Chaos escrita por Scoutt


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Hoje ñ é sexta, mas vou postar logo um capítulo pq foi um longo período sem postar né?
Acho que a minha net voltou pra ficar, mas se ela ñ ficar, só tenho uma coisa pra dizer: desculpa pessoal.
Eu não deixarei de postar! Enquanto a minha net permitir, vou postar pra vcs, bjs :*



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A primeira coisa que me chamou a atenção no barman foram seus olhos, eram de um laranja claro, marcados por lápis em uma generosa linha, não resisti a comentar:

— Bela lente. – ele deu um meio sorriso, que podia ser sexy, ou perverso, optei pelo sexy, barmans estão sempre tentando lhe conquistar, mesmo inconscientemente – Uma soda. – mesmo tendo idade o suficiente para beber DENTRO do Koll’s, Scott, o dono, não tinha nem 16 anos completos, apenas o dinheiro do pai e pouca atenção, logo ele podia ter uma boate? Ele achava que sim, e a tinha, mas me sentia responsável por levar todos embora, logo preferia estar sóbria para isso.

Ele me deu uma soda azulada, peguei o copo e o cheirei, na maior cara-de-pau.

— Bebida nova? – tomei um gole, uma delícia, algo como menta e tutti-fruti juntos – Hm, - levantei o copo em um brinde invisível – obrigada. – e voltei para a pista de dança.

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A bola no teto girava, mas eu acho que as paredes não deviam girar junto, mas giravam, e giravam cada vez mais rápido, me deixando tonta e suada, até que cai no ar.

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— Você é tão fraca assim? – a voz vinha de longe, eu senti o chão nas minhas costas – Ou você bebeu mais do que o copo que eu vi? – não era o chão nas minhas costas, era a parede, o chão estava nos meus pés, e haviam mão na minha cintura, me segurando, me prendendo à parede para não cair.

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Abri os olhos e viu um lampejo de sorriso, mas olhos preocupados.

— Você ta legal? – sorri para Teddy.

— Maravilhosamente bem, tem até um arco íris à minha volta. – ele riu em humor.

— Quanto você bebeu? – Eu não bebi, pensei ter falado, mas percebi que não, tentei de novo.

— Eu não bebi.

— E eu nasci ontem Ariza, você desmaiou no meio da pista, se não bebeu... Você se drogou? – tentei o empurrar, mas só o que consegui foi ficar tonta e me firmar nos ombros dele, muito barulho, apesar de estarmos longe da pista, ainda tinha barulho demais.

— Não, eu só bebi... Uma soda.

— Soda batizada com todo álcool do planeta, só pode. – Teddy não acreditava, e parecia que não ia acreditar nunca, então me lembrei de algo que Lena me disse, algo sobre como dar uma prova 100% de “eu não bebi”.

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Meus braços não estavam mais nos ombros dele, estavam na sua nuca e puxando para perto, e ele apenas percebeu o que eu faria, quando já era tarde demais, o beijei. O barulho acabou.

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Eu estava embaixo de uma mesa, com as mãos nos ouvidos, então fechei os olhos com força e ouvi; ele gritava e xingava, ela, apenas, chorava. Havia o barulho de carne contra carne, e eu sentia que o conhecia tão bem, e então a mesa rangeu e algo caiu na minha frente enquanto a porta batia, era loira e um filete de sangue descia no canto do seu lábio enquanto seu olho esquerdo estava inchado, mas ela sorria, murmurando para eu manter a calma.

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Era um quarto pequeno, do lado de fora, na sala, mais gritos e xingamentos, mais tapas e socos, mais choro, sai e me coloquei na frente dele, acordei depois, no chão, com o olho inchado, a cabeça no colo da mulher loira, mãe, ela chorava e sussurrava repetidas vezes, como um mantra: não faça de novo, não faça de novo.

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Estava na sala com a mulher, ela tinha uma bolsa de gelo no olho, então o telefone tocou e ela o largou no chão após ouvir algo e chorou. Peguei o fone e perguntei o que havia: “Sinto muito, o carro pegou fogo depois da batida e...”, desliguei e ri, ri e chorei, não ouviria mais as brigas, não teriam mais brigas, senti o tapa, forte e duro contra meu rosto, olhei para ela: “– Não ria.”, sai correndo pela porta e três semanas depois, eu estava um carro, junto com agente a mando da Indústria Stark.

