O Despertar do Lobo escrita por Chase_Aphrodite, danaandme


Capítulo 3
Capítulo 02 – Run Baby, Run


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, só um desabafo. Eu realmente tive uma crise de pânico ontem depois da publicação dos primeiros capítulos dessa fic. A Chase teve que segurar as pontas e me acalmar, porque eu realmente estava me sentindo como a garota que é apresentada a família, logo após um divórcio complicado. Hahahaha. Sério, eu sinceramente agradeço pelas mensagens nos comentários. Ser a parceira da Chase nesse projeto é maravilhoso e espero que vocês continuem curtindo nosso trabalho. Ufa. Bem, como eu disse, desabafo. Obrigada mais uma vez.
Danaandme


Oi gente,
Tudo bem?
Só queria agradecer por estarem me dando essa chance! Espero que estejam gostando.
Chase



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Rachel deu um passo adiante e o mundo pareceu parar. Até que Quinn virou-se de uma vez e saiu correndo pelos corredores sem olhar para trás, fugindo dali o mais rápido que podia.

Santana mal teve tempo de reagir. Ela não esperava que Quinn agisse daquela maneira, mas podia entender como a situação havia chocado a amiga. Diferente da sua não tão verídica fama de ‘libertina’, Quinn possuía a reputação da perfeita garota cristã. Ela sempre tirava boas notas, era a filha exemplar, a capitã das líderes de torcida do colégio, monitora nas aulas de culinária no centro comunitário de Lima, presidente do clube do celibato, e por consequência: a virgem etérea que reinava absoluta nas fantasias de todos os garotos (e algumas garotas) da escola. Ela nem ao menos tinha beijado alguém em toda sua vida! Cristo! A garota era mesmo o sonho dourado de qualquer pervertido. Só que agora, de uma hora para outra, ela se via emparelhada com outra garota, ao invés de seu tão esperado príncipe encantado. E não era só uma garota qualquer. Não. O destino decidiu ferrar bonito com a loira. A companheira dela tinha que ser ninguém menos que Rachel Berry. Rachel Freak Berry. A garota que Quinn Fabray havia atormentado praticamente durante toda sua vida.

Não era para menos que ela tivesse fugido.

Por causa disso, quando Rachel fez menção de seguir a Head Cheerio, Santana se apressou em impedi-la. Uma Quinn nervosa era uma Quinn descontrolada, e Santana não queria que sua amiga fizesse, ou dissesse algo que certamente iria fazê-la se arrepender mais tarde.

– Não! Berry, espere. – Santana agarrou a morena mais baixa pelo braço. - Apenas dê um tempo a ela. Deixe-a se acalmar, depois vocês podem conversar.

Ela ainda segurava Rachel firmemente pelo braço, quando sentiu o corpo da garota vibrar e um pequeno rosnado escapar de seus lábios. Rapidamente a Cheerio largou o braço de sua Alfa.

– De-des-culpe Berry. E-eu não quis te dizer o que fazer é só que... – Santana tropeçou nas palavras, engolindo uma quantidade absurda de saliva, completamente perplexa com suas atitudes no momento. ‘Eu não acredito que estou gaguejando, por causa da Berry!’, a latina pensou irritada.

Contudo, aparentemente seu momento de gagueira trouxe um pouco de sensatez de volta as feições de Rachel, e a pequena morena parecia um tanto chocada com a própria reação. Santana assistiu Rachel respirar fundo, enquanto um pouco da tensão parecia sumir de sua aura.

– Desculpe, Santana. Eu não estou me sentindo muito bem no momento. Quer dizer, eu não venho me sentindo eu mesma nos últimos dias... – a pequena diva admitiu passando as mãos ainda trêmulas de raiva pelos cabelos. Seu olhar vagou na direção que Quinn havia tomado e ela suspirou. – Eu não sei por que, mas não posso deixa-la ir desse jeito. Preciso encontrá-la. Algo dentro de mim, diz que isso não está certo. Não me pergunte por que, eu apenas sinto.

Os olhos castanhos escuros só se arregalavam a cada palavra proferida por Rachel. Por acaso, a ainda não completamente desperta Alfa, estaria pressentindo o medo em sua parceira? Isso era quase impossível... Rachel não poderia ser capaz de sentir a confusão de sentimentos de Quinn. Não ainda. Não antes de sua primeira transformação. Mas, pensando bem, Santana também ficara surpresa com a força na aura da morena... Se ela já era capaz de ter um poder tão grande antes mesmo de se transformar imagine quando...

