O Mundo Primordial escrita por thacila


Capítulo 2
Eu faço as minhas malas


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, continuem lendo. Ficará mais interessante daqui em diante.
Thacilla



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Meus seis anos seguintes foram incrivelmente calmos. Era como se os encapuzados tivessem se esquecido de mim, ou estivessem sendo afastados. Tenho também a assustadora teoria de que esses já tivessem me observado o suficiente, mas não podia me dar ao luxo de pensar muito nisso. Eu já tinha problemas demais para ocupar minha mente.

–Brenda, você bateu na sua professora?-perguntou minha mãe - Bateu?-repetiu incrédula.

Veja bem, eu sei que você deve estar me achando uma covarde por bater em uma velha senhora de um metro e cinquenta que já possui alguns cabelos brancos e um jeito de andar que a deixa uns 30 anos mais velha. Mas não se deixe enganar a Sra.Barshaw tem um olhar assustadoramente maligno e uma voz sombria que ela adora usar para ditar as equações como se fossem maldições .Acredite, maldições são melhores do que as equações que ela passa, minha maior nota na matéria dela foi um D -.

O fato era que ela me tirava do sério. Se ela apenas me desse meus F’s e me deixasse quieta no canto seria maravilhoso (ou quase),mas ela faz um comentário negativo sobre mim a cada cinco minutos. É irritante como a voz dela fala que eu sou imprestável ou não sou digna da minha origem, mas o mais assustador foi quando ela disse , sussurrando próxima do meu rosto com as duas mãos na minha mesa e com a voz sombria que eu odeio que minha hora estava chegando e dos que eu amo também.

–Você é uma bruxa!-eu me levantei bruscamente da minha cadeira e agarrei minha professora de Álgebra pela blusa-Eu não aquento mais. Nunca mais fale assim comigo.

Nesse dia Charles havia faltado a aula por que estava doente, então não tinha uma testemunha da víbora que era a Sra.Barshaw.

–Mas minha querida, eu só disse sua nota no teste passado, fique calma-disse ela fingindo ser inocente na frente dos outros alunos, que prestavam atenção na nossa briga, mas pouco depois ela chegou perto de mim e sussurrou: ”Você vai morrer”.

Eu jurei ter visto a imagem de uma velha mulher enrugada (mais do que a Sra.Barshaw já é) com uma cor estranha, e presas no lugar de dentes, além de olhos vermelhos. Fiquei nervosa e fiz o que eu sempre quis fazer: Dei um soco no nariz da minha professora.

Eu me imaginei batendo em um monstro, uma bruxa, ou como você queira chamar sua professora maligna. Mas meus colegas só viram uma aluna problemática agredindo uma professora ‘’inocente’’.

Logicamente, eu fui mandada para a sala da direção, pela milésima vez esse ano.

–Senhorita Singer, você passou dos limites, bater em uma professora é algo gravíssimo-disse minha diretora, a Sra.Whitam.

–Mas ela me fez uma ameaça de morte, sem falar nas ofensas-apontei para a Sra.Barshaw que fazia cara de desentendida.

–Nunca faria isso com você, querida, você está alterada. Eu apenas disse sua nota-disse minha professora com jeito de senhora inocente-quando eu ia dizer que você podia melhorar com esforço você me bateu.

–Brenda, como você pode?-minha mãe me olhou com uma expressão estranha no rosto.

–A senhorita foi avisada de que se fosse chamada atenção mais uma vez o resultado seria a expulsão.

–O que? Mas eu não fiz nada- ela me olhou séria-Não dessa vez

–Querida, acredito que isso seja o certo a se fazer-disse minha mãe.

–Mãe!-eu olhei incrédula para ela-Não acredito que está concordando com essa injustiça. Eu sei que não duro muito tempo em uma escola, mas eu estava me adaptando a essa.

Minha mãe estava olhando atentamente para minha professora, como se a Sra.Barshaw fosse pular em cima dela do nada.

–Desculpe minha filha, mas a decisão é unânime. Você irá se adaptar a outra escola rapidamente, eu sei que sim.

Eu iria protestar de novo, porém minha mãe me lançou um olhar que finalizava a conversa.

Não sei se era impressão, mas imaginei ter visto a Sra.Barshaw me lançando uma olhar mortal.

–Vamos-minha mãe abriu a porta da diretoria e me encaminhou apressadamente pelo corredor.

–Calma, vá devagar-eu disse-Parece que está fugindo de alguém.

Ela parou no meio do corredor, me olhou hesitante e disse:

–Nós estamos.

–De quem?

–Dá sua professora de Álgebra.

Então ela me puxou e não disse nada até chagarmos no carro e esse avançasse nas estradas de New York

–Mãe, você pode me explicar o quê diabos está acontecendo?

–Sim, posso, mas depois que você estiver em segurança.

–Segurança? Por que eu devo estar em segurança?

Ela não respondeu, mas fez uma pergunta:

–Por acaso você viu algo de estranho na sua professora?

Fiquei pensando se minha mãe ia me achar maluca se eu respondesse que vi um monstro disfarçado de professora, talvez achasse. No entanto ela não me internou em um hospício quando eu disse que via pessoas encapuzadas me perseguindo, então lhe contei o que vi antes de bater na Sra.Barshaw.

Ela não disse nada, mas acelerou o carro e pensei ter visto uma sombra de medo no seu olhar.

Depois de alguns minutos chegamos à nossa casa. Um duplex antigo com uma cor escura em uma rua com casas idênticas. As janelas da casa possuem persianas brancas e no segundo andar podia se ver minha plantinha que havia ganhado no meu aniversário anterior. Eu sou uma apaixonada por botânica, logicamente isso é herança da minha mãe ,que possui uma loja de plantas no centro da cidade. Nossa segunda paixão em comum é a praia, somos simplesmente amantes do mar. Nos fins de semana alugamos uma quarto em uma pousada simples e aproveitamos o silêncio da praia mais próxima da cidade.

Para minha surpresa, havia uma pessoa nos esperando nas escadas da casa: Charles. Ele estava sentado com uma mochila nos seus pés.

–O que você está fazendo aqui?-eu perguntei, mas logo me arrependi, pois soei rancorosa.

–Nossa! Que humor. Sua mãe ligou para mim antes de chegar à escola, eu fiquei em casa hoje para resolver umas coisas(Ele não estava doente?). Ela me contou o que aconteceu.

–Mãe! Você vai contar para todo mundo mesmo que eu bati na professora?

E ela me ignorou de novo.

–Vamos entras, temos que arrumar sua mala.

–Mala? Vamos viajar?

–Vocês dois vão?

–O que?


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