Begin Again escrita por Vitória


Capítulo 1
Capítulo Ùnico


Notas iniciais do capítulo

Eu prometi que minha próxima e provavelmente quase ultima One (por causa do meu tempo) seria uma continuação de uma antiga mas não deu certo por que eu simplesmente parei na metade e não continuo ir para frente por que na verdade ela já teve um fim, então fica dificil. Porém esta uma aqui para já começar o ano em pura alegria e paixão.
Obrigada desde já. Beijos ♥



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POV KATTNIS

Bati as mãos no teclado quando o telefone tocou mais uma vez. E eu bufei pegando o mesmo que ficava ao lado do meu computador.

Mais uma vez era minha sorridente secretaria e amiga me lembrando de alguns compromissos, eu não podia simplesmente culpa-la por estar sempre de bom humor por que apesar de tudo ela era uma pessoa legal e queria o meu bem.

Eu era CEO de uma das grandes impressas de moda e jornalismo na qual a cede ficava na grande cidade do amor, Paris.

Bom isso não era uma coisa tão boa quando se divorciou há oito meses com apenas vinte e seis anos.

Então eu deixe de ser Katniss Hawthorne e voltei a ser Katniss Everdeen.

-Katniss, já estou saindo para almoçar precisa de mais alguma coisa?- perguntou Annie, minha secretaria, batendo na porta.

-Não, obrigada- disse tentando sorrir mais tenho certeza que saiu o mais parecido possível com uma careta, e ela percebeu, pois pareceu pensar por um tempo.

-Estou indo com Finnick, se quiser se juntar a nós.

-Obrigada pelo convite, quem sabe da próxima- disse realmente agradecida.

-Sempre que precisar- disse ela e se foi.

Continuei assinando papéis de contratos, cheques, respondendo e-mails atrasados por mais de uma meia hora.

Hoje era quarta-feira e eu não era uma daquelas chefas rabugentas longe disso, eu só não costumava distribuir sorrisos como antes.

Peguei alguns papéis na minha mesa e me levantei indo até a mesa de Annie para que ela entregasse em seus devidos lugares só me lembrando de que ela ainda estava almoçando quando cheguei lá.

Sentei na sua cadeira e vi que na sua mesa havia uma foto dela com Finnick, um dos meus amigos e sem duvidas um dos melhores jornalistas da empresa.

Peguei o telefone e liguei pra ela que atendeu no terceiro toque.

-Alguma emergência?- perguntou preocupada.

-Não, não- neguei rapidamente- Só liguei para avisar que pode tirar o resto do dia de folga eu tomo conta das coisas por aqui também vou sair mais cedo.

-Tem certeza?- perguntou duvidosa.

-Aproveite Paris Cresta! E se Finnick não tiver mais nenhum relatório importante para hoje esta livre também.

-Que bicho mordeu você?

-Sou uma chefa tão ruim assim?- perguntei me fazendo de ofendida.

-Não, você é a melhor.

-Até mais Annie- disse desligando e voltando a andar.

Não era normal me verem andando pelo corredor de um tempo pra cá, mais hoje eu realmente queria estar fazendo isso.

Depois de deixar uns cheques para Annie levar ao banco quando voltasse na sua gaveta fui deixar no andar de design algumas capas que eu havia aprovado e só sobraram alguns papeis para levar a área de advocacia.

-Ótimo- resmunguei descendo do elevador no andar dos advogados enquanto batia meu salto verde água de camurça no chão.

Ele odiava que eu usasse saltos mais eu não me importava, até hoje não me importo afinal não estávamos mais juntos.

Passei a mão no meu vestido social preto e suspirei entrando numa sala onde haviam varia mesas, também tinha divisórias de madeiras altas que davam mais privacidade. Comecei a passar entre elas respondendo os sorrisos e boa tarde, dirigidos a mim.

Com tantos advogados por que os papéis teriam que ser logo entregues a ele? Oh sim, por que ele era quem cuidava dos documentos mais importantes, era meu advogado de confiança. Era.

Quando vi seu nome em uma das entradas das divisórias estava pronta pra entrar quando trombaram em mim e eu fui de encontro ao chão.

-Droga! Desculpe-me estava distraído- disse o loiro me estendendo à mão, ele tinha olhos azuis perfeitos e uma musculatura na medida certa. Sem duvidas ninguém tinha visto todos concentrados em seus trabalhos ou havia saído para o almoço.

-Não tem problema, eu também estava- disse aceitando a sua ajuda e me levantando.

-Nunca vi você por aqui- disse ele me ajudando a recolher meus papeis.

-Também nunca vi você- dei de ombros ajeitando os papeis num braço só voltando a minha posição normal.

-Peeta Mellark- disse ele estendendo a mão e um flash passou pela minha cabeça, eu já tinha visto aquele nome em algumas folhas de papéis na qual eu assinei há algumas semanas atrás.

-Oh sim o novo advogado- disse juntando minha mão a sua.

-Hm... Será que eu poderia saber seu nome?

-Katniss. Katniss Everdeen- ele fez uma careta e eu juro que teria caído em uma gargalhada se ele não falasse nada.

-Meu Deus, acabei de jogar minha chefa no chão- disse e eu ri de lado.

-Não é como se eu fosse lhe prender ou colocar você na rua.

-Seria como recusar se eu chamasse para jantar?- franzi o cenho e ele se apressou em falar- Ok, tomar um café?

-Quem sabe...

-Esta acontecendo alguma coisa?- perguntou Gale, meu ex-marido, parado diante de nós.

-Esta tudo legal Gale- disse Peeta sem se importar com a tensão que havia se formado- Eu só estava conversando com a Srta. Everdeen.

-Pode me chamar de Katniss- digo e ele sorri de lado ao mesmo tempo em que Gale solta faísca pelos olhos.

-Bom eu preciso ir agora- diz ele e eu lhe mando um sorriso fraco e ele começa andar.

-Ah Peeta- chamo e ele se vira- Um café seria ótimo.

-Não vou me esquecer disso- diz antes de entrar em uma das divisórias.

-O que foi isso Katniss?- pergunta Gele na minha frente com cara de poucos amigos.

-Nada que lhe interesse- digo e levantou os papéis- Isso sim interessa a você, já estão todos assinados.

-Você veio me trazer eles pessoalmente por que...

