My Calling escrita por Crystal


Capítulo 1
Hearts out.


Notas iniciais do capítulo

Olá, espero que gostem.



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Que dia maravilhoso, o sol entrando pelas frestas da minha janela e tomando conta do meu quarto, que jeito estupendo de acordar em plena quarta-feira de aula. Se você é estudante sabe que estou sendo irônica e para mim, o dia não poderia ter começado pior. Primeiro porque eu tenho escola e terei que enfrentar as mesmas coisas de sempre, as piranhas falando mal de mim e da Chloe, minha melhor amiga desde o jardim de infância quando achamos um gatinho e falamos que ele era nosso filho, mas então o maldito little Stromberg o roubou da gente falando que o gato era dele, que nós éramos ladras e que ele não podia ter duas mães, esse corninho tem o gato até hoje. Bom, voltando para a escola, além das piranhas, tem os babacas que ligam para as piranhas e entre eles está o Wesley Stromberg que eu odeio, também. Eu odeio os Strombergs, basicamente, e não é só pelo fato deles darem festas até as quatro da manhã quando eu quero dormir. Eles são os piores vizinhos que alguém pode ter. Existem outros grupinhos, como os nerds, os góticos, os músicos (os Stromberg fazem parte desse também) e tem eu a Chloe, que não nos encaixamos em nenhum grupo, nunca.

O segundo motivo de não estar feliz pelo o dia de hoje é porque está sol e eu odeio sol. Eu sou muito branca e se passo mais de dez minutos no sol sem filtro solar já começo a ficar vermelha e a acumular gotículas de suor na testa. Suar é horrível, nojento e totalmente desnecessário levando em conta que você só está perdendo água que é muito útil para o seu corpo.

Com muita relutância, levantei da cama e fui para o banheiro tomar banho, me encarei no espelho e disse "Você está péssima, Coraline." e entrei no chuveiro. Já estava atrasada então corri e passei voando pela minha mãe que gritou:

- Não vai comer nada? Saco vazio não para em pé!

- Eu como algo na escola. - calcei meus tênis, peguei minha bicicleta e segui meu caminho para a escola que ficava cinco quadras da minha casa.

Cheguei suando na escola, bem do jeitinho que eu gosto, e entrei correndo na sala de aula. Meu lugar no canto da sala ao lado de Chloe estava lá como sempre, passei pelo professor que estava de costas achando que ele não ia me ver quando...

- Quando você vai aprender Laragnoit (lê-se: Laranoá)? Quer que eu te compre um despertador?

- Não precisa, muito obrigado, senhor Fitz. - sorri irônica, professor infeliz.

- Ok, sente-se e fique quieta. Vamos aos trabalhos, hm... - ele passou os olhos pela lista de chamada. - Wesley Stromberg.

- Professor, eu não tive tempo de fazer o trabalho porque meu avô está muito doente e eu tenho que cuidar dele porque minha mãe trabalha muito. - ele falou tirando os olhos do celular e encarando o senhor Fitz.

- Hm, engraçado que pra fazer festa até as quatro da manhã você teve tempo, né? - falei rindo e a classe toda riu.

- Cala a boca, estranha.

- Como você sabe da festa, você esteve lá? - Senhor Fitz olhou para mim.

- Não, mas eu sou vizinha desse imbecil e não consegui dormir a noite inteira, por isso me atrasei. - era a primeira vez que falava mais de cinco palavras naquela sala e tenho certeza que me arrependerei.

- Qual é, professor, o senhor vai acreditar nessa garota estranha? - revirei os olhos.

- Bom, primeiro parem com as ofenças, já vi que vocês tem uma relação muito conturbada por isso vão fazer o trabalho juntos.

- Mas senhor, eu já fiz o meu... - contestei.

- Então, ajude o Stromberg a fazer o dele, ele está precisando de notas e as suas são excelentes apesar dos atrasos.

- Não, professor, por favor, não me obriga a ajudar esse monte de musculos sem neurônio.

- Já está resolvido, Laragnoit. - ele disse me fazendo cruzar os braços.

De fato, Wesley era atraente. Tinha um corpo escutural perfeito e um sorriso de tirar qualquer um do sério, mas eu prezo muito mais o caráter das pessoas e o dele numa escala de 0 a 10 é -20. A aula acabou e me levantei para sair da sala mas algo me impediu, levantei o olhar e vi Wesley.

- Dá licença, por favor. - falei sem olhar para ele.

- Se você tivesse ficado de boca fechada, nada disso teria acontecido. - ele falou ainda próximo a mim.

- Se você fosse menos burro, eu não seria obrigada a dar aulas pra você. Agora me dá licença que você me dá alergia. - falei fingindo me coçar, ele saiu andando e eu fui atrás da Chloe.

Chloe é o tipo de menina crítica. Ela me critíca muito e eu sei que ela faz isso vizando o melhor para mim, mas as vezes ela extrapola. Tudo bem que na maioria das vezes ela tem razão e ela quer me proteger de tudo e todos porque ela sabe do que eu tenho - algo a ser discutido mais pra frente - e ela é assim, critica tods que se aproximam de mim, talvez por insegurança ou porque ela não vai com a cara de outros e já brigamos muito por causa disso, mas sempre damos a volta por cima, sempre superamos. Queria poder chamá-la de morena ou loira, mas ela não é nenhuma dessas coisas, ela fica no meio-fio entre as duas coisas e o nome dela já é tão pequeno que não dá nem para arrumar um apelido, enfim, encontrei-a no pátio da escola tomando refrigerante e encarando Keaton, o Stromberg mais novo.

- Por favor, me diga que ta imaginando ele pegando fogo ou algo do tipo e não que está afim dele.

- Cala boca, infeliz. - ela falou me ofercendo a latinha de Coca-Cola. - O Keats ficou legal agora que amadureceu.

- Keats? Legal? Como assim, Chloe Williams? Ele roubou o Peep da gente!

- Zuni. - ela falou sem me encarar.

- O quê? - a fitei incrédula.

- O nome do gato é Zuni e ele tinha razão, ele não podia ter duas mães, acho que ele impediu que nos tornassemos lésbicas e o gato crescesse traumatizado.

- Ah sim, Keaton salvou nossas vidas, palmas para esse grande ato de heroísmo. - falei irônica.

- Já parou pra pensar que talvez todo esse ódio não faça bem pra você? Eu ajudei o Keaton a fazer o trabalho de literatura que a gente já fez ano passado, - ele é um ano mais novo - foi ele quem pediu, e eu pude perceber que ele mudou.

- Você quem sabe, ainda não vou com a cara dele. - comentei.

- Relaxa, vou fazer vocês se conhecerem melhor. - ela falou levantando por conta do sinal ter tocado. - Aliás, boa sorte com o Wesley.

- É, vou precisar. - falei levantando e voltando para classe.

"Eu te odeio, Wesley Stromberg." murmurei em minha mente.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo... Beijão.



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