sua carteira. Eles se olharam e riram baixinho. Lucas então disse “Como fazer uma professora de trouxa” ainda sem fazer som. Logo virou para frente e viu que a professora tinha guardado o chocolate. Ela foi para o meio da sala e disse com aquela voz fina e trêmula de velha:

–Deveria ter mais aluno que nem o Lucas aqui na sala não acham?

Ela se virou e BUM. A sala inteira começou a rir. Estava desenhado o rosto dela em um quadro famoso, Jack não reconhecia qual era. Nem prestava atenção na aula dela, como queria saber de algo? Ela se virou e perguntou, já com uma raiva estampada no rosto:

–Algum problema?

–Nada professora, apenas temos que ser que nem o Lucas –respondeu um menino, gargalhando alto.

A professora logo pôs a mão nas costas e viu o que estava desenhado no papel. Ela se virou para Lucas e disse:

–Então o senhor gosta de brincar com a arte, não?

–Só quando não tô matando mosquitos no meu quarto.

–Já chega! Vá para diretoria agora!

Lucas se levantou, foi até a mesa da professora e deixou um outro chocolate lá em cima e saiu da sala, sorrindo debochado. A sala riu de novo e ficou em um silêncio horrível quando a professora voltou o olhar parar eles.

...

Já tinha se passado duas horas que já tinha acabado as aulas. Jack, Gaia, Jeremias, Elise e Nicolas esperavam Lucas na escadaria da escola. Gaia tinha 15 anos, era uma menina que tinha cabelos ruivos pintados, olhos azuis e pele clara. Conheceram ela há 8 meses, e ela sempre usava um colar com um símbolo esquisito. Era tipo o símbolo do sexo feminino. Era estranho e bonito. Estranhamente bonito. Jeremias tinha 17 anos, pele morena escura, cabelo cacheado curto, olhos escuros e era forte. Não sabia se forte era uma palavra certa mas ele tinha músculos. Elise tinha 18 anos, pele escura, cabelos cacheados e olhos azuis bem claros.Era irmã de Nicolas, nem parecia. Nicolas, 14 anos, pele morena clara, cabelos lisos grandes e olhos verdes. Era um dos alunos mais inteligentes da escola, mesmo não se importando com isso.

Estavam conversando sobre a falta de Gaia na escola, que não eram poucas.

–Poxa Gaia, você falta muito na escola... tem alguma coisa que a impeça de ver seus amigos? –perguntou Elise, irônica— não sente nossa falta?

–Hã... eu tenho muitas coisas a fazer... sabe como é né.

–Não não sabemos. Será que não poderia chamar seus amigos para ajudar nessas “coisas”? –ironizou Nicolas, cruzando os braços.

–Ér... olhem lá, Lucas está vindo –disse Gaia apontando para o começo da escada

Jack achou suspeito essa atitude de Gaia. Ela parecia querer esconder algo. Mesmo assim, não precisava se meter na vida dela. Olhou para a porta da escola. Lucas saiu de lá rindo com um papel na mão que logo foi amassado e arremessado para longe. Ele desceu as escadas e foi até onde estava seus amigos.

–O que era? –perguntou Jeremias

–Papelzinho simples para papai e mamãe assinarem. Nem ligo.

–Super preocupado com a escola você hein? –ironizou Elise

–Me preocupo com matérias fáceis que irei usar no futuro –disse ele passando o braço pelos ombros de Jack- não com baboseiras que não vou usar no meu trabalho. A não ser que eu queira trabalhar com computador pintando quadros. E aí, vamos pra onde?

Jack se afastou de Lucas.

–Olha, primeiramente: não sou gay para você vir me abraçando...

–Mas é meu brother –interrompeu Lucas. Jack revirou os olhos.

–Segundamente, iremos para a casa de Gaia. Todos concordam?

Todos concordaram, até mesmo Gaia. Mas ela parecia desconfortável com a ideia. Jack percebeu isso, mas resolveu não comentar.

–Bem, então vamos.

E foram. Estava um silêncio vergonhoso. Sabiam que a casa de Gaia era longe, mais ou menos 40 minutos a pé. Mesmo assim resolveram ir a pé. E mesmo assim não abriram a boca por uns 10 minutos. Então Lucas resolveu quebrar o silêncio.

–Eeeeentão, já que estamos indo para casa de Gaia pela primeira vez, que tal conhecermos nossa amiga aqui melhor?

–Qual a necessidade? –perguntou Jeremias, com sua voz grossa e um pouco rouca.

