Eyes of a Huntress escrita por QueenOfVampires


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Oooooi pessoinhas! Como vocês estão? Eu trouxe mais um capítulo, esse começo também é inspirado no ep 22 da oitava, enfim, como eu já disse, vou usar isso beeeem depois!
Talvez nos próximos dois capítulos a Claire apareça, é vou colocá-la mesmo! Então, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/580609/chapter/14

Chegamos à St. Louis no Missouri pela manhã, fomos ao convento e pedimos para falar com o padre Simon. Ele nos atendeu prontamente ao saber que Dean e Sam eram o legado dos Homens das Letras. Nós o questionamos sobre o que o Padre Thompson tentou fazer no vídeo.

– Padre Thompson tinha umas ideias ortodoxas que interessavam aos Homens das Letras. - Ele nos falou.

– Como assim? - Sam perguntou.

– Ele acreditava que demônios podiam ser salvos.

Nós três nos entreolhamos um tanto incertos daquilo, a única solução que conhecíamos para demônios era o exorcismo ou a faca da vadia da Ruby.

– O que exatamente você quer dizer com isso? - Sam questionou novamente.

– Um demônio é uma alma humana, deformada e corrompida pelo tempo que ficou no Inferno. - Padre Simon começou a nos explicar - Padre Thompson acreditava que podia limpá-lo e restaurar sua humanidade.

– Então o ritual que ele estava fazendo no vídeo, podia curar um demônio? - Eu perguntei.

– Suponho que sim, se funcionar. Mas naquela noite algo deu muito errado, o demônio escapou para o mundo... E aquela pobre mulher... Foi horrível! - O padre abaixou a cabeça antes de prosseguir - Sei que o padre Thompson continuou tentando, houveram outras possessões e experimentos. Mas eu não pude encarar... Não novamente. Então alguns meses depois, ele morreu.

– Como aconteceu? - Dean perguntou.

– Algo o partiu em dois... Mas eu ainda tenho alguns dos registros dele por aí, vídeos e relatos.

– Será que nós poderíamos levar para dar uma olhada? - Sam pediu.

– Claro, eu vou buscar. - Ele se retirou para buscar as coisas.

– Ok, é isso mesmo? Estamos no caminho para descobrir a cura para demônios? - Me virei para os irmãos.

– Mesmo que seja isso mesmo e se der certo, não vai ter utilidade nenhuma! - Dean exclamou.

– Como não?

– Vamos curar um demônio, mas e daí? Vai virar novamente um humano que pode fazer um outro pacto ou ir para o inferno novamente e voltar a ser um demônio. É um esforço inútil! Curamos um hoje e mais trinta surgirão. - Dean jogou as mãos para o alto.

– Mas pode ser útil, já pensou o que aconteceria se nós curássemos o Crowley? - Sam sugeriu.

– Sim, o inferno entraria em colapso com os demônios desgovernados! - Eu protestei - Não poderia começar curando um demônio menos influente? Porque gostem ou não, o pequeno Rei mantém aquele lugar em ordem.

– A ruiva tem razão. - Dean falou - Mas ainda assim, acho muito trabalho em vão.

– Vamos ver os outros registros do padre e depois decidimos isso, ok? - Sam pediu.

O padre Simon voltou com mais pastas e algumas fitas de gravações de voz, nós agradecemos e saímos. Voltamos para o bunker, onde encontramos Kevin dormindo por cima da tábua cercado por papéis com várias anotações aleatórias e livros de simbologia. Decidimos não acordá-lo já que ele deveria estar naquela pesquisa por horas sem parar e por mais que ele discordasse, precisava descansar.

Fomos até a segunda sala do bunker, pegamos o gravador e colocamos a última fita gravada, dois dias antes da morte do padre Thompson. Na gravação o padre falava que o "paciente" se chamava Peter Kent e fora possuído há três semanas, era pai de dois jovens, também falou que o demônio se apossou do corpo do homem e devorou uma de suas crianças.

