Antes mesmo de abrir os olhos Regina percebeu que estava deitada, num lugar bem fofo, mas não como um colchão e sim como grama. Ela abriu os olhos e a primeira coisa que viu foram as copas das árvores, e logo depois percebeu que Robin estava deitado ao seu lado; ainda segurando sua mão.

– Robin! - Ela o chamou enquanto se sentava. O loiro começou a despertar devagar, até que se deu conta de que não estava na floresta encantada. - Conseguimos? Estamos em Avalon? - Perguntou ele se sentando.

– Acho que sim - A morena deu uma olhada no local. Não era muito diferente da Floresta Encantada, de aparência. Porém dava para sentir - pela aura de magia que parecia banhar aquele lugar - que lá era bem diferente.

– Só tem um jeito de descobrir - Robin de levantou e estendeu as mãos para Regina - Explorando! - Ela segurou e ele a puxou para cima, fazendo-a levantar e ir de impacto ao corpo dele.

– WOW - Regina falou um tanto surpresa, e então ela passou os braços em volta do pescoço dele.

Robin olhou para ela e percebeu que seu olhar estava distante, perdido em algum lugar - Regina, o que foi?

Ela suspirou tristemente - Robin, eu estou com medo! Não sabemos se vamos conseguir alguma coisa com esse tal Merlin ou se vamos encontrar ele! - Ela descansou a cabeça no ombro do arqueiro, e ele colocou as mãos nas costas dele num abraço um tanto desajeitado.

– Calma Regina, eu tenho certeza que vamos conseguir. Eu não vou descansar até conseguirmos - Robin tentou acalma-la.

– Não é só isso - Ela levantou a cabeça e o loiro percebeu que ela estava se esforçando para não chorar - Eu sinto que estou perdendo o controle aos poucos - Regina respirou profundamente - Desde quando eu fiz aquilo com minha mãe, eu venho sentindo que algo está errado com a minha magia. As vezes quando eu vou fazer pequenos truques como conjurar algo, eu acabo lançando uma bola de poder ou algo do tipo, ou o feitiço dá errado. Isso nunca aconteceu comigo e eu não sei o que é! E meu maior medo é que eu posso acabar machucando mais alguém! - Regina terminou de dizer, uma lágrima escorregou sorrateiramente por sua bochecha.

Robin não sabia o que fazer, não sabia quase nada sobre magia, e ver Regina nesse estado estava partindo seu coração - Calma, nós vamos encontrar uma explicação para isso, juntos - Ele depositou um beijo na testa dela.

– Obrigada, por sempre está comigo - Regina o puxou pela gola da roupa para um beijo apaixonado, que durou o máximo que eles conseguiram.

– Acho q é melhor darmos uma olhada por ai - Robin falou

– Sim. Minha irmã disse para seguirmos o rio, acho que é aquele - Ela apontou para um pequeno rio que corria em direção ao norte.

– Vamos então - Eles começaram a seguir o rio em direção ao norte.
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Zelena estava andando ao redor do castelo tentando achar algo para fazer, algo que ocupasse sua mente. Fazia mais ou menos duas horas que Regina e Robin haviam ido para Avalon e ela estava se sentindo bastante sozinha. Ela já havia dado varias voltas pelo castelo, mas sem se afastar muito dele, quando estava quase chegando perto do portão do castelo ela ouviu um barulho vindo da floresta.

Sua primeira reação foi conjurar uma bola de fogo, mas ela continuou parada no mesmo lugar. O barulho começou a ficar mais perto, e a ruiva já está preparada para tudo, até que ela alguém sair do mato e cair no chão; um homem.

A ruiva não pensou duas vezes e correu até ele. O homem estava ferido na barriga, parecia que o ferimento havia sido feito por um animal. - Oh meu deus! - Zelena disse assim que o viu. Não poderia deixar-lo ali, então com um movimento da mão eles foram parar em um dos quartos de hospedes do castelo. A moça começou a trabalhar para limpar o ferimento dele, tendo plena consciência de que ele estava acordado e a observava. Ela não se importava com o fato de não conhece-lo, de não saber quem ele era, algo dizia que ela deveria fazer aquilo. O ferimento dele parecia que havia sido feito por garras, por um animal de grande porte, talvez um tigre.

Depois de tratar do ferimento - com ajuda da magia - Zelena deu um pouco de água para o homem beber

– Obrigado...por me salvar - Ele disse com a voz meio rouca

– Eu não poderia deixar você morrer - Respondeu ela sorrindo

– Mas agora me diga, quem é você e de onde veio?

– Bem, onde estão meus modos. Eu sou Charlie, de Rockenbach. Um pequeno reino do oeste - Ele se apresentou - E você? Bela moça que salvou minha vida? Como se chama?

– Zelena Mills - A ruiva respondeu sorrindo. O rapaz, ou melhor, homem parecia ser uma boa pessoa.

– Um nome bonito para uma linda dama - Elogiou ele. A moça a sua frente realmente era bonita, ele não pode deixar de reparar.

– Obrigada - Disse ela meio tímida - Está se sentindo melhor? - Zelena tentou mudar de assunto

– Bem melhor, obrigada novamente - Ele sorriu. Zelena ficou encantada com o sorriso dele, embora seu rosto tivesse um pouco sujo de areia.

– Espere - A ruiva pegou um pano e molhou na bacia de água que ela havia conjurado antes. Então ela começou a limpar o rosto dele lentamente, ele tinha alguns arranhões, mas nada muito grave.

Depois de terminar Zelena ficou olhando para Charlie. Ele era bonito, muito bonito. Seu cabelo preto bem escuro, um tanto bagunçado por conta do que havia acontecido, os olhos eram azuis como o seu, e aqueles lábios... A ruiva não sabia como descrevê-los, mas não conseguia tirar os olhos deles.

Charlie percebeu, porém não se importou porque ele também observava, percebendo a cada segundo o quanto ela era realmente bela. Seu cabelo ruivo era uma das coisas mais magníficas que ele já havia visto, seus olhos eram azuis que nem o dele, seus lábios eram pequenos, porém carnudos e eram de uma cor difícil de saber se era batom ou natural, um rosa quase vermelho.

– Então... Como você veio parar aqui? - Zelena quebrou o silêncio que havia se instalado no local

– É uma longa história - O rapaz deu enfâse no longa

– Temos bastante tempo - Ela insistiu

– Bem, eu sou o príncipe Rockenbach, mas como sou o filho mais novo, não irei assumir o trono tão cedo. Então eu vivo de aventuras, conhecendo lugares novos, pessoas novas e por ai vai. Acho que a história não é tão longa assim - Charlie riu novamente, Zelena estava gostando cada vez mais do sujeito.

– E como você conseguiu isso? - Ela apontou para a ferida, que estava coberta com um pano.

– Eu fui tentar caçar um tigre, e não deu muito certo - Ele fez uma careta ao se lembrar - Mas e você? Me conte sua historia.

Zelena respirou fundo, ela ainda estava divida em contar ou não, afinal ela não o conhecia a nem uma hora, mas como ele havia contado a dele, ela resolveu contar também - não toda, ela não queria assusta-lo.

– Bem, essa sim é uma longa história - Então ela começou a contar algumas coisas não tão assustadora sobre sua história.