“... então Jaci, o grande deus Lua, que brilha toda noite, vem em busca de moça digna para se juntar a ele nos céus, e as faz como as grandes estrelas dos céus, é uma grande benção minha criança! Seja digna! E Jaci virá busca-la!”

Assim era toda noite, com uma historia para dormir contada pelo seu próprio pai, o cacique da tribo que Naiá dormia. A menina acostumara tanto que já não conseguia dormir sem o mimo. Crescendo aos poucos, Naiá virou uma formosa mulher, não quis casar, quis se recolher para Jaci, seu grande amor.

Todas as noites a índia o observava de onde pudesse, o topo de uma arvore, a beira de um lago, ou até mesmo pela fresta da oca. Até tomar a idade de sair para o encontro do deus.

- Ao descer o horizonte o deus lua me levará! – repetia a menina toda noite.

Naiá corria então até o encontro da lua, descia a mata adentro, subia nas arvores, tudo o que podia para tentar alcançar a lua. Então seus olhos brilharam e ela viu o reflexo de seu amado que estava no Igarapé. Sem pensar duas vezes a menina-mulher pulou na água, sabia do perigo, mas só pensou no seu amor, foi então correndo ao encontro deus, porem foi puxada pela correnteza, e no fim, se afogou.

Jaci, o deus lua viu o esforço da índia para tentar alcança-lo, e lhe deu uma recompensa: transformou-a em uma grande flor do rio, que abriria suas pétalas ao luar, mais tarde chamada de Vitória Régia, a grande índia Naiá.