Otherside escrita por Cai


Capítulo 2
Caos


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo galero! Espero que gostem.

Os campos que estiverem vários "-" seguidos, tais como:

— blablabla
— lablabla
— blabla

São pessoas aleatórias falando. Apenas os "-" com linhas puladas são os personagens principais do capítulo. Espero que tenham entendido! Aproveitem o capítulo. E me desculpem se houver algum erro de pontuação ou de escrita.



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– Caros jogadores, sejam bem-vindos ao meu mundo.
Meu nome é Cody Okumura. No momento, sou o único capaz de controlar este mundo.

Espera. Ele disse "Okumura"?!
Cody Okumura... Um jovem e genial designer de jogos além de físico quântico. Ele transformou a Saved, antes um pequeno estúdio de desenvolvimento de games, em uma grande produtora. Além disso, é o diretor de desenvolvimento do Otherside e projetista do OnGear.

(....)
porque ele...

– Creio que já perceberam a ausência do botão de logout em seus menus. Isso não é um defeito do sistema.
Repito, isso não é uma falha, mas uma funcionalidade do Otherside. Até que cheguem ao topo deste castelo, não será possível sair do jogo por vontade própria. Se o OnGear for removido por terceiros ou tiver funcionamento interrompido, seus emissores de sinal dispararão feixes de micro-ondas de alta potência, que interromperão sua atividade vital e destruirão seus cérebros. Será morte instantânea.

Neste momento, as pessoas à minha volta entraram em choque,
– ?!
– Hã?
– Morte... Instantânea ?
– Há há! Do que ele tá falando ? Um controle de videogame não pode fazer uma coisa dessas, pode ?

– O Gear emite sinais idênticos às sensações reais diretamente nos neurônios. - Pensei.
Tem Ondas eletromagnéticas no capacete... - Disse.
– E ISSO MATA A GENTE ?! - Martinato disse desesperado.

Neste momento, um cara de uns 2 metros ao nosso lado se virou,
– Não consigo ouvir... Dá pra ficar quieto ?

Ele tinha a cor negra e era bem forte, porém... Espera, ele estava vestido de mulher ?!

– É assim que funcionam os fornos de microondas. É tecnicamente possível, mas deve ser mentira. Imagina quantas pilhas seriam necessárias pra destruir um cérebro... - Disse.
Apesar de elas já virem dentro, 30% do peso do Gear é bateria.

– MAS QUE ABSURDO! E SE FALTAR LUZ ?! - Martinato perguntava.

– Se o OnGear ficar 30 minutos sem energia ou duas horas sem conexão com o servidor, sua trava for desligada ou houver tentativa de desmontar ou destruir o aparelho, a sequência de destruição será ativada. Não temos contato com o mundo exterior. - Aquele cara dizia, cada palavra, calmamente.

– E se o OnGear for removido contra a nossa vontade? - Um cara na praça perguntou.

– A situação foi comunicada aos governos e à mídia. Já é de conhecimento geral.
Os familiares de alguns jogadores ignoraram o aviso e tentaram remover os OnGears. Como resultado, lamento dizer que 210 jogadores foram excluídos permanentemente de AceSpades e do mundo real. Não se preocupem com os seus corpos do lado de fora. Os acontecimentos, incluindo as mortes, estão sendo amplamente divulgados. As duas horas de tolerância à desconexão são tempo suficiente para que seus corpos sejam transportados aos hospitais adequados. Fiquem tranquilos, e esforcem-se para terminar o jogo.

– O QUE ESTÁ DIZENDO? QUER QUE A GENTE CONTINUE JOGANDO NUMA SITUAÇÃO DESSAS? ISSO NÃO É MAIS UM JOGO NEM PORCARIA NENHUMA! - Eu disse, já irritado com tanta baboseira.

– Mais uma coisa. Para vocês, "Otherside" não é mais um jogo. É uma outra realidade. A partir de agora, métodos de ressuscitação não funcionarão. Caso o HP chegar a zero, seus avatares serão apagados permanentemente, e seus cérebros serão destruídos pelo OnGear.

– VAMOS MORRER? - Neste momento, todos ali na praça estavam desesperados, cansados, e confusos. Era muita coisa para se assimilar.

É isso o que significa ser um jogo... Mas não ser mais brincadeira ?

– QUEM É QUE VAI SAIR PRA CAÇAR SABENDO QUE VAI MORRER DE VERDADE ?
– Que insanidade...

– Para que sejam libertados daqui, existe apenas uma condição. Devem alcançar o ponto mais alto de AceSpades, no centésimo andar, derrotar o chefe que os aguarda lá, e terminar o jogo. Garanto que todos os jogadores que sobreviverem até esse momento serão desconectados de forma segura. - Cody disse.

– ATÉ O CENTÉSIMO?! É IMPOSSÍVEL! - Martinato disse, com raiva em sua voz.

Então... eu não posso voltar pra lá? Essa é a minha realidade agora ?

– Não acredito... Tá me tirando.
NÃO TENHO MAIS TEMPO PRA PERDER NESSE EVENTO! TIRA LOGO A GENTE DAQUI! DEIXA A GENTE SAIR! - Martinato apontava para Cody como se fosse quebrar a cara dele.

– DAQUI NÃO DÁ PRA SABER O QUE ESTÁ ACONTECENDO LÁ FORA!
– É IMPOSSÍVEL A GENTE MORRER!
– SE VOCÊ É O CRIADOR DO JOGO, ENTÃO PROVE!

– Esta é sua única realidade, a prova está diante dos seus olhos. - Disse ele.

