Beijo de uma rosa escrita por TessaH


Capítulo 5
Conto 04 - Ela É Como O Vento




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Conto 04 – Ela É Como O Vento

 

Ela roubou meu coração

Mas ela não sabe o que fez

 

She's like the wind

Draco estava acostumado a praticar algum exercício assim que acordava. Nunca antes havia feito parte de sua rotina, mas depois que passara bastante tempo somente na mansão, ele passou a observar o local com outro olhar. O que antes era um quintal coberto por uma densa mata, Draco revitalizou o local para que pudesse ser ao menos um ambiente agradável para respirar ar fresco da manhã.

Aumentara a área dos fundos da mansão e criara até mesmo um campo; havia também um local sob um toldo para colocar mesa e cadeira caso, à época, quisesse ficar sozinho para ler. Quando se casou com Astoria, a esposa o fizera até mesmo criar uma piscina ali! Colhera diversos tipos de flores e tinha seu próprio jardim que, Draco tinha que confessar, era a parte mais bonita de toda propriedade.

Naquela manhã deixara a esposa dormindo – uma folga rara que o bebê parecia ter dado na barriga dela -, e fora correr pela mansão.

— Sinto-me bem privilegiada quando passo a observá-lo assim.

As palavras de Astoria chegaram aos ouvidos de Draco, enquanto este fazia uma pausa na corrida.

Deitado sobre a grama sob o sol, usando uma regata branca e um calção, Draco riu para a esposa.

— Assim como, querida? – ele instigou.

— Bom, deixe-me ver... – a silhueta da mulher projetou-se a frente de Draco. – Com toda essa pele desnuda, não é? É difícil uma mulher resistir, ainda que a mulher em questão não consiga nem mesmo tocar nos próprios dedos do pé.

Draco gargalhou quando Astoria pôs as mãos sobre a barriga e tentou olhar para baixo.

— Mas eu acho a mulher em questão um modelo de corpo. – ele proferiu quando se levantou e se aproximou do corpo pequeno da esposa. – Em muitos aspectos, diga-se de passagem, ouviu?

— Sinto-me lisonjeada agora – Astoria riu. – Mas você está mesmo lindo, querido.

Embora Draco estivesse suado, desgrenhado, mal-arrumado, a esposa conseguia olhar para ele e somente sorrir, passeando os olhos verdes por toda a extensão de seu corpo.

— São seus olhos, meu amor. – Draco depositou um beijo na testa dela. – E como vai nosso menino?

Astoria suspirou.

— Agitou-se agora e não me deixa dormir. Se bem que ao ouvir sua voz agora, aparentemente ele se acalmou. Toque.

A mão do Malfoy foi guiada pela da esposa e no barrigão sentiu uma movimentação.

— Só pode ser um Malfoy cheio de energia.

— Seria bom se viesse gastar essa energia aqui fora, né, Draco. Por que não entramos, amor? – o rosto de Astoria se iluminou. – Quero te mostrar uns presentes que vi no Beco Diagonal! E você não vai acreditar, mas o bebê dos Potter também não nasceu!

Draco observou a euforia da esposa ao falar de conhecidas que estavam na mesma situação dela. Por mais improvável que fosse, Astoria tornou-se quase amiga de Gina Weasley. Quer dizer, Potter.

— Nossa, deve estar para nascer a qualquer momento, então – Draco puxou o assunto com a mulher enquanto a seguia para dentro de casa.

— Com certeza, parecido com o nosso, amor. Gina me contou, quando nos encontramos numa loja, que o bebê dos Weasley tinha nascido...

Astoria prosseguiu falando sem parar e Draco apenas observava as nuances de seu contorno. Astoria era possuidora de um corpo esguio devido a muitas atividades que tentara praticar na infância, e só havia feito bem para sua silhueta. A gravidez mudara muito pouco no geral; as pernas continuavam fortes e delgadas, somente os pés inchados. A barriga indicava que seu filho crescia ali dentro e o rosto... Ah, o rosto! Continuava com o mesmo sorriso na boca e nos olhos. A bochecha ficava com mais frequência corada, era verdade, mas ainda era ela.

Draco via-a se transformar a cada dia, tornando-se uma mulher diferente e construindo um novo lado, o de ser mãe. Astoria conseguia resumir todas as mudanças boas na vida de Draco, bem como a chegada de um vento tempestuoso em uma antiga casa e a desfaz até deixar só a essência e o necessário.

Ela fizera isso com ele.

Astoria o reconstruíra, com todo seu amor.

E Draco era imensamente grato aos céus por aquela ventania em forma de mulher ter adentrado em sua vida.


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