Rejeitados escrita por Eloá Gaspar
Notas iniciais do capítulo
Essa fic se passa após o último episodio lançado até a presente data.
O vento frio corria livremente pela rua deserta na noite de Natal, todos em Central City estavam em suas casas desfrutando de suas ceias e da companhia de quem ama. E eu? Bem eu estou andando, simplesmente andando como a algum tempo não fazia, sem pressa, sem atrasos, sem desfrutar das vantagens do meu poder.
Eu tinha acabado de dar uma desculpa boba para fugir da casa onde cresci, onde a garota que amei por toda a minha vida estava mais linda do que nunca, sorrindo pendurada em seu namorado. Parecia que tudo havia piorado agora que contei a Iris meus sentimentos por ela. Eu me sentia péssimo, triste, sozinho, ironicamente passado para trás... tão rejeitado.
—Barry! - escutei a voz de Caitlin ofegante atrás de mim.
—Caitlin? O que você esta fazendo aqui?
—Você realmente achou que eu ia acreditar nessa história de torneira pingando? Foi a pior desculpa que já ouvi em toda minha vida. - ela tinha toda razão.
—Eu... Iris e Eddie. - sorri triste.
—Barry. - seu tom era piedoso e em um instante seus braços estavam em volta do meu corpo de forma acolhedora.
Cada segundo de duração daquele abraço fazia com que eu me sentisse melhor e aquecido, seu abraço era apertado e tão quente, como se todo o frio tivesse se afastado de nós para nos observar, até que o barulho de soluços abafados e angustiantes preencheram meus ouvidos.
—Caitlin, está tudo bem? - a afastei um pouco sem soltá-la totalmente.
—Ronnie não quer me ver... Ele não quer estar perto de mim.. ele... ele. - as lágrimas escorriam de seus olhos, molhando seu rosto perfeitamente delicado, fazendo o meu peito apertar de angústia.
—Ei! Não chora. - puxei um pouco da manga do caso e sequei suas lágrimas com calma. - Ele só deve estar com medo.
—De que? De Mim? - ela se soltou do meu abraço exasperada.
—Não! - a puxei para mim novamente, a pressionando firme contra meu peito, era desesperador vê-la assim. - Ele deve estar com medo dele mesmo, do que é capaz... De ti machucar. - ao falar a última parte senti um frio na espinha e um medo súbito de perder Caitlin.
Eu podia até estar enganado sobre Ronnie ter medo de machucá-la, mas eu tinha e muito. Eu tinha visto o que vários meta-humanos podiam fazer, imagine um que pega fogo.
—Ronnie nunca me machucaria. - resmungou contra meu ombro.
—O Ronnie que você conheceu não é mais o mesmo. - seu aperto se tornou ainda mais forte.
—Você deve ter razão, o Ronnie que eu conheci nunca me trataria daquele jeito... Me sinto tão rejeitada. - ela pressionava seu corpo contra o meu como se pudesse se esconder dentro dele.
Eu podia sentir sua dor, em certa parte era a minha dor, era a dor de não poder ter a pessoa que ama junto de si. A afastei um pouco para que eu pudesse olhá-la nos olhos, coloquei atrás de sua orelha algumas mechas de cabelo, que estavam grudadas em seu rosto devido as lágrimas que insistiam em correr e mantive minha mão em seu rosto para que pudesse sustentar seu olhar.
—Eu te prometo que tudo vai ficar bem, tudo vai se resolver, pode confiar em mim. - pude notar um leve esboço de um sorriso de gratidão em seus lábios.
—Eu vim atrás de você para te ajudar e você que acabou me ajudando.
—Você também me ajudou.
—Não vejo como. A única coisa que eu fiz foi te abraçar e chorar.
—Exato. O seu abraço foi muito reconfortante e seu choro me mostrou que não estou sozinho nessa.
—Se depender de mim você nunca estará sozinho, Barry. - seu tom era firme e ao mesmo tempo doce, fazendo com que algo se movesse dentro de mim.
—Isso é perfeito. E eu sempre estarei aqui para você também. - seu sorriso ainda discreto, agora era mais puro, sem tanta tristeza. Nós ainda estávamos na mesma posição e eu não conseguia parar de mirar seu sorriso, seus lábios...
Foi tudo muito automático, meus lábios involuntariamente capturaram os dela em um beijo calmo, mas intenso, sua boca respondia a minha sem hesitar e nossas línguas se tocavam em uma sincronia perfeita, como se já tivéssemos feito isso mil vezes antes.
Prendi meus dedos aos seus cabelos trazendo-a o mais perto possível de mim, como se eu precisasse daquilo mais do que qualquer coisa no mundo e de fato eu precisava, eu precisava do seu calor, da pressão do seu corpo contra o meu e ela parecia querer o mesmo. A sensação de suas unhas arranhado levemente meu pescoço e seus dedos apertando meu ombro por cima do casaco, me faziam querê-la mais do que o possível. Seu sobrenome não parecia fazer sentido nenhum nesse momento.
Ela começou a se afastar quebrando aquele momento perfeito, que parecia ter durado segundos e ao mesmo tempo minha vida toda.
—Caitlin, eu... - eu estava tentando buscar em minha mente uma explicação racional para o que acabara de acontecer.
— Feliz Natal! - ela me interrompeu sorrindo aparentemente surpresa.
— Feliz Natal! - repeti feliz e pela primeira vez no dia eu falava isso com sinceridade.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que tenha gostado!