Eyes of a Huntress escrita por QueenOfVampires


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá hunters! Segundo capítulo da fic, quero agradecer desde já a quem está acompanhando e quem comentou. Fico feliz em saber que tem gente gostando. Espero que gostem desse capítulo tanto quanto do primeiro, boa leitura!



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Castiel nos informou onde as atrocidades estavam acontecendo e fomos no Impala até uma pequena casa estilo vitoriana no subúrbio da cidade, se tem um coisa que eu aprendi desde cedo nas caçadas é que a maioria dos casos se passam em casas vitorianas... Puta merda, qual o problema das pessoas que escolhem esse estilo de casa?

Nós tocamos a campainha e ninguém atendeu, então partimos para a ignorância e arrombamos a porta. Dean foi o primeiro a entrar com a arma engatilhada apontando para todos os lados, Sam fez o mesmo e eu entrei depois dele com a arma em uma mão e a faca na outra.

– Ela está no porão... Está com outra criança. - Castiel falou assim que passou pela porta.

Nós corremos até o porão, quando entramos uma mulher de cabelos mel estava falando algumas palavras em latim acendendo velas em um círculo desenhado no chão com tinta branca com símbolos estranhos dentro e uma criança de mais ou menos 7 anos amarrada no centro. Dean gritou para ela parar e a mulher puxou uma faca grande, do tipo que se usa para cortar carne, e partiu para cima dele. Castiel foi soltar o garoto e sumiu no ar em seguida, provavelmente o levando de volta para casa.

Ao perceber que sua oferenda foi levada, a mulher ficou morrendo de ódio e começou a esmurrar e chutar o Dean que se defendia da melhor maneira. Sam foi desmontar o altar do ritual enquanto eu fui ajudar o loiro que estava apanhando bastante.

– Ei, prostituta do demônio! - Eu a puxei pelos cabelos para longe de Dean, ela se debatia tentando me atacar.

Segurei o braço dela que estava com a faca e o torci até que ela finalmente a soltou no chão. Dei uma joelhada nas suas costas e ela caiu de dor.

– Que agressão... - Sam comentou vindo até nós com um livro nas mãos.

– Vocês vão pagar por isso... - A mulher falou entre as respirações pesadas.

– Calada! - Dei um chute nas pernas dela.

– Meghan, já está bom. - Dean puxou a mulher pelos braços a amarrando.

Castiel retornou, a criança já havia sido deixada em casa e estava tudo bem com ela.

– Onde estão as outras crianças? - Sam perguntou à mulher.

– Mortas, é óbvio! - Ela gargalhou - Faltava tão pouco... Eu já estava sentindo o poder em mim!

– Que pena, agora vai sentir apenas o poder da minha mão na sua cara! - Fiz menção de esmurrar a mulher e Sam segurou meu braço - Tá, esmurrar eu não posso, quero ver me impedir de fazer isso... - Atirei na cabeça dela duas vezes só para garantir.

– Ainda precisávamos de mais informações! - Sam gritou enquanto eu atirava.

– Oh... Devia ter dito antes.

Os garotos levaram o corpo para queimar, Castiel disse que a alma dela já era do inferno e que ela não teria salvação, nem era mais humana. Quando tudo acabou, nós passamos em um drive-thur e pegamos uns lanches.

Sam como sempre estava comendo salada, eu e Dean estávamos nos deliciando com cheeseburgers e batata frita enquanto Castiel apenas observava.

– Não quer nem experimentar, Cass? - Perguntei oferecendo uma batata frita a ele.

– Não, não me parece mais apetitoso... - Castiel pegou a batata e ficou observando.

– Cara, você tem que provar os prazeres da carne humana de novo... - Dean falou o olhando pelo retrovisor.

– Talvez o Cass seja mais saudável agora e não saiba... - Sam comentou - Quer salada?

– Não, também não me parece bom.

– Ok, comer não é mais pra você... Mas a vida humana também tem outras coisas que você possa gostar mesmo voltando a ser anjo. - Dean se virou no banco - Se é que me entende.

– Na verdade não entendo... - Cass pendeu a cabeça de lado. Merda! Por que ele fazia isso comigo por perto?

– Tenho certeza que ele já experimentou, não é Meghan? - Sam me deu um olhar sugestivo.

