O melhor verão da minha vida escrita por Roberta Valentina


Capítulo 8
Quebrando o gelo


Notas iniciais do capítulo

Meus amores, aqui está outro capitulo fresquinho pra vcs!



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–Então é verdade, vocês vão se casar mesmo?! – Jake parecia irritado e incrédulo ao mesmo tempo, andava de um lado a outra na cozinha.

Não entendi o porquê de ele ter ficado tão chateado com a notícia, pois apesar de ser praticamente meu único amigo por aqui, nós não éramos lá tão chegados assim. Até porquê Edward parecia ter alguma antena interna que todas as vezes que eu tentava passar algum tempo a mais com o Jacob, ele inventava alguma emergência super urgente e eu tinha que ir correndo socorrê-lo. Mas enfim... eu somente o conhecia há umas duas semanas, não consegui entender sua mudança tão radical de humor.

–Sim, mas não é como está pensando. –Garanti e bufou. – Ele me explicou que se não se casar antes... de bom, você sabe, seu título e esse castelo irão passar para as mãos de não sei quem aí, que é o próximo na linha sucessória. Mas, se existir uma Condessa, no caso eu, a propriedade estará a salvo.

–Isso é história para casar com você, Bella... Não vê? Cadê o Emmett? Ele é irmão do Drácula, por que ele não assume o título quando o outro partir de uma dessa para uma pior?

–Eu também perguntei isso a ele, não com esses termos, mas enfim... Ele disse que o irmão dele já é casado com uma duquesa lá de Mônaco, por consequência, se tornou duque. Então, além de ser um posto hierarquicamente mais alto, ele teve que renunciar seus direitos como Visconde Inglês quando o assumiu, já que não é permitido fazer parte de realezas de países diferentes ao mesmo tempo.

–Ou seja, você vai casar com um homem que não ama e que está com o pé na cova, só para ficar com o castelo e um título de merda dele?! – Ele estava abismado e, do jeito que ele falou, parecia que eu uma interesseira querendo dar o golpe do baú.

PDV de Edward

Eu vi pela câmera de segurança que Bella estava junto com aquele imbecil do Black novamente e não aguentei ficar de braços cruzados sem fazer nada. Ele estava sempre a rondando e eu percebi que não era só porquê tinha sido incumbido de protege-la, mas por que tinha alguma segunda intenção para com Bella, da qual era muito ingênua para notar. Eu só não o despedia pois era filho de Emily, a mulher que praticamente me criou e sempre esteve ao meu lado nos momentos mais difíceis da minha vida, porém, se não fosse por isso, eu já tinha jogado esse garoto insolente na rua feito um cachorro sarnento.

Como ela tinha esquecido seu walkie-talkie no quarto, juntamente com o seu celular, tive que ir eu mesmo atrapalhar esse encontrozinho secreto. Mas, antes de entrar na cozinha, parei para escutar o teor da conversa, que parecia ser sobre o casamento entre Bella e eu. Como sempre, aquele invejoso do Jacob, não estava nada contente em me ver conseguir o que ele tanto desejava. Só que, pelo jeito, ele tinha acabado de jogar a indireta que Isabella só queria ficar com tudo que é meu.

–Ei, não fale assim! Eu não quero nada disso, ele que me pediu.... –Ela respondeu, parecendo extremamente ofendida e com razão.

–E ah, você vai fazer a vontade de um cara que mal conhece e que te trata tão mal?

Ei! Cala a boca, idiota! Gritei mentalmente, pois não queria ser descoberta por eles.

–Não fala desse jeito... Edward não é tão mal assim, apenas está assustado, amargurado e perdido com toda essa situação. Você também estaria se estivesse em seu lugar! – Sorri, surpreso e admirado ao ouvi-la me defender. Passou-se alguns segundos, ouvi o som de algo ser arremessado na minha direção, quer dizer, da porta e ele falar revoltado:

–Não acredito, Bella! Você realmente gosta dele! –Acusou como se isso fosse o pior erro da vida dela.