– Preciso da sua ajuda para encontrá-la. – E pronto. Aqui estavam as palavras que fizeram Santana enrijecer. Rachel havia dado uma ordem, e exatamente como na primeira vez, quando ela havia ordenado que Santana não lhe dirigisse mais a palavra. E mais uma vez, Santana não conseguiu encontrar forças para desobedecer.

‘Merda.’, pensou a latina.

– Tudo bem, se é isso que você quer, mas você tem que prometer que não vai forçar demais a barra, e também que não vai levar a sério tudo que ela possa vir a dizer. Quinn costuma ser uma megera quando se sente acuada e normalmente diz coisas que não deve...

– Santana. Acho que não preciso ouvir um sermão sobre como Quinn pode ser cruel. Você não acha?

Rachel viu a garota engolir seco, abaixando a cabeça logo em seguida. Sinceramente, ela não entendia o que estava acontecendo consigo. Por que havia todo aquele desespero dentro dela? Por que aquela sensação de urgência de encontrar Quinn? Ela era garota que sempre fez de sua vida um inferno, Rachel deveria querer distância dela e de todos aqueles que a rodeavam, mas lá estava ela, pedindo a ajuda de Santana Lopez, talvez a única pessoa que a atormentou quase tanto quanto a própria Quinn, para se juntar a ela numa busca sem fundamentação lógica, pela garota que personificava seu pesadelo pessoal.

Rachel viu Santana se virar para a loira ainda sentada no chão ao seu lado.

– Britt-Britt, você já pode se levantar.

– Não, eu não posso San. Não ainda. - A outra Cheerio respondeu olhando sugestivamente para Rachel, fazendo Santana respirar fundo.

– Hmm. Berry? Será que você se importaria de dizer a Brittany que ela pode se levantar?

– Como? Eu? Por quê? – Rachel perguntou confusa. Santana só acenou a cabeça, com um olhar que pedia que ela não pedisse explicações. Rachel revirou os olhos, mas se dirigiu gentilmente para a garota sentada no chão.

– Brittany, você pode se levantar agora.

– Então você aceita o meu voto? - Brittany perguntou esperançosa, ainda sentada no chão. Rachel olhou para Santana, que voltou a acenar com a cabeça.

– Claro! Lógico que eu aceito, Britt.

A Cheerio se levantou de uma vez com um pulo.

– Que bom! Eu já não aguentava mais ficar sentada. Não foi como daquela vez que San e eu ficamos presas no colégio até mais tarde, e ela prometeu que iria lavar os corredores do colégio com os meus org...

A mão de uma latina corada tapou a boca de Brittany, a impedindo de continuar a falar.

– Berry, achei que você estava com pressa para encontrar Quinn.

– Estou. – disse Rachel grata pela interrupção. A vida sexual das garotas na sua frente não era algo que ela desejasse saber, mesmo sendo impagável assistir a Santana Lopez ficar sem graça. - Vocês procuram dentro do prédio da escola e eu vou procurar lá fora. Nos encontramos ao lado do campo de futebol em vinte minutos.

E mais uma voz a autoridade na voz da Alfa percorreu as veias das duas Cheerios presentes.

– Ok. – Santana respondeu prontamente.

– Sim senhora. – Brittany bateu continência, agarrando Santana pela mão e correndo pelo corredor.

Rachel franziu o cenho, mas resolveu desconsiderar a sensação de que de alguma forma, as duas Cheerios pareciam colaborativas demais.

...

Quinn caminhava pelos bosques que rodeavam o terreno da escola. Ela precisava ficar sozinha, afastada de tudo e de todos. As lágrimas rolavam por suas bochechas rosadas, seu coração parecia estar quebrando em pedaços em seu peito.

Sua vida estava acabada.

Destruída.

Tudo aquilo que seu pai sonhou para ela. Toda a vida que ela havia deslumbrado desde pequena. Todos os preparativos. As aulas... Tantas aulas. Etiqueta, piano, culinária, bordado, politica, línguas estrangeiras (Quinn sabia falar fluentemente francês e espanhol e recentemente estava se dedicando ao italiano.). Isso sem falar dos treinos físicos.

Desde os três anos de idade ela havia sido talhada para atender a toda e qualquer expectativa que seu futuro companheiro pudesse ter.

Ela havia se guardado inteiramente para ele, nunca permitindo que nenhum outro garoto se aproximasse. Ela sempre se manteve fiel à ideia de pertencer a ele, mesmo antes que ele despertasse e viesse reclama-la. E ela podia dizer com toda certeza, que toda a alcateia não esperava menos dela. Afinal, ela era aquela que havia sido a escolhida; a futura esposa do líder tão esperado.