-Por que Annie esta de folga nada, além disso- jogo os papeis contra seu peito e saio andando mais ele segura meu braço.

-Hey Catnip, precisamos conversar- disse ele me olhando através daquela imensidão cinzenta igual a minha.

-Tudo que tínhamos para conversar nós conversamos- disse me soltando- No mesmo dia que assinamos o divórcio- acrescentei e sai andando.

Eu estou orgulhosa por não vacilar na frente de Gale, era muito difícil pra eu olhar pra ele depois de tudo. Era difícil por que eu ainda o amava, sim eu o amava, talvez hoje seja um amor de irmão, um amor de amigo mais ainda assim era amor.

Gale era meu melhor amigo a um tempão e me magoou, eu esperava ser quebrada por qualquer pessoa menos pelo meu melhor amigo.

Acabamos fazendo a pior burrada de nos casar, não tão burrada assim por que havia amor, havia amizade, havia carinho, havia tudo que um casamento precisava mais não havia o que eu precisava, não havia o que ele precisava o que o levou a que ele procurasse fora de casa.

Eu não o culpo totalmente por que a culpa também foi minha, afinal eu não era capaz de dar todo o amor que ele precisava o amor de marido e mulher.

Ele pegou uma das advogadas aqui da empresa, e é claro que eu descobri. Não tivemos aquela discussão na qual eu pegava as roupas dele e jogava pela janela mais ainda assim foi uma traição e eu estava magoada.

Entrei na minha sala e afundei na minha cadeira, não pensei duas vezes e coloquei meus fones de ouvido.

Ele sempre disse que não entendia essa música, mas eu entendo, era a musica do nosso casamento e eu não podia odiar por que era minha favorita.

Batuquei algumas vezes na minha mesa enquanto me concentrava em ler todo o contrato.

Quando olhei pela janela podia ver as calçadas de pedra, as flores e a torre Eiffel era uma paisagem linda ainda mais com o sol se pondo. Peguei minha bolsa e bati o pé no botão desligando meu computador de uma vez só.

Coloquei meu, sobretudo cinza o deixando aberto e sai da minha sala, algumas pessoas já estavam saindo, algumas ficariam até depois do horário e eu seria uma delas mais hoje eu não estava com cabeça para mais nada.

Quando sai da empresa nem liguei para o meu carro no estacionamento e sai andando sem rumo pelas ruas até uma pracinha me sentando num banco embaixo de uma arvore.

Mal havia percebido que ainda estava com meus fones de ouvido se uma das musicas que eu realmente gostasse começasse a tocar e eu a acompanhasse cantando baixinho.

Estava com meus pés esticados quando uma menininha passou correndo com uma mochilinha lilás nas costas e tropeçou sobre ele caindo de joelhos.

-Oh meu Deus, você esta bem?- perguntei me agachando ao seu lado.

-Estou sim- disse ela me encarando com dois grandes olhos azuis.

-Tem certeza?- perguntei chegando seus joelhos que foram amortecidos pela calça jeans.

-Eu juro de dedinho que estou bem- disse ele estendendo seu dedinho e eu o juntei ao meu rindo da sua atitude infantil- Meu nome é Primrose mais meu pai me chama de Prim.

-Prazer Prim, eu sou a Katniss- digo e ela se levanta.

-Seus olhos são bonitos Katniss- disse ela fascinada.

-Obrigada, hm? Você esta sozinha...?- antes que eu terminasse minha sentença alguém a chamou.

-Primrose Mellark o que eu disse sobre sair correndo na minha frente?- perguntou uma voz conhecida se aproximando nas minhas costas e eu me virei.

-Oi- disse vendo Peeta se aproximar.
-Katniss! Oi- disse ele surpreso- Pelo visto já conheceu a Prim.

-Sim- disse sorrindo para a pequena que estava intertida com o chaveiro de cupcake da minha bolsa- Tem uma bela filha.

-Obrigado- disse ele.

-Eu adorei isso- disse ela balançando o chaveiro- Me deu até vontade de comer um!

-Sabe Prim eu estou devendo um café pra Katniss então se você convencer ela a ir comigo podemos comprar vários cupcake- disse ele baixinho pra ela como se fosse um segredo e seus olhos se iluminaram.

-Vamos Katniss! Vai ser divertido!- diz ela pulando na minha frente.

-Chantagear uma criança de cinco anos é puro golpe baixo- disse enquanto passava meus olhos da pequena figura loira para a mais alta.

Ele levanta as mãos rindo enquanto a figura loira continuava pulando.

-Por favor! Por favor! Por favor!- ela pulava de olhinhos fechados fazendo seus cachos loiros subirem e descerem.

-Eu vou- digo e ela para de pular sorrindo- Com uma condição.

-Qualquer uma!

-Você vai ter que dividir seu cupcake comigo- ela concorda com seus olhos azuis brilhantes e sai pulando na frente enquanto vou caminhando com Peeta atrás.

-Ela é sua cópia perfeita!

-Ela é a minha vida- fala ele a olhando orgulhoso.

-Ela mora com você?

-Sim, a mãe foi embora assim que ela nasceu a deixando comigo.

-Sinto muito- digo e ele sorri de lado.

-Esta tudo bem agora.

-Ei olha o que eu achei- diz ela mexendo no jardim do lado de fora da cafeteria- É uma joaninha.

-É sim- concorda Peeta quando ela levanta as mãozinhas para que nós vejamos.

-Posso levar para casa?

-E o que a família dela vai achar? Vão ficar preocupados- diz ele e eu prendo o riso.

-Tem razão- diz colocando a joaninha de volta nas folhas.

Entramos no lugar e pegamos uma mesa no canto junto ao vidro que dava uma visão da rua.

-O que vocês vão querer?- pergunta Peeta.

-Eu vou querer um café e um croassam- digo tirando meu casaco.

-Dois cupcake- diz Prim.

-O pedido de vocês é uma ordem.

-Vou lavar minhas mãos, quer ir?- pergunto a Prim enquanto Peeta fazia os pedidos.

Fomos até o toalete e eu suspendi a loirinha para que pudesse alcançar a pia.

-Você é namorada do meu pai?- pergunta ela de repente me pegando de surpresa.

-Não, nós somos sós... amigos de trabalho.

-Ah, ia ser legal por que eu gosto de você- disse ela e eu sorri.

