The Fairy escrita por Samie


Capítulo 3
Baile, meu amigo Plin Plin e Alex.


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que era pra eu ter lançado esse capítulo só na outra semana mas não aguentei, só mais esse



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2 dias se passaram desde que conheci a ''pequena'' raposa.

Tudo continuou normal, tirando o fato que agora sei que um mundo totalmente diferente do meu existe.

Mas não fiz muita questão de perguntar nada para o Plin Plin sobre essas coisas toda e ele nem fez muita questão de falar.

Então ignorei assim como faço com meu dom estranho.

–Vamos logo, Lex. Tá emperrada aí?.- Anna gritou me apressando.

''Não Anna, estou tentando convencer meu amigo a não ir pro colégio comigo''.

–Serio Plin Plin, nada vai acontecer.- Falei pela décima quarta vez e ele pareceu não me ouvir, continuou me seguindo.- Além disso mesmo você sendo invisível para os humanos eles conseguem te sentir quando você tromba com um deles. Vai por mim, não vai conseguir desviar de um montão de gente.

–Eu sei voar.- Ele me encarou e percebi que suas patas estavam flutuando pelo ar (AVÁ), não muito alto, mas alto o bastante para provar que sabia voar.

Ótimo, além de ser uma raposa falante ainda voa.

–Ta bom.- Revirei os olhos e ele sorriu vitorioso.

Mas não, a raposa não sorriu com aqueles dentes afiados que poderia matar qualquer um em segundos. É como se ele tivesse sorrido na minha mente.

Não sei explicar mais nada.

Desci com Plin Plin do meu lado e fiz o máximo para não olhá-lo ou fazer qualquer coisa suspeita no caminho.

Mas era impossível com aquele negócio gigante cheio de pelos me apertando no banco traseiro do carro.

Depois de muito sofrimento chegamos no colégio, percebi o olhar de desgosto de Plin Plin quando avistou aquele monte de gente que mais parecia um formigueiro cheio de formiga (AVÁ²).

–Falei que você não iria gostar.-Sussurrei apenas para ele ouvir, então fomos até a sala, apenas nós dois já que Anna foi com um grupo de amigos dela.

Me sentei em uma cadeira no fundo e fiz um sinal para a raposa se aproximar.

–Fica do meu lado, ninguém vai passar por aqui.-E foi o que ele fez.

–Não sei como você aguenta isso.-Plin Plin resmungou depois que a última aula terminou.

Dei uma gargalhada e percebi alguns olharem sobre mim, então peguei meu celular e fingi falar com alguém.

O que deu certo.

–Você não consegue ter uma forma humana?.-Sussurrei enquanto guardava minhas coisas no armário.-É meio vergonhoso falar sozinha, sabe?.

–Você consegue virar um animal?.-Fiz um sinal de negação com a cabeça.-Pois é.

–Mas é diferente, eu sou um ser humano e você um ser mágico.-Plin Plin pareceu sem resposta por um momento então o encarei séria.- Ou não?.

–Não sei.-Ele meio que resmungou.

COMO ASSIM?.

–Como assi...

–Oi Lex.-Me virei dando de cara com uma Anna animadíssima.

Ótima hora. Olhei para Plin Plin com uma cara de ''depois a gente conversa''.

Eu sei que não tenho a mínima vontade de descobrir sobre essas coisas bizarras do mundo mas cara, ele falou sobre eu não ser humana.

Eu, LEX, não ser uma humana.

–Por favor vai no baile hoje.- Anna falou me tirando dos meus pensamentos. A garota juntou as mãos e começou a implorar.

Ai Senhor, mereço.

Encarei Plin Plin que me olhou com uma cara de ''não''. Mas quando me virei para Anna com aquela cara de cachorro pidão que acabou de ser chutado na rua fiz o máximo para resistir.

–Não tenho par para ir, lembra?.-Falei tentando me livrar.

–O Alex vai contigo já que a Gabi recusou. Não se sinta segunda opção.

Desculpa mas já me senti.

–Por favor, por favor.-Anna continuou repetindo. E como conheço ela sei que só para quando consegue o que quer.

