Já fazia um tempo que ela havia cansado de correr atrás dele, cansada de ser a sua sombra. No começo fora difícil para ela. Matar aquele amor ainda estava sendo difícil, mas se ela voltasse sabia que sofreria mais, se humilharia mais, e depois, se arrependeria mais.

Ela seguiu em frente, começou a se ocupar para esquecer. Arranjou um trabalho de manhã até à tarde e faculdade de noite. Ela aprendeu a viver, metade dela era viva.

E quem você acha que é?

Ele sempre foi um cafajeste frio, conquistando garotas e mais garotas com sua ladainha perfeita. Armadilha de um colecionador perfeito. E ela sabia disso, mas o que importava? Ela o amava.

Sempre o via flertando com outras mulheres, mostrando seu sorriso de canto, enquanto bagunçava seus cabelos negros, mas ela ainda continuava a demonstrar seu amor por ele, o qual ele pisava e ignorava cruelmente.

Uma hora a ficha cai para qualquer um, e foi o que aconteceu, todo aquele ressentimento a fez ficar mais forte, mais forte para resistir a ele.

Eu aprendi a viver, meio viva.

E agora você me quer mais uma vez.

Ela se lembra do resultado que deu quando ela se afastou dele. Ela estava junto com suas amigas, havia combinado de sair para se divertir, coisa que não fazia há um bom tempo.

“Juvia, soube pelo Natsu, que o Gray andou perguntando por você. Ele queria saber por onde você andava, para te encontrar.”

Ela não negava que sentiu uma alegria ao saber que ele notou sua ausência, mas também já não o queria mais em sua vida: “Gray perdeu o amor que Juvia mais amou.” Fora a única coisa que disse.

E quem você acha que é?

Andando por ai, deixando cicatrizes.

Colecionando um jarro de corações.

Lembrar aquilo fazia se sentir orgulhosa, pensou enquanto voltava para sua casa, depois da faculdade. Definitivamente não cairia nos braços de Gray novamente.

Ultimamente o moreno tem ligado para ela, porém ela ignorou todas as chamadas. Já havia colocado na cabeça que não seria feita de idiota novamente. Não acreditaria naquelas mensagens que diziam que ele tinha algo importante para lhe dizer, algo que surpreendera até a ele quando se deu por si.

Não.

Dessa vez não iria se abalar.

Então em meio a esses pensamentos, o que evitava, aconteceu.

–- Juvia! -- Ouviu alguém gritar atrás de si. Ela virou-se e reconheceu de imediato quem era. Gray Fullbuster. – Há quanto tempo! Por onde andava? Liguei várias vezes, mas só caia na caixa postal. – Perguntou quando chegou ao seu lado.

–- Juvia tem estado muito ocupada. – Disse sem nenhuma emoção.

–- Entendo. Hm... O que acha de nos encontrarmos? No mesmo lugar que nos conhecemos? Eu descobri algo. Algo que sinto por você... – Disse com o rosto levemente corando, enquanto bagunçava seus cabelos.

Nesse momento ela sentiu um ódio tão grande, que nem ela conhecia. Como ele podia ser tão... Cafajeste? Ela queria gritar, jogar todo o rancor pra fora, o fazer engolir cada promessa que quebrou goela abaixo.

Aquelas promessas que para ela eram tudo...

–- Escute bem o que Juvia vai dizer. – Disse com um sorriso triste. – Levou tanto tempo para Juvia se sentir bem, lembrar em como colocar um brilho no olhar. Juvia queria tanto esquecer a primeira vez que nos beijamos, assim como quando Juvia conheceu Gray. Juvia não quer mais ouvir promessas que para Gray são apenas palavras vazias. Juvia não quer mais Gray em sua vida... – “DEUS! Como era bom se livrar daquele sentimento que uma vez foi puro, mas foi manchado de mágoas e tristezas!” Pensou enquanto dava as costas para ele e ia embora.

Aquilo foi como um choque. Vê-la sair da sua vida assim, fez a ficha dele cair. Mas era tarde para isso. Fazia um tempo que havia descoberto seus sentimentos por ela, porém, se negava a ele totalmente. “Ele? Um homem que podia ter todas, nunca na sua vida que iria ficar preso a uma.” Era o que pensava até notar o quanto à ausência dela doía. E agora que reencontrará, perdeu-a.

Cada vez que ela ia sumindo com a distância, mais percebia de como fora tolo. Sentiu-se como um colecionador que perdeu sua obra mais preciosa.

E não notou que, depois de tantas mentiras a sua verdade se tornou uma.