Desde o dia em que seu futuro papel perante sua sociedade foi anunciado, a responsabilidade de ser perfeita foi atirada sobre seus ombros, e Quinn não tivera opção senão aceitar o fardo com toda elegância e nobreza que lhe eram esperadas.

A imagem de seu pai a rodopiando em seus braços, enquanto comemorava sua perspicácia em dominar a técnica de suprimir o próprio odor de lobo tão precocemente, e o orgulho em seu rosto enquanto se gabava para os amigos de cada conquista, ou novo talento que ela desenvolvia era algo que ela jamais veria novamente.

Seu pai nunca a perdoaria por ter uma companheira. Ela deveria ser perfeita, e ter uma companheira não se encaixava nesse padrão. Ele sempre dissera que ela precisava se preparar para ser a melhor que todos, porque além de ser uma Fabray, ela também seria a companheira do Alfa Verdadeiro, o lobo mais forte de toda alcateia. O homem mais respeitado de sua sociedade. Aquele que seguraria sua mão perante Deus e todos os outros homens e lhe levaria ao altar; que a tomaria em seus braços e finalmente a faria sentir-se completa.

Mas ao invés disso ela tinha Rachel Berry.

Agora, Quinn não conseguia expurgar a vergonha que havia lhe acometido quando o fato de que ela havia torturado, humilhado e ignorado exatamente a pessoa para quem ela havia passado a vida se preparando para atender a todas as expectativas. Além do quê, o que Rachel faria quando soubesse a verdade?

Rachel nunca iria querê-la ao seu lado... E mesmo se quisesse, que tipo de relacionamento elas teriam? Como construir algo em cima de lembranças tão desagradáveis? Mesmo que Quinn se esforçasse para honrar seu papel perante a alcateia, como ela poderia passar sua vida ao lado de alguém que a desprezava?

‘Por que ela tinha que destruir a vida perfeita que eu tinha planejado?’, Quinn passou a mão pelo rosto, limpando as lágrimas. Sem notar que estava caminhando em direção da parte mais profunda da mata.

...

Vinte minutos haviam se passado e Rachel já havia inspecionado toda a área externa do colégio, o que não era muito na verdade. A pequena morena caminhava em direção do campo de futebol, vendo ao longe os garotos do time praticarem lançamentos.

‘Onde diabos ela se meteu?’, a cada minuto que passava a morena ficava ainda mais preocupada. Aquela angustia só crescia em seu peito, e uma tristeza enorme parecia querer invadir todos seus pensamentos. Rachel olhou para os lados, procurando por sinais de Santana e Brittany, na esperança que elas tivessem tido mais sorte. Só que a mesma vozinha que a incitava a encontrar a Head Cheerio, também lhe dizia que as amigas da loira não tinham tido sucesso em sua busca.

O que ficou ainda mais evidente quando ela viu as duas garotas se aproximando de onde ela havia parado.

Rachel franziu o cenho para aparência das duas, percebendo as roupas desalinhadas, os cabelos bagunçados e o cheiro de sexo... Espere um momento.

‘O cheiro, claro!’, a morena pensou. Podia parecer estranho, mas ela agora tinha certeza que de alguma maneira seu olfato que havia se superdesenvolvido recentemente, seria capaz de captar o cheiro de Quinn. ‘O cheiro de Quinn... ’

E no minuto seguinte tudo fez sentido. Aquele aroma maravilhoso que ela havia sentido mais cedo vinha de Quinn. Rachel girou nos calcanhares literalmente farejando o ar ao seu redor. Podia parecer insano, mas Rachel Berry realmente acreditava que o que quer que tudo aquilo significasse, encontrar Quinn Fabray seria a chave para desvendar todo aquele mistério.

– Hey, Berry... Nós. – Santana tentou falar.

– Para onde foi o cheiro? - A morena interrompeu, franzindo o cenho quando percebeu que o cheiro de Quinn já não podia ser sentido. – Não consigo sentir o cheiro da Quinn. Estava aqui até há pouco...

Mais uma vez, Santana estava perplexa com as habilidades da Alfa.

– Ela mascarou. – a garota atestou simplesmente. Rachel olhou-a com uma expressão confusa, então a latina acrescentou. - Ela não quer ser encontrada, ela encobriu o cheiro.

Rachel teria questionado a sanidade da garota diante dela, se não tivesse sido atingida por uma sensação de pavor paralisante. Levou alguns instantes, mas ela percebeu que aquele medo não vinha dela, era mais como se a morena estivesse provando dos sentimentos de outra pessoa.

– É a Quinn. – ela disse quando a realização de quem poderiam ser aqueles sentimentos a alcançou.

