Eyes of a Huntress escrita por QueenOfVampires


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, tudo bem com vocês?
Trouxe um capítulo bem tranquilinho para vocês, até mesmo porque os próximos dois serão os últimos e serão bem conturbados... E sim, farei continuação, inclusive já tenho boas partes dela escrita.
Bom, espero que gostem, estou sentindo falta de muitos leitores por aqui e notei uma queda no número de comentários, então tentem deixar a opinião de vocês lá no final! Mas agradeço desde já a quem sempre aparece, adoro ler os comentários de vocês! Enfim, boa leitura.



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Não cheguei a dormir por dois dias, mas sim umas boas 15 horas e já me sentia pronta para outra... Brincadeira! Eu queria mesmo era um tempinho de paz. Metatron foi levado ao céu e ficou preso lá, até com uma camisa de força pelo o que eu soube, os seguidores dele tiveram a opção de se juntar à ele ou ouvir a versão de Castiel sobre os fatos... Nem preciso dizer que eles escolheram a liberdade e na verdade nem estavam ligando se Castiel foi culpado pela queda dos anjos ou não, eles só queriam levar a vida que fosse mais confortável... Anjos não são confiáveis, são um bando de idiotas que seguem aquele que der mais vantagens. Claro que tem as exceções como Castiel, Gabriel e até mesmo o Balthazar que sumiu há um tempo... Deve estar vivendo em alguma época antes do filme Titanic ser lançado pois eu soube que ele odiava o filme e a música da Celine Dion que tocava, entendo ele, é bem enjoada mesmo.

Mas o que importa é que agora as coisas estavam sob controle e como isso é uma coisa rara decidimos conversar para resolver como seriam as coisas dali para frente. Nos reunimos da sala principal do bunker com os anjos que nos explicaram como tudo iria proceder.

– Bom, a maioria dos anjos está fazendo o que sempre fez e outra parte desceu à terra porque gostaram do tempo que passaram aqui. - Gabriel começou a explicar - Sendo que nós não podemos deixar o céu descuidado, por isso acho que devemos escolher um líder.

– Por que você não lidera? - Sam perguntou.

– Não acho que tenho vocação para isso... E eu já estava acostumado com a vida na terra... Eu pensei que talvez o Cassie pudesse liderar.

– Não, eu não posso. - Castiel falou sério - E não vou, tem muitos anjos responsáveis lá que nos ajudaram e podem manter o controle. Eu poderei ajudar de uma forma ou de outra, mas não quero tamanha responsabilidade de novo, já estraguei tudo uma vez.

– Cass, eu não acho que você faria tudo aquilo de novo. - Dean comentou - Mas também acho que é uma grande responsabilidade para uma pessoa só e se o próprio Deus se mandou, imagina o pobre Castiel.

– É verdade, talvez seja melhor deixar um grupo de anjos para manter a ordem. - Kevin se intrometeu - Mas gente, eu preciso muito perguntar uma coisa!

– Quer saber se já pode voltar para casa, não é? - Me virei para o profeta.

– Sim, eu posso? - Ele olhou de mim para os Winchester, animado.

– Bom, você não tem mais trabalho por aqui e eu não vejo motivos para continuar conosco. - Sam deu de ombros e olhou para Castiel e Gabriel que se entreolharam preocupados - Algum problema?

– Bom, ele não deixou de ser um profeta e nunca vai deixar de ser, ainda podem existir demônios atrás dele, afinal existem muitas tábuas com a Palavra de Deus. - Gabriel explicou.

– Então, eu nunca poderei levar uma vida normal de novo? - O sorriso de Kevin foi se esvaindo e aquilo partiu meu coração.

– Isso não é justo, ele não escolheu nada disso! Deixem ele voltar, coloquem anjos de guarda, sei lá! Ele é um profeta, é trabalho de vocês protegê-lo. - Joguei meus braços para cima em descontentamento.