Olhei para a raposa que bufou.

–Ok, Lex. Pode ir mas eu vou também.-Sorri para ele.

–Tá bom.

–Muito obrigada, Lex. Te encontro lá.-Ela deu um sorriso que quase rasgou a boca dela e saiu para ir falar pro Alex que eu havia aceitado.

Ele poderia pelo menos me convidar.

Olhei para o Plin Plin que pousou no chão como uma borboleta quando o amontoado de pessoas foi diminuindo.

–Hora de se arrumar, little fox.

♥♥♥♥

Coloquei meu vestido azul escuro com vários detalhes de flores na parte de cima e me olhei no espelho.

Por sorte tinha aquele vestido guardado.

–O que achou, Plin Plin?.-Dei uma rodadinha para mostrar o vestido pra ele.

–Bonito.- A raposa falou e se aproximou da porta.-Vamos?.

Dei uma última olhada no espelho vendo minha maquiagem que foi uma luta para terminar e meu cabelo que estava preso em um coque meio bagunçado.

Me despedi da minha mãe que me elogiou com um ''está linda, filha'' e ''quem é o sortudo?'' me segurei o máximo para não falar que não tinha sortudo. Então entrei no táxi me sentando no banco da frente.

Até que enfim não vou ser esmagada por uma bola de pelos.

Dei as coordenadas para o taxista e me encostei no banco esperando o tempo passar.

Quem diria que um dia eu teria uma raposa de estimação?.

Eu nunca.

Paguei o taxista e me sentei em um banco para esperar o Alex.

Aí você se pergunta: por que vocês não vieram juntos? ele não pediu e eu não iria obrigar o garoto a me buscar em casa.

Depois de um tempão avistei um Alex com seu cabelo agora menos rebelde, um paletó preto parecido com a maioria dos outros garotos só que com uns detalhes diferentes.

Gente, cadê o ar desse planeta?.

Calma Lex, você só aceitou ir para esse baile por causa da Anna.

–E aí?.-Ele sorriu e me deu um abraço rápido.

–Oi.-Falei colocando o meu melhor sorriso no rosto. Ok, lembra quando falei que eu tinha uma queda do tamanho de um buraco negro pelo Alex? Agora é menor. Tipo, muito menor.

Eu sei que ele não gosta de mim. Mas devo ter puxado isso da Anna: gostar de um cara idiota.

–Oi.-Gaguejei um pouco e ele riu percebendo meu pequeno nervosismo.

Droga.

–Vamos indo?.-Alex perguntou e eu assenti.

O salão estava lotado, cheio de luzes neon piscando sem parar e muita música eletrônica alta. Parecendo mais uma balada do que um baile, a única diferença é que todo mundo estava com uma roupa formal. Avistei uma mesa vazia e fiz sinal para nós sentarmos.

Para minha sorte a cadeira era mais um sofá grande azul o que deu para Plin Plin sentar também e para meu azar tive que ficar um pouco mais próxima do Alex.

Ou não muito azar.

–Tá bem animado aqui.-Falei tentando puxar assunto.

–Sim.-Alex respondeu e pegou uma bebida de um garçom, ele me ofereceu mas recusei. E então ficamos lá: sentados olhando para o vento com aquele silêncio constrangedor.

PRECISO PUXAR ASSUNTO.

Será que pergunto qual é a cor favorita dele?.

A não, melhor não.

–Pergunta o porquê que ele não foi com a outra garota.-Plin Plin deu essa ideia quando percebeu meu desespero. Isso, boa ideia.

–Por que não foi com a loirinha?.-Perguntei tentando fazer o máximo para parecer despreocupada. Ele riu como se lembrar daquilo fosse engraçado.

–Ela não aceitou pra convidar o Noah.-Alex falou o nome dele com nojo e apontou para os dois dançando bem colados na pista. Ele passava a mão às vezes na coxa dela e a garota sorria, totalmente bêbada.-O engraçado é que ele nunca deu bola pra ela mas agora aceitou o convite dela.

