Eyes of a Huntress escrita por QueenOfVampires


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Ooi pessoinhas do meu coração! Trouxe mais um capítulo para vocês e até mais cedo do que eu esperava. Tentei bastante escrever um bom capítulo e eu estava cheia de expectativas para ele, mas não estava com tempo ou criatividade. Mesmo assim espero que gostem, não queria deixar vocês esperando até amanhã ou depois. Boa leitura.



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Acordamos cedo naquela manhã, Dean tinha feito café da manhã para todos, ele estava um verdadeiro dono de casa, ou melhor, dono de bunker e eu estava me divertindo com tudo isso. Sam de pijama tomando seu café enquanto lia um jornal, Dean usava um roupão cinza e pantufas na mesma cor, estava com os cabelos molhados, era uma bela visão, fazendo panquecas. Como eu não gosto nem de café ou de panquecas, me contentei com um sanduíche de queijo e um suco de maracujá. É, maracujá! Assim como o cheiro daquele maldito anjo que eu espero que não invente de dar as caras hoje... Mentira, eu queria que ele aparecesse.

Mas não foi o que aconteceu, nós terminamos o café da manhã sem nada de diferente. Aquilo foi agradável de certa forma, parecia até que erámos uma família normal.

– O Garth disse que vai te aguardar em um restaurante na estrada, perto do parque em que ocorreram os ataques. - Sam me avisou.

– E como eu vou saber quem é ele? - Perguntei recolhendo os pratos e colocando na pia.

– Ah, você vai saber! - Dean riu - Mas se surgir a dúvida, ele é um cara alto e magro com uma cara de perturbado, provavelmente vai estar lendo a parte dos quadrinhos no jornal.

– Boas referências. - Fiz um sinal positivo para Dean e sorri irônica.

– Você vai gostar dele, tenho certeza. - Sam disse enquanto eu me retirava para me arrumar.

Mal tive tempo de curtir meu quarto, mas eu sei que ele ainda vai estar aqui quando eu voltar. Ei! Essa sensação de ter um lugar para voltar é legal demais! Peguei a mochila que já deixei pronta para os casos e fui colocar no carro. Dean e Sam também estavam arrumando as coisas no Impala, aproveitei e peguei mais algumas balas de prata antes deles partirem.

Tomei meu longo caminho em direção a Utah, cheguei no final do dia. O que de certa forma foi bom, cheguei na hora de começar a caçada e não teria que suportar o pirado por muito tempo. Por mais que Dean e Sam dissessem que eu me daria bem, não estava levando muita fé em alguém que se veste de caubói para resolver casos.

Parei o carro na frente do restaurante que disseram que o Garth estaria esperando, não parecia tão movimentado e por isso tratei logo de colocar uma faca dentro da jaqueta e uma arma na cintura. O restaurante não era lá muito agradável e estava cheio de homens que me encaravam e alguns me comiam com os olhos e até soltavam alguns comentários indiscretos. Sorte deles que eu estava até de bom humor, senão já teria dado um tiro na testa de cada um. Fui vasculhando o local com os olhos atrás do tal Garth até que o localizei no final do restaurante, tomando sorvete de morango e me encarando com um sorriso idiota.

– Garth? - Perguntei me aproximando.

– Meghan? - Ele sorriu e se levantou para me abraçar.

– Bom te conhecer... - Eu disse sufocada pelo abraço carinhoso dele.

– Ah, igualmente! Senta aí! Vamos conversar um pouco.

Eu sentei de frente a ele, que mantinha o sorriso escancarado, talvez esperando que eu falasse algo.

– Então, me fale sobre os lobisomens que vamos caçar por aqui.

– Ah sim! Já havia me esquecido deles... Aceita um sorvete? - Balancei a cabeça negativamente e ele tomou outra colherada - Bom, não sabe o que está perdendo... Então, tiveram algumas vítimas que foram encontradas nas vegetações do parque.

– Todas sem corações?

– Sim, bem estraçalhadas e sem corações. - Ele gargalhou.

– Qual a graça?

– Nada... Achei engraçada a frase "bem estraçalhadas e sem corações" - Ele riu novamente - Às vezes eu falo essas frases hilárias, não ligue.

