Lá estava ela, deitada no colo dele, exatamente como eu disse que aconteceria. Ela nunca me escutou, sempre achou que eu me contentaria em ver seu primo paquerando-a na minha cara e não me importaria com isso. Pois eu me importei, e muito. Por que era tão duro amar? Por que tão difícil?

Rose estava ali agarrada nele e ele se aproveitava disso. Queria ser eu a secar suas lágrimas, a dizer-lhe que tudo ficará bem, a lhe acalmar, mas ela o prefere. Ainda não acredito como perdi quem mais me importava.

Flash Back ON

Rose saltitava de alegria ao meu lado, mas foi só James aparecer para que ela tirasse seus olhos de mim.

– Jay? O que aconteceu?

– Ah Rose.... Foi só uma briga.

– James Sirius Potter, que briga foi essa?

– Rose fala sério! Você não é mãe dele! – Tentei dizer.

– Valeu Scorpius, mas tenho que responder minha pequena. Uns corvinos idiotas estavam falando de você e eu não pude aceitar. Mas eles saíram pior que eu! – James se justificava. Olhando bem pra ele achei que ninguém poderia sair pior que ele de uma briga: olho roxo, nariz sangrando, cortes na sobrancelha e nos lábios, fora a roupa que apesentava pequenos rasgos.

– Oh Jay! Vem, vamos para a enfermaria!

– Nem pensar! – Rose me encara com a sobrancelha erguida – Ahn..... Se ele chegar assim madame Pomfrey chama a diretora e acho que ele não quer se explicar para a Minerva.

– De jeito nenhum, tem razão Scorpius. Vou pro meu dormitório e lá vejo como me recupero. Acho melhor já começar... Beijos pequena! – Ele se aproxima de Rose, beija-lhe a testa e segue para seu dormitório.

– Pobre Jay, sabe me sinto mal que isso aconteceu por minha culpa, sabe Scorp?

Não respondo, pois sei que James aproveitou-se da situação. Um cara do porte dele, jogador de quadribol, forte, esperto, ousado, alto e musculoso, intimidaria qualquer um. E principalmente, não sairia de uma briga nesse estado.

– Scorpius? Tá me ouvindo?

– Ahn, oi Rose! Claro que tô..... Err, ok eu não ouvi nada, desculpa!

– Tudo bem doninha!

– Agora é doninha, mas antes do James passar aqui era Scorp, meu amor....

– Ah não! Vai brigar comigo de novo por causa do James? Por favor, Scorp! Não tem nada a ver o que você fala! O Jay é meu primo, você é meu namorado, entendeu agora?

– Pra você ele é seu primo, mas ele não te quer só como prima! E você nem se importa, até corre para o colo dele quando a gente tem uma mísera briga!

– Quer saber? Isso nunca me importou, mas agora parece que você não me quer mais como namorada! Tchau Hyperion.

A ruiva virou as costas e saiu andando, até tentei gritar e ir atrás, mas ela me ignorou completamente. Quando consegui virá-la para mim vi as lágrimas escorrendo por seu rosto angelical, perdi minha força e ela conseguiu soltar-se de mim, correndo para o dormitório.

Flash Back OFF

Agora estou aqui, no campo de quadribol, vendo o casalzinho juntinho enquanto eu tento espairecer voando, mas o melhor que faço é voltar para o dormitório. Até o quadribol perde a graça sem a minha ruivinha, é ela que me inspira. E agora eu a perdi.

Arrependo-me amargamente de sair do campo, para quê eu resolvi voltar para o dormitório? Só para ver James beijar a minha garota. E ela que dizia que ele não queria nada com ela. Saio correndo para meu dormitório sem olhar para trás, mas percebo que atrapalhei o casal quando escuto Rose gritar meu nome.

– Scorpius! Me escuta!

– Eu não quero saber nada sobre você e seu novo namorado! Já deu pra mim Rose, depois de tudo que sempre falou... Está aí a prova que sempre mentiu para mim. Vai ser feliz com seu namoradinho.

Assim que entro no salão comunal da Sonserina me jogo no sofá e durmo, sonhando com a ruiva mais linda que já conheci. Mas também a pessoa que mais me magoou.

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– E aí cara? Fiquei sabendo que brigou com a Rose.... Sinto muito! – Alvo me diz pela manhã.

– Ela quis terminar, acho que foi só uma desculpa, sabe? Para finalmente cair nos braços do teu irmão.

– COMO É? O JAMES É O CULPADO DISSO TUDO?

– Você não sabia? Eu e ela brigamos por que o James sempre deu em cima dela e ela nunca pensou em pará-lo. Quando estava voltando para o dormitório ontem os encontrei se beijando.

– Mas pera..... O James chegou no dormitório ontem quase chorando, segundo Hugo, e durante a noite ele resmungou o nome de Rose e chorava....

– Isso está muito estranho! Tenho que ente.... Ela terminou comigo cara, não posso fazer nada.

– Ela nem tentou falar com você depois do término? Ou depois do beijo com o James? Alvo pergunta desconfiado.

– Tentou, mas eu não quis ouvir. – Respondi derrotado.

– Cara vem cá! – Alvo me puxa da mesa sonserina até a grifinória – Rose vem aqui! Agora!

Ele me puxa até uma sala vazia, nem preciso olhar para trás para saber que Rose nos segue.

– Resolvam-se! – Alvo sai e nos tranca na sala. Não quero encará-la, sei que ela chora. Sou tão apaixonado por essa guria que sei até quando ela chora baixinho, tentando fazer com que ninguém escute-a.

– Olha Scorpius, não sei o que temos para resolver. Você não quer saber de mim! Tentei falar com você ontem e você foi o mais grosseiro que podia. Agora fica pedindo pro Alvo trancar a gen...

– Nada disso! – Interrompo seu discurso, sua voz embargada pelo choro me parte o coração – Eu não pedi nada! Ele que veio com uma história que o James quase chorou ontem voltando para o dormitório e que eu tinha que me resolver com você, mas eu não tenho o que resolver. Sou louco por você, mas você quer o James.

– O que? Eu briguei feio ontem com o Sirius por sua causa e agora fala que eu quero ele? Se ele voltou para o dormitório chorando é porque tomou, provavelmente, o maior pé na bunda da vida. E sabe por que isso? Porque EU sou louca por você, eu que não paro de pensar em você um segundo, eu que abro mão do meu primo e melhor amigo por causa de um namorado ciumento que eu amo tanto!

Pode parecer clichê, mas depois do que ela falou tive que beijá-la. Namorávamos há dois anos, eu encarei Ronald Weasley e ela encarou Draco Malfoy, fui mimado por Hermione e ela por Astória, mas apesar de termos vividos tanto juntos nunca havíamos conjugado o verbo amar um para o outro. Pelo menos não para dizer que nos amávamos. Mas eu não tinha dúvidas que amava aquela marrenta, ruiva, chata, nerd, maravilhosa e encantadora garota. Ela era minha razão de respirar, sem ela nada fazia sentido. Assim como não fazia sentido viver sem ela, não fazia sentido passar mais um segundo sem dizer-lhe:

– Eu amo você!