The Little Mermaid- The real story escrita por Emilie Casinha


Capítulo 1
Capítulo unico




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Vi seus olhos, frios como a morte, toquei seu pálido, ela tremia e rangia os dentes. Seus cabelos molhados com a chuva que cairá aquela noite, e ela estava caída no chão frio de pedra, seus sapatos haviam sido roubados, e seu rosto marcado com feridas por todo ele.

Levantei seu corpo frio, ela tremia em meus braços, ainda inconsciente, mas sentiu de alguma forma que a levantara, pois colocou a mão sobre meu braço. Sua mão fria, delicada e pequena. Levei-a para meu carro, o banco de trás desocupado, a pousei e coloquei o cinto do meio por seu tórax, tirei meu casaco e cobri seu corpo. Seus lábios roxos eram sinal de que seu corpo ainda estava muito frio. Liguei o carro e a levei para um hospital mais próximo.

Foi atendido e a levei até o médico, fiz queixa a polícia, dando todas as informações possíveis sobre o que sabia sobre a pobre garota, eles disseram que como já era muito de noite não poderiam fazer nada.

Dormi no sofá do quarto onde ela estava, a pobre garota de cabelos claros e avermelhados estava coberta agora por cobertores quentes e recebia soro nas veias. Ela falava enquanto dormia, pronunciava palavras que eu não entendia, era estranho o que ela dizia. Como se fosse outra língua.

Recebi várias ligações de minha noiva, Alicia, mas não atendi, pois o sono batia forte, adormeci logo, admirando os lindos cabelos da garota, e também esperando que ela acordasse e me contasse seu nome. Mas por algum motivo, eu sabia seu nome. Arielle. Pequena Ariel.

—Ei senhor, é parente da moça?

Despertei com um susto, uma médica de jaleco branco com uma prancheta na mão.

—Não. A encontrei na rua ontem inconsciente–respondi ainda despertando–Por que? Acharam algum parente dela?

—Nada ainda, apenas alguns documentos em seu bolso, mas todos em uma língua estranha. E algumas moedas estranhas também, tentamos identificar de onde eram, mas não conseguimos. Mas qual seu nome senhor?

Passei as mãos pelo rosto.

—Eric.

Ela anotou meu nome, e saiu do quarto.

Foi quando a garota acordou.

Ela abriu seus olhos, e eu certamente a conhecia. Sim! Eu já havia visto seus belos olhos, mas não me lembrava aonde.

Ela olhou para mim com um olhar surpreso.

E pegou o garfo que havia ao lado de sua cama, no criado mudo. E o apontou para mim.

Ela estava surpresa, mas parecia me conhecer também.

—O máximo que fará com esse garfo é desarrumar meu cabelo, ou até pentea-lo –Ela abaixou o garfo e o pôs de volta no criado –Seu nome é Arielle? Ou algo do tipo?

Ela acenou com a cabeça, ela me entedia, mas não respondia.

—Sou Eric, então, como foi para na rua?

Ela não respondeu, apenas continuo me olhando.

Reparei que meu celular começara a tocar.

—Me de apenas um minuto.

Atendi o telefone, estava sem identificador de chamadas.

—Eric! Liguei para você mais de mil vezes! Você não atendeu nenhuma.

—Agora atendi, ou seja, você ligou mil vezes e eu só não atendi novecentos e noventa e nove,

Minha resposta pareceu irritar Sull, minha noiva.

—Eric, vou falar com calma e paciência, onde você esteve ontem, e onde você está agora?

Sull, uma bela mulher, tinha uma bela voz, mas era de certo modo um pouco irritante, me perguntava por que ainda estava com ela.

—Sull, estou em um hospital perto da estrada, eu estava voltando para casa da visita que fiz aos meus pais, e então encontrei uma garota desmaiada no meio da estrada. E a levei para o hospital.

Ela desligou o telefone, ela desligou na minha cara. Sull era ciumenta. De certo modo até irritante.

Desliguei o telefone, não queria receber mais nenhuma ligação dela. Olhei para a garota. Ela comia o almoço deixado pela médica, ela olhou para mim e apontou para a comida, e para mim.

Sabia que ela estava me oferecendo.

—Se puder, apenas um pedacinho. Não comi nada hoje.

Ela me entregou um pedaço do que parecia ser um bife. Estava bom, mas não fez minha fome cessar.

Queria entender o que ela dizia, ela apenas comia e não falava.

