1 mês depois...

Pov. Edward

O tempo não passa, ele simplesmente voa como vento. Hoje faz 1 mês que Bella e eu estávamos namorando, até resolvemos usar uma aliança para marcar nosso compromisso. Nossa aliança era simples, a minha normal e a de Bella com três pedras pequenas de diamantes.

Aliança de namoro Beward: http://www.joiasesemijoiasfemininas.com.br/wp-content/uploads/2013/04/alianca-compromisso-semijoia6767.jpg

Agora sentia a confiança maior em Bella para mantermos nosso contato mais íntimo, porque sabendo da história trágica dela, entenderia perfeitamente se tivesse receio de fazer amor comigo. Mas ocorreu tudo de maneira diferente, ela contou para mim na noite que passamos juntos pela primeira vez e se entregou logo depois.

Há homens que se sentem enojados por se relacionarem com mulheres violentadas sexualmente, pelo fato de terem acontecido com um homem qualquer e o preconceito é demais. Eu não sou capaz de se afastar dessa maneira, gosto de me sentir importante e saber que confiam em mim para guardar uma história como essa.

Mas nada me impede, nem o passado ou qualquer outra coisa, de deixar Bella. Minha vida só melhorou quando ela entrou em minha vida. Agora somos parte um do outro e futuramente quero passar essa experiência para os nossos filhos.

– Um selinho pelos seus pensamentos – disse Bella, abraçando-me por trás e dando um beijo na minha bochecha. Garota carinhosa.

– Então quero muitos selinhos – disse e a fiz sentar no meu colo. Roubei-lhe um selinho demorado, quente e saboroso. Estávamos no meu escritório, revisando documentos e digitando relatórios da empresa – Meus pensamentos são em tudo. Você, namoro, futuro, filhos e muito mais.

– Nossa! Calma aí, Cullen. – Disse ela e eu ri. – Ainda começamos um namoro. E bem mais tarde vem os filhos. Vamos por etapas certas, senhor Cullen.

– Você que manda, senhorita Swan. – Disse batendo continência e ela riu. Beijou minha testa e me abraçou.

– Quer almoçar aqui ou fora? – Perguntou ela acariciando meus cabelos. - Eu adoro quando faz isso. – Sussurrei. – Acho que hoje podemos almoçar aqui. Peça para Chelsea providenciar – Disse. Chelsea é a minha nova secretária, substituindo Tanya. A demiti porque já não aguentava mais suas investidas baratas e as ofensas com Bella e meus funcionários da empresa. Chelsea tem 36 anos, casada e com 2 filhos já adolescentes. Ela é fiel ao marido e uma ótima funcionária, o que tranquilizou Bella e até se tornaram boas amigas aqui.

– Certo. Falarei com ela. – Disse Bella e se levantou do meu colo – Agora vamos ao trabalho. O que temos para agora?

– Relatórios e alguns documentos para análise. – Disse e entreguei as pastas para ela.

– Tudo bem. Estará pronto antes do final do dia. – Disse ela e saiu da minha sala.

Sorri de lado feito bobo e voltei a prestar atenção no meu computador. Digitei um e-mail rápido para meu patrocinador e sócio sobre uma reunião que vamos marcar.

[...]

A hora do almoço para mim era sempre um alívio, pois tirava 40 minutos do meu dia para um breve descanso antes de retornar a correria do dia a dia. Bella e eu almoçamos no meu escritório, comemos algo leve e agora estamos conversando sobre assuntos diversos.

– Nossa, Bella. Não sabia que você era tão vingativa. – Disse e rimos.

– Mas ela mereceu. Ninguém mandou mexer com quem estava quieta. – Disse ela com cara de satisfação.

– Boba. – Brinquei e me inclinei em sua direção, deitando minha cabeça em seu ombro.

– Sono, amor? – Perguntou ela mexendo no meu cabelo.

– Uhum. – Respondi manhoso. Bella riu baixinho, mas continuou o cafuné.

Essa garota me fazia sentir o homem mais feliz do universo inteiro.

Pov. Bella

Já no final da tarde, o escritório estava vazio e Edward terminava de organizar as últimas papeladas. Ele e eu estávamos morrendo de sono, muito cansados e precisando de um bom banho para relaxar os músculos.

– Acabei. – Disse e respirei aliviada. – Me sinto exausta.