– Não entendi sua referência. - Soltei a famosa frase que Castiel repetia com frequência e me concentrei no sanduíche em minhas mãos.

– Eu entendi. - Castiel falou e eu revirei os olhos, ele tinha que entender logo agora? - Acho que ele se referia ao beijo que trocamos há alguns meses atrás quando eu bebi um pouco demais para saber se a bebida fazia efeito mesmo com minha graça de volta e você se aproveitou...

– Eu não me aproveitei de nada! - O interrompi - Foi... Er... Foi o momento... Poxa, eu também tinha bebido um pouco demais e você era um anjo que tinha ficado bêbado e fiquei curiosa! Foi uma experiência!

Sam e Dean se entreolharam rindo e Castiel apenas deu de ombros. Agora esse anjo deu pra ficar cheio de expressões, está ficando humano demais para o meu gosto.

– Desse jeito vai acabar com toda a inocência do pobre anjo, Meghan. - Sam riu.

– Sim, tão inocente quanto uma bolha! - Falei irônica.

– Agora que o caso acabou, quais seus planos? - Dean perguntou se dirigindo a mim.

– Continuar me esquivando do céu e do inferno, vivendo loucamente aproveitando os próximos dez anos de vida!

– Dez?? Achei que já haviam se passado cinco anos do seu pacto... - Sam ficou confuso - Espera! Você disse que o Crowley esteve com você...

– Sim, ela renovou o pacto. - Castiel falou sério e eu quase dei um tapa na cara dele.

– Como raios você conseguiu isso? - Dean virou para mim nervoso.

– Crowley me deu a oportunidade, eu não tinha nada a perder mesmo. - Dei de ombros.

– Você nunca nos contou porque fez o pacto... Deve ter sido um motivo muito forte, afinal você não parece se arrepender e nem tão pouco temer as consequências. - Sam me encarou pelo retrovisor.

– Foi um motivo forte e eu não estou nem um pouco preocupada com as consequências disso, com pouco Crowley vai me deixar até mais sossegada lá embaixo.

Eu tinha certeza que Crowley não iria me torturar tanto assim, mas também não esperava que minha estadia no inferno fosse um mar de rosas pois eu não era melhor do que nenhum dos miseráveis que se sujeitaram aos pactos, era apenas mais uma desesperada que diferente dos outros tinha uma amizade com o demônio. Às vezes essas amizades erradas tinham utilidade.

Depois que acabamos de comer voltamos para o hotel, Castiel sumiu no ar antes mesmo de chegarmos pois parecia que estava ocorrendo um novo barraco no céu e ele precisava estar lá, embora quisesse ficar aqui conosco. Me despedi dos irmãos e fui para o meu apartamento, estava morrendo de cansaço e precisava dormir.

Tomei um banho rápido, vesti um moletom confortável e me joguei na cama abraçando o travesseiro... Que cheiro era esse? Maracujá? É, era maracujá sim e só tem uma pessoa que tem esse cheiro no mundo. Castiel. O anjo era tão calmo que exalava cheiro de suco de maracujá bem açucarado, eu gostava disso e até me ajudou a dormir mais rápido.

–-

Assim que amanheceu, Sam me acordou com fortes batidas na porta do apartamento, eu estava calma e descansada e há tempos eu não me sentia assim, devia ser o maracujá.

Me arrastei para fora da cama e abri a porta, Sam disse que eles estavam indo para a casa do Bobby e me perguntou se eu queria ir junto, ao que parece havia um caso em que ele precisaria de muita ajuda e como eu não tinha muito o que fazer, aceitei.

Me arrumei rápido, fechei a estadia no hotel e joguei as minhas coisas no porta malas do Porsche.

– Ainda lembra o caminho? - Dean me perguntou antes de entrar no próprio carro.

– Claro que lembro. - Rolei os olhos - Cadê o anjo?

– Se você não sabe, imagine nós... Ele não apareceu ontem e imaginamos que estivesse com você, sabe né?

– Idiota... - Resmunguei entrando no carro e dando a partida.

