Tudo Mudou escrita por Kit Meows


Capítulo 2
Acabou


Notas iniciais do capítulo

Ooolá, pessoinhas! Querem saber de uma coisa? Se não, bem vou contar assim mesmo! Eu escrevi esse capitulo morrendo de raiva! POR QUE? Por que toda vez que começo a escrever, minha mãe ou meu pai me chamam para fazer algo, e quando eu volto, tem alguém usando no meu lugar! Sem contar as vezes que eu sou obrigada a ir em algum lugar com eles e voltar as 22, morrendo de cansaço. Hoje eu tive que arrumar a casa, para piorar a situação.
Mas era só isso! Avisando que a história ganha foco a partir desse capitulo, então espero que gostem!
Boa leitura '-'



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Clary estava evitando tudo e todos. Simplesmente por que não suportava o cheiro de cada um, sempre crescia aquela ânsia de vomito, que ela não agüentava e acabava correndo ao banheiro para tirar tudo que havia em seu estomago.

Mesmo assim ela não reclamava de nada. A felicidade e a ansiedade de ser mãe a consumiu. Não tinha coisa melhor que engravidar. Já estava de três meses, e já tinha todo o enxoval. Sim, ela era mesmo precipitada, mas era seu primeiro filho!

Quer dizer... Filha. Uma menininha! Ela não havia contado a ninguém sobre isso, nem o mesmo o pai sabia. Ela queria ter esperado o bebê nascer para saber o sexo, tradicionalmente como os Caçadores fazem, mas não resistiu à empolgação e acabou fazendo um ultrassom. Havia feito ontem, então permitiu guardar segredo. Por enquanto.

Agora, ela precisava encontrar uma roupa descente para ir a um jantar que Jace a convidara. Somente os dois. Só para comemorar seu, quer dizer, sua primeira filha. Bem... Contando que eles foram os últimos da “gangue”, por assim dizer, a ter filhos.

Simon e Izzy tiveram seu primeiro filho quando ambos tinham apenas 19 anos. Com certeza foi uma surpresa. Receberam varias broncas, mas casaram e criam o pequeno Owen. Logo depois da Guerra Sombria, Alec e Magnus adotaram um menininho chamado Joseph, menino loiro de olhos azuis tão escuros quantos os de Alec. Ele era adorável. Jonathan e Clarissa eram padrinhos de Cecily, filha de Theresa e James.

Nesse momento, queria muito achar uma peça de roupa que não transparecesse muito sua barriga, algo discreto. No fim, desistindo, escolheu por uma calça de couro e uma blusa de mangas longas soltinha. Olhou- se no espelho e sorriu com o resultado. Ela não era uma mulher estonteante, mas não era a mais horrível delas. Agora só faltava o cabelo e uma jóia para ajudar no visual.

Abriu sua caixinha de prata, onde guardava algumas de suas jóias e observou atentamente as pedras ali. Os colares eram muito exagerados, os anéis eram grandes demais, e as pulseiras muito chamativas. Suspirando frustrada, colocou a caixinha na penteadeira e rumou em direção ao seu closet.

Caminhou pelas roupas até encontrar o pequeno cofre que abria somente com runas. Colocou sua mão por cima da pequena abertura. A mesma começou a brilhar reluzente, até o pequeno ruído de uma tranca sendo aberta ser ouvido por Clarissa. Tirou de lá a pequena pulseira de diamantes que Jonathan havia lhe dado. Pegou também a jóia que mais lhe atraia . O anel Morgenstern. Como ela mesma prometeu, ela sempre usaria aquilo, mesmo que não combinasse com a ocasião. Assim que trancou o fecho, ouviu um som.

Parecia uma vibração. E aumentava com o tempo. Seguiu o som até chegar em sua origem. Era o casaco de Jonathan. Provavelmente, era o celular dele tocando. O procurou desesperadamente com medo de que parasse de tocar. Assim que o achou pensou em atender, caso fosse alguém conhecido.

Mas não havia nome.

Era estranho. O DDD era 55. O que significava que era um número brasileiro. O que um brasileiro iria querer com seu marido? Não pensou muito sobre isso, apenas atendeu a ligação, saindo do quarto, para entregar o telefone a Jonathan.

–Olá? – falou ela.

