Nunca Durma escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 7
O Retalhador de Springwood


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!!!

Tudo bem com ocês? Espero que sim!

Well, estou chegando com mais um capítulo que ameiiiiiii escrever e pelo título já deu para perceber quem será o centro da coisa, né?

O Freddyzinho lindo da mamãe não vai aparecer ainda, mas este capítulo está recheado de informações sombrias sobre o moçoilo queimado.

Espero que gostem!



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Conseguir entrar na casa de Annie Ryan, na Elm Street, foi fácil, já que tanto Rachel quanto Tony tinham suas respectivas identificações falsas do FBI e, depois que as mostraram para os policiais que ali se encontravam, tiveram o acesso liberado tranquilamente. Difícil mesmo foi encarar o quarto da vítima. Era um cenário bizarro, digno de filmes de terror e que seria um grande desafio mesmo para pessoas com estômago forte.

Mesmo Rachel, que já era caçadora há alguns anos, ficou chocada com o que viu. Ela já tinha visto danos causados por espíritos vingativos antes, mas aquilo, definitivamente, era outro patamar de maldade e fúria.

Havia, literalmente, sangue por toda a parte. O colchão havia ficado praticamente destruído e totalmente manchado pela cor vermelha. A cama havia cedido, devido à violência brutal daquela morte. Para todo lugar que se olhava, havia móveis tingidos pelo sangue e coisas quebradas. Coisas que haviam sido sugadas pela cama e expelidas depois, sem uma explicação racional.

O chão estava transitável em pontos específicos, porque a equipe de limpeza havia dado um jeito no lugar. Mesmo assim, era um cenário de outro mundo. Como de um pesadelo.

A polícia trabalhava com a possibilidade de que algum desafeto de Annie havia colocado explosivos em sua cama. No entanto, não foi encontrado nenhum resquício de bombas ali. Além disso, tinham as outras mortes e, por mais que a polícia não conseguisse encontrar a ligação entre elas, estava mais do que claro que aquilo não podia ser uma mera coincidência. Alguma coisa estava matando pessoas em Springwood. Por algum motivo ainda não esclarecido.

— Boneca? — chamou Tony, percebendo certa palidez no rosto da caçadora. — Está tudo bem?

Rachel voltou a si imediatamente e mentiu:

— Sim, tudo perfeito, Estrupício.

E depois de olhar em volta e se assegurar de que não havia nenhum policial por perto, ela pegou um aparelho de EMF na bolsa e começou a medir a atividade eletromagnética do lugar.

Enquanto isso, Tony pegou uma espécie de espátula, que a perícia havia esquecido sobre uma cômoda, e se aproximou da cama. Com certa cautela, o rapaz ergueu uma parte do lençol e se surpreendeu ao ver que havia cortes no tecido. Não retalhos que pudessem ter sido causados por uma bomba, mas sim cortes precisos, provavelmente feitos por um objeto afiado. Talvez uma tesoura? Uma faca?

Rachel aproximou o aparelho de EMF do tecido e todas as luzes se acenderam rapidamente, enquanto um barulho contínuo era produzido pelo aparelho.

Rachel e Tony se entreolharam. Se ainda havia alguma dúvida de que algo sobrenatural havia matado Annie Ryan, ela se dissipou naquele momento. Alguma coisa sobrenatural e maligna havia tocado aquele lençol e feito aqueles cortes. E embora não tivessem trocado uma palavra sequer naquele momento, Tony e Rachel tinham certeza de que os restos mortais da vítima também deviam ter aquelas marcas.

XXX

Enquanto isso no IML, que ficava em um prédio anexo à delegacia, Henry havia acabado de sair de uma sala refrigerada onde tinha examinado o corpo de Annie Ryan. Ou melhor, o que sobrou do corpo, já que o quer que tivesse matado aquela mulher havia feito um grande estrago.

Um tanto chocado com o que viu e disposto a caçar aquela coisa até o fim do mundo se fosse preciso, Henry abriu a porta de uma sala que ficava ao lado daquela e entrou.

Era uma espécie de escritório e Emily estava sentada atrás de uma mesa, lendo os laudos que o legista responsável pelas autópsias dos corpos de todas as vitimas havia lhe entregado minutos antes.