Ouvimos o demônio gritar provocações sobre o quanto foi bom comer a criança alternando com gritos de dor, o padre informava as horas em que as doses estavam sendo administradas.

– Sabemos o que o padre estava medicando? - Dean perguntou.

– Sim, o próprio sangue purificado. - Sam leu em um dos relatos - Ele se confessou antes de começar.

A gravação seguiu e a cada dose o demônio gritava mais ainda, mas não cedia e continuava a vangloriar-se pelo mal que havia feito, a partir de algum momento ele apenas começou a implorar para o padre parar e nós nos aproximamos mais do aparelho, chocados com o que estávamos ouvindo. Na oitava hora, o padre anunciou que o paciente estava preparado, ouvimos mais um grito e então ele repetiu aquele exorcismo para a purificação, outro grito e então novamente a pergunta "Como você se sentiu quando comeu aquela criança?", dessa vez a voz que respondia estava estável e disse que não entendia porque ria enquanto à devorava, implorava perdão e gritava que era um monstro, o padre respondia que o homem não era mais um monstro e que fora salvo. Sam parou a gravação e nós três nos entreolhamos desacreditados, acabamos de ouvir um demônio ser curado.

– Podemos testar? - Eu perguntei.

– Tem o exorcismo bem aqui, só precisamos de alguém com o sangue purificado... Um de nós tem que se confessar. - Sam explicou.

– Como eu disse, muito trabalho em vão... Vamos deixar isso para quando realmente precisarmos. - Dean anunciou ao se levantar da mesa.

– Talvez seja melhor mesmo, vamos nos concentrar em ajudar ao Kevin e o Cass por enquanto. - Sam disse.

– Ok, por falar no profeta, eu vou ver se ele descansa direito ou vai acabar surtando. - Me levantei e fui em direção ao Kevin debruçado em cima dos livros - Ei, Kev... Kevin!

– Hã? Oi! Acordei! - Ele levantou assustado.

– Calma aí, garoto... Que tal você tomar um banho, descansar e depois comer algo? - Sugeri.

– Não, eu tenho que continuar aqui...

– Não mesmo! - Fechei o livro que ele puxou para perto de si - Vai para o quarto agora mesmo, tomar um banho e descansar antes que eu te force à isso.

Ele me olhou irritado mas acabou aceitando, como uma criança pequena. Ele era teimoso, determinado e inconsequente como o meu irmão e toda aquela semelhança de personalidade me dava ainda mais vontade de tomar conta dele. Eu já tinha aceitado que nunca teria Kyle de volta, mas às vezes a saudade aumentava de uma forma devastadora. Esse era o outro lado ruim de conviver com os Winchester, ver a forma como Dean cuidava do Sam... Era o mesmo que eu fazia pelo meu irmão, eu sentia falta de cuidar dele, de ter outra pessoa por quem me sacrificar. Porque eram aquelas situações difíceis que me deixavam orgulhosa no final, de ver que apesar de tudo ele estava ali, vivo! Significava que eu tinha feito meu trabalho direito.

Eu perdi os meus pais muito cedo, sentia falta deles também, mas aquilo foi mais fácil de aceitar pois eles morreram para nos proteger, quanto ao meu irmão... Ele morreu quando eu deveria protegê-lo. Eu falhei e ainda estava pagando por aquilo.

– Meghan? - Dean me chamou, ele estava de pé na minha frente e eu nem percebi a presença dele - Você está bem?

– Claro, estou. - Só então notei que algumas lágrimas teimosas escaparam dos meus olhos e as limpei rapidamente.

– Adoraria te fazer se sentir melhor, mas acho que eu não tenho mais esse direito, não é? - Dean deu seu sorriso cafajeste.

– Acho que não. - Eu soltei um riso fraco - Mas tem outras formas de me ajudar, Winchester... Como por exemplo, fazendo uma comida bem gordurosa para mim!

– Boa ideia! O que faremos? - Ele ficou animado e foi me seguindo até a comida.

– Eu não farei nada, você é quem vai cozinhar pra mim hoje e eu quero um cheeseburguer enorme! - Pedi me virando na direção dele.