–E daí?! – Ela perguntou alterada. – Eu gosto dele sim, porquê? Qual é o problema?!

Ele riu ácido.

–Você não vê problema em estar apaixonada por um sujeito feito o Cullen?! –Ele estava incrédulo. – Além de ter aquela personalidade detestável, ele vai morrer dentro de alguns meses!

–Eu não estou apaixonada por ele. – Tive que encostar meu ouvido para escutar seu surro incerto e envergonhado. – E se eu estivesse, era da sua conta por algum acaso? –Rebateu petulante e eu sorri, orgulhoso por ela conseguir se defender daquele idiota.

–Tá vendo?! Já tá virando grossa que nem ele! – Acusou para depois completar irado: - Sabe de uma coisa?! Não sei porque me preocupo em tentar te mostrar a merda que está fazendo... Vocês dois se merecem! - Quase caí, quando ele abriu a porta abruptamente e me encontrou ali e eu fiz cara de quem tinha acabado de chegar q que não tinha ouvido nada. – V. graça. – Cumprimentou-me e eu apenas assenti, não querendo abrir minha boca e dizer algo que chatearia Emily.

Minha vontade foi de voltar e quebrar todos os ossos daquele bastardo, pois quando entrei na cozinha, vi Bella sentada à mesa, com as mãos no rosto a chorar compulsiva e audivelmente. Aproximei-me, sem saber direito o que deveria fazer, mas com o coração apertado por ser, de alguma forma, o motivo do choro. Coloquei minha mão sob seu ombro e tentei acalentá-la:

–Calma, Bella. Não se importe com o que Jacob disse. Ele é um idiota miserável que não merece suas lágrimas. – Ela virou o rosto para me olhar com os olhos vermelhos e cheios de água.

–Você também. –Observou amarga e eu concordei com a cabeça.

–Eu sei. –Admiti cabisbaixo.

–E vai fazer o quê com essa informação? –Perguntou-me séria, pegando-me desprevenido. –Eu não quero ser casada, mesmo por pouco tempo, com um homem que trata os outros como se fossem seres desprezíveis. – Afirmou com veemência, enquanto se levantava e me olhava bem nos olhos.

–E-eu tentarei mudar. – Gaguejei um pouco intimidado por ela me colocar contra a parede desta forma. –Não sei como... mas tentarei. –Prometi e ela bufou.

–Tentativa pra mim não vale de nada, você vai conseguir. – Impôs severa e eu engoli a seco. – Se não, dane-se casamento, título de nobreza e castelo.

–Tudo bem. – Concordei me sentindo impotente em relação a ela.

–Ótimo! Porém, tem mais uma coisa. – Disse e eu vacilei, com medo do que ela poderia dizer a seguir. – Você só tocará em mim novamente se caso eu consentir expressamente e em juízo, entendido?

–Sim, senhora.

***

Como o casamento tinha que sair às pressas, graças ao pouco tempo que tínhamos disponível, eu e Bella tivemos que ir imediatamente à Gales, conversar com a rainha, pois só poderia ser permitido que nos uníssemos com sua benção, já que eu era da realeza e Isabella era “teoricamente” uma plebeia estrangeira. Eu achava isso uma convenção extremamente desnecessária, mas como disse anteriormente, não tínhamos tempo para criar confusões por causa disso. O problema era que a rainha Elisabeth era muitíssima conservadora e eu não sabia se veria com bons olhos Bella e sua sinceridade sempre ligada ao máximo.

–Falei com o assessor real e V. majestade nos convidou para um chá, amanhã à tarde. – Avisei a minha noiva, que arregalou os olhos, assustada.

–Mas já?! Você não disse que ela sempre estava com a agenda cheia? – Senti que ela estava apreensiva com esse encontro.

