-Olha quem fala. Até parece que você faz suas irmãs felizes, que as deixas serem felizes. Você está sempre impondo suas regras e as proibindo de tudo. – Era agora minha vez de acusar. Eu já estava cheio daquelas patacoadas sem sentido algum.

-Então se afaste de Rose e eu me afasto de vocês. – Falou como se fizesse uma troca de comércio. As nossas irmãs não são mercadoria. Será que alguém pode trancar essa louca num manicómio?

-Eu não vou deixar de ser amigo da Rosalie se ela não quiser. – Afirmei convito de mim.

-Então eu não vou deixar de me intrometer em sua vida. – Acicatou. Ah, mas se ela pensa que pode cutucar a onça e sair ilesa, ela está muito enganada. Eu estava fervilhando de raiva. Ela não podia fazer isso comigo. Por mais que eu a ame…e sim, INFELIZMENTE eu a amo, ela não podia se meter na minha vida, ela não podia interferir na felicidade de minha irmã. Mas que merda!

Joguei as mãos para o alto xingando os Deuses e me xingando por me ter deixado aproximar tanto dessa garota estúpida. Assim que olhei para ela pra soltar um monte de palavrão que estava preso na minha garganta eu a vi paralisada, literalmente, ficando cada vez mais branca e seus olhos ficavam a cada instante mais vermelhos prestes a explodir em lágrimas. Que foi que eu fiz, Meu Deus? Eu a fiz chorar de novo. Puta Merda!

-Está tudo bem? – Perguntei apavorado com o estado em que ela se encontrava, colocando as mãos nos seus ombros para me garantir que ela não fosse desabar a qualquer momento.

-Não…toque…em…mim. – Exigiu com repulsa na voz se afastando de minhas mãos. Ela sentia repulsa por mim. Não era de mim que ela devia ter aversão e sim daquele contaminado.

Coloquei as mãos nos bolsos contraindo os meus músculos e fazendo uma força enorme para não a puxar pra mim e a prender em meu abraço de modo que nunca mais ninguém ousasse se aproximar dela para a fazer sofrer. O problema é que quem mais a fazia sofrer era eu.

-Desculpe. De novo. – Pedi sem conseguir encarar ela e quase com a voz falha.

-Se afaste de mim…por favor. – Murmurou com a voz amargurada.

-Eu não quero fazer mal a você Bella. – Garanti vendo seu rosto se inundar de novo de lágrimas que eu causara.

-Você já me faz muito mal desde o 1º segundo em que se cruzou comigo. – Culpou e dessa vez eu tinha que concordar, pela primeira vez em todas as suas acusações.

-Peço desculpas de novo. – Me repeti.

-As suas desculpas não me servem de nada. – Brigou secamente.

-Só peço mais uma vez que se afaste de Jasper. – Apelei olhando nos olhos dela pra tentar chegar de uma vez em seu coração, não para fazer mal, mas para a proteger.

-Porquê? – Atirou brava.

-Não quero…ver você…sofrendo. – Declarei. Quando dei por mim estava com uma mão perto do seu rosto. Involuntariamente a tinha querido acariciar, mas ela se afastou demonstrando dessa vez em seu olhar a repulsa que estava sentindo.

-Porque o meu sofrimento te interessa tanto? – Me intimou amedrontada.

-Só não quero…ver você…sofrendo. – Afirmei a medo.

-Chega, chega! Eu não aguento mais sua presença. – Gritou pra mim de olhos fechados e eu congelei de angustia por a ver daquele jeito. – Saia da minha vida. – Me expulsou. - Saia. PAI! – Gritou bem alto me empurrando.

-Pai? – Indaguei confuso mas ela não me respondeu. Ao invés disso ela me encarou aterrorizada e saiu dali correndo.

Quis correr atrás mas sentia que minhas pernas não se movia, como se estivessem acorrentadas ao chão. Fiquei por horas parado no mesmo sítio, perplexo e tentando assimilar toda a nossa discussão.

Pai? Porque ela me chamou de pai? O que será que ele fez para a marcar tanto? Ela estava me comparando a ele? Porque ela me compararia a ele? O que de tão mal ele fez que a deixasse naquele estado? O que de mal eu fiz para a deixar assim?

Mil perguntas sem nenhuma resposta.

Assim que me consegui mover dirigi para casa.

Estava sem conseguir pensar porque pensar me fazia doer até a alma. As duas mulheres da minha vida estavam sofrendo, e tudo por minha causa.

-Edward… - Alice me chamou da porta do meu quarto.

-Fala pequena. – A chamei caminhando até ela e a puxando para um abraço.

-Porque você está trancado aqui no quarto às escuras? – Me perguntou num sussurro e eu apenas encolhi os ombros e funguei. – Você esteve chorando? – Perguntou tentando me enxergar em meio à escuridão do meu quarto.

-Como você está? – Perguntei me desviando do que ela queria saber.

-Magoada. Surpresa. Mas…consigo superar…por você. – Me garantiu beijando o meu rosto.

Encaminhei ela até a cama e nos deitamos aí adormecendo abraçados como dois irmãos pequenos com medo do escuro.

Os dias passavam e todos os dias Rose ligava para mim. Ficava conversando com ela por horas a fio mas sempre que dava perguntava por Bella. Como sempre Rose fazia joguinho e nunca me falava verdadeiramente como sua irmã estava. O mais curioso é que ela não me enchia de perguntas em relação ao meu estranho interesse pelo bem-estar de Bella, mas eu até agradecia por isso. Não queria ficar me justificando, ou melhor, inventando justificativa.

Numa dos telefonemas Rose me convidou para um jantar familiar que Bella estava organizando. Tentei me descompromissar mas nem adiantou dizer que Bella não iria gostar nada que eu fosse. Rose simplesmente me intimou a ir. Lógico que eu perguntei se podia levar minha irmã e ela afirmou super animada.

Continua…