– Tá certo, vai ser cheeseburguer pra todo mundo!

– Com muito queijo?

– É, com muito queijo porque você ama queijo! - Ele revirou os olhos enquanto pegava os ingredientes.

Me sentei no balcão próximo de onde ele estava e fiquei observando. Quase parecia que erámos pessoas normais preparando um lanche no meio da noite, o silêncio começou a ficar chato e eu decidi cantarolar Misery do Maroon 5. Dean me olhou pelo canto dos olhos, ele não gostava muito mas no refrão começou a me acompanhar.

Logo estávamos gritando a música na cozinha, como nos velhos tempos. O loiro cantava tão bem que podia ser profissional se quisesse, imagino o tanto de fãs que iria arrumar com essa voz maravilhosa e essa carinha... E esse corpo. Quando terminamos a música, Sam, que estava parado na porta nos assistindo, bateu palmas sorrindo.

– Hey Sammy! Se junte à nós! Tem cheeseburguer e pop rock! - Dean o chamou.

– Com certeza, mas eu prefiro algo mais saudável. - Sam foi até a geladeira e tirou um pranto com peito de frango de lá, algumas folhas de alface e tomates.

– Sem graça! - Eu resmunguei e ele deu de ombros.

Quando Dean terminou de preparar os sanduíches, chamei Kevin e nós quatro sentamos na mesa da cozinha para comer. Realmente tinha ficado muito bom, pra complementar eu tinha colocado bastante maionese e catchup.

– Meghan vai acabar morrendo de tanto comer essas coisas. - Kevin falou olhando pra mim - Ou quem sabe o Dean morra antes.

– Pelo menos morreremos felizes! - Respondemos juntos, fazendo os dois nerds sorrirem.

– Cadê o Castiel? - Kevin perguntou - Eu descobri uma coisa interessante.

– Eu não sei, mas posso chamá-lo. - Antes que eu falasse mais alguma coisa, o anjo apareceu do meu lado segurando o sino entre os dedos e o balançando para anunciar a chegada.

– Nossa! Que bom que você tocou o sino! Quase nem te notamos aqui, Cass! - Falei irônica.

– Ela comprou mesmo um sino pra você? - Sam perguntou.

– Pior, ele está mesmo usando? - Dean complementou a pergunta encarando o anjo recém-chegado.

– Er... Foi um presente de natal. - Castiel explicou colocando o colar novamente.

– Fofos! - Dean exclamou com sarcasmo.

– Tá, mas o Cass veio aqui porque o Kevin descobriu uma coisa interessante. - Sam falou e todos nos direcionamos ao profeta.

– Eu traduzi uma pequena parte no começo que dizia algo sobre "consequências à quem absorver o poder da Palavra de Deus" - Kevin explicou fazendo aspas com as mãos -, não era muito claro mas falava sobre receptáculos incompatíveis e sobrecarga de informações.

– Então tem uma chance de Metatron se dar mal com tudo isso? - Sam perguntou animado.

– Ao que parece, sim. - Kevin concordou.

– Mas se o receptáculo fosse incompatível, ele já teria percebido e trocado, não? - Eu perguntei.

– Não se ele estiver usando algum recurso para manter o receptáculo estável - Castiel explicou -, quanto à sobrecarga de informações, o que quer dizer?

– Que ele pode ficar louco e perturbado com tanta informação absorvida de uma vez. - Kevin deu de ombros - Sei que é pouca coisa, mas eu logo irei continuar a tradução.

– Você fez um ótimo trabalho, Kevin. - Castiel o parabenizou.

Nós continuamos comendo, depois Kevin foi continuar a tradução, ele afirmava estar bem descansado e disposto. Sam se ofereceu para lavar a louça e Dean foi ajudá-lo, eu e Castiel fomos para o lado de fora conversar, a noite estava com um clima agradável e algumas rajadas de vento passavam entre nós em alguns momentos.

– Alguma notícia do Gabriel? - Perguntei.

