A Guerra dos Dez escrita por Sabs Zullush


Capítulo 10
Monstruosidade humana


Notas iniciais do capítulo

Lute como uma garotinha, cara.



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A frieza do metal irradiava das paredes de uma das maiores naves posicionadas fora da órbita da terrestre. Julia lia o exemplar em ingles de Grande Progresso Mogadoriano deitada em sua dura cama, as vezes discordando secretamente de alguns ideais da civilização dito cuja como por exemplo a aniquilação de todos aqueles que por ventura tentassem impedir o sucesso da operação ProMog. Enquanto isso Lyu se reunia com os generais de Setrakus Ra juntamente com Eduardo para organizar os planos de invasão aos esgotos.

Houve uma batida na porta.

–Entre.

A porta deslizou para o lado com um som aéreo e uma servente mogadoriana entrou. Sua pele era pálida, com orificios ao lado do nariz como guelrras que contraiam e relaxavam conforme ela respirava, assim como os outros mogadorianos. Ela era careca a não ser por duas tranças em ambos os lados da cabeça que se uniam em uma unica no começo da nuca.

–Com licença Senhorita Guglielmo. - Disse a servente com uma voz quase robotica e um sotaque metálico. - A senhorita Novais requisita a sua presença na sala de treinamentos.

–Tudo bem, já estou indo. - Julia fechou o livro, jogando-o na cama e saiu do quarto logo após a servente.

Seguindo por corredores labirinticos ela chegou a um que se destacava dos outros, uma vez que as paredes metálicas foram substituídas por vidro temperado e do outro lado destes haviam as divisões onde eram simuladas as batalhas.

Na quarta divisória à direita estava Juliana pendurada em uma corrente no teto. Devido ao seu legado ela não podia lutar com bonecos, não que isso diminuisse sua força, com ou sem o legado, Juliana era uma verdadeira guerreira em combate, no lugar dos mannequins, humanos ou como eram chamados pela patrulha: lorienos aliados; estes tentavam em vão derruba-la. Juliana soltou a corrente e com um mortal pulou nos ombros de um dos aliados, enforcando-o com suas pernas e implantando uma realidade em sua cabeça, com uma cotovelada na nuca o apagou, saindo de seus ombros e partindo para os outros com uma velocidade surpreendente e pegando um bastão que fora esquecido no chão. Um semi circulo era feito ao seu redor, os outros três aliados à cercavam aguardando o ataque. As costas de Juliana ficaram tensas, e por um milésimo de segundo Julia pensou que ela não fosse conseguir, para então ver que a contração da musculatura se devia ao proximo golpe. Juliana apoiou o bastão no chão pegando impulso e lançando-se com chutes nos rostos dos humanos que tentavam pegar seus pés, mas logo foram derrubados.

Ao olhar para trás, Juliana avistou Julia a observando e sorriu, largando o bastão com força em cima dos homens gemendo no chão, e arrumou seu rabo de cavalo enquanto saia da sala e esta tinha as luzes apagadas.

–Fracos.- Disse Juliana e riu limpando o suor de sua testa com o braço, indo beijar Julia no rosto. - Preciamos conversar sobre nossos papeis na ivasão aos esgotos.

–Não, não. - Disse Julia. - Eu não luto. - Imagens da loira de cabelo curto à sua frente lutando invadiram sua mente, Julia não se achava suficiente, mal sabia do seu potencial, o qual era grande.

–Tudo bem, você não precisa lutar, você pode ajudar o sistema de inteligencia a procurar por ondas sonoras, arquivos na internet, qualquer coisa que nos leve não só ao seu grupo de amigos, mas a outros lorienos também. - Ela pronunciou a penultima palavra com um desgosto descomunal, talvez se Setrakus prometesse para Juliana sua transição corporal para um mogadoriano, esta aceitaria.

–Melhor assim. - Julia sorriu. - Esta é a minha area.

–Ótimo, nos vemos depois. - E Juliana caminhou em direção aos vestiários para limpar-se.

*

–Agora coloque 15g de Clorato de Potássio, 15g MAMA! - Yokota tentava ensinar a garota a fazer uma bomba azul.

–EU COLOQUEI 15g!

–Ok, agora SÓ 25g de Ftalocianina.

Sabrina se distraíra com a discussão e recebeu um soco no estomago de Lorenna que apesar de tentar medir sua força acabou jogando a ruiva no arco de um dos tuneis fazendo com que esta usasse o vôo para diminuir a velocidade e o impacto.

–NÃO SE DISTRAIA!