Saímos do toalete e Peeta já nos esperava com os pedidos, ele acenou para nós enquanto caminhávamos ate ele, chegando perto ele se levantou e puxou a cadeira para que eu me sentasse e eu corei, ele não devia saber o quanto isso era legal, mais era.

O final de tarde foi perfeito no final das contas eu e Prim comemos mais croassans e cupcake do que deveríamos. Prim é um amor de criança alem de ser super educada e Peeta também é uma pessoa adorável.

Ele insistiu para me levar em casa pois ficamos na cafeteria até oito e meia da noite jogando conversa fora com uma Prim adormecida sobre a mesa.

Eu disse que estava tudo bem que voltaria para a empresa para buscar meu carro e ele concordou meio a contra gosto.

Ele também foi caminhando comigo, contando historias da sua família que ele dizia ser entediantes mais que realmente eu estava gostando de ouvir e eu quase continuei andando depois da empresa para poder escutar mais sobre a sessão de filmes que ele fazia com sua família no natal.

-Então nos vemos amanhã?- perguntou ele com Prim no colo.

-Claro- disse depositando um beijo e Prim e depois um nele seguindo meu caminho.

Essa tinha sido a melhor noite nesses oito meses, a noite que eu mais sorri espontaneamente, que eu mais conversei e me senti bem com alguém.

Voltei pra casa realmente contente e me joguei na cama jogando meus sapatos para o alto. Da minha sacada com a porta aberta eu podia ter uma bela vista de paris à noite.

Coloquei um dos meus discos de James Taylor para tocar e abri uma garrafa de vinho enquanto dançava sozinha pela minha sala de estar.

-Alô?- disse atendendo, o telefone da minha casa.

-Isso é musica? Por que eu consigo reconhecer James Taylor enquanto como pipoca deitada com Finnick no meu sofá e tenho 99,9% de certeza que vem do seu apartamento.
Solto uma risada e ela me acompanha.

-Se vocês vierem pra cá com essa tal pipoca ainda conseguem pegar metade da garrafa de vinho- digo percebendo que já havia tomado sozinha um pouco menos que a metade.

-Estou chegando- disse ela desligando e em menos de dois minutos ela apareceu de pijama e Finnick com uma calça de moletom e blusa branca se jogando no meu sofá.

-Quem é o cara?- pergunta Finnick enquanto eu pego sua pipoca e Annie pega mais duas taças.

-Como sabe que é um cara?- arqueio as sobrancelhas.

-Você virou lésbica depois do divórcio?- pergunta Annie.

-Não.

-Então voltando à pergunta quem é o cara?

-Primeiro ele é meu amigo e eu o conheci hoje.

-Mais ele ainda é um cara- diz Finnick e eu jogo pipoca nele.
-O nome dele é Peeta e ele tem uma filha de cinco anos que por sinal é um amor de pessoa.

-Já conquistou a filha, isso é bom- diz Annie.

-AMIGOS Annie, eu disse AMIGOS.

-Ta ta continua.

-Ele me chamou pra tomar um café quando estava no andar de advocacia, fui levar uns papéis lá e trombei com ele.

-Advogado, pai solteiro...

-Fomos a uma cafeteria e ele puxou a cadeira pra mim me sentar.

-Isso é o máximo, ele pegou seu telefone?

-Sim e perguntou se iríamos nos ver amanhã, DROGA! Estamos parecendo adolescentes.

-Eu sei- ela da uma gargalhada.

-Sorte que eu o conheço, ele é um cara legal- diz Finnick.

-Podemos ate fazer um encontro duplo!- diz Annie pulando.

-Ele é só meu amigo Annie Creta!

-Por enquanto.

***

Acordei realmente de bom humor, abri a sacada do meu quarto e vi que estava começando a ficar frio, uma brisa fria entrou e eu voltei a fechar a janela indo para o banheiro.

Quando eu sai coloquei um casaco bem quentinho e olhei no relógio, nove horas, meu deus eu estava uma hora atrasada não acredito que dormi tanto!

Peguei minha bolsa e sai correndo para fora do apartamento, quando cheguei à empresa subindo direto para minha sala, Annie estava lá colocando alguns papéis na minha mesa.

-Acho que alguém bebeu vinho demais- disse ela quando me joguei na cadeira.

-Também acho- disse ligando meu computador e analisando os papéis.

-Ele passou por aqui hoje cedo- disse ela rindo de lado.

-Serio?- pergunto curiosa.

-Só amigos sei... Aproveita que ele é um gato.

No final das contas Peeta e eu saímos para almoçar e encontramos Annie e Finnick que me cutucava e falava só para que eu pudesse ouvir "encontro duplo".

Isso se seguiu por mais umas três semanas almoçávamos nós quatro ou às vezes só nós dois e depois íamos com a Prim comer cupcake no mesmo café de sempre.

Já havia até mesmo virado rotina e nos finais de semana sempre procurávamos alguma coisa para fazer.

Ele vira a cabeça para trás, rindo como uma criancinha acho estranho que Peeta me ache engraçada porque Gale nunca achou.

Passei os últimos oito meses pensando no fato de que tudo o que o amor faz é partir, queimar e acabar e hoje tenho a sensação de que não é só isso.

Era sexta feira de tarde e estávamos na entrada do meu apartamento.

-Um dia eu posso dormir aqui?- pergunta Prim e eu a pego no colo.

-Claro que sim, é só o seu pai deixar- digo olhando pra ele.

-Você deixa papai?

-Claro querida, quando a Kat marcar o dia...

-Hoje- digo sorridente- O que acha patinha?

-Adorei- disse ela sorridente.

-O que? Hoje?- pergunta Peeta.

-Você quem deixou- o acuso rindo.

-Nunca dormi longe da minha pequena.

-Vai ser uma noite das garotas, vamos fazer bolo, se maquiar e ouvir James Taylor.

-Serio? Você curte JT?

-Tenho todos os discos- digo orgulhosa.

-Nunca encontrei uma garota que tivesse mais discos que eu- diz ele e eu sorrio.

-Acho que isso é um ponto positivo.

-Sem duvidas- diz ele mordendo o lábio inferior.

-Bom que tal dar tchau para o papai?- pergunto e ela o abraça.

-Vocês vão me ligar não é?- pergunta ele.

-Relaxe Peeta vou cuidar bem da patinha- digo dando um beijo em sua bochecha e subindo para meu apartamento.

