A Comensal escrita por F Lovett


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

E aqui vai a segunda fic do desafio de natal o/

A primeira foi a hayffie "Depois da Colheita" e agora vai uma Lucitrix AEAEAEAEAEAEAE

Enquanto eu não aumento a classificação de "You're Always Here", vai uma +16 pra vocês :D

Boa leitura!



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A brisa noturna do Largo Grimmauld me faz fechar os olhos e tentar relaxar. A confusão que existe na minha cabeça é tão grande que precisaria de isolamento por pelo menos um mês. Nada parecia estar dando certo e eu poderia ser acusada de inúmeras coisas terríveis de uma só vez. E uma delas era traidora.

Ouço passos atrás de mim e começo a me adiantar, sem olhar para trás. Cruzo os braços após puxar o capuz do meu sobretudo e continuo andando, até sentir uma mão me segurar pelo braço.

- Bella, eu preciso falar com você - ouço a voz de Sirius e reviro os olhos. Às vezes me surpreendo com a rapidez em que sua voz ficou grossa.

- Será que dá pra parar de me perseguir? - indago, impaciente. - Que droga, Sirius!

Confesso que muita coisa neste garoto me incomoda. Apesar de ser muito mais novo do que eu, já havia crescido mais do que deveria. Isso o fazia pensar que era superior a mim. Sem contar sua fase da puberdade em que tentava entrar escondido no meu quarto, mas eu sempre acabava descobrindo e expulsando-o antes que pudesse fazer alguma festinha.

- O que você vai fazer?

- Não é da sua conta - retruco. Sirius me olha com curiosidade. Típica característica dele. - Agora volta pra casa - continuo. - Ou prefere que eu mostre o caminho para você?

Não sei se consigo ser realmente convincente, mas ele simplesmente aceita e dá meia-volta, seguindo seu caminho após encolher os ombros. Franzo o cenho, desconfiada com a facilidade que tive em espantá-lo, mas agradeço silenciosamente e volto a seguir meu caminho, virando num beco à minha direita. Acabo deixando escapar um pequeno sorriso quando vejo os cabelos loiros e longos a minha frente. Abro um pouco o sobretudo e retiro uma carteira de cigarros, separando um para tragar.

- Espero não ter demorado muito - digo assim que Lucius se vira para me cumprimentar com um aceno de cabeça. - Meu primo está cada vez pior.

- Por que não se livra logo dele? - Lucius indaga, pondo as mãos nos bolsos.

- Hoje não - digo e trago mais uma vez, deixando a fumaça sair aos poucos. Lucius puxa o cigarro da minha mão e traga uma vez antes de jogá-lo no chão. Vejo-o se aproximar cada vez mais.

- Para onde você quer ir? - ele indaga, sussurrando no meu ouvido. Sorrio e fecho os olhos enquanto sinto-o distribuir beijos pelo meu pescoço. Sinto suas mãos irem até as minhas pernas, começando a levantar um pouco a minha saia.

- Acho que - começo a dizer em meio a sussurros - devíamos ficar aqui mesmo.

Lucius ri brevemente e puxa as minhas pernas, encaixando-se entre elas. Ele me prensa contra a parede e começa a me beijar. O aperto nas minhas coxas aumenta e começo a me perguntar se ele já tinha isso em mente quando me pediu para encontrá-lo aqui. Nunca tínhamos optado por qualquer lugar. Lucius sempre gostou de me levar em lugares confortáveis, digamos assim.

Ele me dá espaço para tirar minha calcinha enquanto abre o zíper da sua calça. Então se encaixa novamente entre as minhas pernas. Ele volta a prensar novamente os seus lábios nos meus até que sou pega de surpresa quando me invade tão rapidamente. Acabo deixando o mundo lá fora de lado e por alguns instantes pareço perder os sentidos. Os meus problemas desaparecem e apenas me concentro no agora. Tento conter qualquer som que venha a sair da minha boca, mas fica cada vez mais difícil. É quando me lembro que minha varinha está ao meu alcance. Puxo-a do sobretudo e digo em pensamento "abaffiato" e em seguida deixo escapar um gemido assim que atingimos o clímax. Lucius me olha um pouco desconcertado e olha para o início do beco, que dá para a rua. Quando olho na mesma direção, acredito ter visto um vulto, mas acabo deixando de lado.