–Desculpa. - E pousou na frente da amazona que já estava pronta para outra. Sabrina ajeitou a posição dos pés e a coluna, inclinou a cabeça para proteger o queixo e esperou, esperou… até que veio a explosão Lorenna deferindo socos contra ela que desviava com graça. Até o momento em que um soco iria atingi-la no olho, ela usou o seu legado para desacelerar o tempo em volta de Lorenna, estava cada vez melhor nisso, e tirou eu rosto da reta, agarrando o seu braço e pegando impulso com a ajuda do legado levitacional, dando um mortal para frente ao mesmo tempo em que maniplava o tempo para voltar ao normal, fazendo com que a morena de cabelo encaracolado, girasse no ar e caisse no chão com um baque surdo.

Sabrina ofegava e todos presentes no salão principal olhavam para ela, inclusive Lorenna que já tomava ciência do que havia acontecido. Ela ajudou a garota a se levantar e apoiou-se nos joelhos.

–Acho que chega de treino por hoje né?! - Disse a ruiva.

–Acho que sim, e por falar nisso.. - Ela sorriu. - Golpe genial.

Ambas se abraçaram e foram para diferentes cantos. Até que subtamente Felipe se levanta do painel de computadores derrubando a cadeira. Ele se vira e gagueja.

–A-acho que vocês deveriam ver isso. - Todos correram para assistir ao que o garoto dizia. Ele configurou algo para fazer com que todas as telas formassem apenas uma imagem. - Este comercial foi ao ar ontem em pleno horário nobre, passou em todos os canais, em todas as línguas. Basicamente se você estava com a televisão ligada este comercial foi incerido.

–Mas quem o fez? Os mogadorianos? - Perguntou Sabrina e Felipe negou com a cabeça.

–Vocês vão ver.

A tela antes preta começa a chiar e logo uma imagem aparece, nela um garoto loiro e uma garota morena de olhos acinzentados aparecem, apesar de ele ser mais alto que ela, a garota passa um ar de dureza, como se a qualquer minuto fosse pular da tela para agarrar o seu pescoço e te estrangular. A legenda traduzia o ingles de ambos.

“Este é um chamado.” Imagens de batalha interrompiam a imagem dos jovens. Era o garoto quem falava, ele não parecia ter mais de 17 anos, mas era evidente que era o lider. “Eu sou o numero Quatro, e esta é a numero Seis, clamo para que parem o que estão fazendo e escutem.”

O comercial tem problemas para permanecer no ar, mas consegue, continuando a transmissão.

“Nós não viemos deste planeta, mas viemos ajudar vocês. Trouxemos o poder e agora daremos mais uma oportunidade de escolha para que junte-nos na batalha.” Era a menina quem falava agora. “Precisamos de toda a ajuda possível. Esta raça não está aqui para ajudar vocês com tecnologia, para que a vida na terra evolua. Eles estão aqui para dizimá-la.”

“Nosso planeta se chama Lorien, e quando eramos pequenos ele foi destruido pelos mogadorianos. Toda a sua beleza, todo o seu povo, bilhões de pessoas mortas. Hoje Lorien é apenas uma pedra flutuando no universo, sem vida. E é isso que acontecerá se vocês apoiarem o Progresso Mogadoriano. Não deixem que os parasitas destruam o que é de vocês. LUTEM…” o garoto para de falar.

Um barulho de explosão interrompeu a imagem e preocupados ambos correram para ver o que acontecia, a transmissão para.

–Aliados… - Martinato está com os olhos fixos na tela agora preta.

–Mais do que aliados. Estes alienigenas foram os que nos deram poderes para lutar. A casa deles é a Terra agora e eles querem defende-la junto conosco, e nos deram a arma para isso. - Explicou Felipe. - Outro ponto é que Brasilia foi tomada sem nenhuma contradição. O governo abrigou os generais mogadorianos no Congresso, como se fosse tudo premeditado.

–E não foi? - Perguntou Chiara. - Serio que uma civilização inteira invadiu o mundo e absolutamente NINGUÉM usou arma alguma para impedir? É claro, todos sabiam e simplesmente deixaram porque acreditaram que teriam um futuro melhor.

–Futuro brilhante teremos se não os impedirmos. - Lorenna cerrava os punhos, ela parecia com a garota do video, linda, mas mortal, como uma planta carnívora.

–Mas como a gente vai fazer isso? Precisamos de um plano. - Sabrina perguntou, já pensando em mil ideias.

–A gente tem que atacar o interior deles, essas nossas batalhas de nada servem porque sempre vão aparecer mais mogadorianos. - Yokota cruzava os braços e cerrava os olhos.

–Temos que atacar a base deles. - Yash apareceu suavemente no fundo da sala, sem fazer o menor ruido. - O seu coração, pelo menos o brasileiro.