Olá. Sr. Herondale? Posso falar com ele?- respondeu uma voz grossa. Felizmente Clary conhecia um pouco de português.

Claro que sim. Quem fala? E do que se trata? – perguntou Clary curiosa.

Sou o dr. Raphael, do hospital de Urgência do Rio, é sobre a mulher dele, Amber Moralez, ela ontem fez uma tentativa de suicídio. Tentamos contatar parentes, mas o Sr. Herondale é a pessoa mais próxima dela.

Clarissa sugou a respiração por um momento. Como assim: a mulher dele? Isso só podia ser um engano ou simplesmente uma brincadeira de mau gosto.

–Deve haver um engano, Raphael. Ele não conhece nenhuma brasileira. – respondeu Clarissa confusa. Mas a verdade lhe atingiu antes de mesmo do doutor falar.

Jonathan Herondale, certo? Ela diz que ele viaja muito a trabalho e fica pouco tempo em casa, mas precisamos contatá-lo, a Srta. Moralez precisa de cuidados necessários.

Amante. Amante.

Ele tinha uma amante. Seu coração afundou com o reconhecimento disso. Ele a traía, só o Anjo sabe quanto tempo. A dor era tanta, que seus pulmões murcharam, dificultando a respiração. Seu coração pareceu inflar, e o espaço em seu peito não era o suficiente para cabê-lo.

– Quem é você? Assistente dele, por acaso? – continuou Raphael, alheio ao que realmente se passava.

Ela estava estancada no meio da escada, ouvido as vozes vindas da cozinha. Vozes de seus amigos e dele. A esse ponto seu rosto já estava molhado de lágrimas quentes e grossas. É mentira. Ele não fez isso, choramingava uma parte sua. Já a outra, estava com tanta raiva que seria capaz de matar aquele loiro desgraçado.

Por obra do destino, eles todos saíram da cozinha, vindo para sala do apartamento. Primeiro Alec, Magnus, Izzy, Simon e por último, Jonathan. Ambos rindo de alguma coisa que Clarissa não queria saber.

Senhorita? Está aí ainda? – Raphael soou preocupado.

–Nossa, Clarissa, por que demorou tanto? – Magnus soou divertido, mas seu sorriso sumiu assim que percebeu o rosto encharcado de Clarissa.

–Clary? Por que está chorando? – este era Jonathan, soando preocupado. Como realmente se importasse. E ainda por cima havia a chamado pelo seu apelido.

Se Clary tivesse a força de um lobisomem, o celular em sua mão já tinha virado um monte de pedaços. Ele veio em sua direção, mas ela o parou quando arremessou o celular em seu rumo. Sendo ágil, desviou facilmente do objeto. O mesmo virou vários pedaços no meio da sala. Aquilo a deixou ainda mais furiosa.

–Por que fez isso? – perguntou confuso.

–Amber, Jonathan. Amber Moralez. Esse nome lhe soa familiar? – rosnou Clarissa. Aquilo doía, doía muito.

Agora foi a vez dele de sugar a respiração. Jonathan estava tão pálido quanto uma folha de papel. Mas ele não era o único, os outros também estavam. Eles não pareciam surpresos com essa noticia, nem mesmo Simon. Ele sabia. Sabia de tudo. E nunca havia aberto a boca para contar a verdade para ela.

Clary... Eu posso explicar... – começou ele, mas ela não queria ouvir essas bobagens e mentiras. Apenas se virou e correu para seu quarto. Enxugava as lágrimas com as costas da mão bruscamente. Ela não queria ser fraca, não mesmo.

–Clarissa! Espere!

Entrou no seu quarto, procurando desesperadamente encontrar sua bolsa, e um sapato para sair dali. Já tinha a bolsa em mãos, então correu para o closet, mas foi parada por uma mão forte segurando seu pulso.

– Me larga! – gritou odiosa, o empurrando para longe. – Tire essa mão de mim!

–Me escute! – implorava ele. – Sei que pisei na bola, mas pelo Anjo não faça nenhuma besteira...

–Besteira? Você acha que é besteira, seu cretino? Se ficar aqui em casa, por tempos, esperando você chegar duma porra de uma viagem, preocupada acima de tudo, enquanto você dormia com outra mulher?! – gritou Clary. Ela não queria fazer uma confusão onde seus amigos escutassem, mas a raiva em si era maior. E no momento, Clary não respondia por suas ações. – Em outro país, ainda por cima!