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Afastei-me, arfante, e encontrei olhos azuis e pupilas dilatadas.

— Uau. – a voz era rouca e baixa, mas a ouvi perfeitamente, mesmo com o barulho voltando aos poucos.

— Ela não te odeia.

— O quê? – a voz tinha um quê de dúvida.

— Ela te ama tanto que te deixou ir, nunca te abandonou, apenas não podia mais cuidar de você. Não queria que você risse, porque não queria que você fosse um monstro como ele foi; ela se sentiu aliviada quando ele se foi, mas ela não tinha como lhe criar sem o dinheiro que ele trazia. Sua mãe te amava Teddy, e ainda te ama.

— O quê? – a voz tinha raiva e descrença, ele se afastou de mim, meus braços deslizando por ele – O quê você é?

Não quem, mas o quê.

Ele me soltou e senti meus joelhos cederem, ele caminhou para longe me olhando como quem tem... medo? Vi Alice e Frank se aproximarem de mim, Alice me levantou com ajuda de Frank, ela falava, mas eu não conseguia ouvir, então Selma e Seth se juntaram a nós, Faur segundos depois, e sentada numa banqueta do bar, eu vi suas expressões preocupadas, uma a uma.

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— O quê você tomou Ariza? – Faur me perguntou, devagar e com calma, depois de Alice me perguntar várias vezes coisas em uma voz rápida e nervosa.

— É possível que ela esteja em choque? – Frank perguntou ou afirmou, não sei, a consciência me abraçava aos poucos.

— Não sei. E não estou em choque, acho que não. – quando respondi, Seth fez uma careta.

— Você bebeu... Não álcool, mas, algo estranho; há um cheiro estranho em você, parecido com o daquela sua amiga. – ele se referia a Lena, então eu fui drogada? Lembrei-me da soda azul.

— O barman, o de olhos laranja. – Alice riu.

— Querida, seja o que for que você bebeu, o barman tem olhos pretos, e você deve saber disso muito bem.

Olhei para trás, no bar apenas Lyn atendia, nada do outro barman.

— Mas o outro.

— Ariza, tem apenas um barman, a noite toda. – Selma falou e eu olhei em volta, vi Teddy junto com os outros, ele parecia nervoso, seus olhos encontraram os meus, ódio queimava a imensidão azul; ódio de mim, porquê?

— Vamos pra casa, chamem os outros. – Faur falou, os quatro assentiram e saíram para chamar. – E você, vai em um dos carros. – assenti fraco, e por algum motivo eu sabia que Teddy não me levaria até a esquina.

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Continuei sentada na bancada, olhando para as mãos e lembrando-me dos olhos laranja, era real, tinha sido real, mas não sabia como a realidade tinha evaporado num espaço de tempo tão pequeno, ou como aquele estranho de olhos de tigre tinha evaporado no ar. Senti-me sendo observada, Teddy estava me observando, mas havia a sensação de observação que vem quando você não vê ninguém, e Teddy estava ali, onde meus olhos o alcançavam perfeitamente, então onde estava o dono dos outros olhos?

A resposta para minha pergunta não veio, ao invés disso, uma porta foi escancarada.

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Uma ruiva de colante.

Uma figura agachada de roxo.

Uma pequena dezena de agentes.

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A ruiva correu os olhos pela boate, ninguém parecia ter notado os agentes armadas, ao mesmo não os drogados, vi Lena passar por ele, o nariz raspando em uma flecha levantada pela figura de roxo.

— Bela fantasia! – Lena com certeza era parte dos “drogados”, tão altos que nem uma nova batalha os faria acordar pra vida.

A figura de roxo se levantou, revelando um arqueiro que eu logo reconheci e fiz as contas de quem devia ser a ruiva, logo o resultado foi: estamos muito ferrados, mas não estávamos, não por enquanto.

A ruiva levou a mão a um comunicador invisível sob os cabelos e falou em alto e bom som, agora que o DJ tinha sido calado pelos agentes.

— Hill, tem certeza que... – mas parou, quando seus olhos encontraram Cassie – Hill, suas crianças estão em casa?

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Estávamos sendo levados de volta para a Torre Stark, Viúva Negra e Gavião Arqueiro como nossos guias, tudo graças à pobre Cassie, que assim que ouviu o nome Hill, emitiu um miado e deixou escapar orelhas para fora do cabelo, ok, ela já tinha tido muita emoção por hoje, uma assassina de aluguel e um idiota fantasiado de roxo eram demais pra ela, acho.

