Athena e Eu escrita por Naiane Nara


Capítulo 7
Aviso


Notas iniciais do capítulo

Saint Seiya pertence ao tio Kuru, então, ele é quem enche os bolsinhos, e sou eu que me emociono feito boba, grito e acompanho.
 
Boa leitura!



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Athena

É incrível como Perséfone e Seiya são parecidos, em vários aspectos. E não se bicam mesmo, devo acrescentar, sem conseguir conter uma risada. Logo ele estará conosco.

– Minha deusa.

– Aiolia! – estendo minha mão, e ele a beija cortesmente. – Fico feliz que tenham gostado da idéia dos jantares em comum. Vocês são muito caros ao meu coração.

Ele se permitiu um sorriso lindo e cativante, coisa que sempre retém na minha presença.

– O que posso dizer? Você é a razão de nossa existência. Seus desejos mais ingênuos são nossa missão.

Perséfone olha-me aparvalhada, e quase gargalho, mas consigo me conter a tempo. Os outros Cavaleiros de Ouro estão junto dele, e isso seria um grande desrespeito. Eu sei o quanto está custando a eles deixarem suas casas para atenderem o meu desejo.

– Shaka! Meu querido Shaka. Tenho uma surpresa na sobremesa. A sua preferida. – Digo, enfim, podendo extravasar meu bom humor. Ele retribui com o que eu mais gosto em alguém: os olhos brilhando pelo desejo de um presente, e também um sorriso muito bonito.

E por falar em desejo de um presente, finalmente ele chega. Meu coração vai as alturas instantaneamente. O cabelo está na bagunça habitual, e os olhos brilham mais que as Plêiades, como sempre.

– Grande Athena.

– Cavaleiro de Pégaso.

Nos cumprimentamos apenas nos inclinando um para o outro. Só pode estar zangado comigo para me cumprimentar assim, tão distante. Como sinto falta do calor da sua pele na minha.

– Quanta formalidade! – Alguém diz bem perto de mim. Me viro e vou em sua direção, deixando Perséfone recebendo os outros Cavaleiros.

– Saga.

Ele me olha de forma tão compreensiva. Como se eu fosse só uma menina a quem devesse ajudar a namorar um pouco, que tem se ocupado demais e precisa relaxar. Mas eu não sou só uma menina. Como queria ser...!

Suspiro com impaciência. Não posso me deixar levar por este tipo de pensamento. Não sou e nunca vou ser uma garota. Dou o braço ao meu Grande Mestre:

– Saga, por favor, não me deixe pensar em coisas ruins nessa noite.

– Vou tentar.

Ele cumpriu sua promessa, fez maravilhas por mim. Não me deixou sozinha um minuto, me fez conversar com todos ao mesmo tempo, dar risadas. Shaka adorou a sobremesa, como eu previa, mas ninguém quis ficar para o chá, além do Seiya. A voz retumbante de Aiolos tomou conta do salão:

– Nós, Cavaleiros, pedimos licença e a Sua bênção.

– Eu os abençôo, Cavaleiros da Esperança. Benditos sejam ao entrarem e benditos sejam ao saírem. Que Zeus abra para vocês as portas dos céus, e Eros cuide de seus corações. Desejo uma excelente noite, descansem bem.

Depois de se retirarem, ficamos apenas eu, Perséfone e Seiya bebericando o chá.

– Pensei que, pelo seu humor hoje, iria embora assim que pudesse.

Eu e essa minha boca. Não me contive, e Perséfone inventou uma desculpa para sair da sala, nem prestei atenção ao que ela disse.

– Não diga isso, Saori. – Me arrependi no momento em que vi seus olhos tristes.

– Está zangado comigo, Pégaso?

– Claro que não. Com você nunca.

– Com quem mais seria, senão eu? – pergunto, séria, sabendo que ele vai se sentir mal por me ver assim. Quase sinto uma pontinha de culpa por usar esse método, mas preciso saber o que o faz ficar distante de mim desse jeito.

– Não Saori, é claro que não... Eu... Me senti incomodado com algo. Não foi nada, já passou.

– E esse algo não tem nada a ver comigo? – havia muito ceticismo em minha voz.

Ele respirou fundo. Por favor, não me torture dessa forma, seus olhos pediam.

Senti que ultrapassei os limites, que era hora de recuar. Mas antes que meus lábios se abrissem, os dele foram mais rápidos:

– Eu... Não... Ah... Como direi? Por favor, não se ofenda, não há outra forma de explicar... Detestei o modo como o Aiolia a cumprimentou. Pareceu um tanto inapropriado, carregado demais. Mas você é a filha de Zeus, sempre teve os seus preferidos.

Nesse instante Perséfone voltou de seu “passeio”, e bobamente, meus olhos se encheram de lágrimas. É tudo tão injusto!

– Como pôde me dizer isso, Pégaso? Não vê que é para o seu próprio bem? – sussurrei com raiva, mas acho que ele não ouviu.

Só então reparo no semblante de Perséfone.

– O que houve?

– Irmã... Retirei-me para Star Hill por um instante, e encontrei isso.

Minha irmã estava mais branca do que papel. Em suas mãos havia um bilhete de cor negra. Suas mãos vacilantes me entregaram. O que podia ser para deixá-la tão assustada? Justo ela, séria como é. O bilhete é pequeno e simples, mas não as palavras que ele contém:

É um grande suplício para mim ficar ausente. Há tanto tempo quero sentir-lhe o corpo, as mãos e o carinho... O carinho que só encontro em ti. Deixei-a em sono eterno para que não tivesse que presenciar nada desta sangrenta batalha.

Mas agora você voltou, e eu não posso estar contigo.

Não se preocupe, linda deusa, jamais a deixarei. Quando voltar, o que deve ser breve, castigarei os que ousaram me desafiar.

Agora era eu quem estava pálida.

– Athena?

Olhei em volta: Seiya estava de costas para mim e olhava as estrelas, distraído.

Perséfone, sentada à minha direita, abalada até o extremo.

E diante de mim, meu antigo inimigo, a quem eu não vi entrar.

– Saga.

– Athena, por favor o que houve? Quer que eu convoque a união dourada?

Então Seiya deu a volta, preocupado. Os dois olharam para as duas deusas presentes e se encheram de dúvidas a respeito de nossa paz.

– Não há nada – minha voz saiu sem nenhuma angústia. – Venha, irmã, que acha de visitarmos os oráculos?

Perséfone olhou-me sem entender, mas aceitou a mão que eu estendia.

Na medida em que ficamos distantes dos dois Cavaleiros, minha irmã disse:

– Ele vai voltar.

Então parei de andar e olhei para ela:

– Eu sei. Mas estaremos preparados.

*****


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