–Você quer dizer Brasilia? - perguntou Malu. - Como a gente iria pra lá?

–Não, quero dizer aqui. Brasilia é apenas o lugar onde eles estão alojados, onde os líderes de altissima patente estão ganhando seu dia de princesa. Temos que atacar as bases paulistas primeiro, depois pensemos em algo maior.

–Tem razão, é como um feudo, o líder compartilha os países com seus marechais, para que estes vivam e comandem superficialmente ele. - Sabrina fez a comparção, mas logo viu que não era importante e se calou.

–Por onde começamos, então? - Thalles abraçou Lorenna pelas costas.

–Que tal pela base geral do exercito mogadoriano? - Disse Felipe já procurando sobre na internet.



*

Reunidos no refeitório da nave mogadoriana, o grupo traidor tinha sua refeição. Ali não havia dia ou noite. Todos seguiam uma rotina independente de horarios e talvez isso fosse bom. No prato, comida de requinte, tudo do bom e do melhor, era uma forma de mostrar como o lado mogadoriano era lado vencedor, desde os principios básicos de comida.

–O que houve na reunião com o generais? - Perguntou Julia.

–Resumidamente, vamos atacar em breve. Ja temos o perímetro da area por onde eles foram vistos pela ultima vez, vamos entrar na órbita da terra amanha cedo, e nos estabeleceremos na Base II do exercito, afinal precisamos do Campo de Marte para pousar as naves. - Respondeu Lyu enquanto comia um canapé com creme de cebola e tomate.

–O que precisamos levar, Lyu? - Perguntou Juliana bebendo seu refrigerante.

–Apenas suas armas e duas trocas de roupa. Descansem bem hoje.

–Você vai ficar bem amor? - Perguntou Julia que ficaria na nave para ajudar através do sistema de inteligencia.

–Claro que vou, não confia em mim? - Ele riu e fez o seu suco de laranja borbulhar com seu legado. Julia o beijou mas foram interrompidos por Eduardo.

–Ah, vamos parar com essa melação aqui. Pelo amor de Setrakus. - Ele se virou para mirar o refeitório.

O sol começava a aparecer pela borda terra, era surreal a sua beleza, sua rapidez, seu brilho dominante e poderoso, se não fossem pelos vidros revistidos de com um certo material que impedia os raios UV penetrassem no seu interior, talvez todos que ao menos passassem pelas janelas da nave estariam cegos, contudo era hora de ir. Juliana, Lyu e Eduardo entraram na nave menor, estacionada na pista de vôo. Um piloto mogadoriano os levariam para a base e lá eles ficariam até o dia da invasão.

Após se despedirem de Julia, apenas partiram.

Era uma viagem com cerca de hora para entrar em territorio brasileiro e mais outra hora para a chegada à base. Apesar de não parecer devido a sua rustica estrutura metálica por fora, a nave era extremamente confortavel, como a classe A de um avião, com direito a frigobar com bebidas dos mais diferentes tipos.

–Mal vejo a hora de arrancar algumas cabeças. - Disse Juliana olhando pela janela da nave.

–Calma, garota, não acha que você é muito pequena pra isso não? - Brincou Dudu, mas Juliana não gostou, o encarou com um olhar de morte e levantou-se derrubando “sem querer” sua água gelada na calça de Eduardo.

–Ops. - Ela saiu andando para o outro lado da nave como se nada tivesse acontecido.

Ao chegarem no campo de marte, recolheram suas coisas e se dirigiram para a base juntamente com os outros 50 mogadorianos em suas devidas naves. Os três caminhavam como se ninguem no mundo pudesse para-los, como se o mundo fosse apenas mais uma formiga para o ser humano que eles eram, evoluidos, em seu proprio pensamento.

Mas talvez, eles fossem superiores apenas aos seres humanos.

Ao chegarem perto da base, um urro monstruoso os parou. Era horrivel, gutural, como se garras estivessem cortando metal. Logo que passaram pelos portões viram de onde vinham tais sons. Se deviam a quatro pikens, monstros de diferentes formas, alguns com asas, outros parecendo leões que passaram por um acidente radioativo, do tamanho de sobrados, presos por correntes elétricas que cada vez que eles tentavam se livrar soltava uma descagarga que os deixava desnorteados e os fazia urrar.

Nas diversas jaulas do lado esquerdo do pátio central haviam os krauls, criaturas menores mas diabólicas capazes de arrancar cabeças como se fossem peças de lego.

Era esse o seu exército e os tais lorienos que uma vez foram seus amigos não tinham a menor ideia do que estava por vir.


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Notas finais do capítulo

ps.: desculpem-me pelos erros de português, a revisão apagou e tive que fazer novamente T-T



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