Eu estava ali no meu cantinho. Meu coração na minha mão. Um copo quase vazio. Então foi como acordar caindo, e perceber que eu estava inteira, que o pesadelo foi só ilusão. Que ainda era madrugada e eu podia dormir mais um pouquinho, que o sol iria nascer e que a noite ainda me guardava sonhos bons.

Nessa brincadeira de poetisa, de escritora ou inventora, meu coração agora é um copo cheio, transbordando emoção por onde passa.

Eu poderia dar meia volta, mas não faz parte do meu plano. Meu plano é ter você pra sempre. O plano pode nem ser meu, pode ser de alguém que me despejou na sua direção, me transformando de rio em mar, pra você me achar, mergulhar em mim e assim eu não te deixava afogar. Pra te abraçar e mostrar que nesse oceano eu sou mais um mar no qual você pode nadar seguro, que eu não vou te machucar.

De modo sutil, meu amor em forma de poesia, ou apenas mais versos embaralhados pra você me encontrar.

Só me promete uma coisa. Que nunca vai me deixar, que na terra não vai se esconder, pra eu não te perder e nunca mais achar.

Se isso acontecer, mais perdida serei eu, que nunca hei de encontrar saída entre tantas gotas vazias que hão de me enganar.

Escondida no sereno, esperando um sinal de que ainda posso ser salva, por que até mesmo o mar se afoga, e se perde no oceano, se não tiver pra quem voltar.