–Ai calma, só estou tentando quebrar esse silêncio horrível. –rebateu Lucas, levantando os braços.—então, porque você sempre usa esse colar?

Gaia abaixou os olhos em direção ao seu colar. Ele era realmente estranho e bonito. Misturava as cores vermelho, cinza, salmão e rosa. Parecia brilhar. Parecia que irradiava poder e calor. Ela apenas respondeu, hesitante:

–É um presente de família. Não é nada demais.

Jack percebeu algo que não tinha visto antes. Ele olhou para o colar e percebeu que ele estava diferente. Ela sempre usava com um símbolo do sexo feminino mas hoje estava com o símbolo do sexo feminino e masculino juntos. Em um só. Era estranho mas Jack decidiu não comentar. Parecia que os outros não perceberam.

–Mas você sempre usa ele. Nunca tira pra nada? –Elise perguntou

–Bem... poucas vezes. Mas não acho que isso não seja um assunto interessante.

–É mesmo... –respondeu Jack, um pouco suspeito—e suas faltas?

–M-minhas faltas? Ah, são poucas. Isso é besteira.

–São 37 faltas em 3 meses –observou Nicolas

–Bem, eu já disse. Não é muita coisa. Eu também tenho coisas a fazer fora da escola.

–Isso é estranho –interveio Jack— nem Lucas falta tanto assim.

–Bem, é melhor mudarmos de assunto, não?

–Você está nos enrolado com essa história de mudar de assunto sempre que falamos sobre sua vida. Tem alguma coisa que está nos escondendo?

–Não tem nada demais, tá legal? Só nunca conversei com ninguém sobre mim. –Gaia falou, nervosa. Ela era sempre nervosa e preocupada. Como se estivesse com medo de algo— É melhor continuarmos a andar sem falar. Isso cansa. Temos que chegar rápido na minha casa se quiserem fazer o trabalho. Lembrem-se que nos atrasamos mais por culpa de Lucas.

–Minha culpa? Isso é uma calunia!—Lucas brincou. Sabia que não tivesse feito besteira, já estaríamos na casa de Gaia.

Continuaram a andar. As ruas estavam cada vez mais cheias conforme chegavam mais perto. Pararam para comprar um picolé, Lucas estava dando cantada nas meninas que passavam perto dele. Um dia normal. Normal até demais. Passou-se 20 minutos desde a conversa suspeita com Gaia. Sempre que perguntavam algo sobre sua vida, até mesmo sobre seus pais ela se recusava a responder.

Chegado na quadra de sua casa ela parecia mais apreensiva que antes. Gaia foi até o portão, abriu e deu passagem para entrarem. Parecia nervosa.

Gaia abriu a porta e entraram em sua casa. Era grande, bonita e silenciosa. Jack se perguntou onde estava os pais dela. Tinha uma escada que levava para o segundo andar onde tinha algumas portas e quadros. No primeiro andar ficava uma sala grande e uma cozinha ao lado. Na sala tinha uma TV grande e um sofá pequeno com uma mesinha na frente. Havia umas 5 estantes grandes, cheias de livros. A cozinha era normal mas pequena.

–Você mora sozinha? –perguntou Nicolas.

–N-não, meus pais estão viajando.

Eles andaram até a sala e ficaram observando os quadros e as estantes. Eram cheias de livros. Livros com umas palavras estranhas, símbolos estranhos. Jack não reconhecia qual era a língua ou sobre o que seria os livros. Ele ficou pensando se Gaia morava mesmo com os pais. Se tinha pais. Duvidou até mesmo das poucas coisas que ela contou de si própria.

–Então, vamos comer algo? –Gaia perguntou.

–Claro, se não for suas frutinhas e comidinhas saudáveis –Lucas respondeu.

Estavam a caminho da cozinha até que de repente uma porta se abriu no segundo andar. Gaia parecia assustada e tensa, não muito diferente dos outros. Não muito diferente de sempre. Gaia arregalou os olhos quando viu quem tinha aberto a porta. De lá, saiu uma menina alta com uma postura correta, olhos grandes e escuros, pele morena e cabelos castanhos claros até os ombros. Usava um vestido vermelho e algo que parecia uma armadura por cima do vestido. Essa armadura possuía um símbolo na frente, que brilhava. Era igual ao símbolo do colar de Gaia. Todos olharam para a menina e para Gaia. Num sussurro nervoso e surpreso, Gaia, com os olhos arregalados, falou:

–Menna... o que faz aqui?


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Notas finais do capítulo

E aí? Continuo ou não? -MABI



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