Quando eu o abri Primrose abriu a boca impressionada.

-Seu apartamento é lindo- disse ela quicando no sofá.

-Que bom que gostou- digo pegando uma caixa no armário e entregando a ela- Aqui tem vários filmes você pode escolher um enquanto eu troco de roupa e separo as coisas para fazer o bolo.

-Tudo bem- disse ela começando a remexer na caixa.

Coloquei uma roupa leve e peguei uma leve também na mochila de Prim e coloquei nela.

- You might be crazy Have I told you lately? That I love you- cantou Prim totalmente suja de farinha em cima da bancada mexendo o recheio do bolo.

-You're the only reason that I'm not afraid to fly- continuei fazendo um coque no meu cabelo também cheio de farinha.

Estávamos com musica alta de um filme que víamos a televisão da cozinha.

Annie já havia passado por aqui vestida elegantemente para um jantar com Finn e mandou um beijo de longe para nós para não se sujar e dizendo que teríamos que fazer outra na próxima semana para que ela também participasse.

Prim dançava e jogava glacê em mim quando o telefone começou a tocar e eu corri para atender escorregando num pouco de massa no chão fazendo Prim rir.

-Alô?- atendi rindo.

-Katniss? Tudo bem por aí?- perguntou Peeta.

-Esta tudo ótimo, estamos ouvindo musica agora- disse e Prim canta atrás de mim.

-Estou escutando- disse ele rindo.

-Vou passar pra Prim, espera um pouco.

-Papai a Kat tem um peixinho dourado e uma caixa cheia de filmes, fizemos bolo e cupcake e pipoca e estamos cantando, ela caiu e estamos cheias de farinha e a tia Annie passou aqui depois vamos tomar banho de banheira e fizemos gelatina também e...

-Viu ela esta bem- digo voltando a falar com ele.

-Ela esta feliz isso é ótimo- diz ele alegre- Obrigado.

-Não tem que agradecer, prometemos ligar pra dar boa noite.

-Vou esperar- disse ele e eu desliguei.

Nós comemos muitos doces e depois de ver vários filmes e ligar para Peeta tomamos um banho e Prim capotou no sofá e eu aproveitei para limpar a bagunça da cozinha.

Quando terminei peguei Prim no colo e a coloquei na minha cama me deitando junto a ela.

-Kat?- chamou ela baixinho e eu acendi o abajur.

-Oi patinha.

-Posso pedir uma coisa?

-Claro.

-Papai sempre vai às festinhas de dia das mamães na escola, eu queria que você fosse também- disse ela escondendo o rosto nas mãos e uma lagrima desceu pelo meu rosto.

-Claro que eu vou patinha, eu ia adorar- disse dando vario beijinhos nela enquanto ela sorria, não demorou muito e nós duas já estivéssemos dormindo.

***

-Agora diga X- disse batendo uma foto de Prim e enviando a Peeta que me ligou logo depois.

-Bom dia- digo atendendo.

-Bom dia, como estão?- pergunta ele animado.

-Estamos bem. Hm... tenho uma coisa pra falar com você- disse colocando mais cereal pra Prim e me levantando para que ela não escutasse.

-O que foi?- perguntou ele.

-Ela me chamou pra apresentação de dias das mães hoje- digo sorrindo.

-Serio?

-Você não se importaria se eu fosse não é?

-Claro que não isso é perfeito!

-Obrigada! Como a apresentação é hoje podemos nos arrumar juntas se quiser.

-Ok, eu passo ai mais tarde então- disse ele.

-Tudo bem, até mais tarde- digo desligando- Hey Prim que tal mais uma noite das garotas?

***

-Você esta linda- disse Peeta quando eu atendi a porta.

-Obrigada- eu disse dando um beijo em sua bochecha e o deixando entrar.

-Onde esta minha loirinha?- perguntou ele e Prim veio correndo só de calcinha com seu penteado bem preso e uma maquiagem levinha no rosto, roxa da mesma cor que a minha.

-Ei princesa senti saudades- disse ele abraçando ela bem forte.

-Cuidado para não estragar meu penteado papai- disse ela.

-Desculpe senhorita- falou ele com uma voz engraçada a colocando no chão e ela deu um beijo em sua bochecha.

-Agora vamos colocar o seu vestido se não ficaremos atrasadas- digo pegando a sacola com o vestido da mão de Peeta e correndo de volta com ela para o quarto.

Coloquei o vestido nela que não parava de pular igual a uma perereca e fomos ate o espaço alugado pela escola para a festa de dia das mães, era num Buffet onde tinha varias mesas espalhadas e uma decoração impecável estava tudo perfeito. Peeta segurou minha mão enquanto caminhávamos ate uma mesa, eu o olhei de rabo de olho e ele sorriu.

-Oi vocês devem ser os pais da Prim, é um prazer finalmente conhecer você Sra. Mellark- disse uma mulher com uns quarenta anos de idade- Sou Margo a professora da Primrose.

Peeta pareceu ficar tenso quando ela se referiu a mim como sua mulher.

-Pode me chamar de Katniss- disse a mulher e ela assentiu.

-Bom vou cumprimentar os outros pais, com licença- disse ela se saiu.

-Desculpa por isso- disse ele quando nos sentávamos-nos à mesa, Prim já estava longe com as amiguinhas.

-Não tem que se desculpar Peeta, esta tudo bem- digo e me inclino para dar um beijo na sua bochecha mais acaba saindo no canto da sua boca.

-Prim gosta de você- disse ele- Eu gosto de você

-Também gosto da Prim- digo e coloco uma das mãos no seu rosto- E de você.

Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa ele me beijou, e foi tão intenso, eu podia sentir seu gosto de menta e chocolate e essência de barbear se misturando ao meu de morango e era tudo tão perfeito.

-Oh meu Deus agora vocês são namorados- disse Prim e nós nos separamos.

-Éeer Prim. - comecei mais ela voltou a pular.

-Vocês estão namorando que legal agora você pode ser minha mamãe e posso dormir mais na sua casa- e ela não parava de pular.

Olhei para Peeta e ele estava mais sem reação que eu.

-Hey patinha- disse com a mão nos seus ombros- Não é bem um namoro, nós ainda somos amigos, mais não sei, quem sabe mais pra frente? Vamos devagar ok?

-Então você não pode ser minha mãe?- perguntou ela triste.