–Sim, mas quando soube que se tratava de mim, ela fez questão de nos receber. Meus pais e a rainha eram muito amigos. O que, por um lado é bom, já que estamos correndo contra o relógio. –Expliquei e Bella assentiu apenas. Eu pus a mão em seu joelho e tentei acalmá-la: Vai ficar tudo bem... relaxa.

–Sim, mas não precisa me tocar. – Disse, recusando qualquer tipo de proximidade comigo.

Eu me sentia estranhamente magoado com isso, mas respeitava. Talvez eu fosse masoquista o suficiente e estivesse começando a me apaixonar por ela, que era inteligente o suficiente para não nutrir nenhum amor por mim. Na verdade, eu estava muito confuso em relação aos meus sentimentos, porém eu tinha noção de que, ao lado dela, eu ficava infinitamente mais feliz e que me tornaria um homem melhor.

Assim que pousamos no castelo real, na Escócia, já era fim de tarde e alguns amigos nos esperava. Fiquei contente em revê-los e Bella foi simplesmente encantadora ao se apresentar para eles. Ela foi bastante elegante e simpática, tornando muito difícil de se adivinhar que ela era uma simples enfermeira americana. Fiquei muito impressionado e, se possível, mais derretido por ela.

Bella estava, com certeza, maravilhada com o castelo medieval e com o quarto que nos foi designado. Como de costume britânico, casais ficam em quartos separados, porém conjugados. Ou seja, a única coisa que separava o meu do dela era uma pequena sala. Tudo ali era lindíssimo, porém eu já tinha me acostumado, pois já tinha passado aqui boa parte da minha infância e juventude.

–Ah, Edward. Obrigada por essa oportunidade! – Ela agradeceu e me abraçou inesperadamente. –Me sinto num conto de fadas!

–Hum... Por nada. Você que está sendo incrivelmente bondosa comigo. – Afirmei sem graça, sentindo–me como um adolescente apaixonado.

–É, vou descansar um pouco então. Foi um dia de grandes emoções... – Observou, se retirando e eu fui também para o quarto.

PDV de Bella

Eu, depois de um dia como esses, caí na cama e apaguei. Estava num sonho muito picante com Robert Pattinson – não sei porquê, mas agora eu vivia sonhando com ele – quando meu walkie-Talkie começa a emitir sons estranhos e altos, fazendo com que eu acordasse assustada. Como sempre, meio atrapalhada por causa do sono, tentei ver se era algum problema no aparelho, mas quando ouvi um:

–Be-e-lla-a, m-me-me a-a-a-ajude! – Entrei em desespero.

De camisola mesmo, invadi o aposento de Edward e o encontrei deitado na cama, tendo uma convulsão severa. Sem ficar muito nervosa, para não acabar fazendo besteira, segurei-lhe de forma adequada, do jeito que tinha aprendido na faculdade e puxei-lhe a língua, para não enrolar. Tentava aparentar calma, para que ele não piorasse ainda mais, e fiquei ali do lado dele até que tudo passasse.

–Tudo vai ficar bem. –Murmurava, enquanto ele se batia todo.

Não vou mentir e dizer que essa não foi a cena mais assustadora da minha vida, pois foi sem sombra de dúvidas. Principalmente, pois eu não podia fazer nada mais, além de rezar para Deus não o levar naquele instante. Passados alguns poucos minutos, ele foi se acalmando vagarosamente até estar imóvel por completo.

Quando ele soltou um profundo suspiro, eu respirei aliviada.

Peguei uma toalha e sequei lhe a testa encharcada de suor. Edward lentamente foi voltando a consciência, respirando com dificuldade, porém não permiti que fizesse qualquer tipo de esforço, pois deveria estar sem nenhuma energia. Mesmo assim, ele disse bem baixinho e rouco:

–Por favor, não me abandone...

–Nunca! –Prometi com uma certeza que eu nem tinha consciência que já tinha.


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