Os anos se passaram e a pequena Grimhilde cresceu, cresceu e se tornou a mais bela do reino inteiro, seu rosto sereno e olhos misteriosos chamavam a tenção de inúmeros cavalheiros mas ela os ignorava, ela dizia que não tinha mais coração para amar alguém, mas eu sei a verdade, eu, o espelho que voz fala, me tornei o melhor amigo de Grimhilde, o único em que ela confiava seus segredos, medos, desejos e sonhos mais profundos.

Em uma tarde de verão, Grimhilde foi até a cidade para trabalhar em uma loja de vestidos, era a mais famosa do reino, tinham recebido um pedido real e a madame Julieta, a dona, enviou Grimhilde, Maria e Elisa para levarem a encomenda do rei. Cegando ao belo e majestoso castelo. Ao entrar uma serviçal com uma idade avançada e a voz rouca disse-lhes para aguardar que logo o rei iria chegar.

–Olá.-Uma voz infantil soou pelos ouvido das três garotas que se assustaram com a presença da criança, era uma linda garotinha, com lábios vermelhos como sangue, cabelo negro como ébano e pele branca como a neve, ela era simplesmente linda.

–Olá garotinha.- As três cumprimentaram a pequena garotinha.-Qual é o teu nome?

–Me chamo Branca...-Disse ela encarando Grimhilde.

–Ora, ora, uma branca de neve.-Grimhilde disse e a garota sorriu.

–Você é bonita...A moça mais linda que já vi.-Disse Branca de neve se referindo a Grimhilde.

–Obrigado.-Respondeu a mesma.

–Quando crescer quero ser tão bonita quanto você!-Branca falou e Grimhilde e olhou.

–Pode apostar...Você não vai querer isso...

–Porque não?

–Porque não iria querer pagar o preço que se pede.

–E qual seria esse preço?-Ela perguntou e Grimhilde ficou pensativa e disse.

–Seu coração...-Grimhilde disse e Branca de neve não entendeu nada...Por em quanto...

–Aí está você Branca!-Disse um homem de barba e cabelos grisalha e uma coroa dourada no topo da cabeça.-Bem vindas, eu sou o rei Leopoldo.-Ele disse e as garotas o saldaram, o rei segurou Branca de neve nos braços e observou Grimhilde, ele admirava os fios negros que caiam nos olhos verdes e brilhantes como jóias.-Perdoe-me jovem donzela, poderia me acompanhar a um lugar?-Disse ele e ela concordou.

O rei a levou para o jardim do castelo, onde estava repleto de rosas vermelhas e brancas. Os pássaros cantavam apaixonadamente e o rei um pouco envergonhado disse:

–Qual é teu nome?

–Grimhilde.

–Grimhilde? Que incomum.

–De fato incomum.-Ela respondeu cortes.-Diga-me majestade, oque posso fazer por você?

–Bom, és uma bela mulher, e minha mulher faleceu quando minha preciosa filha era apenas um bebê, queria saber se você se casaria comigo?-Ele disse se ajoelhando e segurando a suave mão de Grimhilde.

–Perdão, eu não entendi.-Disse ela retirando a mão.

–Case-se comigo, cuide de minha filha e se torne rainha.-Ele disse sorrindo.

–Você me enoja.-Disse ela e o sorriso do rei desapareceu.

–Quem pensas que és?-Ele esbravejou.

–Eu que lhe pergunto.-Ela retrucou o encarando com raiva.

–EU SOU O REI!-Ele disse rispido.

–Se acha que uma maldita coroa de ouro significa alguma coisa para mim, está muito engana...-Grimhilde disse mas o rei a puxou para um beijo forçado, ela o empurrou e deu-lhe um tapa no rosto, o qual ficou completamente vermelho.

–Desculpe-me!-Ele disse segurando Grimhilde que já estava indo embora.-Sinto muito, é que você se parece muito com a minha antiga esposa Eva....Que eu não pude me conter...-Ele disse a encarando nos olhos.-Por favor, você não pode ser tão má a ponto de não me perdoar.-Ele disse e Grimhilde lhe respondeu friamente.

–Oque sabe sobre mim? Se eu não fosse bonita nem teria vindo falar comigo. Ou teria me mandado para a forca por estapeá-lo.

–Mas eu sou o rei...

–E eu sou Grimhilde.