—Ai! – Grito após bater minha cabeça no armário do meu quarto. Hoje o dia definitivamente não tinha começado bom. Fui acordada com meu irmão gritando em meu ouvido; depois tive que esperar quase uma hora para poder usar o banheiro e agora bati minha cabeça no armário, procurando uma roupa descente para ir à escola. Odeio segundas feiras!
— Katniss querida, você está bem? – pergunta meu pai do andar de baixo
— Estou – Respondo passando a mão em minha cabeça para ver se não estava sangrando. Algumas pessoas me chamam de rainha do drama, mas eu não acredito que seja verdade.
Desço as escadas indo em direção à cozinha para tomar café e Gale e Finnick Já estão na mesa
— Bom dia Catnip – Diz Gale. Ele sempre foi mais carinhoso comigo, já Finnick implicava mais
— Só se for pra você – Respondo emburrada
— Ih! Alguém acordou mal-humorada hoje – diz Finn sorrindo
— Imagina! ser acordada aos gritos e ter que ficar quase 3 horas esperando pra poder usar o banheiro me deixou de super bom humor – ironizo
— primeiro: Foram 40 minutos de espera, e segundo: o papai mandou eu te acordar, só estava fazendo meu trabalho – Ele diz com uma cara de inocente
— Idiota – Resmungo. Vou em direção a geladeira pegar meu suco quando bato meu dedo do pé na quina da mesa – puta que pariu! – Grito me jogando no chão de dor. Tive o vislumbre de Finnick rindo da minha cara e Gale ignorando totalmente a cena
— Olha a boca – Meu pai adverte entrando na cozinha. Ele estende mão e me ajuda a levantar
— Obrigado – murmuro ainda fazendo careta pela dor
— Tchau pessoal – Diz Finnick pegando sua mochila e indo em direção a porta
— Ei, esperai. Onde você vai? – pergunto incrédula
— pro colégio ué
— Mas eu vou de carona com você – Gale se levanta, pega a mochila e fica do lado de Finn – com vocês
— Foi mal Catnip, a gente tem treino hoje – antes que eu possa me opor eles saem
— pai! – choramingo me virando para ele – por que eu não posso ter um carro como qualquer outro adolescente normal? – Meu pai se recusava a me dar um carro, todos os dias eu tinha que ir de carona com meus irmãos no carro de Gale. Ele me achava “irresponsável” demais pra poder dirigir e minha mãe concordava com ele.
— Um dia minha florzinha – Ele diz. Eu fico admirada com a calma que meu pai tem nessas situações
— Um dia minha florzinha— O imito – Essa droga de dia nunca chega e nem nunca vai chegar
— É só você ter paciência Katniss. – Reviro os olhos com o comentário enquanto tomo meu suco. – Tenho uma novidade para você
— Boa ou ruim? – pergunto com a boca cheia de cereal
— Boa. Eu te coloquei em um grupo de música
— O que?! – grito cuspindo o cereal que estava em minha boca – pai!
— Você começa amanhã.
— por que você fez isso? – Meu pai sabe do meu receio com a música, eu costumava cantar quando era menor. Certa vez eu fui me apresentar na escola quando tinha 6 anos, meus pais e meus irmãos estavam na plateia, meu pai deu a maior força para eu fazer e eu acreditei nele, comecei a cantar e até então tudo estava indo bem, até que eu senti uma coisa me atingir e depois várias, olhei para a plateia e ele estava rindo, apontando e jogando ovos em mim junto com o seu grupinho de amigos. Eu como era muito frágil comecei a chorar e sai correndo do palco. No dia seguinte o vídeo já estava até na internet porque ele havia gravado minha apresentação. Fui zoada por meses pelos meu colegas de classe, então meus pais decidiram me tirar daquela escola e me pôr em outra. Por um grande acaso Peeta mudou-se para a mesma escola que eu e até hoje o desgraçado atormenta minha vida
— Ah meu amor, você tem uma voz linda.
— Eu não vou pai – digo decidida
— Ah você vai sim
— Mas – tento continuar a frase mas ele me interrompe
— Sem mais. É melhor você ir senão ira se atrasar
— Eu vou ter que ir a pé? – pergunto incrédula
— Você voa por acaso? - Bufo. Pego minha mochila e saio.
Quando estou quase no portão do colégio ouço o sinal batendo e apresso meu passo afim de chegar a tempo, mas um ser vem em minha direção e derruba café em minha blusa branca
— Ops – Ele diz com um sorriso sínico no rosto
— Argh! Seu idiota – grito - Peeta Mellark você é um homem morto
— Ah é?! E é a tampinha ai que vai me matar? – Ignoro seu comentário e saio bufando de raiva, tendo que passar por seu grupinho de amigos que estavam rindo da minha cara
Vou em meu armário procurar alguma blusa reserva mas não havia nenhuma, até a de educação física tinha ficado em casa pois hoje eu não teria aula. Fecho o armário e me sento no chão. Jogo minha cabeça para traz e fecho os meus olhos, o dia estava indo de mal a pior e eu ainda perderia a prova de Matemática que está acontecendo agora.
— Toma – Abro meu olhos e vejo Peeta me estendendo um pano
— O que é isso? – pergunto desconfiada
— Uma blusa, roubei da Glimmer
— E por que você acha que eu aceitaria? – O Mellark fazendo uma gentileza não é normal nem aqui nem em Marte
— Você prefere ficar toda molhada?
— Como eu vou saber que você não colocou alguma coisa ai para eu ficar me coçando ou coisa do tipo? – pergunto estreitando os olhos. Ele suspira
— Olha, se você não quiser...- ele se vira pra ir embora e eu pondero a situação. Eu to horrível e fedendo, aquela blusa é a única coisa que pode “me salvar” nesse momento.
— Mellark espera – digo me levantando e pegando a blusa de sua mão – Glimmer não vai sentir falta dessa blusa? – aposto que se ela me visse com aquela blusa iria fazer um escândalo e me acusar de ladra por tê-la roubado
— Ela nem lembra da existência disso
— porque você está fazendo isso?
— Isso o que?
— Me ajudando – Ele desvia o olhar do meu e quando resolve responder a voz da coordenadora ecoa no corredor
— O que vocês dois estão fazendo aqui? - Peeta inventou que havia se atrasado e que me encontrou no meio do caminho e eu digo que tinha me sujado e estava indo me trocar. Ela parece ter engolido a história e nos deu passes para entrar na sala. Depois disso o Mellark não disse mais nada para mim e foi direto para sua sala. Eu fui ao banheiro trocar de blusa, e depois expliquei para a professora sobre o que aconteceu e ela me deixou fazer a prova.
Durante todo período de aula eu fiquei pensando sobre a atitude do Mellark que havia sido muito suspeito vindo logo dele. Mas eu ainda vou descobrir o porquê disso tudo, Ah se eu vou