Rachel se virou de uma vez na direção do bosque, quando uma nova onda de medo percorreu seu corpo.

– Quinn! - No segundo seguinte ela corria numa velocidade sobre-humana em direção as árvores. Santana e Brittany não precisaram de ordens para segui-la.

...

Quando Quinn percebeu que estava sendo seguida, já era tarde. Ela estava no meio de uma clareira, cercada por quatro lobos enormes, e sem nenhuma chance de defesa. Não havia tempo para que ela se transformasse, dessa vez, ser a melhor nos treinos não o suficiente para salva-la.

Ela realmente estava perdida.

...

Santana assistiu Rachel se distanciando numa velocidade incrível para um lobo ainda em sua forma humana. A Cheerio não podia ficar mais admirada com a agilidade daquela que seria sua Alfa. A cada minuto, Rachel Berry ganhava ainda mais o respeito de Santana Lopez.

– Ela é incrível. Que merda. – a garota disse vendo Rachel se afastar ainda mais. Então o cheiro invadiu suas narinas. Lobos. Havia lobos à frente, e provavelmente não eram amigos. Rachel seria massacrada. – Droga, Berry! Espere! Anã dos Infernos!

Santana começou a se livrar do top que vestia. - Brittany! Se transforme agora!

O ar ao seu redor tremeu, e os músculos do corpo da garota foram se alongando, no mesmo instante que a pele lisa dava lugar a um pelo castanho-escuro. Ao seu lado surgiu um lobo castanho-claro e eles seguiram em disparada a trilha deixada por sua Alfa.

...

Quando Rachel finalmente chegou até a clareira ela viu Quinn, há poucos metros de onde ela se encontrava, cercada por quatro lobos enormes. Eles eram tão grandes que por um momento a cantora cogitou se não seriam ursos ao invés de lobos. Quinn parecia tão pequena e frágil no meio daquelas criaturas, que o pânico de perdê-la nublou todos seus sentidos, fazendo-a correr na direção dela quando um deles pulou para ataca-la.

...

Quinn pode ver o momento que um dos lobos se jogou no ar na direção dela. Ela respirou fundo, erguendo o queixo num último ato de orgulho e se preparou para receber a dor que nunca veio. Ao invés disso, um grito pavoroso preencheu o lugar, fazendo-a abrir os olhos. O que ela viu fez com que todo o ar escapasse de seus pulmões. Na sua frente, posicionada tal qual uma barreira protetora, estava Rachel Berry. As mãos da morena mantinham a boca do lobo, que pulara na direção de Quinn, aberta o suficiente para que as presas do bicho não conseguissem se cravar ainda fundo em seu ombro.

O sangue já empapava a jaqueta de Rachel, mas apesar da dor excruciante, a garota sentia um poder incrível invadir seu corpo, uma força sobre-humana tomou conta dela. A fúria de ver Quinn ser atacada uniu-se ao pânico de vê-la machucada e Rachel correu tão rápido que conseguiu se colocar no último minuto na frente da loira, para receber o ataque em seu lugar. Era bem provável que seu ombro esquerdo estivesse completamente dilacerado, mas de algum modo suas mãos se fechavam com ainda mais força sobre as mandíbulas do animal. Um som que não era totalmente humano escapou por seus lábios e ela arremessou o bicho para longe. O lobo bateu em uma árvore do outro lado da clareira, ele cambaleou um pouco, visivelmente desorientado, mas logo se levantou, caminhando de volta na direção delas.

Quinn ofegava atrás de Rachel. O modo como a morena a havia salvado era espantoso, e aquela aura que a envolvia era magnifica. Seus olhos castanhos amendoados agora estavam completamente negros, e os músculos de seus braços se pronunciavam sobre a pele macia exposta pela jaqueta estilhaçada pelo ataque do lobo. Ela parecia tão sexy e exótica, e ela pertencia a Quinn. A loira arquejou quando sentiu uma onda de possessividade percorrer seu corpo.

Os quatros lobos a frente delas se preparavam para atacar novamente.

– Corra Quinn, agora! - a morena gritou. O poder do comando do Alfa percorreu o sangue de Quinn, mas ela não se moveu. A urgência de ajudar sua parceira se sobressaiu a ordem que ela havia recebido. Não havia mais tempo a perder, ela precisava se transformar.

Os lobos começaram a circular as duas. O cinza-escuro parecia ser o líder, havia também um cinza-claro, um marrom e um castanho-avermelhado. Rachel sentiu o ar tremer no lugar onde Quinn estava, a morena se distraiu apesar de não se virar para ver o que estava acontecendo.