Fui acompanhando eles na estrada, me irritava não estar à toda velocidade mas pelo menos eu iria pensando na vida durante o caminho. A conversa sobre o pacto na noite anterior acabou me trazendo péssimas lembranças da noite em que conheci Crowley, na época eu nem sabia que anjos existiam e nunca tinha visto nenhum, além do Gabriel que era apenas o Trickster e não havia se revelado um arcanjo, o desespero me levou até aquela encruzilhada na noite mais chuvosa da minha vida e, diferente do que eu achava, fui tratada muito bem ao revelar minhas condições para o demônio. Não sei se ele percebeu que eu não era uma qualquer ou se ele estava apenas de bom humor.

Enfim, de qualquer forma eu tinha acabado de perder minha inocência em relação ao mundo e tinha entrado nas caçadas há poucos anos, praticamente uma bebê caçadora. Mas eu não havia entrado naquele mundo sozinha, meu irmão mais novo entrou comigo, obviamente eu sabia que Bobby e os Winchester caçavam mas eu nunca quisera aquilo para mim, meus pais morreram caçando e nos protegendo dos monstros e de todo o mal que existe, então eu e meu irmão nos tornamos caçadores. Aí ele morreu nas garras de um maldito Wendigo e eu fiquei completamente sozinha e desesperada, ele era minha única família.

Alguns meses de desespero e luto, saí caçando especificadamente Wendigos por todo os Estados Unidos e quase fiquei louca pelo desejo de vingança que nunca cessava, até que a maldita noite chuvosa me trouxe a "solução". Apesar de toda a loucura e perturbação eu não era idiota, tratei de logo de escrever o contrato para especificar minhas condições. Fui até a primeira encruzilhada que encontrei e chamei o demônio. Aquele maldito apareceu com seu sorriso irônico, me disse que para alguém como eu o pacto tinha que ser feito com o próprio Rei. Crowley leu pacientemente o contrato e aceitou de bom grado.

Você é bem espertinha para alguém desesperada ao ponto de vim fazer um pacto. - Ele se aproximou de mim - Mas ainda não me disse o que quer...

Quero meu irmão de volta.

Oh, isso é complicado! Ele já morreu há alguns meses e se não me engano está lá embaixo... Ele com certeza não voltará o mesmo.

Não importa! - Gritei me aproximando dele - Ele pode voltar com um terceiro olho, asas de morcego e patas de urso! Ele ainda é meu irmão e sempre será.

Se você pensa assim... Então façamos nosso pequeno acordo. Mas depois não diga que não fui "bonzinho" e não avisei à você!

Não se preocupe, agora vamos logo com isso! - Puxei Crowley pela camisa e o esmaguei em um beijo rápido o largando em seguida.

Nada mais romântico do que um beijo na chuva - Ele piscou para mim.

Odeio beijar homens mais baixos do que eu.

Realmente uma pena, tenho uma queda por ruivas raivosas. Um prazer fazer negócio com você, nos vemos em alguns anos! - Ele estalou os dedos e sumiu na minha frente.

Nem preciso dizer que aquele maldito demônio estava certo, meu irmão voltou louco e tendo alucinações, agressivo, assustado e tinha crises de pânico constantes. A situação ficou completamente insustentável e eu tive que dar um jeito nela. É, eu matei meu irmãozinho e paguei o preço pela minha teimosia, ver a vida sair dos olhos dele enquanto eu o esfaqueava foi a pior dor que poderiam ter me submetido. Ele era tão jovem e cheio de vida, seus olhos eram tão azuis e brilhavam tanto quanto luzes de natal, ele tinha cabelos pretos e um sorriso enorme que poderia contagiar o mundo inteiro, então, não era de se admirar que a sua morte me deixasse completamente indignada.

O acordo foi feito, Crowley não iria me liberar dele só porque não deu certo e eu tinha que arcar com as consequências dos meus atos.Mas eu aprendi a maior lição da minha vida; O que está morto, deve permanecer morto.

Dean entrou com o carro em um posto de gasolina e isso me fez voltar rapidinho para a realidade, eu também precisava abastecer o carro e comprar alguma comida, meu estômago reclamava há alguns minutos e ele não é do tipo que se satisfaz com pouca coisa. Parei meu carro atrás do dos Winchester e desci para comprar algumas coisinhas na conveniência.

– Ainda com esse vício em doces? - Dean me perguntou apontando as barras de chocolate, jujubas e chicletes que eu levava nas mãos.

– Ainda com esse vício em torta? - Fiz o mesmo apontando as três embalagens empilhadas que ele levava ao caixa.