– É, agora que Metatron está preso, tudo o que vocês tem a fazer é lidar com alguns demônios caso seja necessário e nós ajudaremos se precisar. - Dean falou indo em direção à cozinha.

– Eu acho que não tem problema em colocarmos alguns guardas na residência de Kevin Tran. - Cass falou um tanto pensativo.

– Sério? - O profeta levantou extremamente animado.

– É... Por que não? - Gabriel deu de ombros enquanto tomava uma tigela de sorvete que nem notamos quando ele pegou.

– E aí, moço? Finalmente vai voltar para casa, feliz com isso? - Claire perguntou um pouco desanimada, porém, forçando um sorriso.

– Demais! - Kevin correu em direção ao corredor, provavelmente indo arrumar suas coisas.

Não pude deixar de notar tamanho descontentamento nas feições de Claire, mas era óbvio, as coisas se resolveram para todos nós e não para ela, ainda estava morando contra a vontade em um lugar entediante aos olhos de uma adolescente e tendo que lidar com um anjo usando o corpo do seu pai como receptáculo e que ainda por cima ficava se agarrando constantemente à uma mulher desconhecida e chata. É, eu admito que fui chata com ela, mas foi por puro instinto defensivo. Embora nossa relação tenha melhorado nos últimos dias, ainda não era o ideal para ela e eu entendia.

Dean voltou da cozinha com um cheeseburguer em uma mão e um copo de refrigerante, ele parou quando notou minha cara de esfomeada e puxou o lanche para mais perto de si balançando a cabeça negativamente.

– Se quiser, vá fazer o seu.

– Chato... - Me levantei da mesa - Claire, que tal me ajudar?

– ... Ok. - Ela respondeu meio incerta e confusa.

Nós fomos para a cozinha e eu comecei a pegar as coisas na geladeira e alguns hambúrgueres pré-fritos no freezer, Claire ficou sentada no balcão me observando andar de um lado para o outro pegando panelas e uma espátula.

– Sabe cozinhar? - Perguntei.

– Não muito, o suficiente para me virar sozinha.

– Eu também era assim, mas chega um momento em que a pessoa sente falta de algo melhor e aí se obriga a aprender. - Despejei maionese em uma tigela, coloquei alguns temperos e entreguei à Claire- Quem sabe um dia eu te ensine, agora mexe isso daqui.

– Por que você decidiu ser gentil comigo do nada? Como naquele dia e hoje...

– Porque eu não gosto de brigar com as pessoas, porque você é importante para o Castiel e principalmente porque você tem uma personalidade forte e é muito teimosa para eu me dar ao luxo de viver brigando.

– Acha que não ia me suportar, não é? - Ela olhou para mim com um sorriso maldoso.

– Uma de nós iria surtar em algum momento... Talvez não fosse eu.

– Posso te perguntar uma coisa? - Ela colocou a tigela de lado - Sobre o Castiel.

– Claro.

– Você gosta mesmo dele? Tipo, gostar de verdade, a ponto de fazer qualquer coisa por ele.

– Eu... Eu não sei, sempre tive atração por ele e poderia dizer que é só isso... Mas depois de um tempo a atração passou, como era de se esperar, e deu lugar à algo que eu não sei explicar e que nunca senti antes... Então talvez eu goste dele sim e muito. - Admiti por fim.

– Você parece ter problemas com sentimentos.

– No geral os caçadores tem... Eu só não acho que seja uma boa ideia desenvolver sentimentos por um anjo.

– Por quê?

– Ele é imortal, vai estar naquele belo corpo para sempre e sem falar que eu nunca seria a prioridade dele, ele é um soldado dos céus!

– Ele pode mudar... Quanto ao corpo, é... Vai estar para sempre. Mas vocês sabem um monte de coisas sinistras, poderiam descobrir uma forma de viver para sempre. - Ela desceu e foi até o meu lado enquanto eu fritava os hambúrgueres com queijo por cima.