Aproveitando o breve momento de distração, o lobo marrom, que estava à esquerda delas, atacou. Rachel o agarrou ainda no ar, girando o corpo do animal com toda força e o atirando sobre o lobo cinza-claro, que vinha em sua direção. Com o canto do olho viu o lobo cinza-escuro saltar para ela. Ela não teria como desviar a tempo. Estava acabado, ela havia falhado com Quinn.

No último momento um lobo castanho-escuro apareceu do nada se lançando ferozmente sobre o lobo cinza-escuro, que pego de surpresa não teve como se defender.

O lobo marrom voltou a atacar, mas Rachel agarrou o bicho pelo focinho, girando o corpo de uma vez, envolvendo os braços ao redor do pescoço do animal. Um estalo tenebroso pode ser ouvido, e o lobo marrom caiu sem vida aos pés da morena.

Outro lobo castanho-claro, que havia aparecido do nada, sacudia o lobo cinza-claro pelo pescoço. Rachel varreu a clareira com o olhar a procura de Quinn, foi quando seus olhos encontraram o lobo branco ao lado de um já inerte lobo castanho-avermelhado.

O olhar de Rachel se demorou sobre o lobo branco. Aquele era o animal mais magnífico que Rachel já vira. Ele tinha um porte altivo e movimento elegantes. A garota estava completamente hipnotizada. Ela queria ir até ele correr suas mãos por aquele pelo alvo, que parecia tão macio e sedoso. Mas, de repente Rachel se sentiu cambalear. Suas pálpebras pesaram e ela caiu no chão.

Um uivo atingiu seus ouvidos, ao mesmo tempo em que a voz de Santana Lopez gritou seu nome. Num último esforço, a morena abriu os olhos e viu o lobo branco ao seu lado, e Santana correndo na direção dela... Nua?

...

Santana foi a primeira a voltar à forma humana. Ela correu até Rachel e chamou por ela, viu a garota abrir os olhos por um instante e depois desmaiar.

– Droga. - Santana deu uma boa olhada no ferimento. Parecia ruim. Muito ruim.

Brittany, também em sua forma humana, ajoelhou-se ao lado de Rachel. Ao ver sua expressão angustiada, Santana falou rapidamente.

– Não se preocupe Britt, você sabe como curamos rápido, até amanhã isso vai ser só um ombro dolorido.

– Mas ela ainda não é um lobo Sanny. Você acha que isso também vale pra ela? – Brittany perguntou assustada.

Santana mordeu os lábios, nervosa. Sua parceira tinha razão, mas não era hora para pessimismo. Elas precisavam ser rápidas.

– Vamos tira-la daqui o quanto antes, okay?

Foi então que ela percebeu a loba branca ganindo baixinho, cutucando a morena inconsciente com o focinho. Os grandes olhos cor de avelã transbordavam de pavor.

– Quinn, você precisa voltar à forma humana. – ordenou Santana. Mas aparentemente, sua amiga não conseguia entende-la, porque voltou a ganir em agonia, caminhando ao redor delas atordoada, completamente sem foco, sem desviar os olhos do corpo da morena no chão.

Santana estava perdendo a paciência, ela não tinha tempo para lidar com aquilo agora. Rachel precisava de cuidados e a latina garantiria que ela os recebesse. Num gesto rápido ela ergueu a pequena morena em seus braços. Rachel gemeu de dor, mas não acordou. A loba branca uivou saltando na frente de Santana, farejando a morena em seus braços, e cutucando o rosto de Rachel com o focinho mais uma vez.

– Sai da frente, Fabray. – Berrou a latina.

Brittany se meteu entre as duas, afastando Quinn gentilmente. Santana disparou pela em direção as árvores, enquanto Brittany sussurrava ao ouvido da loba branca, que gania desesperada, em seus braços.

– Quinn, olhe para mim. Ela vai ficar bem se a levarmos agora para o pai da San. Ele é médico, lembra? Ele vai saber o que fazer. Mas, você precisa voltar a forma humana, Q.

Os atordoados olhos cor de avelã finalmente pareceram conseguir focar sua atenção nas íris azuis na sua frente, e lentamente Quinn voltou à forma humana. Sem perder tempo, Brittany entregou as roupas de sua amiga, que ela havia recolhido do chão anteriormente. A Cheerio precisou ajudá-la a se vestir, porque Quinn parecia ter entrado em algum tipo de estado de choque, suas mãos tremiam e ela mal conseguia segurar o uniforme vermelho direito. Somente alguns minutos depois, as duas corriam na direção que Santana havia tomado.

Pelo caminho, podia-se ver uma trilha de sangue sobre as poucas folhas caídas no chão.


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