My Calling escrita por Crystal


Capítulo 4
Girl next door.


Notas iniciais do capítulo

Eai, o que estão achando?



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– Ei... - ouvi alguém chamar quando estava atravessando a avenida da praia. - Espera, Cora. - olhei para trás e vi Drew que correu para chegar até mim.

– Oi, Drew. - falei.

– Eai, tudo bem?

– Uhum e você?

– Também... Lembra quando éramos menores como a gente era amigo?

– Lembro. - falei sem entender onde ele queria chegar.

– O que aconteceu que a gente deixou de ser? - ele perguntou me encarando.

– Eu não sei... Você sendo mais velho, começou a fazer outras coisas que eu ainda não tinha idade suficiente, você começou a namorar aquela loira azeda - ele faz cara de nojo. - e se afastou de mim.

– Eu gostava muito de ser seu amigo. Se pudesse voltar no tempo e reverter isso.

– Eu não sei, Drew. Você mudou bastante...

– Podemos relembrar os velhos tempos amanhã?

– Você quer sair por aí tocando as campainhas do condomínio e depois correr? - falei rindo.

– Ou roubar o gato da senhora Linfault e pintá-lo com a maquiagem da sua mãe. - ele disse gargalhando.

– Lembra quando eu caí de bicicleta e você me carregou nas costas até minha casa?

– Sim. O Wesley ficou me zoando falando que eu era seu escravo.

– Não sei como você consegue morar com ele. - comentei.

– Sabe, ele é muito mais do que todo mundo enxerga. Você devia dar uma chance pra conhecê-lo melhor.

– Eu não sei se quero conhecê-lo melhor, honestamente.

– Ele ta tentando recomeçar as coisas com você, dá uma chance. - eu não tava entendendo que tipo de chance ele se referia. - Hoje vai ter sessão cinema lá em casa, vai lá poxa.

– Hm, eu não sei, tenho que estudar... - falei mordendo o lábio inferior.

– Você vai sim, porque eu quero voltar a ser seu amigo e você vai ver que ainda me conhece. - já estávamos quase chegando. - Sete horas, se você não aparecer vou lá te buscar.

– Tudo bem, vai... Tchau, Drew. - falei dando um beijo em sua bochecha.

– Tchau, Cora. - disse e atravessou a rua para entrar em casa.

De fato eu e Drew fomos muito amigos, mas ele se afastou e eu fiquei com muita raiva dele. Pra mim, ele era apenas um colega e eu tinha deletado tudo de bom que havíamos vivido, mas agora essa conversa com ele, ele lembrando de tudo que fazíamos me fez bem, me fez feliz.

– Oh, mãe... To indo na casa do Drew. - falei entrando no quarto dela. Já eram sete horas.

– Oi? - ela pareceu espantada, mas um espanto feliz e não dauqueles ruins. - Minha filha saindo de casa sexta feira? Que milagre é esse?

– O Drew conversou comigo hoje e disse que sente falta da época que éramos amigos e vai ter uma sessão cinema lá e ele me convidou.

– Vai sim, filha, pode voltar a hora que quiser ok? Aproveita.

– Tá bom, mãe. - falei sem paciência por conta do entusiasmo dela.

Saí de casa e atravessei a rua. Cheguei na porta e ouvi vozes, acho que era o Wes e Drew.

– Porque você não me disse que ela vinha? Eu chamei a Melanie. - essa era a voz inconfundível do Wesley.

– Ah, como eu ia saber? Desconvida ou sei lá... - esse era o Drew.

– Vou ligar pra ela e falar que não vai ter mais.

Toquei a campainha e Laraine abriu a porta.

– Cora, como você ta crescida. - sorri o mais simpática que consegui, não que seja muito porque eu não sei ser simpática. - Tá uma menina linda.

– Brigada, Laraine.

– Eu já to de saída, os meninos tão lá em cima, pode subir.

Wes tinha razão quando disse que nossas casas eram iguais, até a decoração era um pouco parecida. Subi as escadas e não sabia pra onde ir, abri a primeira porta e era um banheiro, a segunda e dei de cara com o Wesley de cueca.

– Foi mal... - falei fechando a porta. Meu Deus que corpo era aquele?

– As pessoas batem na porta antes de entrar, normalmente. - ele falou saindo do quarto de bermuda, apenas bermuda.

– Desculpa, eu tava procurando o quarto do Drew. - senti meu rosto ruborizar, mas torci para que fosse só impressão minha porque sou muita branca e fico ridícula vermelha.

– É aquele ali, vermelinha. - falou apontando. - Mas vamos esperar lá na sala de tv que ele ta tomando banho.

Segui-o até a sala e sentei no sofá, ele sentou ao meu lado e ficou encarando o nada assim como eu. Eu o olhava de vez em quando, mas bem rápido pra evitar que ele percebesse e uma hora que virei para olhá-lo ele já estava olhando para mim. Começamos a rir.

– Porque você ficou me olhando? - ele perguntou.

– Pra ter certeza que você é horrível. - falei ainda rindo.

– Você me acha maravilhoso, não mente. Ficou babando quando me viu de cueca.

– Não tava babando, tava vomitando de nojo.

– Fica quieta, por favor vai.

– Me obrigue. - falei cruzando os braços.

Ele se aproximou rapidamente e segurou minha nuca, logo em seguida grudou nossos lábios. Meu coração batia acelerado, parecia que ia sair do meu peito. Abri a boca para dar passagem a sua língua e então nossas línguas se encontraram. Desceu a mão para a minha cintura e nos aproximou mais. Descolou nossas bocas e beijou meu pescoço e depois mordiscou o lóbulo da minha orelha e quando ia me beijar novamente ouvimos uma voz azeda.

– Wes? Onde você tá, lindinho?

– Puta que pariu. - murmurou e levantou indo para o corredor. - O que você ta fazendo aqui, Melanie?

– Eu vim ver você mesmo sem sessão cinema, achei que a gente podia ter uma diversão particular.

– Não, não podemos. Vai embora, por favor. - ele falou sério.

– Ai, porque você ta me tratando assim? Você sabe que grosseria eu gosto só na cama. - é muita escrotisse pra uma pessoa só.

– Vai embora, Melanie, já to cansado de você me atormentando. Você nem é tão boa de cama assim.

– O quê? Você acha que eu sou o tipo de garota que você pode usar e jogar fora?

– Eu não acho, eu tenho certeza! - já chega de ouvir essa ceninha ridicula, levantei e passei por eles e desci as escadas. - Cora, onde você vai? Volta aqui. - Wesley falou andando atrás de mim.

– Cora? Wesley? - Chloe falou entrando com o Keaton, passei por eles sem falar nada.

– Cora, espera. Para de fugir de mim! - Wes falou e eu parei no portãozinho de casa e virei para ele. - Porque você saiu correndo?

– Wesley, eu não quero ficar com você, eu não quero fazer o papel que a Melanie fez hoje. Não quero ser descartada quando você achar algo mais interessante.

– Quem disse que eu vou fazer algo desse tipo com você? Cora, você é diferente da Melanie, eu jamais te trataria como eu a trato. - até porque eu não seria idiota o suficiente para aceitar esse tipo de coisa.

– Não sei, Wesley, eu to confusa pra caralho. Vou ficar aqui em casa, boa sorte com a Melanie. - disse abrindo o portão e entrando.

Ai minha cabeça!


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