A Droga escrita por Praude


Capítulo 10
A verdade




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Os Karas continuavam no Rio, agora passeavam como nunca e se sentiam muito bem por terem ajudado a prender aquele horrível bandido, as vezes eles iam para a delegacia falar com as pessoas de lá, principalmente Jéssica.

Este foi um destes dias, os Karas foram para a delegacia pela manhã ficaram no antigo escritório de Garcia conversando com Jéssica que já parecia recuperada da morte de Garcia.

Eles gostavam também de conversar com os carcereiros das celas que ficavam lá para os bandidos ainda não transferidos para as penitenciárias, os cinco dispensaram Jéssica por um tempo e foram falar com o carcereiro. Ao chegar a hora de levar comida a Rafael, que seria levado para a penitenciária dali alguns dias, Miguel pediu ao carcereiro que ele levasse, sozinho. O homem entregou-lhe a comida e voltou a conversar com os outros Karas.

Miguel ao chegar perto da cela de Rafael ouviu uma voz conhecida, a vos de Jéssica. Parou grudado a uma parede e escutou o que eles diziam:

–Ai está! Logo você pagar sua fiança e nem pense em contar está bem? Todos nos esqueceremos disso quando você for solto.

–Está bem.

Miguel achou aquilo estranho, resolveu não mostrar que havia escutado a conversa e esperou alguns minutos após ter acabado para entregar a comida. Ao deixar a bandeja lá olhou para cela de Rafael, estava no canto um pacote fechado.

Voltou e perguntou quando Rafael seria transferido para a penitenciária, 3 dias. Miguel resolveu não contar par ninguém o que tinha ouvido, ao menos por enquanto.

Os Karas voltaram para casa, Crânio estava em seu computador, Chumbinho jogando games com Calu e Magrí via TV, Miguel estava na cama, fingia ler um livro, mas na realidade pensava sobre o que ouvira.

Eles almoçaram e resolveram ir para o Palácio do Catete, Miguel queria saber mais sobre o que tinha escutado, mas não conseguiria sem Crânio. Disse estar se sentindo mal e que se melhorasse encontraria os amigos.

Calu, Chumbinho, Magrí e Crânio estavam pegando as coisas para saírem e Miguel queria dar um jeito de falar com Crânio sem alertar os outros amigos.

–Vou à cozinha pegar minha garrafa d’água. – Disse Crânio antes de saírem.

–Pegue a minha também. –Disseram os outros.

–Não irei conseguir pegar.

–Eu te ajudo! –Miguel viu uma oportunidade de falar com Crânio longe dos outros.

Miguel e Crânio foram para a cozinha, ao chegarem Miguel começou a falar:

–Crânio, eu preciso que você me ajude. Quando fui levar a comida de Rafael eu ouvi a voz de Jéssica, fiquei ente uma parede e ouvi. Jéssica dizia que logo Rafael poderia pagar a fiança e eles se esqueceriam de tudo, Rafael concordou e ela foi embora. Depois eu coloquei a comida na cela de Rafael e reparei em um pacote no canto da cela, acho que tinha dinheiro lá. Não sei o que fazer e você precisa me ajudar.

–Nossa isso é sério. Se Jéssica está dando dinheiro a Rafael é por que ela quer esconder algo que ele sabe sobre ela, vou dizer que ficarei aqui para prevenir se algo acontecer com você e quando Calu, Magrí e Chumbinho saírem nós veremos o que fazer.

–Então tá.

Miguel se sentou na cadeira e quando ouviram os passos de Magrí, Crânio estendeu a garrafa de água ao amigo, como que para ajuda-lo.

–Por que a demora?

–Miguel se sentiu tonto, acho que ficarei aqui caso algo aconteça com ele.

–Tudo bem, nós voltamos logo. –Disse a garota pegando as três garrafas d’água.

Após Calu, Magrí e Chumbinho saírem, Calu e Miguel trataram de tentar descobrir como saberiam a ligação de Jéssica com Rafael. Resolveram ir até a casa de Jéssica e tentar descobrir algo. Crânio que sempre tinha algo para investigações consigo pegou uma mini câmera para colocarem no apartamento da mulher.

–Acho melhor olharmos a ficha dela primeiro. Tenho acesso aos arquivos da polícia em meu computador. –Disse Crânio antes de saírem.

Crânio pegou seu computador e com Miguel ao lado olhou tudo o que tinha sobre Jéssica.

–“Jéssica Nascimento Souza, nascida dia 14 de março de 1986, formada em odontologia pela PUC no ano de 2008, tem um consultório que no momento está parado no setor Engenho Novo...” - Lia Crânio.

–Espere! Magrí nos contou que quando foi sequestrada por Rafael ela acordou em um consultório odontológico e quando conseguiu sair ela perguntou a uma mulher onde estava e esta lhe respondeu que estavam no Engenho Novo.

–Isso! Muito bem Miguel! Vamos colocar esta câmera na casa de Jéssica e depois vamos dar uma olhada neste consultório.

Miguel e Crânio saíram do hotel, foram primeiro para a casa de Jéssica, onde Crânio abriu a porta usando uma técnica parecida com a de abrir a porta com clips que aprendeu na internet.

Eles entraram e Crânio pegou luvas em sua mochila e deu ao amigo. Eles primeiro olharam se não havia nada na casa, mas não havia nenhuma anotação ou foto. Enquanto Crânio instalava a Câmera, Miguel resolveu olhar os recados da secretária eletrônica.

