Nunca Durma escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 16
O Senhor dos Pesadelos - Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, hoje é sexta-feira 13!!! Medow! E por falar em medo, acho que este capítulo cai como uma luva para esta data tão meiga!

Ah! A fic não mudou para a categoria Jogos Vorazes, mas alguém vai se voluntariar no capítulo de hoje...

Espero que gostem!



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Henry, Rachel, Tony e Emily tinham chegado na antiga fábrica, onde Freddy Krueger havia trabalhado por anos, e encontrado Isabel e Erik os aguardando na frente do lugar, que ficava bem afastado da região central de Springwood e estava completamente abandonado.

Depois que Rachel contou para os dois tudo o que Bobby Singer havia descoberto e explicou o que um deles teria que fazer para trazer Freddy Krueger para o mundo real, Isabel comunicou resoluta:

— Eu me voluntario.

— O quê?! — indagou Erik em tom reprovador. — Nem pensar!

— Nem pensar mesmo. — reforçou Henry, também sem gostar daquela ideia.

— Eu estou mais cansada do que todos vocês. — confessou Emily, fazendo os cinco olharem para ela. — Me deixem fazer isso. Eu durmo em um minuto, menos talvez, e quando o Freddy aparecer, eu...

— Eu não posso deixar você fazer isso, Emy. — discordou Henry, a interrompendo.

— Nem eu, irmãzinha. — disse Tony, visivelmente preocupado.

— Então eu faço. — habilitou-se Rachel, e quando todos se voltaram em sua direção, ela argumentou: — O Freddy pegou leve comigo até agora. Eu estou mais preparada emocionalmente para enfrentá-lo. Eu posso fazer isso.

— Fora de cogitação, Boneca. — discordou Tony.

Inconformada, Rachel olhou para Henry em busca de apoio, mas o que ele disse foi:

— Fora de cogitação, priminha.

— Então o que vocês sugerem? — questionou Isabel um tanto impaciente.

Após um breve momento de silêncio, Henry articulou:

— Nenhuma de vocês precisa se sacrificar deste jeito. Não quando tem três homens aqui totalmente capazes de fazerem isso.

A resposta de Rachel veio na sequência:

— Essa foi a coisa mais machista que você já disse em toda a sua vida, Henry Jones Winchester.

— E a mais idiota também. — protestou Isabel. — Eu não posso envolver o Erik ainda mais nesta história. Ele já correu riscos demais.

Preocupada, Emily olhou para Henry e deixou escapar:

— Se alguma coisa acontecer com você... Eu não vou aguentar.

Henry retribuiu o seu olhar com carinho, enquanto Rachel confessou aflita:

— E eu não posso, de jeito algum, deixar o Estrupício ter outro pesadelo com o Freddy. — percebendo que tinha dito aquilo de uma forma emotiva demais, ela desconversou, fingindo indiferença: — Ainda mais depois do trabalho que me deu para acordar esse idiota.

— Bota trabalho nisso, hein, Boneca? — insinuou Tony, a olhando de soslaio com um sorriso cretino nos lábios.

Houve um longo momento de silêncio, durante o qual Henry observou os dois com certa desconfiança. Em seguida, ele indagou:

— Aconteceu alguma coisa entre vocês que eu deveria saber?

— Não. — mentiu Rachel prontamente.

— Sim. — confessou Tony em seguida.

— Fica quieto. — ordenou Rachel, o fuzilando com o olhar. — Eu só acordei ele. — acrescentou voltando-se para o primo.

— Ela me beijou. — confidenciou Tony, que não via motivos para esconder aquilo. Mais cedo ou mais tarde todos iam ficar sabendo mesmo.

— E você me beijou de volta! — defendeu-se Rachel, mas ao perceber que tinha falado demais, ela voltou a olhar para o primo e murmurou sem graça: — Oops...