– Na verdade, não... Estou começando a ficar preocupado. - Castiel admitiu.

– Não fique, vamos descobrir um jeito de tirá-lo de lá. Principalmente agora que temos novas informações sobre a tábua.

– Mas não paro de pensar que fui responsável pelo o que aconteceu.

– Ah, pare de se culpar! - Segurei o queixo de Castiel - Está ficando igualzinho aos Winchester.

– E à você... Até parece que não fica se culpando pelo o que houve com seu irmão. - Castiel ergueu uma sobrancelha.

– Não estamos falando de mim. - Tentei desconversar - Bom, que tal irmos à algum lugar nos distrairmos e esquecer nossas culpas?

– Seria muito bom, onde é? Eu nos levo lá.

– Eu prefiro dirigir até lá, porque podemos ir conversando no caminho.

– Meghan, nós não podemos conversar lá no local? Eu posso nos levar, seria tão mais prático.

– Nada disso, eu levo, vamos de carro! - Entrei no bunker, avisei aos garotos que iria sair, peguei a chave e saí entre a chuva de comentários indiscretos.

Castiel já estava dentro do Porsche quando eu voltei, dei a partida e fui seguindo por uma estrada que levava para fora da cidade, deixei os vidros abertos pela metade pois a noite estava muito bonita para não aproveitar o clima dela. Coloquei meu pen drive no rádio do carro e já começou tocando Maroon 5, como sempre. A música era Daylight e eu não pude deixar de cantarolar junto, a letra era linda e me lembrava a minha relação com Castiel.

– Então, o que você queria conversar? - Castiel perguntou desviando minha atenção da música.

– Ah, nada específico... Você está gostando da música ou prefere outra? - Eu perguntei.

– Essa está agradável. - Ele respondeu.

– É a minha banda favorita! - Eu sorri e cantei um pedaço do refrão.

Castiel me encarava sem desviar a atenção em nenhum momento, ele mantinha um sorriso torto. Era impressionante como ele conseguia ser profundo em cada expressão, tinha um brilho diferente para cada tipo de olhar que me dava. Estava mais do que óbvio para mim que eu estava apaixonada pelo anjo ao meu lado.

Dirigi por mais ou menos uns 40 minutos até chegar onde queria, adentrei a estrada de barro entre a floresta e segui por mais alguns quilômetros até chegar na clareira com um lago.

– É aqui. - Desliguei o carro e saí, Castiel já estava do lado de fora olhando ao redor - Eu achei um dia desses, mas de noite é ainda mais bonito.

O local não tinha outra iluminação além da lua refletida na água e as estrelas que pareciam triplicar o número ali, alguns vagalumes pairavam na vegetação próxima à água e o vento trazia algumas flores das árvores que anunciavam o fim da primavera.

– É bem bonito mesmo... E especial. - Castiel segurou minha mão e me puxou para perto dele, me abraçando em seguida - Ah, Meghan... O que eu faço com tudo isso que eu estou sentindo por você? É tão errado mas me parece tão certo.

– Bom... Eu prefiro acreditar que é certo. Quanto aos seus sentimentos, eu tenho uma ideia do que fazer com eles.

Puxei o anjo pela gola do sobretudo e o beijei com fervor passando o outro braço pelo seu pescoço me aproximando mais ainda dele. Castiel passou os dois braços pela minha cintura me prendendo no lugar. Eu acho que eu tinha razão, apesar de ser errado, parecia tão certo que não dava mais para ignorar o que sentíamos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

EITA MEU POVO! O que será que vai rolar no próximo capítulo? Não sei, não sei... Só digo que esse anjo não é tão anjo assim kkkkk Eu já comecei à escrever e espero que vocês gostem, postarei na próxima semana, acho que na segunda feira.
Quanto ao Gabes, calma que eu não vou deixar fazerem mal ao meu Candyman!
Bom, hoje eu não tenho muito o que dizer por aqui, comentem depois o que acharam, beijos e até o próximo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eyes of a Huntress" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.