– O dia hoje foi mais corrido. – Edward concordou. A agenda dele estava lotada entre reuniões e compromissos dentro da empresa, inclusive uma viagem de 4 dias. E não poderei ir junto.

– Tem certeza que você não pode dar um jeito de ir a essa viagem comigo? – Perguntou ele mais uma vez.

– Amor, eu tenho aula. Não posso faltar dias direto – disse e me aproximei dele, o abraçando. – Mas vou sentir muito a sua falta.

– Eu também, pequena. – Disse ele. – Agora não consigo ficar longe de você.

– São só 4 dias. Passará rápido. – Tentei fazê-lo se conformar e conformar a mim mesmo. – Vamos para casa?

– Vamos. – Disse ele e saímos do escritório. Trancando tudo, deixando a chave com o zelador da empresa e fomos embora.

[...]

O caminho de casa foi tranquilo, silencioso e calmo. A empresa não ficava longe e nem tão perto de casa, então chegamos rápido.

Abrimos a porta e fomos recebidos por uma Esme de semblante baixo, olhos vermelhos por um breve choro e com expressão triste. Pelo jeito, algo grave aconteceu.

– Mãe, o que houve? – Perguntou Edward, abraçando Esme.

– Ah, meus queridos – disse ela desabando em um choro profundo e soluçando em seguida.

– Esme, nos diz o que aconteceu? – Perguntei acariciando seus cabelos.

– Bella, eu acho que é melhor você ver com seus próprios olhos. – Disse ela limpando as lágrimas e apontou para sala de visitas. Quem será que veio atrás de mim?

Caminhei até a sala e avistei Alice, balançando a pequena Mel com Jasper ao lado. Os dois estavam da mesma maneira que Esme.

Mas meus olhos observaram outra coisa, no qual não era agradável e um filme passou por minha mente. Toda a minha vida perante os meus olhos, desde a infância até o dia que vim parar na casa dos Cullen.

– O que vocês estão fazendo aqui? – Perguntei e meus olhos arderam pelas lágrimas.

– Viemos matar as saudades, filha. – Disse Renée, cínica.

– Saudades de que? E de quem? – Minha raiva era extrema. – Por que só agora vocês dois lembraram que tem uma filha? Por que? E antes? Eu não existia?

– Isabella, por favor. – Pediu Charlie. – Não entendo o drama. Você sabe...

– EU NÃO SEI DE NADA. E NEM QUERO SABER! – Gritei e me arrependi no momento em que ouvi o choro da Mel. Mandei um olhar de desculpas para Alice e Jasper, eles saíram da sala para acalmar a bebê.

– Bella, amor. – Chamou Edward e tentei respirar fundo. Era o que faltava para o dia acabar.

– Nós viemos ver Isabella. – Charlie se manifestou. – Mas vejo que foi um erro. Minha filha rejeitando a mim e minha esposa.

Soltei uma risada sarcástica e bati palmas. Olhei para a cara deles e num instante vivenciei toda a desatenção da parte deles.

– Sim. Você está completamente certo, Charlie. Foi um erro virem até aqui. – Concordei. – Você e sua esposa, se bem me lembro, não tiveram filha por muito tempo. Não sabem o que passei durante esses anos e o que fui obrigada a suportar, eu só tinha a minha vovó Marie. Só ela. Vocês fazem ideia da minha vida? Da história dela? E de como sobrevivi a tudo? Não, não sabem de nada. Porque “o vencer” sempre veio em primeiro lugar para vocês. E se hoje estou aqui, forte, é porque essa família aqui me estenderam a mão e me mostraram o verdadeiro valor de um ser humano.

– Escute aqui, Isabella. – Renée apontou o dedo para mim e bufei. – Somos seus pais. Mantenha o respeito.

– Minha senhora, modere seu tom. Se minha namorada está assim é porque vocês dois não souberam cumprir devidamente o papel de pais. – Edward falou em um tom bem alto e Renée se calou.

– Saiam daqui, por favor. – Mandei e eles continuaram na mesma posição. – SAIAM!

Eles me olharam nos olhos e saíram dali. Comecei a chorar desesperada, minhas pernas amoleceram e estava prestes a cair no chão. Edward me segurou, aninhou meu corpo junto ao dele e Esme acariciava meus cabelos.

Por que? Por que tudo teve que ser assim?