Ele passava os recados, mas não ouvia nada que pudesse ser suspeito, até que ele se surpreendeu com a voz de Rafael:

–“A situação está grave, eles estão me caçando com vontade. Eu mandei meus homens pegarem o Chumbinho para garantir, mas se eles me acharem eu terei de falar sobre você”.

–O que é isso? –Falou Crânio após ouvir a mensagem que o amigo mandou tocar.

–Está na secretária eletrônica dela, deve haver mais, vou continuar passando.

–“A garota fugiu, eles estão atrás de mim e com ela irão me achar mais facilmente, eu vou para Goiânia até tudo se acalmar.”, “Eu dei a ricina pro velho, daqui a pouco ele morre, coloquei no meio do açúcar que ele usa no café.”, “Eu peguei a menina, está certo eu levar pro seu consultório?”, “Temos que tomar cuidado, eles pegaram Lucas, Davi e André.”, “Eu vou fazer a compra da Metilamina em São Paulo, só para garantir que não haja meu nome nos registros do Rio se alguém olhar”.

–Meu Deus! Ela é a chefe, ele estava fazendo tudo para as suspeitas não chegarem nela, mas era ela quem falava o que Rafael tinha que fazer, por isso ele fala tudo o que está acontecendo! Por isso ela disse que não tinha entrado na sala do delegado no dia em que achamos o corpo dele. O que você a ouviu dando para Rafael era dinheiro para que ele não contasse a ninguém que na verdade era ela quem chefiava tudo!

–Temos que levar isso para a polícia.

–Acalme-se, os policiais precisarão de provas. Veremos se aparecerá algo nas gravações, diremos para Calu, Magrí e Chumbinho e depois diremos aos policiais.

Crânio e Miguel voltaram para o hotel ainda assustados, não imaginavam que logo Jéssica faria parte daquele crime e piro ainda, comandava-o.

Ao chegarem ao hotel encontraram os amigos que perguntaram onde estavam Crânio e Miguel. Crânio explicou:

–Nós estávamos na casa de Jéssica.

–Fazendo o que lá? –Quis saber Chumbinho.

–Hoje quando fomos à delegacia, na hora em que fui levar a comida para Rafael eu ouvi a voz de Jéssica e parei para ouvir. Ela dizia que logo Rafael poderia pagar sua fiança e que após isso eles se esqueceriam de tudo, ouvi um barulho de papel e depois passos. Ao deixar a comida eu reparei que havia um pacote no canto da cela de Rafael. Falei ao Crânio e olhamos sobre ela, descobrimos que ela tem um consultório odontológico no Engenho Novo, fomos para a casa dela e enquanto Crânio colocava uma câmera no teto da sala eu ouvi várias mensagens de Rafael, falando coisas da produção de Metanfetamina e sobre nosso pregresso no caso.

–Ela é a chefe? –Disseram Chumbinho, Calu e Magrí surpresos.

–Parece que sim. –Disse Crânio ligando seu notebook.

Ele abriu no programa que estava ligado a câmera na casa de Jéssica, em cerca de vinte minutos ela chegou para almoçar, os cinco ficaram olhando.

Jéssica colocou a bolsa em cima da mesa, foi para o quarto e voltou com dinheiro na mão, colocou em um pacote de papel e colocou o pacote na bolsa. Foi para cozinha e logo voltou com um prato, sentou em frente à TV e começou a comer. Pegou seu celular e olhou.

–Com isso a fiança de Rafael poderá ser paga e ele poderá dizer que foram as economias de sua mãe, pois seus bens estão congelados.

Crânio pegou o notebook, colocou na mochila e chamou os amigos, eles pegaram um táxi para a delegacia e aproveitaram a ausência de Jéssica para mostrar a gravação para um policial.

Após o policial ver o vídeo, ele foi até a cela de Rafael e pegou o pacote, dentro havia muito dinheiro e papéis, provavelmente das embalagens de outras quantias. Ele foi com os Karas até o consultório de Jéssica e pegou impressões digitais nas ferramentas e levou para o legista.

Eles esperaram algum tempo lá, Jéssica já havia chegado e os garotos fingiam estar apenas conversando com o legista, como fizeram naquela manhã com o carcereiro.

As amostras confirmaram serem as impressões digitais de Magrí, o policial foi por último até a casa de Jéssica e Miguel o mostrou as mensagens na secretária eletrônica.

O policial parecia tomado de raiva, foi para a delegacia na maior velocidade possível, ao chegar entrou na sala de Jéssica sem bater na porta e declarou:

–Você está presa por comandar o crime da produção de Metanfetamina no Rio de Janeiro.

–O que está acontecendo aqui? –Disse a mulher já algemada.

–Nós descobrimos, Miguel lhe ouviu conversando com Rafael pela manhã, colocamos uma câmera na sua casa, vimos as mensagens de Rafael em seu telefone e pegamos as digitais de Magrí em seu consultório. –Esclareceu Calu.

A mulher foi levada para a cela, o dinheiro de Rafael foi pego e ele entregou a mulher. Os dois foram transferidos para a penitenciária e agora as férias dos Karas já estavam por acabar.

Em três dias eles pegaram o avião de volta para São Paulo, encontraram Andrade no aeroporto.

–Como foi a viagem?

–Você nem imagina! –Disseram eles sorrindo.


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