. . . M A K E M E F E E L A L I V E

Por: PetitChic

– O que foi? - perguntou Akita olhando para Yui.

– Tão ansiosa que está até chorando? - perguntou Mika, afinal nunca vira Yui chorando por simplesmente ser o último ano do colegial.

– Você está bem? - perguntou Akita novamente.

O céu estava claro, o vento estava levemente fresco e Yui estava chocada. Ela havia voltado. O jardim havia sumido, Melissa, Thoth, todos e ela havia voltado sem poder se despedir direito.

– Não. - gritou Yui em sua mente. - Eu... Voltei.

Sem conseguir se segurar, as lágrimas surgiram e se derramaram sobre sua face. A tristeza e a dor tomaram conta de seu coração.

– Não. - continuou a gritar dentro de sua mente. - Não é isso que eu quero...

Ao ver Yui chorando copiosamente, suas amigas ficaram preocupadas.

– Aconteceu alguma coisa? - perguntou Mika novamente.

Ao ouvir sua amiga, Yui despertou. Rapidamente se pôs a correr.

– Desculpe, eu... - gritou para suas amigas, antes de sair correndo.

– Yui?! - chamou Akita, mas Yui continuou correndo.

Enquanto corria, Yui se lembrou que antes de ir para aquele mundo estranho, ela havia chorado sem motivo e depois havia achado a espada. Associando os fatos, a esperança surgiu em seu coração.

– Se esse é aquele dia, então vou até o armazém...

Correndo muito, chegou as escadas e as começou a subir. Avistando seus irmãos.

– Ei, Yui! - cumprimentou Jun.

– Bem vinda. - disse Manabu, mas ambos foram ignorados pela jovem que passou correndo.

– O que há com ela? - perguntou Jun ao irmão.

– Talvez tenha acontecido algo na escola. - respondeu Manabu.

Yui continuou correndo até chegar ao topo. Vendo seu pai e sua mãe, passou direto pelos mesmos. Indo direto ao armazém, cheia de esperança de ver a caixa com a espada. Mas, tudo morreu ao entrar então ver a caixa.

– Não está aqui... - seu coração se apertou, e as lágrimas voltaram tão fortes, que Yui foi ao chão de tanta tristeza. - Não posso voltar... Nunca os verei novamente.

E assim, os dias foram se passando. A dor no coração de Yui era tão grande que simples coisas haviam se tornado dolorosas para ela.

Todas as noites antes de dormir, lágrimas escorriam por sua face, refletindo a saudade da companhia daquele deuses. As lembranças ainda vivas do ensolarado deus sempre alegre, que havia confessado seu amor antes dela partir.

Em dias de chuva, seu coração se lembrava das memórias de um deus que não gostava de companhia pois pensava que atraia desgraça. Foi uma chuva que os uniu e levou Yui a querer ajudá-lo. Lembrava-se também do temperamental deus do Mar, que insistia em lhe chamar de "Alga".

Mesmo quando tentava disfarçar e se ocupar de outras coisas, as lembranças lhe perturbavam a mente. Uma simples saída com as amigas, lhe lembrava de quando viu o inexpressivo deus da Lua sorrir sinceramente pela primeira vez. Ou do desastrado deus que vivia caindo e se dizia apaixonado por seu jeito único e por ser imune ao seu charme natural como deus da Luz. E principalmente daquele deus brincalhão que a odiava, mas que consequentemente havia se tornado seu protetor e amigo, confiando a ela um triste segredo. E graças a mesma, aquele destino amargo havia mudado.

Até mesmo aqueles com quem ela mal falava, como o deus preguiçoso que adorava um bom vinho e alto deus que pouco se pronunciava. O deus que insistia em lhe prensar contra a parede e o deus aparentemente tirano, que no fim só queria que tudo acabasse bem.

Todas essas memórias estariam guardadas em sua mente e em seu coração. Ela se lembraria delas todos os dias. Mas, Yui se perguntava se eles se lembrariam dela também.

Nunca esqueceria seus nomes, que estavam para sempre em sua memória.

Apollon, Hades, Susanoo que preferia ser chamado de Takeru, Tsukuyomi que era chamado de Tsukito, Balder, Loki, Dyonísio, Thor, Thoth e Zeus. E também não se esqueceria do fiel amigo e concelheiro que apenas queria ser humano, Melissa.

Revisando aquelas memórias dos momentos que tiveram juntos, Yui voltava para casa. Se estivesse um pouco mais atenta teria percebido que o vento estava levemente agitado, como se estivesse ansioso. Subindo as escadas do templo, sentiu o vento lhe roçar o rosto. Foi quando ouviu aquela voz familiar lhe chamar.

– Kusanagi... - os olhos de Yui se arregalaram.

A ouvir as outras vozes, Yui começou a correr. Não podia ser real podia? Terminando de subir as escadas seu coração parou.

Eles estavam ali. Todos eles.

– Nos ensine novamente, certo? - pediu Apollon e Yui não precisou responder ouvir duas vezes.

Finalmente as coisas estavam como deviam.

Teria fim melhor do que esse? Para Yui, esse estava muito mais do que perfeito. Estava divino.

F I M