– M... Mãe?
– Unha, carne e costela... - Pam se apresentou.
– O que você está fazendo aqui? - Mel perguntou olhando para seu livro. Não queria manter contato visual com ela.
– Você sabe que está no lugar errado. Vamos, vou te levar comigo para Seattle, e você estudará na Ridgway. Não começe com não vou, porque não vai mudar minha opinião. Dê adeus ao Texas, e seus coleguinhas inúteis. - Pam mascava seu chiclete com força, como se estivesse com raiva. Mel tomou coragem e se levantou. Ainda estava com medo, mas precisava fazer isso se quisesse ficar na Thallerman.
– Você está me distanciando da Carly. E isso não vai acontecer denovo, ouviu bem? Nunca! Eu me recuso a ir para Seattle, ainda mais nessa hora que... - Melanie se calou por um instante.
– Agora porque? Já que tá falando o que dá na telha, vai em frente. Agora que o quê? - Pam encarou os olhos claros de Melanie por um instante. Eles apresentavam medo. Um medo. Será que deveria contar?
– Tá bem. A Carly está com leucemia, pronto, falei! Satisfeita agora? E tudo isso por sua culpa e do nosso pai! - Mel deu um passo para trás.
– Espera aí... Porque nós temos culpa por aquilo ter leucemia? Ela que não se cuidou, nunca quis comer direito, dá nisso!
– Sabe, você não tem a mínima decência de falar isso sobre a sua filha? Agora ela está lá, no hospital do Texas, sofrendo com a ausência da mãe e do pai! - Mel apontou para a esquerda, onde o hospital se localizava. - Ela agora precisa de amor, o que nunca conseguiu por vocês não serem pais atenciosos. Só ligavam para a Sam, Sam é isso, Sam é aquilo... E estamos tendo todo o custo para ela melhorar logo e sair dalí. Quem? Apenas eu e a Sam, porquê os nossos próprios pais - A loira menor deu ênfase as últimas palavras- não tão nem aí pra gente.
– Pouco me importa se a Carly está morrendo ou não! Ela é uma filha indesejada, ouviu bem? E você também! Eu nunca quis vocês, e não vai ser hoje que vou querer! - Pam gritou, exaltada, deixando Mel com raiva. -Se só a Sam existisse como filha, talvez minha vida não seria tão horrível!
– Então Pamela, pega seus trocinhos e vaza daqui, por quê só vou sair da Thallerman quando estiver formada! - A loira gritou, enfurecida. Não havia ninguém lá naquela hora, porque senão, já havia atraído muitas pessoas para aquela ' pequena briga.'
– Ok. Eu não ligo. Mas saiba, Melanie... Que eu volto amanhã. - Pam saiu com os punhos cerrados e andava para trás.
Mel saiu correndo de lá. Foi para seu quarto, e começou a chorar. Viu uma coisa ao lado de sua cama. Uma foto. Analisou minunciosamente a foto, na qual estava ela e Carly, quando eram pequenas.
– É, Carly. E esta é a vida...

* * *
– Vou ligar para a Karma. Me deseje boa sorte. - A garota acenou positivamente para a amiga, que sorriu. Discou o número de telefone da irmã. Estava apreensiva.
– A... Alô? Oi, sou eu Karma.
– K, como vai?
– Bem, mas... Preciso de um favor seu .
– Esses seus pedidos... Nunca são bons. E sempre são para fazer o mal.
– Fica 'tank', dessa vez as coisas tão normais. Só preciso que se passe por mim.
– Para?
– Conquistar um gatinho...
– Vingança?
– Retorno... Mas e aí? Vai usurpar ou não?
– Tá eu vou... Onde quer que te encontre?
– Thallerman. Quarto 14A. Te espero lá, maninha...
E assim ela desligou o telefone. Sorriu e acenou positivamente para sua amiga. Seria um ótimo retorno...

* * *
Dia Seguinte- HCT- Sexta- 07:43- Sala 123.
– Graças a Deus vou sair daqui. - Carly comemorava, um pouco desanimada. Mesmo que saísse do hospital, o tratamento continuava, ela teria que tomar vitaminas sempre, e se alimentar bem, e pelo final de semana, teria que ficar em repouso. Sam a ajudava colocar sua roupa e pentear seu cabelo, que estava bastante bagunçado. Carly tentou passar sua maquiagem para esconder suas olheiras profundas, mas foi meio impossível, porque ela continuava num estado péssimo, fisicamente.
Se pensou no que estariam falando dela na Thallerman, o por que deste sumiço, o porque das marcas tão profundas em seu corpo. Sua popularidade havia baixado, isto já tinha certeza. Se pensava como levaria sua vida sozinha tendo em vista tantos remédios para tomar, levar em consideração a prática de exercícios físicos, se alimentar bem... Era muita coisa na cabeça de Carly Shay. E também se perguntava: Por quê Sam estava ajudando ela? E quando chegasse na Thallerman, seria diferente? Sam a largaria?
– Posso te fazer uma pergunta, Sam? - Carly a olhou normalmente, não estava fingindo nem aprontando. Na verdade, não tinha condição para isso.
– Faça. - Samantha terminava de arrumar a mochila de Carly.
– Por quê você está cuidando de mim? - Carly perguntou e um silêncio se instalou no quarto. James chegou dando um oi para a loira, e um selinho na morena. Ajudou Carly chegar até o carro, e silenciosamente foram até a Thallerman.

* * *
Jardim da Thallerman- Sexta- 16:32.

– E aí ela falou " Porque você está cuidando de mim?" O que me fez pensar, porque eu estou cuidando dela? Ela acaba com minha vida, com meus sonhos, minha família, vida pessoal, tudo que eu tenho... Agora eu tô cuidando dela? Amor, me ajuda! Tô ficando louca! - Sam puxava 'pacientemente ' a gola da camisa de seu namorado, que estava acariciando ela.
– Você só está fazendo seu papel de irmã. Seus instinto irmãnático está presente quando ou a Mel ou a Carly estão doentes ou não estão bem, então você, vai cuidar delas como se fosse uma mãe, já que foi a única que teve tratamento vip da Pam.
– Talvez você esteja certo.... - Sam olhou para ele. - Mas estou procupada... E se a Carly não melhorar?
– Saiba que comigo você pode contar. Mesmo que eu não vá muito com a cara da Carly, ela é sua irmã... - Freddie riu, e Sam deu um leve tapa no seu ombro. - Sério agora... Vamos passar por isso tudo juntos. - Freddie a abraçou. - E Vai ficar tudo bem...