– Ok, vamos indo logo resolver isso. Assim podemos voltar para casa o quanto antes! - Me levantei e acabei por esbarrar em um gordão que ia passando.

– Olha por onde anda, vagabunda. - Ele falou por cima do ombro enquanto a horda de amigos dele soltava risadinhas.

– Se você não ocupasse tanto espaço, eu não precisaria olhar. - Revidei. É, eu poderia ter ficado calada, mas não suporto grosseria pra cima de mim.

O homem se virou na minha direção, Garth que havia se levantado, sentou novamente. É sério? Um caçador covarde?

– Me chamou de gordo? É isso mesmo? - Ele veio até mim, tão perto que senti o cheiro da bebida barata que ele exalava.

– Me desculpe se ofendi a senhorita, mas de magro é que não foi. - Dei um meio sorriso. Isso seria divertido!

O homem cerrou os olhos de tanto ódio e levantou a mão para dar um tapa no meu rosto, antes que ele pudesse eu segurei seu pulso, saquei a faca da jaqueta e posicionei contra o peito dele.

– É melhor nem pensar nisso... - O ameacei - Tão corajoso e nem sabe com quem está se metendo. Acho bom que você me peça desculpas por ser um mocinho mal educado, vire de costas e saia da minha frente antes que eu arranque seu fígado acabado com minhas próprias mãos.

O homem mudou a expressão para um medo e confusão, murmurou um pedido de desculpas e se mandou sob os olhares surpresos de todos do bar. Dei uma boa olhada em todos antes de sair sendo acompanhada pelo Garth.

– Você é durona, hein? - Ele veio até mim.

– Tenho que ser. Podemos ir?

– Sim, nos encontramos lá em meia hora, eu preciso só trocar de roupa e colocar uma mais apropriada. - Ele entrou no próprio carro e foi embora.

Peguei o celular e disquei o número do Dean, por um milagre ele atendeu.

– E aí ruiva! Se divertindo loucamente?

– Loucamente, sim... Agora diversão ainda não encontrei. Tem certeza que esse tal de Garth dá conta?

– Se não acredita em mim, pergunte ao Bobby. Ele que me indicou o Garth quando o Sam estava um pouco... Impossibilitado de me ajudar.

– Sei, estava enfeitiçado pela pirada da Becky Rosen. Tá, mesmo que ele seja um inútil, eu dou conta dos lobinhos. Como estão as coisas por aí?

– Tudo certo, o Sam caiu de uma árvore enquanto instalava umas câmeras para vermos quando o Wendigo passasse, mas ele está bem. Incrível como o cabelo dele não se desarrumou, uma princesa.

– Sim, devia vender esse cabelo! - Eu ri - Eu vou indo, estou indo encontrar o piradinho lá no parque. Nos vemos em breve, Deanno.

– Até mais, Meg! - Ele desligou.

Entrei no carro, dei a partida e fui dirigindo até o parque. Parei em frente aos portões fechados que eu provavelmente teria que pular. Me encostei no capô e fiquei esperando o Garth.

– Olá, Meghan! - Castiel apareceu ao meu lado, me dando outro susto.

– Minha nossa! Vou colocar um sino no seu pescoço! - Me virei para ele.

– Por que um sino? - Ele se virou para mim confuso.

– As pessoas colocam sinos nas coleiras dos gatos para ouvirem quando eles se aproximam... Era uma piada.

– Ah sim.

Um pequeno silêncio desconfortável se instalou, aquilo nunca acontecera antes e a culpa é toda minha. Eu não devia ter dado aquele beijo nele, talvez ele tenha se assustado. Castiel já passou por muita coisa e já foi humano uma vez, mas agora usava a graça de outros anjos e eu não sei bem se ele voltou a ser um anjo totalmente. Ele parecia estar menos fechado para sentimentos, estava mais apegado aos Winchester, como irmãos mesmo, e apegado à mim. Eu quis quebrar o silêncio, mas não sabia como.

– O que faz aqui? Sozinha... Achei que estaria com o Sam. - Ele voltou a falar.

– Na verdade, acabei não vindo com o Sam, vim encontrar o Garth. - Dei de ombros.