-Posso se seu coração quiser- disse dando um beijinho em sua testa a fazendo sorrir- Agora vai que logo você vai se apresentar.

-Ela gosta de você- disse Peeta passando os braços pelos meus ombros.

-Quando você começou com esse papo viu bem onde parou- disse rindo.

-To querendo fazer de novo- disse no meu ouvido.

-Pode fazer- disse e ele me beijou mais uma vez.

E foi assim pelo resto da noite ele me roubava beijos quando

Prim não via para não confundi-la, eu e ele assistimos a apresentação enquanto eu me debulhava em lagrimas.

-Foi tudo tão lindo e você a viu acenando do palco?- disse empolgada enquanto Prim dormia no banco de trás do carro.

-Eu vi- disse ele enquanto segurava minha mão esquerda.

-Hm? Não estamos indo pra minha casa?- perguntei percebendo o caminho.

-Não. Eu quero lhe mostrar uma coisa- disse ele.

Ele parou o carro em frente a um prédio meio bege e pediu que eu esperasse enquanto subiu com Prim no colo, não demorou muito para que ele voltasse.

-Não esta pensando em me sequestrar não é mesmo?- perguntei quando ele me puxou para passar por uma viela.

-Já pensei nisso algumas vezes mais Prim faria muitas perguntas então descartei a ideia- ri de lado e lhe dei um empurrão com o ombro direito.

-Não vai mesmo dizer onde estamos indo?

-Já estamos chegando- disse ele assim que saímos do beco e eu fiquei surpresa.

Atrás do apartamento de Peeta ficava o rio Sena e era inacreditável por que tinha uma vista linda.

Ele me levou até a margem onde só havia um poste de luz e um homem com um violão que assim que chegamos começou a tocar James Taylor e eu sorri vendo que tudo aquilo já havia sido planejado.

-Desde quando pretendia me trazer aqui?- perguntei assim que ele me puxou para dançar.

-Desde quando eu soube que era a segunda mulher da minha vida- disse ele e eu franzi o cenho- Não podemos nos esquecer da loirinha dorminhoca.

Eu abri um sorriso e Peeta me girou me puxando logo depois para si enquanto balançávamos de um lado para o outro.

-Era pra termos nosso primeiro beijo aqui, ia ser romântico.

-Você tinha planejado- disse pousando a cabeça no seu ombro.

-Você é especial Katniss- ele me suspendeu pela cintura e me girou.

-Podemos ter o nosso segundo primeiro beijo- passei minhas mãos para o seu pescoço quando as suas encontraram minha cintura.

Ele encostou de leve seus lábios no meu e eu rocei nossos narizes aprofundando mais o beijo.

-Eu estava errado- disse quando nos separamos- Em qualquer lugar teria sido bom, por que foi com você.

Eu não disse nada só senti minhas bochechas esquentarem então fiquei com a cabeça no seu ombro enquanto ele me conduzia pela calçada de pedra.

***

Havia algumas semanas em que eu e Peeta estávamos "assim", não tínhamos uma palavra certa, pois combinamos que não ficaríamos rotulando, ele não exige nada de mim assim como eu não exige nada dele.

Só que tinha alguma coisa errada, pois eu estava ficando mais próxima do que já éramos e isso me assustava por que afinal eu ainda estava frágil e precisava de atenção e Peeta me dava atenção, eu precisava de carinho e ele me dava carinho, eu precisava de alguém para me ajudar a ficar sã e ele me ajudava e era isso que me preocupava estava tudo perfeito demais e eu não estava acostumada a isso.

Palavras doces escapavam todas as horas e eu andava por aí com sorrisos bobos eu estava melhor por que Peeta estava juntando meus cacos, Peeta e Prim estavam.

-Esta pronta Katniss?- perguntou Annie com a cabeça para dentro da minha sala e eu me levantei pegando meu casaco.

-Estou- disse indo até ela, hoje iríamos almoçar só nós duas, pois Peeta estava cheio de trabalho e Finnick estava terminando uma matéria importante. Pra falar a verdade nem sei como eu arrumei tempo.

-Estava pensando em comermos hoje no L'Entrecôte o que acha?- pergunta Annie enquanto esperávamos o elevador.

-Acho uma boa escolha- ela sorri pra mim e a porta de abre.

Dentro do elevador esta uma mulher ruiva segurando uma menininha loira no colo que parecia estar dormindo.

-Sabem me dizer se esse é o andar dos advogados? Estou perdida- pergunta a mulher jogando os cabelos para o lado.

-É no vigésimo primeiro andar- digo e ela sorri e a menininha se vira se jogando no meu colo.

-Kaaaat- diz ela pulando em cima de mim manhosa.

-Prim? O que você faz aqui patinha?

-Vocês se conhecem?- pergunta à ruiva- É amiga de Peeta?

-Sou sim, o que houve?

-Me ligaram da escola, parece que ele não atendeu ao telefone e Prim esta doente- diz ela e a loirinha se aconchega mais no meu colo- Vamos Primrose precisamos achar o seu pai.

A menina se aperta mais no meu colo e eu vejo que esta queimando em febre.

-Eu fico com ela- digo e a mulher estrala a língua.

-Ok, vou atrás de Peeta.

-E eu vou comprar almoço para três- Annie da um beijo em Prim e some com a ruiva no elevador.

Vou com Prim ate a minha sala e sento no sofá de couro enrolando a pequena no meu casaco e a deitando no meu colo.

-Como esta se sentindo?- pergunto colocando seus cabelos para trás da orelha.

-Cansada e com frio- resmunga ela se encolhendo mais a mim.

-Tudo bem, já vai passar- digo e começo a mexer na minha bolsa atrás de um remédio para febre.

Vi que não tinha nenhum infantil então liguei para Annie pedindo que ela passasse numa farmácia pelo caminho.
Prim logo adormeceu no meu colo e eu a coloquei no sofá fechando um pouco as cortinas das enormes janelas de vidro.

-Demorei mais cheguei- disse Annie entrando na sala.

-Trouxe o remédio?- perguntei indo até ela.

-Sabor framboesa- disse ela sorrindo.

-Ok- concordei rindo também- Você pode almoçar mais faz só mais um favor?

-Claro.

-Fica aqui com ela? Eu vou falar com Peeta ela pode ter alguma alergia ou sei lá e ele ainda não veio aqui.