—Você sabe falar?

Ela confirmou com a cabeça.

—Mas por que não fala então?

Ela pareceu simular que digitava algo, então entendi que ela queria meu telefone.

Entreguei.

Não sou do seu pais, não sei falar sua língua, apenas escrevê-la.

Você não entenderia a minha língua.

—Então você não é daqui? Interessante, mas como chegou então?

Barco, me trouxeram até aqui.

Meu nome é Arielle, ou Ariel, como quiser. Meu amigo, Sebastian e eu fomos trazidos para cá. Meu pai é um homem muito rico e poderoso de onde viemos, e um tipo de mafia de lá nos trouxe. Talvez para que meu pai pague para nos devolver. Essas pessoas abusaram do meu sonho de vir morar aqui, na Inglaterra.

—Qual seu pais?

Itália.

—Onde está seu amigo? E eu conheço você?

Não sei, e provavelmente você me viu em alguma revista sobre canto, estou tentando a anos ser cantora, mas meu pai diz que é muito arriscado nos expormos.

—Mas eu me lembro de ter te visto alguma vez, não por revistas, pessoalmente.

Ela congelou por um estante, pareceu ficar tensa, ela parecia que me conhecia, mas como eu não me lembraria dela? Uma garota tão bela.

Ela não digitou mais. Eu perguntava ainda se ela me conhecia, ou se ela tinha alguma suspeita de onde seu amigo estava, ou talvez se ela conseguia identificar algum mafioso, mas ela não respondia.

Ela passou ou resto do dia sem me responder, ou mostrar interesse em minhas perguntas. Resolvi ignora-la também. Mesmo que me doesse não olhar aqueles belos olhos azuis esverdeados.

Não sabia para onde levá-la, então quando ela recebeu alta, fiz caminho de volta para casa dos meus pais.

Meus pais sempre foram afortunados, mas sempre mostrávamos que não éramos sovinas, pessoas batiam em nossa porta pedindo abrigo e comida, oferecíamos tudo a eles. E com Ariel não seria diferente.

Elas deram a ela um belo quarto, com cama d’agua um espelho gigante, e vestidos, lindos vestidos nunca usados, que minha mãe comprava e deixava como enfeites de armário.

Ela foi para o quarto e passou um tempo lá, quando saiu estava limpa, arrumada, e eu parecia a reconhecer mais ainda.

Quem era ela?

Fomos jantar, todos. Deu um novo celular para ela, que tentou de imediato ligar para o pai e o amigo, mas nenhum dos dois atendia, tentou ligar para as irmãs, mas também ninguém atendia.

—Então Ariel, está viajando para a Inglaterra faz tempo? Ficará mais?–meu pai perguntou, ele parecia empolgado com a chegada dela, ele tinha um ódio que não queria que eu soubesse, mas tinha, por Sull.

Ela balançou a cabeça confirmando que estava na Inglaterra a um tempo.

Depois que ela comeu, ficou olhando para o garfo.

—Ei Ariel! Se quiser, tem um lago aqui perto, quer fazer um passei de barquinho?

Ela sorriu e balançou a cabeça.

Depois de comer fomos ela e eu para o lago, eu remava e ela olhava os peixes.

—Você parece gostar bastante deles. Lá na Itália, você morava perto da praia?

Ela balançou a cabeça confirmando.

Ficamos horas olhando o lago e o céu, eu perguntava, e ela balançava a cabeça, descobri que ela tinha muitas irmãs. E o seu melhor amigo não era Sebastian, era um outro. Mas não consegui saber muito sobre ele.

Voltamos para a casa dos meus pais.

E uma grande surpresa me esperava: Sull.

—O que esta fazendo aqui Sull?

Ela me olhou com um jeito irritado.

—Essa é a vadia que você achou? Foi levá-la para o lago? E você quem é?

Mas o tom de Sull foi de que ela já sabia a resposta.

E o olhar de Ariel sobre ela disse o mesmo.

Elas se conheciam.

—Ariel, o nome dela é Ariel!

—Eu te perguntei? Não! Perguntei a ela!

—Mas ela não fala nossa língua.

—Que pena não é?

Sull me provocará.

E então ela bateu no rosto de Ariel.

Fiquei entre as duas.

—Sull, você é ciumenta, mas eu disse a verdade! Ela não é minha amante, é uma garota que achei e ajudei!