– Você sabe que ele é um lobisomem, não é?

– Oi?

– Ele é um lobisomem.

Ok, eu tinha escutado, mas esperava que tivesse escutado errado. Quando eu voltar, vou cortar dois irmãos em pedacinhos.

– Me explique isso direito, pois ainda não consegui assimilar porque eu estou aqui esperando para caçar lobisomens com um "caçador" que é um lobisomem! - Me virei para o Cass mantendo a voz baixa, pois estava em ponto de surtar.

– Oh, não se preocupe. Pelo o que eu soube ele é um lobisomem bonzinho, ele só se alimenta de corações de animais. - Castiel me deu um sorriso tranquilizador.

– Castiel, isso não ajuda em nada! - Ok, agora eu ia surtar - Ele poderia ter me matado, isso aqui poderia ser uma armadilha! Onde aqueles imbecis estavam com a cabeça quando não me avisaram que eu viria caçar com um lobisomem?

– Talvez porque eles soubessem que você teria essa reação. Isso não influi em nada, pelo o que sei, Garth é uma boa pessoa, bom caçador e você iria passar esses momentos com ele e nem notaria que ele é um licantropo.

– O quê?!

– Licantropo, ele prefere ser chamado assim.

– Eu mereço... - Rolei os olhos - Você vai ficar aqui, porque se essa criatura tentar qualquer coisa...

– Olá, cheguei! - Garth surgiu atrás de nós usando uma roupa camuflada - Anjo Castiel, bom te ver.

– Olá, Garth. - Castiel o cumprimentou.

– POR QUE VOCÊ NÃO ME CONTOU QUE ERA UM LOBISOMEM? - Gritei contra o recém chegado.

– Licantropo... - Castiel sussurrou me corrigindo.

– Ahn... Isso te incomoda?

– Sim. Seria bom saber que estou caçando lobisomens com um lobisomem! E por que raios está vestido com roupa camuflada?

– Ela fala igual ao Dean. - Garth se virou para Castiel sorrindo.

– Sim, eles são bem parecidos. - Castiel concordou.

– Estou assim para me adaptar melhor ao clima do ambiente. - Ele deu um sorriso gentil para mim.

Certo, nada mais fazia sentido ali. Anos caçando para chegar nessa situação: Interessada em um anjo, amiguinha de um demônio e caçando com um lobisomem camuflado. Qual a próxima novidade? Acampar com Wendigos?

– Certo, vamos entrar logo nesse maldito parque matar esses lobos. - Falei indo até os portões.

Pensei na melhor forma de pular os portões, mas como o anjo estava ali o fiz nos teletransportar para o meio da floresta. Garth foi o caminho todo tagarelando e me contando sua vida lupina e cristã. Admito que ele é bem engraçado, louco, porém engraçado. Mas com toda aquela falação, nunca iríamos nos aproximar do bicho. Os ataques ocorreram durante acampamentos naquela área, mas desde os incidentes o parque fechou para tais eventos.

Nós prosseguimos e Garth foi nos guiando até onde o lobisomem deveria estar, dizia ele que o rastrearia pelo cheiro. Certo, tinha várias vantagens em caçar com um lobisomem do lado. Ainda por cima havia Castiel ali! Com certeza ficaria mais fácil acabar com tudo aquilo.Era até estranho ver lobisomens atacando em florestas hoje em dia, eles ficavam mais nas áreas urbanas. Esse daqui realmente estava querendo ser discreto.

Em um determinado momento, quando a lua já estava alta nós escutamos uns ruídos suspeitos de alguma coisa correndo na floresta. Eu e Garth engatilhamos nossas armas e eu entreguei uma faca de prata ao Cass. Vimos alguém passar correndo à nossa direita e fomos atrás do pobre condenado. Ele corria consideravelmente rápido para ser apenas um lobisomem normal. Eu e Garth atirávamos contra ele, Castiel se teletransportava mas nunca conseguia o pegar. Aquele maldito devia ser de puro sangue.

