The Marauders escrita por Ella


Capítulo 3
Chapter III - One (Remus/Tonks)


Notas iniciais do capítulo

Voltei depois de séculos sem nem notícias de que estava viva. E mais um capítulo bem água com açúcar pra aumentar glicose no sangue de vocês. Espero que gostem.



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Remo Lupin (Baixista do The Marauthers)

Eu conseguia ouvir a risada dela pelo corredor. O barulho dos saltos da bota cara batendo contra aquele chão de madeira lustrada era evidentemente irritante. Os cabelos tingidos de rosa agora estavam levemente desbotados, o que a tornavam ainda mais bonita. Logo pude sentir aquele corpo pequeno vir de encontro ao meu. Ela enlaçou-me o pescoço e eu absorvi aquele cheiro adocicado do perfume francês que ela estava usando. Era o meu favorito.

—Adivinha só? –Ela me olhou com os olhos brilhando. –Consegui a residência do London Royal Children’s Hospital. Começo na segunda feira!

—Uau, parabéns! –Sorri com ela e Sirius veio até nós dando um abraço rápido na prima e James fez o mesmo.

Eu e Tonks namorávamos há pouco mais de um ano. E foi pela insistência dela que eu me vi apaixonado por aquele jeito instintivo, alegre e divertido. Ela era jovem, espontânea e por vezes agi inconsequentemente. Ela mal passava de uma adolescente quando a banda começou a fazer sucesso, e depois que terminou o colégio insistiu com os pais que queria viajar um tempo antes de aceitar entrar no mundo acadêmico. Sirius nem pensou duas vezes antes de colocá-la dentro de um avião com a gente e tempos depois dividíamos os mesmos espaços nos ônibus e até competíamos por quem lia mais livros durante os momentos em que a banda não estava fazendo shows.

A verdade era que ela conseguia ser uma boa amiga, e eu via nela uma espécie de irmã mais nova, uma vez que eu era filho único e sempre quis poder ter irmãos. No início era tranquilo, ela mesma estava satisfeita em me ter como melhor amigo. Víamos muitos filmes e falávamos sobre lugares que queríamos conhecer. Quando Sirius estava com alguma garota, o que era o tempo todo livre que ele tinha praticamente, ela saia comigo. Me ajudava a escolher presentes para minha mãe e avó, mandar lembranças para o meu pai e responder algumas cartas e e-mails de fãs. Tonks tinha longos cabelos louros, que escorriam por suas costas com uma cascata de ouro liquido, e enormes olhos curiosos com cílios longos.

Nós tínhamos acabado de voltar pra Londres quando ela pediu para falar comigo. Já havia passado semanas sem vê-la, e confesso que sentia muita falta da pequena tagarela que sempre questionava e inquiria sobre tudo. Nós estávamos no apartamento do Sirius, em uma festa consideravelmente pequena quando ela chegou. E como chegou. Os cabelos estavam curtos, em um corte chanel e com mechas rosadas por todos os lados. Ela tinha feito uma tatuagem no ombro que sumia por dentro da blusa de seda de amarrar. Os olhos bem marcados por uma maquiagem escura e usava um batom vermelho extremamente sensual. Corri os olhos por seu corpo e me arrependi imediatamente. Ela não parecia mais minha irmã mais nova.

A verdade é que enquanto Sirius e James estavam achando o visual novo dela incrível eu estava bem puto, o que diabos havia acontecido com a minha garota? A resposta não demorou chegar, ela havia acabado de sair da casa dos pais, estava morando perto da faculdade e agora podia fazer o que bem entendia. Eu fiquei bravo. Muito. Principalmente quando vi alguns outros caras sorrindo e lhe oferecendo bebidas durante o tempo todo. Mas ela ignorava e continuava pendurada em mim, sorrindo e tentando me fazer sorrir também. O perfume dela já estava me deixando tonto, era inebriante.  