-Fico sim, se ela acordar e estiver com fome eu dou comida pra ela.

-Obrigada- dei um beijo estralado na bochecha dela e sai da sala indo para o andar dos advogados.

Quando estava perto da mesa de Peeta pude escutar uma conversa e eu sei que é feio ficar escutando mais não resisti quando ouvi meu nome.

-Quem é ela Peeta?- perguntou à ruiva esbanjando seu sotaque francês, eu era de NY então não tinha nenhum.

-Katniss é a minha chefe Johanna- disse Peeta com a voz carregada, ele estava irritado.

-Só sua chefa? Tem certeza?!

-Johanna isso não lhe diz respeito.

-Claro que diz Peeta, ou você se esqueceu tão rápido assim de mim?

-Johanna- ele a repreendeu.

-Não pode se esquecer do que realmente foi bom- e depois disso houve um grande silêncio e quando eu atravessei a divisória ela estava lá praticamente o engolindo.

Eu sei que não éramos namorados mais estava perto disso, alem disso éramos amigos e eu senti aquilo como uma traição. Aquilo era uma traição.

Então uma lagrima escorreu pelo meu rosto e meu coração perdeu uma batida, e eu fiquei lá parada atrás da divisória tentando inutilmente secar as lagrimas.

Não sei quanto tempo fiquei lá parada, nem sei se foi dito mais alguma coisa eu só voltei à realidade quando a ruiva saiu sem sequer notar minha presença ali então eu suspirei e entrei.

-Kat... Oi- disse Peeta meio nervoso.

-Prim pode tomar esse remédio?- levantei a caixinha.

-Sim ela sempre toma esse- disse ele se aproximando.

-Ok- me virei mais ele segurou meu braço.

-Esta tudo bem?- perguntou coçando a nuca- Parece que esteve chorando, esta chateada.

-Acho que não tenho nenhum motivo para me chatear, tenho?-ele negou com a cabeça com uma careta estranha- Eu sei que você esta lotado de trabalho então posso ficar com a Prim se quiser.

-Bom tem a Greasy minha vizinha ela fica com a Prim quando eu preciso...

-Tudo bem, eu cuido dela- ele concordou com a cabeça e eu voltei para minha sala.

Eu tinha que ser forte ao menos por agora, ser forte para cuidar de Prim que não tinha culpa das burradas do pai.

Acabou que eu dei o remédio a Prim e ela dormiu no meu sofá pelo resto do dia, Peeta dava umas fugidas para dar uma olhada nela e eu fingia que estava completamente ocupada para sequer olhar pra ele.

Eu estava um caco mil vezes pior do que fiquei quando me divorciei de Gale. Mais um melhor amigo se foi. Tombei a cabeça na mesa deixando as lagrimas saírem dos meus olhos livremente, eu só estava cansada.

-Kat?- chamou uma vozinha no canto daquela enorme sala e eu levantei a cabeça enxugando as lagrimas.

-Oi patinha- disse indo até ela- Esta melhor?- ela assentiu com a cabeça ainda enrolada no meu casaco- Esta com fome?

-Uhum- soltei um sorriso de lado e a peguei no colo.

-Annie? Pode avisar ao Peeta que eu estou no café com a Prim?

-Claro.

-Obrigada, não volto mais hoje ok?

-Sem problemas chefe- revirei os olhos e entrei no elevador indo para o estacionamento. Pretendia ir de carro ate o café, não queria que ela pegasse friagem.

-Eu posso comer cupcake Kat?- pergunta ela no banco de trás do carro.

-Que tal um chocolate quente? Esta ficando frio.

-Mais eu estou com fome- resmunga ela.

-Rosquinhas? Esta perto do jantar se comer cupcake não vai comer nada depois patinha.

-Tudo bem- diz ela triste.

-Uma rosquinha e um cupcake?

-Siiiim- rio de lado da sua empolgação, só Prim me faria rir assim agora.

Entramos no café e Prim esta fingindo que era uma princesa com o meu casaco gigante nela, fiz os pedidos e me sentei em uma mesa onde era mais quente com ela, estava chegando o inverno.

-Você não vai comer Kat?- eu mal tinha tocado no meu chocolate quente e na minha rosquinha.

-Não estou com tanta fome hoje patinha.

-Também esta doente?- perguntou com uma ruga de preocupação se formando na testa igual o pai fazia.

-Sim, mais é outro tipo você ê muito criança ainda para entender.

Ela deu de ombros voltando a tomar seu chocolate quando o sininho do café tocou e mais uma vez eu cruzei os dedos para que não fosse ele, mais dessa vez não deu certo.

-Minhas princesas como vocês estão?- perguntou Peeta dando um beijo na bochecha de Prim e quando ele veio dar um em mim eu desviei o fazendo engolir a seco.

-Bom agora que você chegou eu já vou indo.

-Aconteceu alguma coisa? Você esta diferente.

-Estou bem- concordei sentindo meus olhos ficando marejados.

-Por que você não dorme lá em casa hoje?- pergunta Prim e eu suspiro segurando suas mãozinhas.

-Sabe patinha é complicado eu... hm... Não vou poder dormir mais na sua casa- digo agora olhando para Peeta que esta com a expressão assustada- Mais você ainda pode dormir na minha se quiser.

-Por quê? Você e o papai não são mais amigos.

-É que às vezes é bom relembrar o que realmente foi bom, mais às vezes nem tanto- a expressão de Peeta se clareia mais já é tarde demais- Eu te amo ok?- dou um beijo na testa de Prim e saio sem esperar uma resposta.

Saio do café e uma brisa forte vem de encontro meu rosto e eu me arrependo de não ter colocado uma roupa mais quente, estou quase chegando ao meu carro quando alguém me segura pelo braço.

-Hey espera, vamos conversar!- ele estava desesperado.

-Não tem mais o que conversar- digo deixando as lagrimas escorrerem pelo meu rosto, ele vem em minha reação e vacila então eu aproveito para me soltar e entrar no carro.

Ele para na minha janela e eu não resisto em abri-la.

-Prim gosta de você. Eu gosto de você!

-Também gosto da Prim- disse com a voz sôfrega- E de você... Desculpa Peeta mais não dá.

-Katniss não vai, por favor- implora ele quase entrando no carro- Eu não sou o Gale.

-Por isso que esta doendo mais- olho para a frente decidida a não ouvi-lo mais e ele desencosta do carro e eu arranco dali.