Decidimos nos separar para encurralar a coisa, fui pela parte mais aberta da floresta e comecei a atirar contra a escuridão. Apesar de confiar bastante na minha mira, estava com medo de acertar o Garth. Então eu parei ao ouvir rosnados diferentes, parecia mais uma briga de lobos.

Ao me aproximar vi Garth e o outro lobisomem lutando no chão. Castiel chegou logo depois de mim e também parou para observar a luta. Não podia atirar e nem nos arriscarmos a chegar perto para atingi-lo com a faca.

– O que fazemos agora? - Perguntei.

– Vou tirar ele de cima do Garth - Castiel tentou ir até eles mas o segurei pelo braço.

– E se você for mordido?

– Meghan, eu sou um anjo! - Ele sorriu para mim e eu o soltei.

Castiel se aproximou hesitante e conseguiu puxar o lobisomem de cima do Garth o segurando pelo pescoço, aproveitei que ele estava distraído tentando se livrar do anjo, me aproximei pelo lado e cravei a faca de prata na sua costela. Cas o soltou e ele caiu no chão, trabalho feito.

Garth retornou ao normal guardando suas presas e suas garras, eu o ajudei a se levantar.

– Boa facada, Meghan! - Ele me abraçou novamente.

– Obrigada, você também foi muito bem.

– Sim, ele foi Gartheado! - Ele sorriu convencido.

Nós saímos do parque e fomos para um hotel, apesar de que eu tinha planos de voltar para o bunker logo depois da caçada terminar, não esperava estar tão cansada. Agradeci ao Garth e me despedi dele depois de mais um abraço, algumas frases idiotas e uns recados para Sam e Dean.

Abri a hospedagem em um hotel perto da saída da cidade, Castiel ainda estava comigo quando cheguei lá e me acompanhou até o quarto. Pensei em ligar para os Winchester e gritar com eles pela situação que me colocaram, mas estava com preguiça e preferia gritar pessoalmente.

– Bom, eu vou indo... Se precisar de mim, é só me chamar. - Castiel falou.

– Não suma ainda! - Segurei a mão dele - Castiel, você anda sumindo demais.

– Eu ando resolvendo umas coisas com alguns anjos, mas eu não posso falar ainda... Seria perigoso para você.

– Você tem que resolver essas coisas agora?

– Não, mas achei que você iria querer um pouco de privacidade para suas necessidades humanas.

– Ah é. Mas não precisa sumir, pode ficar aí sentado assistindo uns filmes enquanto eu me arrumo para dormir. - Eu pedi. Não acredito que eu pedi.

– Tudo bem. - Ele sentou na cama e ligou a TV, ele até que gostava de filmes.

Peguei a mochila e fui para o banheiro. Ainda usava o colar que ele me dera de aniversário, tirei e guardei no bolso da jaqueta. Tomei meu banho e a água quente fez alguns cortes nos meus braços arderem, devia ter conseguido eles durante a correria na floresta e nem notei. Vesti o moletom e voltei para o quarto.

– Achei um filme infantil bem interessante aqui. - Castiel apontou para a TV - Sobre brinquedos que falam!

– Toy Story! - Sorri animada e sentei ao lado do anjo para assistir o filme.

– Esses brinquedos são possuídos para agirem dessa forma, certo? - Ele me perguntou.

– Não, Cass! - Eu ri, ele continuava com sua ingenuidade em relação à humanidade - Eles são vivos mesmo, nesse mundo não existe demônios, possessões ou caçadores.

– Não é um bom mundo... - Ele ficou sério - Você não existiria!

– É, ou talvez eu fosse uma pessoa normal. - Dei de ombros - De qualquer forma, é melhor apenas assistirmos ao invés de questionarmos a existência das coisas.

Me encostei na cabeceira da cama e ele fez o mesmo sentando ao meu lado, depois que o filme acabou veio o segundo e depois viria o terceiro. Não sei bem em qual momento adormeci encostada no braço de Castiel com a cabeça em seu ombro, só sei que quando acordei ele não estava mais lá e eu tinha que pegar uma longa estrada para dar bons tapas na cara daqueles irmãos.


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Notas finais do capítulo

É isso, espero que tenham gostado e aguardo comentários. NO PRÓXIMO TEM SAM E MEGHAN! Dois beijos.