O melhor verão da minha vida escrita por Roberta Valentina


Capítulo 3
Subindo no conceito.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a tds que me deixaram comentários *U*!



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–Vou arrumar minhas coisas. - Eu murmurei baixinho, olhando para o chão invés da figura a minha frente. Eu estava morrendo de vergonha por ter pagado o mico do século. – Vou embora assim que me permitir. – Completei ainda de cabeça baixa.

–Por quê?! – Emily perguntou atônita. – Ela não tem nem cinco minutos aqui! Sir. Cullen, reconsidere, pelo amor de Deus! – Implorou ela e ele deu de ombros.

–Eu não a despedi. – Observou ele indiferente. - Ela que expressou seu desejo de embora, não tenho nada a ver com isso.

–Não, não! Você não pode desistir assim tão rápido! – Continuou a mulher num desespero aparente, apertando meus braços. – Por favor!

–Eu... Eu.... – Gaguejei desconcertada. Respirei fundo e falei firme, ou pelo menos tentei: - Eu achei que ele ia me despedir.

–Seu mal foi esse. – O Conde Rude (um apelido menos ofensivo que Conde Drácula) observou. – Eu não estarei te pagando para pensar e sim para fazer seu trabalho, entendido? – Seu tom cortante me fez tremer. Eu apenas assenti e ele continuou, mas agora com uma dose extra de desprezo: - Acredite, se... melhor, quando eu te despedir, deixarei bem claro.

–Tudo bem. – Guinchei muito assustada.

Emily suspirou aliviada e foi servir o homem. Ele gostava muito de chá e o tomava com um coquetel de remédios e algumas bolachas com geleia enquanto lia seu jornal matinal tranquilamente. A governanta passou por mim e fechou a porta, deixa-nos completamente às sós novamente.

Fica calada, não emite nenhum som e, de preferência, nem respira! Aconselhou-me minha mente quase entrando em pânico. Resolvi ficar em pé lá, prostrada. Assim eu não fazia nenhuma besteira. Porém, depois de alguns minutos se passado, Sir. Edward me olha sob o jornal diário e me pergunta:

–Vai ficar o dia inteiro aí, encarando-me? – Ele parecia não estar nenhum pouco satisfeito com a ideia.

Gato desse jeito, eu bem que poderia mole, mole.... Pisquei para afugentar esses pensamentos pervertidos e dar uma resposta à ele, que ainda aguardava.

– Estou sendo paga para ficar com V. Graça todo o tempo. – Tentei sorrir, mas acho que pareceu que eu estava com dor de barriga. Ele estalou a língua e eu completei: - Foram ordens expressas do Dr. Aro. – Tirei minha culpa logo, antes que sobrasse pra mim.

–Hum... Mas alguma coisa? Ou ele também quer que você me dê banho e me bote pra dormir? – Tava óbvio que ele estava furioso, mas o que eu tinha a ver com isso? Eu até fiquei com medo de dizer que foi exatamente o que o Dr. Aro me mandou fazer, pois se não era capaz de Edward me jogar o chá quente na cara. – Argh! – Grunhiu exasperado, fechando o jornal com violência desnecessária.

O que o jornal fez com você? Perguntei em pensamento.

–Se o senhor quiser... – Comecei, mas ele me interrompeu dizendo:

–Olha aqui, essa... – E apontou pra mim antes de continuar: -.... história toda é uma estupidez sem tamanho! – Vociferou se levantando num rompante, se desiquilibrando e quase caindo, se não fosse por meu reflexo ligado no máximo. – Fiquei tonto. – Explicou e eu assenti. – E essas malditas pernas não respondem mais com antes.

–Tudo bem. Estou aqui para te ajudar. – Murmurei condescendente enquanto o colocava sentando em uma cadeira. Ele me olhou num misto de surpresa e atenção. – Se sente melhor ou ainda está zonzo?

–Estou muito bem, obrigado. – Respondeu em tom de birra e eu revirei os olhos. Que cara difícil... Pensei, porém nada disse, voltando para o meu posto. – Tenho uma reunião com meu advogado daqui a pouco, preciso me arrumar. – Avisou ainda parecendo irritado, depois de alguns minutos, e eu sem dizer nada, estendi a mão para servi-lhe de muleta. O que, claro, ele recusou.