Cheguei em casa e desabei em choro no meu sofá, eu vestia um moletom e estava com os cabelos desgrenhados quando Annie e Finnick bateram na minha porta mais tarde.

-Oh meu Deus o que houve?- perguntou ela me abraçando.

-Eu o vi beijando aquela ruiva hoje cedo, a tal da Johanna.

-Serio? Você tem certeza?

-Claro que sim, eu não sei o que a gente tinha mais não temos mais.

-Sinto muito- Finnick também entrou no abraço e depois que eu parei de chorar nós sentamos no sofá.

-Por que a maioria dos homens não conseguem ser fiéis?- perguntei enquanto Annie mexia no meu cabelo.

-Nem todos são assim você só tem que achar o cara certo.

-Você tem sorte de ter o Finnick- digo e ela sorri e ele se joga ao meu lado no sofá.

-Você também me tem Kat- diz enchendo meu rosto de beijos.

-Só não se beijem na minha frente- diz ela- Você fica com ele na quarta, sexta e domingo e eu tenho preferência nos feriados.

Rio da sua piada junto de Finnick eles eram meus melhores amigos e realmente me animavam.

Ficamos vendo alguns filmes e eu não sei quando foi que eu peguei no sono só me lembro de acordar no dia seguinte na minha cama e encontrar um bilhete.

“Desmarquei seus compromissos, tire o dia de folga e se divirta. Amos você. - Annie e Finnick”

Na verdade eu não me diverti tanto quanto eu esperava, eu queria comer cubos de açúcar com Finnick mais ele tinha muito trabalho, queria sair com Annie mais ela esta fazendo meu trabalho, queria assistir um filme com Prim mais estava ignorando Peeta.

Ele ligava sem parar, não dava descanso, eu decidi tirar uns dias de folga e só apareci na empresa uma vez para assinar papéis e dar um aumento para Annie que estava cuidando de tudo.

-Chega de ficar na cama- disse levantando e procurando uma roupa descente.

Eu precisava sair, alguma coisa dentro de mim dizia: saia de casa, viva.

Decidi que iria dar uma volta, fui com meu carro até o famoso jardim de Luxemburgo.

Era um lugar lindo feito para pensar e esfriar a cabeça, perfeito.

Esta andando distraída quando alguma coisa pequena grudou em minhas pernas.

-Kat! Kat! Kat!- pulava igual a uma perereca balançando seus cachos loiros.

-Prim que saudade- disse abraçando ela- Esta sozinha.

-A professora nos trouxe para vermos as flores- ela apontou e eu pude ver a professora gordinha com mais uma dúzia de crianças acenando pra mim- Você nunca mais foi me ver.

-É complicado patinha- disse suspirando.

-Papai disse que eu não preciso me preocupar por que você me ama e que tudo bem se você não o amar e me amar por que assim ele só te ama mais- disse ela toda enrolada.

-Ele disse isso?- contive meu pequeno sorriso.

-Ele disse que você não pode ir embora por que esta no meu coração, isso é verdade Kat?

-Sim meu amor, quando você estiver com saudades é só pensar em mim por que estou no seu coração.

-Não vou me esquecer- disse ela sorrindo.

-Aqui, pega isso- disse tirando meu colar que tinha um pingente de tordo e entreguei a ela- Assim vai sempre se lembrar de mim, e pode me ligar se quiser.

-Obrigada Kat.

-Agora melhor você ir, ainda tem muitas flores para você ver- digo e ela me da um beijo e sai correndo acenando.

Prim era como uma filha para mim, e eu a amava e Peeta me amava e eu não pude deixar de pensar nisso o dia inteiro.

Eu passei o dia andando por ai indo para algum lugar e nenhum ao mesmo tempo.

Quando me deparei onde estava fiquei me perguntando quando realmente havia chegado ali. Estava no café onde sempre no final da tarde nos encontrávamos.

Pedi um café e me afundei em uma das mesas. Eu sentia saudades de me encontrar ali toda tarde com Peeta.

Coloquei meus fones de ouvido e fechei meus olhos lembrando, de todos os momentos bons e me perguntando o porquê de eles terem ido embora tão rápido.

Quando voltei a abrir os olhos dois pares de olhos azuis me encaravam, um estava sentado de frente para mim, sorridente e saltitante na cadeira.

O outro estava em pé me encarando de forma admiradora e insegura.

-Eu adoro essa musica- disse ele por fim e eu olhei para meu celular me certificando de que o volume estava realmente baixo- Você tem uma voz linda.

Senti minhas bochechas esquentarem e abaixei a cabeça sentindo que sem duvidas estava corada, eu não saia cantando por aí, estava pensando em uma coisa realmente boa.

-Hm? Posso me sentar?- dei de ombros e então ele se sentou ao lado de Prim que brincava com o açucareiro da mesa.

-Como foi o passeio patinha?- perguntei quebrando o silencio sabendo que com essa pergunta ela falaria o suficiente para que eu ficasse calada por um tempo.

-Foi muito legal- começou ela sorridente- Eu vi flores e tinha algum lagos aqueles com amaris.

-Chafariz- corrigi-a rindo.

-Isso, isso. Tinha também umas estatuas gigaaantes! E eu vi joaninhas! Serio e tinham varias cores.

-Então foi muito bom- digo sorrindo.

-Foi sim.

-Como sabia do passeio?- perguntou Peeta de testa enrugada.

-A Kat estava lá, eu a vi andando sozinha e corri ate ela e a gente conversou- disse Prim não me dando tempo para falar- Papai posso pedir meu cupcake agora?

-Claro por que você não vai escolher?- então ela passa por ele e sai correndo para a vitrine de doces.
Um silencio constrangedor se instala entre nós e o clima começa a ficar mais pesado do que já estava.

-E você como esta? Fiquei preocupado não vi você esses dias- disse ele e eu continuei olhando para baixo.

-Tirei alguns dias de folga- forcei com que minha voz saísse e saiu mais rude do que eu pensei que fosse.

-Eu senti saudades- disse ele e eu balancei minha cabeça em negativa ainda olhando para baixo- Ei olha pra mim- disse ele levantando minha cabeça pelo queixo.

Só quando eu ele fez isso eu pude perceber que ele estava com a barba rala por fazer e com olheiras em volta dos olhos, seus olhos azuis agora nem com tanto brilho como há alguns dias atrás.