- Podia tentar ser mais discreta - ele resmunga e se distancia um pouco, começando a se recompor e eu faço o mesmo.

- Acha mesmo que eu não fiz nada? - indago e mostro a minha varinha. Lucius olha e sorri, balançando a cabeça. - Até parece que você não me conhece, Lucius.

Ficamos em silêncio por alguns instantes. O único barulho presente era de um jornal velho, arrastado pelo vento, em atrito com o chão.

- Sabe que vamos ter que parar com isso - digo e Lucius me fita um pouco desentendido. - Você vai se casar com a minha irmã - lembro-lhe e ele bufa. - E eu vou me tornar uma Lestrange.

- O que? - ele indaga, parecendo engasgado com a própria saliva. - Com quem? Rabastan?

- Rodolphus - corrijo-o. Lucius se cala e ficamos assim por um bom tempo.

"Não existe amor, Lucius. Nos casamos apenas com quem possa nos garantir segurança." digo, quebrando o silêncio.

- Até porque você nunca poderia se casar com o homem que ama, não é Bella?

- Não preciso me casar com ele para tê-lo para mim - retruco. Lucius parece prender o riso.

- O Lorde das Trevas? Duvido bastante.

- Quer apostar?

- Apostar é uma perda de tempo.

Um barulho surge no início do beco, exatamente de onde eu achei ter visto um vulto, e quando me viro, acabo tendo a mesma visão. Imediatamente me vem uma única pessoa na cabeça.

- Vejo você depois, Lucius - digo, sem ouvir muito bem o que ele diz. Sigo a passos rápidos em direção a rua, segurando firmemente a minha varinha. Ouço o barulho dele desaparatando, mas não olho para trás. Quando chego a entrada do beco, me deparo com o Largo totalmente deserto. Olho de um lado para o outro, mas não vejo um sinal sequer de movimento.

- Sirius - sussurro. A raiva que tenho dentro de mim é tanta que poderia matá-lo agora mesmo.

- Que feio, prima - ouço-o falar, vindo de trás. Ele sai de trás de uma árvore, caminhando lentamente. Olho-o com os olhos semicerrados. - Eu estava me perguntando o que a Cissy diria se soubesse...

- Se você morrer, ela nunca saberá, não é? - digo e isso parece amedrontá-lo.

- Você não vai me matar... - ele engole em seco. - Vai?

- Tenta - digo e levanto os braços, ajeitando mais uma vez o capuz do meu sobretudo. Até que percebo a atenção de Sirius no meu braço esquerdo e sua expressão é de total terror.

Ele viu a marca negra.

Agora já era tarde.

- Bella, você é...

- Comensal da morte? - completo. - É, Sirius, eu sou. Vai contar pra todo mundo também? - indago e mais uma vez ele engole em seco, dando um passo para trás. - Você sabe o que os comensais da morte fazem com traidores do sangue?

Posso perceber que dessa vez ele está realmente com medo e acabo me aproveitando do momento para tentar fazê-lo não abrir a boca. Mas é então que uma dor neste mesmo braço começa a me incomodar. Seguro-o com a mão direita e aperto os olhos, como se isso fosse amenizar a dor, e é então que percebo que era o que eu estava esperando há tanto tempo.

Afrouxo o aperto no meu braço e puxo a manga, revelando a marca negra, agora mais nítida do que nunca. Sorrio quando percebo o chamado dele e olho para Sirius, que agora está ainda mais distante. Solto uma gargalhada que não sei de onde veio e finalmente aparato, indo ao encontro do meu mestre.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso aí, pessoal xD

Ainda tem mais duas fics que eu vou postar por esses dias o/

Aliás, comentários sempre bem-vindos :)