— Eu tenho novidades. — anunciou Henry, fechando a porta atrás de si e aproximando-se da mesa.

— Eu também. — rebateu a garota, enquanto ele puxava uma cadeira e se sentava de frente para ela.

Depois de apoiar os braços sobre a mesa, o caçador relatou:

— Eu testei o EMF nos restos mortais da vítima e adivinha? Positivo para atividade sobrenatural. E tem mais. O que sobrou do corpo está cheio de cortes. A polícia até já descartou a possibilidade de explosivos, já que isso não se encaixa no padrão dos ferimentos.

Depois de ouvir tudo aquilo, Emily achou que era o momento ideal para contar o que havia descoberto:

— Todas as vítimas tinham esses cortes em algum lugar do corpo.

— Sério? — surpreendeu-se Henry, inclinando-se um pouco para ver os laudos que ela havia lido.

Mas, antes que ele conseguisse ler qualquer coisa, a caçadora pegou uma foto no meio de uma das pastas, a deslizou sobre a mesa e orientou:

— Dê uma olhada nisso. É uma foto das costas de Tina Gray, quando a polícia chegou no local do crime. O que você vê?

Henry pegou a foto e estreitou o olhar sobre ela. Mas não foi necessário muito tempo ou esforço para ele entender do que Emily estava falando. A imagem mostrava, nitidamente, quatro cortes nas costas de Tina. Os cortes eram precisos e estavam bem próximos um do outro.

Então, Henry olhou para Emily por sobre a foto e indagou:

— Este fantasma tem garras?

— De acordo com o laudo, os ferimentos foram feitos por um objeto metálico e cortante. — reportou Emily. — Portanto, não são garras, propriamente ditas... Não como as de um animal ou de um lobisomen, pelo menos. Também não podem ser facas porque os ferimentos foram feitos ao mesmo tempo e com a mesma pressão, e eu acho que é impossível segurar quatro facas e fazer cortes tão precisos de uma só vez. Além disso, o laudo sugere um metal mais leve.

— Então pode ser algum tipo de lâmina? — imaginou Henry, e Emily ficou pensativa. — Talvez essa coisa tenha lâminas no lugar dos dedos...

— Pode ser. — disse ela por fim.

Após um instante em silêncio, avaliando tudo aquilo e achando aquela caçada cada vez mais estranha, Henry recapitulou:

— Então nós estamos caçando um fantasma que tem lâminas no lugar dos dedos? É isso?

— Eu estou tão confusa quanto você. — admitiu Emily, recolhendo a foto e arrumando os documentos nas pastas.

— Talvez o fantasma tinha essas lâminas quando não era um fantasma. Talvez elas fizessem parte dele, de alguma forma, quando ele ainda era vivo. — supôs Henry.

— Como uma luva? — indagou Emily, pensando sobre aquilo e achando meio ridículo.

— Talvez. — assentiu Henry, sem querer descartar qualquer possibilidade. — E já que fantasmas se apegam a um lugar em específico, essa coisa devia viver aqui, em Springwood. E, portanto, não deve ser difícil achar alguém com essa característica nos registros da cidade. Alguém que tinha uma história com lâminas ou algo assim. — depois de levantar da cadeira, Henry sugeriu: — Por falar nisso, eu acho que nós podíamos ir até a biblioteca. A Isabel e o Erik estão lá, tentando descobrir alguma coisa sobre este caso. Você está pronta para revê-la?

Emily sorriu levemente, levantou da cadeira e, enquanto recolhia os documentos sobre a mesa, respondeu:

— A Isabel sim, com certeza, mas quem é Erik?

— Eu te explico no caminho. — prometeu o rapaz.

Emily assentiu com um meneio de cabeça e o seguiu. Passou pela porta quando Henry a abriu, e então os dois seguiram por um corredor. Depois que a garota entregou os laudos na recepção, eles saíram do prédio.

Henry pensou sobre o pouco tempo que havia passado com Emily ali, em como ela se mostrou segura com o disfarce de agente federal e nas conjecturas que fez acerca daquele caso.

Sem perceber, o rapaz deu um meio sorriso. Ele não estava feliz por Emily ter se tornado uma caçadora, mas estava admirado diante do desempenho dela. Emily parecia ser uma boa caçadora.