-Eu realmente estava com saudades- disse colando uma de suas mãos sobre a minha eu tombei minha cabeça para o lado direito.

-Eu sei- então me levante e me dirigi a Prim- Eu preciso ir agora patinha, lembra-se do que combinamos certo?

-Você vai me ligar e quando eu quiser ver você posso ir à sua casa.

-Isso mesmo patinha- dei um beijo na sua testa e ela deu um beijo estralado na minha bochecha- Até mais- acenei e fui embora.

***

-Você só tem que se levantar- disse Annie puxando minhas cobertas.

-Por que mesmo temos que pegar um trem para o outro lado da cidade?- perguntei cobrindo meu rosto me protegendo dos raios de sol que invadiram meu quarto quando ela abriu a janela.

-Por que é seu aniversário. E parabéns- então ela pulou em cima de mim me enchendo de beijos.

-Obrigada- digo me sentando e vendo a bandeja de café da manha que estava ao lado na minha cama.

-Esse é o presente de Finnick- diz ela e eu pego uma maça da enorme bandeja.

-Onde ele esta?

-Ele foi buscar o meu presente- diz ela sorrindo- Mais você só pode passar duas horas com ele por que iremos pegar o trem ao meio dia.

-Mais o presente não é meu?- pergunto fazendo uma careta.

-Mais também é de outra pessoa.

-Você pode me dizer o que é?- ela nega com a cabeça mordendo os lábios e eu bufo logo depois escutando a porta da frente batendo.

Ficamos em silencio esperando eu estava realmente curiosa quando alguma coisa me agarrou e eu cai da cama com ela por cima.

-Oh meu Deus! Como eu estava com saudades de você patinha- fazia quase um mês que eu só falava com ela por telefone, eu ainda estava evitando Peeta.

-Parabéns! Parabéns!- diz ela e eu volto para a cama agarrada a ela- Também estava com saudades! Espera eu trouxe uma coisa.

Ela abre a mochila e me entrega alguns cartões. Haviam cartões de halloween, dia das crianças e um de aniversario junto com mais milhares de desenhos.

-Não esse não- ela diz tirando um cartão roxo da minha mão- Leia esse aqui- ela colocou no lugar um cartão rosa de "Feliz Aniversario"

"Você é minha mamãe de coração e eu amo você, feliz aniversario Kat"

-Amo você patinha- disse agarrando ela.

Eu, Annie, Primrose e Finnick ficamos mo meu quarto e tomamos café juntos diante daquela enorme bandeja.

Depois que eu coloquei minha pequena mala no carro de Finnick e me enfiei no banco de trás com Prim, íamos ter que deixar ela em casa e depois iríamos para a estação.

-Queria que fosse conosco- disse quando Finnick parou o carro ela deu uma risadinha e um beijo em mim e Finnick entregou um saco para ela.

-Não conte a seu pai- disse ele e ela colocou dois cubinhos de açúcar de uma vez a boca.

-Uhum- disse de boca cheia e Finnick riu a pegando no colo e a levou para dentro.

Finnick decidiu que hoje iria dirigir como uma tartaruga levando vinte minutos para chegar na estação quando se na verdade só levaria metade do tempo.

-Vou comprar os bilhetes disse Annie me deixando lá no topo da escada.

-E eu... Eu vou com ela- disse Finnick e sumiu no meio da multidão.

Fiquei olhando para as pessoas lá embaixo, pareciam felizes, haviam crianças brincando em volta da fonte e pessoas conversando animadamente por todos os lugares.

De repente as caixinhas de som de toda a estação começou a tocar uma de minhas musicas favoritas, aquela na qual Gale não entendia, mas eu não me lembrei de quando ele me dizia isso, eu me lembrei no dia no café quando Peeta me flagrou cantando.

E em questão de segundos todas as pessoas estavam dançando com movimentos ensaiados, como se tivessem planejado aquilo há semanas.

Foi quando eu me liguei que era um flash-mob aquelas coisa que aconteciam em filmes, à pessoa a quem estava recebendo seria uma grande sortuda estava recebendo uma declaração na cidade do amor.

Então eles continuavam dançando e começaram a formar casais, deixei que meus olhos ficassem marejados e eu pude ver do outro lado Finnick puxando Annie para uma dança apaixonada e eu me perguntei se ele tinha planejado isso pra ela.

Mas não era, por quando estava no meio da musica uma faixa ficou pendurada do outro lado: "FELIZ ANIVERSARIO KATNISS".

Então eu pude chorar completamente quando eu vi Peeta parado do outro lado com um buque de rosas na mão, Prim corria ate Annie e Finnick.

As pessoas ainda dançavam quando eu comecei a descer as escadas e Peeta andava em minha direção.

-Você que fez isso?- perguntei chorando quando parei em sua frente.

-Você merecia muito mais- ele me entregou as flores.

-Não merecia não- então eu o abracei- Aquele dia eu não disse mais eu deveria- disse entre soluços- Eu estava com saudades, sempre estive.

-Eu sei- repetiu minhas palavras e eu sorri.

-Ela não significava nada não é?- pergunte e ele negou com a cabeça- Sou uma burra.

-Sabe quando você saiu daquele café e me deixou meu coração ficou em pausa, e eu não sabia se desligava então eu pensei não posso simplesmente desligar algo verdadeiro, preciso de você e vou estar sempre a sua disposição enquanto eu ainda estiver firme, se eu tombar não há quem vá me levantar, sempre soube que seria assim, só basta decidir entre aceitar o fracasso e desistir por alguém insano ou levantar e seguir, eu escolho seguir, mas não por mim, não para mim e sim para você por você, porque por mais sofrimento que a sua existência me cause, o meu amor por você é muito maior, ele ultrapassa esse sofrimento, vai além, muito mais além, que essa dor, não há nada mais forte e verdadeiro que o amor e Katniss eu amo você.

-Eu também te amo- disse voltando a abraça-lo- Você é demais para mim.

-Somos perfeitos para nossa própria imperfeição.


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Notas finais do capítulo

Se alguém quiser saber Johanna foi um caso de uma noite, ela só era sobrinha da senhora Greasy que cuidava da Primrose quando Peeta precisava, e foi ela quem acabou atendendo o telefonema da escola naquele dia, mais uma apaixonada pelo loiro.