Ex-Presidiária escrita por Nakamura Tisuky


Capítulo 3
Uma criança normal


Notas iniciais do capítulo

~^ _ ^~



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/580530/chapter/3

3 anos depois

Marina estava sentadinha no chão da sala pintado em seu caderninho

–O que está fazendo filha?-perguntou Mônica.

–Eu estou pintando mamãe-disse Marina sem tirar o olho da folha.

–O que está pintando?

–Nossa família.

Mônica observou o desenho e percebeu que todos ali estavam vestidos como presos, usavam roupas brancas com listras pretas, chapéus da mesma cor, e seguravam placas com números

–Por que nos desenhou assim filha?-perguntou Mônica.

–Porque todos nós somos ladrões-ela respondeu.

–Mas não precisa ficar jogando isso contra a gente.

–Não estou jogando.

Observando novamente o desenho,Mônica percebe que Marina é a única a usar uma roupa normal

–E por que você está diferente dos outros?

–Porque eu não acho que eu faça parte dessa família.

–O quê?Mas por quê?

–Porque todos aqui gostam de roubar e de matar e tudo mais, mas eu não gosto disso mamãe, eu queria ser uma garota normal.

–E o que é ser uma garota normal pra você?

–Primeiramente é ir em uma loja para comprar as coisas e não para roubar.

–Bom-disse Mônica pensativa, ela podia dar ao menos um dia de princesa pra sua filhinha-Não podemos fazer isso todos os dias mas que tal amanhã você e a mamãe sairmos e termos um dia de garotas normais?

–Sério mesmo?-seus olhinhos brilharam-Que legal.

Marina ficou super ansiosa e passou o resto do dia falando sobre isso

No dia seguinte

–Mamãe, mamãe acorde mamãe-dizia Marina.

Ela estava sentada em cima de sua mãe chamando por seu nome

–Marina?-perguntou Mônica sonolenta-São apenas 1 hora da manhã.

–A minha professora me disse que depois de meia-noite já é outro dia, então quando deu meia-noite comecei a me arrumar e agora que é 1 hora da amanhã e já tô pronta eu vim te chamar.

–Marina, não tem nada aberto essa hora, vai dormir que a gente vai só daqui a pouco.

–Não mããããe eu quero ir agora.

–Deita aqui do lado da mamãe.

Maria se deitou ao lado de Mônica

–Agora fique aí quietinha até amanhecer-disse Mônica fechando os olhos.

–Quando amanhece é quando o sol aparece no céu não é mamãe?

–É Marina.

–A tá. Por quê o sol aparece só quando tá claro?

–Ele que faz o dia ficar claro.

–A tá. Ele faz isso pra gente conseguir ver não é?

–Isso.

–A tá. Isso é bom porque se só ficasse de noite eu não ia nunquinha sair de casa porque eu tenho muito medo do escuro sabia?

–Sabia.

–A tá. Por que existe lua mamãe?

–Pra deixar tudo escuro.

–A tá. Mas por que ela deixa tudo escuro e é clara?

–Na verdade, tudo fica escuro porque o sol vai embora, aí a lua vem pra deixar um pouco claro.

–A tá. Mas por quê ela não clareia tudo igual o sol.

–Porque Deus quis que a lua brilhasse menos.

–A tá. Quem é Deus?

Mônica já havia adormecido

–Mamãe?Mamãe?Bolas ela dormiu e me deixou aqui sozinha.

Marina ficou durante um tempo entediada, olhava pro teto pra mesa pra todo o lugar com uma carinha séria, até que depois de um bom tempo ela finalmente caiu no sono

Algumas horas depois...

–Marina, acorda-dizia Mônica.

Ela abriu os olhos bem devagarinho mas logo arregalou os olhos e levantou num pulo

–Já é hora de ir?-ela disse.

–Sim filha-disse Mônica.

Marina foi correndo para o quarto e começou a escolher outra roupa porque a que ela estava já tinha amassado toda

Colocou uma roupa bem bonita e arrumou seu cabelo, logo ela estava em pé na porta do quarto de seus pais com uma carinha inocente

–Já está pronta?-perguntou Mônica.

–Pronta eu já nasci-disse Marina.

Mônica deu risada e foi com Marina até o carro

Elas entraram e foram primeiro pra um salão de beleza

Entraram lá e a cabeleireira ficou com dó de alisar o cabelo de Marina, pois ele era tão lindo, cheio de cachos naturais

–Vou só fazer um penteado nela tá mãe?-disse a cabeleireira.

–Claro-disse Mônica.

–Ei, por quê você chamou ela de mãe?Ela é minha mãe e não sua-disse Marina indignada.

Mônica e a cabeleireira deram risadas

Aquele dia de "criança normal" foi ótimo

Mesmo não sendo mãe verdadeira de Marina, Mônica e ela passaram vários momentos que só mãe e filha passam

Foram para um shopping, almoçaram, compraram bijuterias e outras coisas, assistiram um filme, tiraram fotos...Tudo isso sem roubar nada

–Mamãe esse dia foi ótimo-disse Marina pulando de alegria.

–Foi mesmo-disse Mônica.

–Antes de ir embora, vamos tirar uma foto?

–Outra?

–Eu amo tirar fotos mamãe, quando eu crescer vou ser uma bandida fotógrafa.

–Quer tirar uma foto como?

–Você fica aqui e eu encosto ali naquela árvore artifical.

–Arti o quê?

–Artical, quer dizer que não é de verdade.

–É artificial-disse Mônica rindo impressionada. Apesar de Marina ter errado a palavra, ela era bem esperta e sabia o significado dela.

Marina encostou na árvore "artificial" e Mônica tirou a foto

–Vem ver filha-disse Mônica.

Marina correu pra perto de Mônica

–Que linda mãe, posta no face posta no faaaaaace-ela disse.

–Tá bom-disse Môncia postando a foto.

–EêEÊêêÊe-gritava Marina híperfeliz.

Na casa da Aninha

–Mãe, eu quero ver minha filha, será que o Cebola deixa eu ver?-disse Aninha.

–Acho que ele deixaria, mas como você vai falar com ele filha?-disse a mãe de Ana.

–Eu não sei...Faz 7 anos que ele levou ela mas sinto como se fosse ontem.

–Ele não tem facebook?

–O quê?

–Facebook, essa rede social de hoje em dia que todos usam.

–Como eu sou burra, eu podia ter visto isso 7 anos atrás e já falado com ele e já ter visto minha filha....Ai chega de perda de tempo.

Ana pegou seu notebook e entrou no facebook

–Aqui deixa eu escrever "Cebola Menezes" ele não tem face mãe.

–Procura a mulher dele, você sabe o nome dela?

–Sei "Mônica Moreira" aqui, achei ela tem.

Aninha clicou no nome da Mônica e a primeira coisa que viu foi a capa dela, que tinha duas pessoas, mas mostrava apenas a cintura dessas pessoas

Quando ela clicou na foto ela viu que era Mônica e Marina

–Mãe..-ela disse chorando-É..ela é ela minha filha a Marina olha.

–Meu Deus, como ela é linda.

Aninha soluçava de tanto chorar, colocou a mão na boca e chorou,chorou,chorou

–E-eu devia estar ali-ela disse Aninha ainda chorando como uma criança-Ela roubou meu papel de mãe. ROUBOU

Ela gritava nos abraços de sua mãe, mas nada conseguia confortar ela

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

~^ _ ^~