Depois de abrir a porta do carro para que ela entrasse, Henry deu a volta no veículo e também entrou. Logo ele deu partida e só então explicou para Emily quem era o tal Erik.

XXX

Enquanto isso na biblioteca, Erik caminhava apressado por um dos corredores. Ao avistar Isabel, entre duas enormes estantes repletas de livros e pastas com documentos da cidade, ele se apressou ainda mais.

A nephilim estava compenetrada em uma leitura e teve um leve sobressalto quando o rapaz parou ao seu lado e anunciou:

— Eu descobri uma coisa.

Depois de olhar tudo em volta e ver que haviam outras pessoas por perto, a nephilim achou que seria melhor um pouco de privacidade para conversar sobre a descoberta de Erik. Então, num gesto impulsivo, ela segurou a mão livre dele e praticamente o arrastou na direção de um conjunto de salas de leitura, que ficavam uma do lado da outra.

— Por aqui. — orientou ela, caminhando na direção de uma que estava com a porta aberta.

Os dois entraram e pararam de frente um para o outro. Se olharam por um instante, antes de Isabel perceber que ainda segurava a mão do rapaz. Rapidamente, ela o soltou e fechou a porta da sala, tentando disfarçar certo constrangimento.

A sala era um cubículo com uma mesa no centro e algumas cadeiras. Era cercada por janelas de acrílico transparente, que permitiam que os funcionários e outros usuários da biblioteca vissem se o local estava ocupado ou não.

— Certo, o que você descobriu? — recomeçou a nephilim.

Depois de se aproximar da mesa, abrir o livro que segurava até então e esperar que Isabel também se aproximasse para ver a página selecionada, Erik começou:

— Este livro é um compilado dos crimes mais marcantes que aconteceram desde a fundação de Springwood. Então eu achei isso... — disse indicando uma imagem de um antigo prédio na Elm Street. — Em 1941, este lugar era um sanatório. Por algum motivo não esclarecido, uma das freiras, chamada Amanda Krueger e que trabalhava lá, ficou presa com cem internos por dias. Infelizmente... Ela foi estuprada por eles.

— Você acha que ela é o nosso espírito vingativo? — indagou Isabel.

— Eu não sei... Estupro coletivo é um motivo razoável para ela ter voltado e matado aquelas pessoas, não? — rebateu Erik, mas quando Isabel suspirou e ficou pensativa, ele indagou: — Por quê? Você tem uma teoria melhor?

— Aí não diz que os internos a mataram, certo? — indagou a nephilim. — Porque, geralmente, são mortes violentas que fazem um espírito se tornar vingativo.

Erik puxou uma das cadeiras e se sentou. Enquanto Isabel fazia o mesmo, ele passou os olhos por algumas linhas e respondeu:

— Não, aqui diz que ela morreu de uma doença infeciosa anos depois. Espera...

— O que foi? — interessou-se Isabel, aproximando-se um pouco de Erik afim de ver o que ele estava lendo.

— Ai meu Deus... — murmurou ele, visivelmente sensibilizado.

Tomada pela curiosidade, Isabel puxou o livro para perto de si e procurou pelo trecho que Erik tinha lido. Instantes depois, ela também murmurou com pesar:

— Ai meu Deus... Ela não foi só estuprada... Amanda Krueger ficou grávida.

— Na minha opinião é motivo suficiente para querer se vingar. — insistiu Erik, com certa revolta diante daquela triste história.

— Mas por que ela iria atrás de Tina Gray e dos outros? — questionou Isabel, recostando-se na cadeira. — Tem que ter alguma ligação ou então nós estamos focando na pessoa errada. — depois de uma pausa, ela decidiu mudar um pouco o rumo da conversa: — O que esse livro diz sobre o filho dela?

Mais uma vez, Erik passou os olhos pelo texto e relatou:

— Diz que ela teve um menino e que ele foi entregue para adoção. Mesmo assim a Amanda chegou a registrá-lo. Seu nome era... Frederick Charles Krueger e aqui diz que...

Quando Erik parou a leitura, Isabel voltou a se aproximar dele e olhou para o trecho exato em que ele havia hesitado.

E então os dois leram ao mesmo tempo:

— Ele ficou conhecido como o "Retalhador de Springwood."