– Os sensores do OnGear cobrem a cabeça e parte do rosto... Ele consegue captar não só o cérebro, mas também o formato do rosto, em detalhes... Não dá pra duvidar dele.
Assim... Na primeira vez que se coloca o OnGear, ele pede que a gente toque em vários pontos do corpo. É dessa forma que ele reproduz nossa altura e tudo o mais? Com a mão?

Realidade... Este avatar feito de polígonos e o HP contado em números agora são o meu "corpo" e a minha "vida". É tolice não reconhecer...

– Neste momento, devem estar se perguntando "Por Quê?". "Por quê" Cody Okumura, desenvolvedor do "Otherside" e do OnGear, está fazendo essas coisas? Que motivo ele deve ter? Não é um ato terrorista ou um sequestro para tirar dinheiro de seus familiares. Eu não tenho um motivo ou objetivo, porque para mim, essa condição em si é o objetivo final. Eu criei o OnGear e o "Otherside" apenas para poder construir e apreciar este mundo. Agora, tudo está concluído. Com isso, encerro o tutorial de funcionamento do "Otherside". Torço pelo sucesso de vocês.

E foi então que ele desapareceu, como fumaça.

– QUE PALHAÇADA! SÓ PODE SER MENTIRA!
– ME DEIXA SAIR! ME TIRA DAQUI!
– VOLTA! EU TENHO UM COMPROMISSO MAIS TARDE!
– AAH! QUERO SAIR!
– O QUE A GENTE FAZ ?!
– ALGUÉM! AJUDA!

– Venha, Marti. - E foi quando eu me toquei que não podia ficar lá esperando, e segurei Marti pelo ombro e nos tirei dali.

– Fique calmo! Preste atenção! Eu vou sair já desta cidade e partir pra próxima! Venha comigo!
Se tudo o que Okumura disse for verdade, a única forma de sobreviver neste mundo é ficar mais forte. Um MMORPG é uma disputa de recursos entre jogadores. E os mais fortes conseguem mais do dinheiro, itens e pontos de experiência que o sistema tem em estoque. A área em volta da cidade do início vai se esgotar rápido porque todos vão pensar em caçar por aqui. Por isso, é melhor irmos agora nos estabelecer na próxima cidade. Eu conheço todos os pontos perigosos do caminho. Podemos chegar lá em segurança mesmo ainda estando no nível 1.

– Não. Me lembrou algo importante.
Eu já disse. Eu e uns camaradas de outro jogo passamos a noite na fila pra comprar este. Eles ainda devem estar na praça. Não posso deixá-los lá. - Ele disse.

Seria difícil... Se algo der errado, não posso ser responsável pela morte de alguém.

– Meus companheiros precisam de mim. Não vou deixar ninguém pra trás. Se vocêr quer ajudar, Caique, fique aqui, vamos lutar juntos. Eu já vejo você como um companheiro.
Mas, claro, não vou te forçar a nada. Você mesmo já falou do perigo que é ficar. Não importa o que escolha, vai continuar sendo meu companheiro.

Ele ainda me considera assim...
– Eu vou... Vou te esperar na próxima cidade.

– Beleza! Por mim, tudo bem! Mas fica esperto. já avisei que vou te superar! - Ele disse, animado.

Qualquer coisa, me mande uma mensagem... - Eu disse, com a mão na cabeça, preocupado. Foi quando ele estendeu a mão.

– Caique! - Como um ato de cumprimento, ele estendeu a mão para mim. Eu não consegui reagir, então apenas virei as costas.

Depois de tudo, como ele pode se despedir de mim com um sorriso?

– Ei caique! - me virei. - Até que seu eu verdadeiro tem uma cara bonitinha.

– E essa sua de criança combina dez vezes mais com você! - Eu disse, sorrindo.

A despedida do primeiro amigo que fiz nesse mundo, me faria sofrer pelos próximos dois anos. Dos dez mil jogadores, dois mil morreram no primeiro mês do jogo. Não veio nenhuma ajuda do mundo exterior. Eu não presenciei, mas soube que o pânico dos jogadores que ficaram na primeira cidade se transformou em loucura e caos.
Duas mil pessoas. Nossa primeira situação real de vida e morte, nos foi mostrada de uma forma elegantemente simples. No templo em frente à praça central da cidade do início, no Palácio da Neve Negra, onde antes existia o Salão de Ressurreição, agora há uma grande lápide de metal. Nela, estão entalhados os nomes de todos os dez mil jogadores. Sobre os nomes daqueles que morrem, surge uma "linha de eliminação", a hora e a causa de morte. A primeira "linha de eliminação" apareceu apenas três horas após o começo do jogo. "Alvim - Queda de lugar elevado"

– "Queda de lugar elevado"... morto... será que o OnGear fritou o cérebro dele ?
– Não tem como saber... Mas ele não voltou mais.
– No mínimo, está confirmado que, se morrer, não volta mais pra AceSpades.

Ainda assim, os jogadores não viam a morte no Otherside como real. Mas os humanos se adaptam. Em mais um mês, o primeiro andar havia sido completado. Dez dias depois, o segundo. A partir daí, o número de mortes começou a cair visivelmente.

Eu estava lutando contra um boss. O S.A. é como eu estudei!

– ATIVAR SKILL! HORIZONTAL SQUARE! - Foi quando ele explodiu em pixels.

Dois anos se passaram. Faltam 26 andares e restam 6 mil sobreviventes. Este é o estado atual de AceSpades.


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Notas finais do capítulo

Curtiram? Deixem um comentário aí. Me digam o que pode melhorar. É isso, até o próximo capítulo.



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