–Me perdoa, me perdoa... – implorava ele repetida vezes, andando de lá para cá no quarto.

–Perdoar uma merda! Parece que você não entende o quão grave isso é! Estamos juntos a 8 anos, 8 anos! Somente isso! E você me traí? - essa soava indignada, mas ela estava assim. - O que você pensou que eu faria quando descobrisse? Que aceitaria isso? Aceitaria ser corna?

Ele já havia parado de andar, agora apenas a encarava com um olhar triste, porém astuto, como se medisse cada palavra que diria daqui para frente. Era óbvio que faria isso. Jonathan sempre queria se dar bem em qualquer situação.

–Me responda! - gritou ela. As lágrimas, que a pouco tempo ela havia secado, retornaram a cair, dessa vez mais raivosas do que antes.

–Eu não sei! - exclamou ele em pânico. - Eu não sei por que fiz isso! Burrice, estupidez, tolice minha! Diabos, Clarissa, eu amo você - Clary soltou uma risada de escárnio com isso.

– Pare de mentir. - respondeu seca. - você já foi descoberto, por que continua dizendo isso?

– Eu não estou mentindo! - exaltou Jonathan. - É real, acredite em mim. Amber foi só... um erro meu.

–Acreditar em você? - perguntou descrente. - depois do que você fez? Do que você me prometeu e não cumpriu? É impossivel, Jonathan! Impossível!

– Todo mundo erra! Eu errei quando fiz isso, mas duvide do que nós tivemos, Clary, não pense que foi uma mentira...

–E como sabe que eu penso isso?! - indagou ela, com as lágrimas ainda correndo por seu rosto.

– Por que eu te conheço!

–Conhece? Então sabia que eu não aceitaria isso! Mas fazer o que né? Todo mundo sabia, e a trouxa, a corna aqui não fazia ideia, que a muito tempo levava chifre! - rosnou Clarissa. - Você não é homem, é um covarde. Você é baixo! Eu fiz de tudo nesses anos para te ajudar, e o que eu recebo em troca? Uma traição! - ela estava tremendo. Na verdade, havia partes que tremiam que ela nem sabia que existia.

–Sabe... Eu tenho horror em pensar que você será o pai do meu filho. Isso é nojento... Repugnante.

– É assim agora? Nojo? - grunhiu desdenhoso. Olhos belos olhos dourados reluziam em raiva. - Você não é santa, Clarissa. Você mudou. Não é aquela garota de oito anos atrás. E quer vir falar de mim? Que tem horror disso? Ótimo! Pensa que não vejo? Você se oferecendo para homens? - rosnou ele.

–Me oferecendo? Eu nunca fiz isso! - Clary soou defensiva, mas pensando bem não era esse seu objetivo. - E você? Dormindo com outra mulher, bem, eu pelo menos descobri só uma! Quantas tem, hein? Não quero saber. Eu deveria sim ter te traido, pois incompetentes como você, merecem ser cornos!

Seu corpo se tensionou, como um leão ameaçado, as pupilas dilatadas pela raiva. Ele ergueu o braço, mas ele não bateria nela, ele não tinha o direito de fazer isso. Mas ele fez. Jonathan desceu o braço com força na lateral de seu rosto. Foi tão forte que isso a jogou no chão, seu rosto ardia, sua boca sangrava e sua cabeça doía.

Jace! - Este foi Alec, sua postura imponente, encarava o loiro indignado. - Você enlouqueceu?! Ela está grávida!

Clarissa colocou a mão sobre o machucado, enquanto alguns soluços escapavam de seus lábios. Como ele pode? Ele a bateu! Alec veio em direção da ruiva, o que pareceu tirar Jonathan de seus devaneios. Ele a olhou com olhos arregalados e assombrados.

–Clary, eu...

Não. -Clarissa se surpreendeu com a atitude de Alec. - Não venha pedir desculpas. Você a traiu durante um bom tempo, e quando ela vem tirar satisfações, que aliás, ela tem todo o direito, você bate na sua mulher grávida?! Eu não quero ouvir, muito menos ela, creio eu.

Ele agachou-se para ajudá-la, mas Clarissa se encolheu, fugindo de seu aperto.

