10080 escrita por Taikatalvi


Capítulo 1
1440


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Tudo bem com vocês? Não é a minha primeira fic e essa história surgiu em minha cabeça depois de assistir um filme da 2ª Guerra, e sim, eu adoro esse tipo de filme e sempre fui louca para ecrever algo do tipo.
Me perdoem por qualquer erro gramatical que tenha passado despercebido, espero que gostem e me digam o que acharam :)



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Lyon - 1944


Sujos e cheios de lama, era assim que nos encontrávamos. Acabávamos de chegar de mais uma batalha contra à SS e finalmente tínhamos conseguido reconquistar aquela região da França, a guerra estava próxima do fim, mas ainda precisávamos entrar em territórios alemães e conquistar Berlim, o que não sería uma tarefa fácil. Mais homens morriam a cada batalha, perdíamos mais tanques, anti-tanques, e mais homens da SS tínhamos que enfrentar. Uma das coisas que mais nos prejudicavam eram os soldados mais novos que nunca foram numa batalha, que nunca mataram ninguém, apostam na piedade de um soldado nazista, que acabam fazendo um belo de um estrago depois, os mais novos acham que a frase "mata ou morre" é só para assustá-los.

Estávamos acampados numa praça cercada de prédios em Lyon. No meio da praça tinham diversas barracas, as que dormíamos, e nos prédios, os que ainda não tinham sido bombardeados, ficavam a enfermaria e o comando da base americana naquela região.

- Lance! - Chamei um dos soldados assim que pulei para fora do caminhão.

- Sim, senhor Phillips - O jovem correu até mim.

- Os feridos na batalha de Belley já chegaram?

- Sim.

- Sabe se Peterson já foi levado à enfermaria?

- Sim, senhor.

- Obrigado, está liberado.

Andei apressado até o corredor cercado por pilares de estilo grego e com o chão ladrilhado que dava para a enfermaria, à procura de Peterson, ele é meu companheiro de guerra, meu melhor amigo, meu braço direito no comando da minha infataria, não podia perdê-lo, prometemos um para o outro que sairíamos dessa guerra vivos, mas eu temia que essa promessa não fosse cumprida, ele tinha levado um tiro no abdome.

- Com licença - Perguntei para uma ruiva na recepção da enfermaria - Poderia me informar em que ala está Mike Peterson?

- Só um minuto - Ela olhou em uma de suas várias pranchetas - Ala dois, senhor, siga esse corredor e entre na segunda sala à direita.

- Obrigado - Segui apressado e logo cheguei na ala onde ele estava. A sala tinha leitos distribuídos igualmente, um de cada lado, deixando um corredor livre no centro.

Passei de cama em cama até achar Peterson. Ele estava desacordado, tinha uma grossa camada de faixas brancas cobrindo seu abdome, doía vê-lo naquela situação. Sentei-me numa cadeira ao lado de sua cama e deixei uma foto nossa, do nosso primeiro dia no exército, em cima de uma cômoda que tinha ao lado, não sabia quando ele acordaria, mas queria que ele visse a foto e soubesse que eu estaria ali com ele, mesmo que não físicamente, queria que ele se lembrasse que ele era importante.

Alguns minutos depois, acordei de minhas distrações quando uma enfermeira apareceu, trocou o soro de Peterson e mediu sua febre. Não pude deixar de reparar na bela moça, ela era maravilhosa, tinha os cabelos escuros presos num coque, usava um batom vermelho assim como as outras enfermeiras, tinha olhos castanhos mel, pele clara, aparentava ter seus vinte e poucos anos, algo naquela garota era diferente, eu não conseguia desgrudar meus olhos dela, era como se eu estivesse hipnotizado.

- Posso ajudá-lo em alguma coisa, senhor? - Ela perguntou ao ver que eu não parava de olhá-la.

- Ele está bem?

- Sim, a bala não atingiu nenhum órgão, agora ele está dormindo, deve acordar a qualquer hora - Ela sorriu sem mostrar os dentes.

- Quanto tempo ele vai ficar aqui?

- Talvez dentro de uma semana ele será liberado. Posso ajudá-lo em mais alguma coisa?

- Seu nome?

- Elisabeth - Sorri involuntáriamente, ela combinava com aquele nome - Com licença, tenho que cuidar de outros pacientes - Ela se virou, mas eu a chamei novamente.

- Elisabeth.

- Sim?

- Se não for atrevimento da minha parte, gostaría de jantar comigo? - Ela me olhou surpresa.

- Como posso aceitar o convite de um homem cujo nome nem sei?

- Sou John - Ela riu.

- Passe no dormitório feminino hoje às oito - Saiu apressadamente carregando uma bandeja médica.

- Hey - Ouvi o soldado da cama ao lado me chamando - Cara, qual é o seu truque?

- O que? - Perguntei.

- Estou aqui há duas semanas, ela recusou todos os soldados que a convidaram para alguma coisa.

- Aqui a madeira é boa - Rimos e ouvi Peterson rindo baixinho. Olhei para ele e vi que estava com os olhos se abrindo aos poucos.

- Você não presta, cara - Ele fazia uma cara de dor enquanto ria.

- Pare de rir, deve estar doendo - Apontei com a cabeça o grande curativo.

- Sim, está, mas pelo menos ninguém vai duvidar que eu realmente lutei na Guerra - Rimos novamente e ele pousou a mão em seu abdome - Ai, ai, John - Ele suspirou.

- O que foi?

- Não pode ver uma moça bonita e já a chama para sair? E se ela fosse casada?

- Ela não usava aliança - Sorri - E ela é a mulher mais linda que eu já vi, eu me senti enfeitiçado quando eu vi ela, você não sentiu isso?

- Não, ela é uma moça bem bonita, mas não me senti "enfeitiçado" por ela.

- Como assim?

- Não sei, John, só cuidado com o que vai fazer, estamos no meio de uma guerra, não crie um conto de fadas.

- Eu sei disso, eu posso não estar aqui amanhã e isso também se aplica à ela, podemos ser bombardeados de novo, uma tropa nazista pode chegar repentinamente e acabar com todos nós, mas enquanto estamos aqui temos que aproveitar cada segundo, não acha?

- Isso também é verdade - Ficamos em silêncio por algum tempo.

- Mike - Ele olhou para mim - Onde eu posso levá-la?

- Tem uma parte da cidade, que não foi prejudicada pela guerra e continua funcionando. Ouvi dizer que lá tem alguns restaurantes bons. Não é muito longe daqui, dá para ir à pé.

- Obrigado.

- Agora vai tomar um banho, você está um porre, cara, não sei como ela aceitou sair com um cara cheio de lama! - Rimos.

- Vou indo - Me levantei - Mike, se cuida irmão.

- Você também, John.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentar não vai derrubar a mão de vocês kkkkkk não se esqueçam que críticas também são aceitas ;)
Beijos!!!



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