Hoje vou pegar esse garoto tão bem que ele vai querer ser meu namorado.–Ouvi o pensamento dela e dei uma gargalhada. Depois olhei para Alex que fuzilava com os olhos o casal.

–Queria estar no lugar dele?.-Perguntei apontando para Noah, esperando um não sincero.

–Claro que não, prefiro estar aqui com você, gata.-Ele lançou aquele olhar de ''estou flertando e sou irresistível.''.-Sim, melhor que ficar aqui fazendo nada. Sério, tenho que disfarçar minhas olhadas pra Gabi se não ela vai perceber.

Ai, essa doeu.

–Ah.-Falei, ignorando totalmente seu olhar e seu pensamento.-Vamos dançar?.

Ele fez um sinal de positivo com a cabeça e fomos para a pista. E quando pisamos na pista começou uma música lente. Deus deve estar brincando comigo, só pode.

Alex sorriu e colocou a mão na minha cintura, retribui o sorriso meio desajeitada e coloquei minhas duas mãos em volta do seu pescoço. Dançamos lentamente conforme o ritmo da música, nossos rostos estavam tão perto que consegui sentir seu hálito de menta e mesmo não olhando para ele, pude sentir que ele me fitava. Eu sei, romântico.

Eu poderia esquecer o que ele pensou uns minutos atrás, né? Não.

Caralho que sorte, ficamos bem do lado da gostosa da Gabi. Senhor, bem que ela tá com esse vestidinho que destaca bem as partes dela.–Olhei para Alex apenas para confirmar se o pensamento era dele mesmo.

E era.

Seus olhos não estavam em mim mas sim, nela.

Nela, nela, nela, nela.

Mas que filho da puta.

Tirei minha mão de seu pescoço e me livrei de seus braços.

–Se é pra me convidar e ficar comendo a outra com os olhos não era pra ter convidado.-Falei com um olhar decepcionado, colocando minha mão na cintura.-Que porra Alex, não dá pra ser só um pouco cavalheiro comigo? Você sabe muito bem que eu tenho uma queda por você e tu fica aí olhando pra outra.

–O que, Lex? Não fiz nada.- Ele tirou os olhos da Gabi e me olhou nos olhos com uma cara de inocente.-Será que não disfarcei bem? Puta merda, a garota vai dar a louca.

–Não me chama de louca.-Gritei perdendo toda paciência que me restava. Nesse ponto já tinham feito uma rodinha para assistir o espetáculo.

Mas esse povo gosta de se meter na vida dos outros.

–E você nem é minha namorada, cara. Não tem direito de ficar dando piti. Você gosta de mim? Tá aqui minha resposta: sinto muito.

Ai nossa.

Senti meus olhos se encherem de lágrimas rapidamente, tentei engolir aquelas lágrimas para não parecer atingida mas foi em vão. Mania idiota de chorar quando me sinto humilhada.

–É?.-Perguntei com a voz embargada.

–É.-Ele respondeu frio.

–Vai se fuder.-Sussurrei e corri para pegar minha bolsa do lado do Plin Plin.

–Você tá bem?.-Ele falou preocupado.-Mas que babaca.

–Só não me segue, quero ficar um pouco sozinha.

Corri até a saída mais próxima e fiz o máximo para ignorar os pensamentos das pessoas.

Coitada, foi rejeitada na frente de todo mundo.

–Pô cara babaca, ela nem é tão feia assim.

–Olha tem misto quente.

Depois de correr sem rumo por uns minutos suspirei fundo e deixei as lágrimas correrem livremente pelo meu rosto.

Idiota, isso que dá você gostar de alguém, Lex.

Perdi meu tempo vindo pra esse baile idiota do caramba.

–Olá, Lex.-Ouvi uma voz bem próxima e bufei.

–Mas que caralho não posso ficar sozinha mais?.-Me virei para ver a cara da criatura e arregalei os olhos.

Não era o Plin Plin.

Acho que tenho visita.


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Notas finais do capítulo

Se gostarem comentem se não pode mandar uma crítica positiva aí, só não me deixem escrevendo pro vento, ok?



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