Isabel e Erik se entreolharam. Não havia qualquer certeza de que aquilo estava relacionado com as recentes mortes na cidade. Mas foi a coisa mais relevante que eles encontraram desde que iniciaram aquela pesquisa. Talvez aquilo merecesse um pouco mais de atenção e aprofundamento.

De repente, um barulho de alguém batendo levemente na janela de acrílico fez os dois se assustarem. Ao olharem na direção do ruído, o rapaz e a nephilim reconheceram Henry do outro lado. Ele estava acompanhado por uma bela garota ruiva.

Sem entender o que aquilo significava, mas tendo uma sensação de déjà vu ao fitar a garota, Isabel levantou da cadeira, caminhou até a porta e a abriu.

Havia-se passado quinze anos desde o pavor que viveu na dimensão do Slender Man, mas mesmo assim, quando estreitou o olhar na direção da ruiva, a nephilim a reconheceu imediatamente:

— Emily?

— Isabel. — deduziu a outra, sorrindo levemente, apesar das lembranças traumáticas que aquele reencontro lhe trouxe.

— O que você está fazendo aqui? — indagou a nephilim, enquanto a abraçava surpresa por revê-la depois de tanto tempo.

— Aparentemente, o mesmo que vocês. Caçando. — respondeu Emily, enquanto Henry olhava para Isabel por sobre o ombro dela, como se dissesse que explicaria aquilo depois.

Depois que soltou Emily, Isabel olhou na direção de Erik, que tinha se levantado e se aproximado, e decidiu apresentá-los:

— Ah... Erik, esta é Emily, uma velha amiga. Emily, este é o Erik...

— O famoso Erik Colt. — disse a ruiva, apertando a mão dele, enquanto se lembrava do que Henry havia lhe contado durante o caminho até ali.

— Famoso? — repetiu ele intrigado e um pouco sem graça. — Por quê?

Emily, Henry e Isabel se entreolharam. Então o rapaz deduziu que devia ser por conta da sua descendência. De qualquer forma, ele precisava perguntar para Isabel se tinha algo sobre Samuel Colt que ele não sabia porque, aparentemente, aquele nome tinha um significado especial para caçadores.

Rapidamente, Henry resolveu mudar de assunto:

— Ah! Eu e a Emily fomos até a delegacia e ao IML. Havia cortes nos corpos de todas as vítimas, provavelmente feitos por algum tipo de lâmina. Várias, na verdade.

Erik e Isabel trocaram um olhar significativo, até que ela se pronunciou:

— Sério? E nós descobrimos algo sobre um "Retalhador de Springwood."

— Pode ser uma pista. — refletiu Emily.

— Então vamos conversar sobre tudo isso naquela lanchonete perto da pousada? — sugeriu Henry. — Eu estou cheio de fome.

— E a Rachel? — quis saber Isabel.

— Ela e o Estrupício estão à caminho e vão nos encontrar lá. — explicou o caçador.

— Estrupício? — disseram Isabel e Erik em uníssono.

— É o meu irmão. — esclareceu Emily, dando um sorriso amarelo.

— Vamos? — apressou Henry, que não via a hora de encontrar a prima, já que estava muito incomodado por ela estar na companhia de Tony Carter.

Isabel e Erik assentiram e então os quatro saíram da sala de leitura. Em seguida, deixaram a biblioteca.


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Notas finais do capítulo

E aí??? Gostaram? Odiaram? Mais ou menos?

Seguinte, essas informações sobre o Frederick Charles Krueger, mais conhecido como Freddy Krueger, eu peguei da biografia do personagem no Wikipedia e achei super interessante.

Ah! E lembram que eu falei que eu tinha comprado o remake A Hora do Pesadelo? Pois é, assisti e adorei. Só achei que o Freddy pegou leve demais naquelas mortes e prefiro o Robert Englund no papel, mas de uma forma geral gostei muito e me inspirou para escrever os próximos capítulos da fic eheheh

Bem, quero saber a opinião de vocês sobre o capítulo de hoje, portanto, nada de timidez. Podem abrir vossos coraçõezinhos! Reviews!

Bjs e inté!

PS: Pode parecer estranho, mas o Freddy só tem as lâminas em quatro dedos. Por que será que ele não tem no polegar também? Vou perguntar pra ele da próxima vez que eu dormir...



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