– E tem! Magia negra, virar um demônio... Mil maneiras divertidíssimas. - Rolei os olhos - Achei que nós dois juntos incomodássemos você.

– Um pouco, mas talvez eu possa me acostumar... Quer dizer, ele não é o meu pai. Posso fingir que é um irmão gêmeo bobão.

– Eu não sou bobo! - Castiel falou e nós viramos na direção dele que estava parado na porta com aquela carinha que só ele sabe fazer.

– Tem razão, já foi pior... Mas ainda é bobo! - Claire foi até ele e arrumou sua gravata - Não consegue nem manter a gravata arrumada.

– É desconfortável e assim fica mais fácil para a Meghan tirar. - Ele falou sério.

– Castiel! - O repreendi.

– Ok, eu não precisava ouvir isso! - Claire fez uma careta de indignação e saiu da cozinha.

– Desse jeito vai deixar a garota traumatizada... Você precisa aprender a se comportar mais humano e com mais consideração também. - Eu falei enquanto ele andava até mim, afrouxando a gravata novamente.

– É que às vezes eu esqueço o que eu sou para ela, ou pelo menos o que eu pareço.

– Então, vocês vão levar o Kevin em casa?

– Na verdade não, vocês irão... Eu e Gabriel vamos voltar ao céu e resolver umas coisas por lá, eu vim aqui me despedir de você. - Ele passou o braço pela minha cintura me puxando para ele - Eu volto assim que puder.

– Volte mesmo, ainda não tivemos tempo de comemorar a nossa vitória. - Eu dei um sorriso e mordi os lábios.

– Teremos tempo para isso, não se preocupe... - Ele me beijou lentamente e com calma, como se quisesse apenas aproveitar o momento, mas eu não queria ir devagar e então tratei logo de agarrá-lo pelo pescoço e intensificar o beijo. Claro que ele interrompeu, como sempre - Meghan, vai queimar seu hambúrguer.

– Minha Nossa! - Eu arregalei os olhos e voltei para a frigideira para virar os hambúrgueres - Olha aí, você fica me distraindo desse jeito e eu acabo queimando a comida... Vai embora logo, antes que eu coloque fogo na cozinha.

– Até mais, Meghan. - Ele soltou uma risada e desapareceu deixando aquele som das asas e do sino.

– Até mais, Castiel. - Eu falei para o nada.

Montei os sanduíches e levei para a sala, entreguei o da Claire e comecei a comer o meu, Gabriel estava conversando com Sam no canto da sala e provavelmente estavam falando sobre o meu pacto, que seria nossa próxima missão.

– Cadê o Cassie? - Gabe perguntou quando notou minha presença, eu disse que ele já havia ido e ele rolou os olhos - E nem me avisa, eu vou indo, qualquer notícia é só chamar. - Ele piscou para mim e sumiu no ar.

Nós terminamos de comer, Sam até fez um lanche e comeu uma das suas refeições de coelho que eu não sei como satisfazem a fome de alguém, e decidimos ir levar o Kevin em casa. Ele estava tão animado que não parava de sorrir nem por um segundo, colocamos as coisas dele na mala do Impala e fomos. Sam e Dean nos bancos da frente, eu, Claire e Kevin no de trás.

– Nos mantenha informados, ouviu bem? - Eu repetia pela terceira vez desde que entramos no carro.

– Sim, mamãe. - Ele respondeu com desdenho - Eu vou ver minha mãe!

Era quase impossível não ficar feliz com a animação dele, todos no carro estavam rindo, até mesmo a Claire e olha que esse assunto devia ser chato para ela, afinal a garota foi abandonada pela própria mãe e não tinha mais uma família para retornar, talvez ela tivesse razão quando me disse que seria provável que não saísse mais do bunker, afinal, ela tem mais comodidade com a gente do que teria fora.