Depois da quase queda, não confiei muito em seu equilíbrio e o segui bem de perto até seu quarto. Ele andava vagarosamente e um pouco desajeitado, mas, mesmo assim, mantinha a pose de galã de novela que não precisava de ninguém. Acho que ele só percebeu minha presença, quando trombou em mim ao virar para o lado esquerdo, com o intuito de abri a porta.

Eu esperei pela reclamação ofensiva, mas ele não disse nada, apenas suspirou.

Assim que entramos, fiquei muito impressionada com o tamanho de tudo ali dentro. Era tudo tão grande que eu tirei a conclusão de que ele só poderia ser megalomaníaco, pois querer uma TV mutante daquelas no quarto não era normal... E que cama é essa? É pra fazer alguma orgia por algum acaso? Fiz altas suposições, mas não expressei nenhuma. Emily estava trocando os lençóis e nos lançou um sorriso alegre para nós.

– O senhor precisará de... – Comecei tentando ser solícita, mas ele logo meu cortou com um grande e sonoro:

–Não! – Eu até estremeci, mas quando ele falou novamente, sua voz estava com certeza algumas oitavas abaixo: - Acho que isso ainda posso fazer sozinho...

–Tudo bem. – Minha voz saiu quase inaudível por causa do medo.

Edward, então, marchou para o banheiro e assim que ouvi o barulho da torneira caindo água, virei-me para a senhora que até naquele instante arrumava a imensa cama digna de filmes pornográficos e perguntei:

–Por que não me disse que o Conde era um Deus grego em forma humana de tão gato?! –Ela arregalou os olhos e eu subentendi que era porquê eu tinha falado de maneira meio “desrespeitosa”. – Ah, qual é, até parece que eu sou a primeira enfermeira a falar que ele é uma delícia! – Se antes ela estava surpresa, agora ela parecia chocada.

–Na minha presença é a primeira vez. – A voz dele me atingiu com um raio e eu gelei. Olhei para trás e lá estava Edward me encarando, impassível. Apesar desse comentário embaraçoso que me fez gaguejar e não conseguir dizer absolutamente nada, ele me ignorou bonito, pedindo à Sra. Black: -Toalhas, por favor. -Ela o entregou prontamente e ele voltou ao banheiro.

–Custava me avisar? – Sibilei e ela deu de ombros.

–Como é que eu ia saber que você não o tinha notado e que ia soltar um comentário desse? – Rebateu ela em sussurro.

Eu exasperei, era muito mico pra uma pessoa só, gente. Eu mal tinha conhecido ele e já tinha dado duas mancadas quase que seguidas! O pior é que eu precisava desse emprego... Se não, eu tava frita com cebola! Ou seja, eu tinha que fazer com que ele gostasse de mim e não que me achasse uma desbocada sem noção mesmo que tivesse que aturar aquele mau humor do cão dele.

–Você tinha que ver antes de ficar doente. – Comentou Emily, me tirando dos meus devaneios desesperados, depois de um bom tempo em silêncio.

–Hm... Imagino. Mas pra mim ele ainda é um puta gostoso. –Admiti. – Se não fosse meu patrão... Esquecia até que ele tá doente e partia pra cima. – Emily puxou ar e, pelo menos dessa vez, fez sinal que ele estava presente no recinto. Eu já virei toda sem-graça e ele me olhava agora com incredibilidade.

–Mas eu sou seu patrão. – Observou ele, severo, apenas de toalha. – Por isso, prefiro que mantenha seus comentários sobre mim para você mesma.

–Que merda é essa?! – Perguntei ignorando completamente sua observação e apontando para o seu peito onde uma grande atadura estava toda molhada, a ponto de infeccionar. – Quer morrer antes do tempo, é? –Perguntei alterada. Ele parecia estar pasmo, mas eu nem liguei. Não era pra cuidar dele que estava me pagando vinte mil por semana? – Pra cama, agora. – Ele ia retrucar, mas desistiu e fez o que mandei. – Emily pega éter e gaze, por favor. Rápido!