–Eu não quero saber disso, eu não quero saber de vocês, só ir embora, e nunca mais olhar na cara de ninguém! - gritou. Ela se levantou num salto, o que foi erro, ainda estava tonta por causa do tapa. - E quanto a você, seu cretino imbecil - apontou para Jonathan, que seu encolheu com suas palavras. - Eu não quero nada de você. Nenhuma palavra, nenhuma imagem, não quero que fale meu nome.

Ela arrancou bruscamente o anel Morgenstern, símbolo da confiança dele para com ela, e o jogou em seus pés. Depois a pulseira de diamantes, que arrebentou, estilhaçando os pequenos diamantes no chão.

–Essa droga de união de bens, eu quero nada! -falou em com a voz trêmula, tanto de raiva, tanto por dor. - Não se preocupe com o divórcio, a Consulesa está na cidade, eu mesmo falo com ela. - o medo estampou seus olhos, ele realmente não acreditava que ela faria isso. -E uma coisa eu confirmo a você: eu vou fazer de tudo para que você nunca chegue perto do meu filho, que não ande perto, que não respire o mesmo ar que ele. Eu quero você longe de nós!

–Cl- Clary, isso já é exagero... Por favor, pens-

Não. Ela não ia pensar. Apenas correu dali, descalça, mas não se importou. Desceu as escadas numa velocidade impressionante. Assim que chegou na sala, recebeu olhares preocupados de seus "amigos", mas ela os ignorou e voltou a correr em direção a porta.

–Clarissa, você não pode fazer isso! - Jonathan soava em pleno pânico.

–Jonathan! Deixe a ir! - gritou Alec, atrás deles.

Abriu e fechou a porta, com a intenção de ganhar alguma vantagem. Mas de nada adiantou, as portas dos elevadores estavam todas fechadas, e o letreiro sinalizava que não abririam tão cedo. Resolveu em tão descer as escadas. O estrondo da porta foi alto, mas ela não ligou e continuou correndo.

Ele estava no sétimo andar, correndo desesperadamente, as lágrimas borrando sua visão. O aperto no peito ainda era forte e seria assim por um bom tempo. Ela começou a ouvir os passos atrás de si e calculou que logo ele a alcançaria. Saiu da escadaria, parando no terceiro andar. Para seu azar, os elevadores ainda estavam fechados.

Olhou nervosa ao redor, procurando algo que poderia lhe ajudar. Mas a única coisa que encontrou foi a senhora Jhonson, sua vizinha, entrando em seu apartamento. É isso! Ela poderia ficar ali até Jonathan parar de procurá-la.

Empurrou a mulher para dentro do apartamento, esta por sua vez, soltou uma exclamação surpresa e assustada. Clary virou-se e trancou a porta por precaução.

–Santo Cristo! - o medo era estampado na voz da senhora.

–Sou eu, senhora Jhonson. Clarissa. - falou Clary em meio aos soluços.

–Menina! O que aconteceu? - ela puxou Clary para o sofá. Havia uma luminaria ali, reluzindo no rosto pálido da ruiva, expondo o hematoma que Jonathan lhe fizera. - Quem fez isso?

Clarissa apenas balançou a cabeça negativamente e se permitiu chorar. Soluços altos e assustadores, que faziam seus ombros tremerem. A mulher, provavelmente com pena da garota, a abraçou e afagou seus cabelos, e Clary ficou grata por isso. Precisa de algum carinho agora, mesmo que ele viesse de uma desconhecida.

–Acalme-se. Isso não vai te fazer bem, menina. Vai ficar tudo bem. - sussurrava a mulher repetidas vezes.

–P-posso passar a noite aqui? Po-or favor? - pediu a voz miseravelmente fraca.

–Claro que sim. - Clary ficou ali abraçada a uma mulher, chorando por sua perda durante horas, até dormir, com o suave cheiro de rosas da senhora que a acolheu.


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Notas finais do capítulo

Vocês não sabem o quanto eu choro imaginando essa cena. Tipo, eu me afogo em lágrimas! Me colocando no lugar dela, entende?
Então... Quem quer matar o Jace, cortá-lo em vários pedaços e dar para demônios comê-lo?
Eu quero! Eu quero muito!
Vamos... Deixe-me saber suas opiniões ;D



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