A viagem foi consideravelmente longa, de modo que Sam teve que revezar a direção com Dean e eu acabei dormindo, só a criatura elétrica ao meu lado que não estava nem um pouco cansado, pelo contrário, não calava a boca um segundo e eu tive que colocar os fones para conseguir dormir. Ainda ouvi uns dois gritos da Claire o mandando ficar quieto, mas não adiantava.

Quando finalmente chegamos, todos estavam aliviados e Kevin saiu pela janela traseira do Impala, nem teve a capacidade de abrir a porta e foi de cara no chão, mas se levantou rapidamente e foi cambaleando até a porta.

– Ele é muito estranho! - Sam riu enquanto descia do carro.

– Demais! E eu vou sentir falta dele. - Dean concordou.

Ele bateu na porta, tocou a campainha e ficou quase saltitando no lugar, então uma senhora bem baixinha, de cabelos curtos e olhos puxados abriu a porta e logo fez uma cara de surpresa e seus olhos se encheram de lágrimas.

– Oi mãe! - Kevin acenou para ela.

A mulher não conseguiu formular nenhuma frase e apenas puxou o filho para os próprios braços e o sufocou no meio de beijos e lágrimas.

– Kevin! O que houve? Oh meu Deus! Eu estava louca atrás de você! - Ela inspecionava o filho procurando por machucados.

– Calma, mãe! Eu estou bem agora e estou de volta... Não se preocupe. - Ele segurou o rosto emocionado da Sra. Tran entre as mãos.

– E quem são aquelas pessoas? - Ela nos olhou.

– Ah, são meus amigos... Eles que me trouxeram para casa. - Ele a puxou até nós - Estes são Dean, Sam, Meghan e Claire.

– Um prazer conhecê-la, sra. Tran. - Eu a cumprimentei, assim como todos.

– Muito obrigada por terem trazido meu filho até mim. - Ela começou a chorar novamente e abraçou o Kevin.

Nós ficamos conversando mais um pouco, obviamente ela tinha muitas perguntas sobre o que havia acontecido com o Kevin, mas tínhamos combinado com ele que era melhor poupá-la por enquanto e ir contando aos poucos, ela não gostou muito quando notou que escondíamos algo, mas só o fato de ter seu filho ali já era um alívio para ela, então acabou relevando.

Nos despedimos de Kevin, deixamos todos os nossos números de telefone para que ele ligasse no menor sinal de perigo e pegamos a estrada de volta para o bunker, eu sentiria muita falta dele, mas estava imensamente feliz por ele. Ninguém merece essa vida e é um grande privilégio conseguir seguir normalmente depois de passar pelo o que passamos e eu esperava que o profeta conseguisse.

Quando chegamos ao bunker, fomos direto para a sala 7B e levamos até a Claire junto para procurar algo sobre pactos, mesmo tendo praticamente 10 anos pela frente, eles passariam voando e eu ainda podia morrer antes, então resolvemos tentar resolver logo.

– Meg? - Dean me chamou - Eu acho que... Talvez seja a hora de você nos contar porquê fez esse maldito pacto.

– Dean...

– Nós não vamos te julgar! - Sam me interrompeu - É só que já passou a hora de você confiar um pouco mais na gente.

Pensei um pouco, realmente eles mereciam a confiança e eu devia isso à eles.

– Ok, então sentem aí que a história é longa... - Eu indiquei a mesinha da masmorra e todos sentaram, incluindo a garota que me olhava um tanto confusa.

Respirei fundo e comecei a contar tudo, desde o princípio.


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Notas finais do capítulo

É isso aí, espero que tenham gostado. O coitadinho do Kevin voltou para casa e ele não vai mais aparecer aqui na fic, #bad. Mas na próxima ele aparece sim e a Mrs. Tran também, eu adoro ela kkkkkkkk
Bom, espero que tenham gostado e comentem, o próximo vem na semana que vem.
Beijos e até mais!