– É uma fonte de alegria que nunca decepciona. - Dean deu de ombros, pegou alguns salgadinhos para o Sam e voltou para o carro.

Peguei umas latas de refrigerante, algumas revistas e mais doces antes de pagar e voltar para o carro, Sam estava do lado de fora encostado no capô do Impala conversando com o anjo de sobretudo recém-chegado, abri uma das barras de chocolate e já fui comendo.

– Olá senhor Anjo do Senhor! - Disse jogando a sacola com as compras pela janela do Porsche.

– Olá Meghan! - Castiel me cumprimentou.

– Por onde andou? Ou voou... Sei lá.

– Estava resolvendo uns assuntos com outros anjos.

– Já estou de saco cheio desses anjos! - Cruzei os braços sentando no capô do Porsche.

Olhei Castiel pelo canto do olho e vi que ele tinha abaixado a cabeça, droga! Agora eu e minha boca enorme magoamos ele.

– Cass, sabe que eu não estou falando de você... Pra mim você nem é um anjo, você é uma criatura sinistra e fodona que fica aparecendo nas horas mais impróprias. - Sorri bagunçando os cabelos escuros dele - Você é muito diferente daqueles macacos alados que acham que são superiores à nós.

– Tudo bem, Meghan. Eu sei que você se sente diferente em relação a mim. - Castiel me encarou sério assentindo - Comparando aos meus irmãos.

– Sim, seus irmãos são grandes idiotas... Um ou outro que se salvam. - Deitei no capô do carro dando outra mordida no chocolate.

– É? - Dean se aproximou de mim - Diga mais algum anjo além do Castiel que não seja um completo idiota.

– Ah... Todos são idiotas, mas nem todos são detestáveis... Balthazar é bem legal e elegante, gosto de pessoas assim. Tem o Gabriel, ele é legal, engraçado, tem olhos bonitos, sempre anda com um bom estoque de doces e...

– Você já pegou ele! - Sam deu um sorriso de lado.

– Não! - Me levantei quase engasgando com o chocolate - Pelo amor de Deus, não! Ele é meu amigo!

– Sem comentar que ele é desprovido de altura. - Dean riu - A Meghan não gosta de caras baixos.

– Verdade, Gabes é baixinho, não rola. - Eu dei um risinho e encarei o Sam - Gosto de homens bem altos. - Pisquei para ele que balançou a cabeça negativamente rindo.

Castiel e Dean me encararam cada um com uma sobrancelha erguida, meu Deus! Precisa desses olhares?

– É só uma brincadeira! - Eu dei de ombro olhando para os dois - O Sam é só meu amiguinho, quase um irmão. - Desci do carro parando de frente para o loiro que ainda me encaravam segurei o rosto dele entre minhas mãos e falei fazendo uma voz de quem conversa com bebês - Que olhos lindos, que sardas fofas... Só falta um sorriso para completar esse rostinho bonito que leva muitas mulheres para a perdição.

– Idiota. - Dean sorriu, eu adorava fazê-lo sorrir sendo irritante.

– Ai, vamos lá meu povo! - Abri a porta do motorista do meu carro e Dean e Sam foram para o Impala - Vem comigo, anjo?

– Sim, pode ser uma viagem agradável. - Castiel entrou no carro logo depois de mim.

Seguimos para a casa do Bobby chegando lá no meio da tarde, ele estava na parte da frente onde os carros ficavam, parecia estar reformando algum. Assim que estacionei, praticamente voei para fora do carro.

– Tio Bobby! - Sorri igual uma criança o abraçando - Que saudades!

– Ei ruivinha, quanto tempo hein? - Bobby bagunçou meus cabelos, igual a como ele fazia quando eu era criança - Cresceu bastante, já já alcança o Sam.

– Sem exageros também, não sou um monstro gigante. - Eu ri - Para alcançar o Alce preciso passar de Castiel e Dean antes.

– Verdade. - Bobby sorriu para mim como se nem fosse aquele velho rabugento, se virou para Castiel - E esse anjo aí?

– Olá, Bobby Singer.

Sam e Dean desceram do Impala e vieram cumprimentar Bobby que logo nos levou para dentro de casa.


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Notas finais do capítulo

Então, espero que tenham gostado e o próximo será postado até o final dessa semana. Aguardo comentários! Beijos e até mais.