— Desculpa. – ela murmurou quando entramos no mesmo carro, Natasha Romanoff, o pesadelo vermelho, tinha nós dividido a esmo pelos carros que trouxemos e pelos que os trouxeram ali, a moto foi esquecida. Cassie parecia pequena e como um gatinho assustado, vi Victor sorrir triste para ela enquanto entrava em outro carro, ela acenou de leve e ele deu de ombros.

O que tinha ido em 4 carros, e uma moto, tinha voltado em 5 carros, com dois agentes como chofer.

Por uma desgraça ruiva do destino, eu estava sentada ao lado de Teddy, no último acento que tinha apenas dois lugares, se ao menos fosse no de três! Ele não me olhava, e eu não tinha nem a mais vaga idéia do porque, então como uma arvore que aparece no meio da névoa o beijo veio, e eu não me lembrava de ter feito aquilo, mas, não acho que Teddy ficaria com raiva de um beijo, ou ficaria? Será que eu mordi a língua dele? Será que, não sei, será que alguma coisa?

— Tá bravo comigo? – perguntei, ele me ignorou ainda olhando para a janela, o carro ia rápido e estava escuro, logo não tinha nenhuma chance remota de ele estar observando a vista.

Entramos na W 58th St, em pouco tempo estávamos entrando no estacionamento subsolo, e eu estava impaciente, não sabia lidar com alguém que simplesmente me ignora.

— O que eu fiz? Falei merda? – perguntei para Teddy, ele se virou para mim, dor nos olhos azuis.

— Oh, agora você não lembra? Coitadinha. – ele se virou enquanto o carro parava, então desceu assim que foi possível, agarrei o braço dele tão logo estava do lado de fora.

— Sério, eu não lembro, não sei o que disse, o que eu disse?

O quê é você? O quê diabos é você Ariza? – aquilo me acertou bem na cara, bem no meio da cara como uma tijolada, eu havia ouvido aquilo antes, naquela mesma voz, apenas em um lugar diferente.

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— Todos para o refeitório, Hayes quer falar com vocês. – ele se soltou da minha mão com um safanão e caminhou junto com os outros.

Olhei enquanto eles se afastavam de mim e não consegui me mover, o que na terra eu havia dito que deixou Teddy assim? Não que eu fosse sempre um amor com ele, mas não me lembro de deixá-lo tão bravo comigo.

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— ...laboratório. Ouviu o que eu disse? – a Viúva me encarava de perto, então me segurou pelo braço e me arrastou pra o elevador, me levando para o andar 32, reconstruído e pronto para a ação.

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Maria Hill estava sentada em uma cadeira quando a ruiva me conduziu para dentro da sala.

— Romanoff. – um aceno de cabeça.

— Hill. – outro aceno – Toda sua. – e me deu um empurrãozinho em direção a uma cadeira, onde eu caí sem cerimônia.

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— Seth Rogers disse que você foi drogada.

— Talvez. – minha voz saia fraca.

— Preciso de uma amostra de sangue. – um aceno de mão e uma enfermeira estava esticando meu braço e começando o processo de amostragem – E uma resposta: você se drogou ou não?

— Eu não, só tomei uma soda.

— Hum. Isso é estranho, Houve uma anomalia de algum tipo no tecido do tempo-espaço, Banner mandou averiguar, e o lugar era exatamente onde vocês estavam, estranho, muito estranho. Viu algo estranho O’Neill? – bufei.

— Maria... Quer dizer, Hill. Acho fui drogada ok? Acho que vi até um homenzinho rosa dançando tango com uma gigante laranja, se eu vi algo estranho, não sei o que foi realidade ou não. – Hill piscou os olhos de maneira letárgica, a amostra foi colhida – Ai. – o sangue encheu o tubo e a enfermeira anunciou que acabara.

— Pode ir O’Neill, amanhã conversaremos. – sorri lânguida.

Até amanhã. – um guarda me acompanhou até o andar do dormitório e então até a porta do meu quarto, onde eu cai na cama e ouvi Alice contando sobre o sermão do qual eu havia escapado, mas na minha cabeça, giravam olhos como os de um tigre.


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Notas finais do capítulo

Até sexta amores ;*



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