Ela não se importou, pulou para cima de Ariel, mesmo eu tentando deter-la, ela foi atacando.

Tentei separa-las, mas ela puxava o cabelo de Ariel, e arranhava seu rosto.

Elas giravam pelo chão, Sull começou batendo em seu rosto e Ariel cobrindo o com os braços, e então empurrou Sull, que bateu o braço em uma pedra, Ariel puxava os cabelos da opoente e batia em seu rosto. Mas Sull avançou novamente, e segurava o pescoço de Ariel.

Escutei um tiro para o alto.

Olhei para trás e vi um homem de quase quarenta anos atrás de nos com uma arma. O olho esquerdo roxo e inchado, uma barba rala.

—Ariel, eu voltei.

—Sebastian! Me ajude aqui! Ajude Eric!–ela disse sufocando.

Ariel, ela falava? Por que só agora?

—Sebastian, sabe que não estou sozinha aqui não é? –Sull disse olhando para meus muros. Onde eu puder ver armas apontadas para Sebastian, para mim e Ariel– Entende pequeno servo de Ariel, não importa o que você faça, eu venci essa batalha.

Ela pegou uma faca, e colocou no pescoço de Ariel. Ia corta-lo.

—Sull para! Se você não a matar, vou embora com você, a gente foge, se casa. Tudo vindo do meu bom grado. Mas apenas, e só desse jeito, se você a soltar agora.

—Interessante proposta, mas matá-la é mais divertido, e lucrativo também. –Ela tirou os sapatos de Ariel, e eu vi uma estrutura falsa de perna–Você sabia que Ariel nasceu sem uma das pernas? Isso é uma prótese que fiz para ela, a usei desde o início, para conseguir a fortuna de seu pai. Disse a ela que poderia viver aqui, mas teria que fingir que não sabia falar sua língua, porque se ela te encontra-se com certeza iria contar que já se conhecem.

Mas eu ainda não a conhecia.

Ela puxou os cabelos de Ariel e a forçou a virar a cabeça para mim.

—Conte a ele, conte como salvou sua vida!

Ela olhou para mim.

—Você sofreu um acidente na sua viagem para Itália, eu o encontrei, levei até o hospital e você só viu meu rosto de relance.

Um acidente? Não me lembro de acidente nenhum, mas não era tempo para tentar me lembrar. Tinha que ajudar Ariel.

Sebastian me olhou e apontou para trás de mim.

Vi que aqueles homens que estavam apontando para nos não eram do lado de Sull. Eles usavam uma farda. Mas não eram da polícia, eram da segurança de Ariel.

Peguei um canivete suíço que tinha em meu bolso.

E enquanto Sull ainda ameaçava matar Ariel, cravei o canivete com a faca em seu pescoço.

O sangue espirrou sobre meu rosto, e ela agonizava, ela caiu no chão e peguei a faca que ela usara para ameaçar Ariel, enfiei em seu coração.

—E-eu te amei...–ela segurou a faca, mas já estava fraca, sangue saiu por sua boca escorrendo pelas laterais do rosto. Seu olhar penetrou minha alma, e ela então congelou.

Com os olhos fixados em mim, aqueles olhos frios.

Ficou fria.

Os seguranças de Ariel levaram o corpo de Ursulla, e ajudei Ariel a se levantar.

—Ela me usou também não foi?

Perguntei para ela que apenas me abraçou.

—Ela prometeu que ia me ajudar, fingiu ser minha amiga, e prometeu felicidade.

Ela começou a chorar em meus braços, lágrimas rolaram pelo meu rosto. Sull, era uma farsa.

No final da tarde quando o sol não poderia mais ser visto atrás dos muros, fui ver se Ariel estava bem.

—Vai ficar por aqui Eric? –ela me perguntou sentada na varanda. Olhava para o lugar onde Sull havia morrido.

—Acabei de matar minha noiva, acho que vou ter me mandar, junto com meus pais. E você?

—Vou voltar para Itália, talvez meu pai sinta minha falta, Lingui meu melhor amigo, ele também deve sentir. Mas não quero voltar.

—Que tal fugirmos? Juntos?

Ela me olhou, mas voltou a olhar para o local que Sull morrera.

Ela ficou um tempo sem falar nada.

—Talvez Eric, talvez.

Nenhum final é feliz na realidade, coisas foram feitas para até o final mais perfeito acontecesse. Até mesmo os finais mais belos, tiveram uma história que ninguém se orgulharia.


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