Algo havia mudado. Eu ainda não sabia o que era, e estava me sentindo mal por estar olhando uma menina bem mais nova do que eu daquela forma. Droga, a verdade é que pela primeira vez depois de muito tempo eu estava enxergando a pequena Black como uma mulher e não mais como a caçula do grupo. Sua imagem de irmã mais nova ficava cada vez mais distante em cada cruzada de pernas que ela dava. E no final daquela noite, quando ela me encurralou no corredor de seu apartamento e me beijou, eu tive certeza que tudo estava diferente. Eu senti muito mais que o gosto dos drinques tomados por ela e seu batom indecente. Seu corpo pequeno cabia perfeitamente em meus braços e seus dedos estavam perdidos entre os fios do meu cabelo. Algo, entretanto, me fez parar, eu não podia. Simplesmente me sentia culpado demais para poder ficar com ela daquela forma. Não era certo.

Deixei a loira em seu apartamento e fiquei o resto do final de semana em casa com minha mãe. Ela parecia saber de algo que eu não sabia e até mesmo me perguntou porque Tonks não havia ido comigo. Ela adorava o temperamento alegre de Tonks e o fato da caçula adorar a minha avó. A verdade é que ninguém, nem mesmo as fãs, eram imunes aos sorrisos e a fala alegre da loira. Ela era como um êxtase.

James e Sirius estranharam meu sumiço e Tonks me procurou assim que voltei para casa. Seu sorriso estava apagado e eu tinha medo que fosse o único responsável por aquilo. Ela jogou tudo em cima de mim de uma vez. O fato dela passar meses em viagens conosco. E o motivo que por muitas vezes estava sempre colada em mim. E as razões por sempre me procurar. Tudo aquilo se resumia a ela estar apaixonada por mim desde antes dela ter colocado seus pés dentro do avião que a levou a estar comigo por meses. Ela relatou lembranças de estar apaixonada por mim desde a época que eu era apenas mais um aluno aplicado do Eton College.

Houveram lagrimas, e sorrisos e mais algumas lagrimas da parte dela quando eu a afastei. Eu simplesmente não sabia como deveria proceder com aquilo. Ela era apenas uma garota jovem, incrível e bonita. Podia ter muitos outros caras e estava ali querendo que eu fosse seu.

Mais tarde, em uma noite dias após o ocorrido, ela reapareceu no meu apartamento. Munida de uma caixa grande e um pote de sorvete. Eu havia passado dias miseráveis sem sequer ouvir o som da sua risada e aquilo estava me matando aos poucos. Eu sentia falta até mesmo do barulho de seus saltos conta o mármore. E ela sentou-se confortavelmente em meu sofá e começou a devorar o pote de sorvete de menta e chocolate que era o seu favorito. Isso depois de ter me entregado a tal caixa e me prometer que só tomaria minha decisão depois de analisar tudo que estava ali.

Eram cartas que eu nunca havia recebido, com uma letra redonda e cursiva; fotos que eu sequer imaginava que haviam sido tiradas; versos que eu imaginava ter perdido depois de escrevê-los em guardanapos e algumas palhetas. Estava tudo ali, dentro de uma caixa que eu reconheci. Era a mesma onde eu havia guardado um urso e lhe dado em seu aniversário de dezessete anos há algum tempo atrás. Eu sorri com aquilo. Tonks havia me ganhado no momento em que apareceu na minha porta sem avisar, em uma noite de inverno, e com o olhar mais esperançoso eu que eu já tinha visto em toda minha vida. Tirei a vasilha de suas mãos e a puxei para um abraço. Permiti-me afundar o rosto em seu pescoço e me perder em um mar de lembranças, sentir sua pele lisa sob meus dedos e então um sorriso se espalhou em meu rosto.

Nós nos beijamos como quem recupera um longo tempo perdido. Como velhos conhecidos que agora se reencontravam nos braços um do outro. Como quem tem seu coração reavivado mais uma vez. Ela era algo bom que eu havia recebido sem merecer, como um presente inesperado, como uma chuva de final de verão e naquela noite em uma confusão de braços e pernas e uma cabeleira loira e rosa espalhada pela minha cama eu percebi que sempre a amei. Mesmo confuso, mesmo não percebendo, mesmo perdido. Eu sempre a amei. Ela me fazia feliz e ela era única para mim.                         


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