Cuidadosamente, eu tirei o curativo e uma grande cicatriz se mostrou, bem vermelha graças ao mal cuidado. Ele provavelmente deveria ter feito uma cirurgia há pouquíssimo tempo. Assim que chegou o que eu pedi, eu a limpei com maestria, pois já tinha feito várias vezes isso na faculdade. Edward me encarava com bastante atenção, porém eu estava tão compenetrada no que eu estava fazendo que eu sequer me importei.

–Você não sente nojo? – Perguntou-me curioso e eu dei de ombros.

–Se eu tivesse, provavelmente estaria cursando a matéria errada, não? –Observei e ele concordou com a cabeça. Quando eu refiz o curativo, expliquei: - Não se deve, jamais, molhar um curativo de uma cicatriz tão recente. –Suspirei. – Sir. Edward, o senhor precisa me ajudar.

–Hein? Como? – Ele parecia confuso e surpreso com meu pedido e resolvi abrir o jogo.

–Bom... Se o senhor me despedir, eu não vou poder me formar. –Expliquei. – Essa é minha única chance de ter a experiência necessária para conclusão do meu curso. Por isso, por favor, me ajude a ajudar V. Graça. Eu sei que não gosta dessa situação, ninguém gosta, mas estou disposta a deixar sua vida bem mais fácil. –Garanti-lhe. –Se preferir, não precisa nem me considerar uma enfermeira e sim uma acompanhante.

–Faz você soar como uma prostituta. –Sentenciou, como era de imaginar, bastante ofensivo e eu revirei os olhos. – É isso que quer que pensem de você?

– Por tanto que não queira ter relações sexuais comigo... Por mim, tá beleza. – Ele me olhou como se não esperasse por essa resposta indiferente e eu ri por dentro.

–Mas...

–Faça como achar que deve, V. Graça. – Interrompi lhe. – Só me deixe fazer meu trabalho.

***

Quando descemos, com uma dificuldade maior do que eu imaginava e que o Conde deixava transparecer, o advogado dele já nos esperava no escritório. Todo orgulhoso, Sir. Edward dispensou minha ajuda, porém deu-me o braço para parecer que era eu quem precisava de apoio e não ele. Estranhei na hora, mas relevei. Quando entramos, um loiro com feições bastantes simpáticas veio nos cumprimentar:

–Olá, Edward! Quanto tempo não te vejo! – Os dois se abraçaram rapidamente e ele continuou em tom alegre: - Está melhor do que eu pensava! Nem parece que está...

–Vamos ao que interessa? – O outro lhe cortou bruscamente, não deixando que ele proferisse a palavra na qual eu já tinha aprendido que era um tabu nessa casa. –Trouxe os papéis que eu lhe pedi?

–Sim, sim. – Respondeu meio aturdido e eu sorri sem graça pela grosseria. – E essa moça, quem é? – Notei que Conde Drácula (não adianta negar, esse apelido é muito apropriado) ficou bem hesitante em falar a verdade e precisou tomar fôlego pra dizer:

–Bella, minha en...

–Namorada. – Falei rápido, resolvendo ajuda-lo. Ele arregalou os olhos e eu dei de ombros.

–Sério? – O advogado perguntou, surpreso.

–Sim. – Edward confirmou meio incerto, lançando-me olhares como se desconfiasse da minha sanidade. –Minha namorada. Esse é Jasper Hale. – Apresentou-nos e apertamos as mãos.

–Bonita. – Foi a única coisa que Jasper disse ao meu respeito e eu fiquei toda vermelha. Os dois se sentaram à mesa e eu fiquei no sofá, mexendo no meu mais novo celular e fingindo que não ouvia a conversa. – Bom... Como me pediu, aqui está seu testamento. – Falou ele, entregando uma pilha de papéis ao Conde. – Assim como é de seu desejo, aqui diz que suas propriedades igualmente a sua empresa ficarão com Emmett Cullen, seu irmão. Já todo o seu dinheiro na conta se destinará às crianças carentes com câncer, certo?

–Certo. – Confirmou ele e eu o encarei, abismada.

Putz... Esse cara subiu no meu conceito agora.


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Notas finais do capítulo

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