Emily, Erik e Isabel arregalaram os olhos diante de tudo o que ouviram, enquanto Henry fechou a mão direita com força ao lado do corpo e tentou controlar o ciúme e a preocupação que sentia em relação a prima. Tudo o que ele queria era que Rachel tivesse desmentido aquilo, mas ao invés disso, ela confirmou que era mesmo verdade.

Porém, surpreendentemente, Henry conseguiu se acalmar. E então ele encarou a prima e disse:

— Eu estou tão cansado que não consigo nem assimilar o que eu acabei de ouvir. Mas quando esta caçada acabar, nós vamos ter uma conversa muito séria, Rachel.

Irritada por ser tratada como uma criança, ela protestou entredentes:

— Não vamos não, porque você não manda em mim, Bebê Awesome!

Henry sentiu o seu rosto ruborizar ao ouvir aquele apelido e Emily o olhou com certa solidariedade, o que o deixou ainda mais constrangido. Tony, por sua vez, segurou o riso e Erik resolveu dizer algo para dissipar a tensão que havia se instalado ali:

— Se serve de consolo, eu e a Isabel também nos beijamos. E estamos... Juntos.

— O quê?! — surpreendeu-se Henry, enquanto a nephilim ficava vermelha e estreitava o olhar na direção de Erik, como se perguntasse por que ele havia contado aquilo.

Não que fosse segredo, mas ela pretendia contar para os seus amigos no momento certo, quando aquele caso estivesse resolvido e quando o fato dela ser uma nephilim não fosse mais um segredo para Erik.

— Eu sabia! — vibrou Rachel, sem conseguir conter um largo sorriso de satisfação. — Apenas bons amigos, né? — provocou, fitando Isabel.

Querendo colocar um fim naquela conversa constrangedora, a nephilim ergueu as mãos na altura do peito e propôs:

— Ok, que tal nós mantermos o foco no Freddy?

— Boa ideia. — concordou Emily, no fundo tentando disfarçar a frustração que sentia por não ter conseguido agarrar Henry ainda.

Mas, ao encontrar o olhar dele sobre si, ela teve certeza de que aquilo era só uma questão de tempo. E de sobrevivência, é claro, afinal Freddy Krueger ainda era uma ameaça.

— Sendo assim, — recomeçou Isabel, chamando a atenção de todos mais uma vez — eu me voluntario e está decidido.

Em seguida, ela se virou e começou a caminhar na direção da fábrica.

— Como assim está decidido? — indagou Erik inconformado e a seguindo, assim como os outros. — Não tem nada decidido aqui, Isabel. Você não pode estar falando sério! Isso é loucura...

A nephilim deteve o passo, voltou-se na direção dele e afirmou:

— Tem que ser eu, Erik.

— Por quê? — questionou ele, enquanto Rachel e Henry trocavam um olhar cúmplice, finalmente entendendo por que a amiga deles estava insistindo naquilo.

Após hesitar um pouco, Isabel tentou explicar:

— Porque eu tenho mais chances de sobreviver a isso. Se o Freddy me machucar, eu ficarei bem assim que acordar. Eu vou me curar, eu vou ficar bem.

— Do que você está falando? — não entendeu Erik, franzindo o cenho ainda mais perdido naqueles argumentos.

Perdendo a coragem de finalmente contar para ele que era uma nephilim, Isabel tocou o rosto dele por um instante e pediu:

— Apenas confie em mim. Por favor.

Sem lhe dar chance de replicar, ela voltou a caminhar em direção à entrada da fábrica. Não demorou muito para que todos a seguissem, com suas mochilas nos ombros, com armas e outras coisas que eles poderiam precisar para enfrentar o Freddy. Mas, a arma mais importante, estava no coldre de Henry. A Colt.

Enquanto Isabel e Erik seguiam na frente, Tony e Rachel estavam logo atrás. Os dois caminhavam lado a lado em silêncio, até que o rapaz indagou num tom de voz que somente ela ouvisse:

— Agora que o esquentadinho do seu primo já sabe sobre nós, quando você vai me apresentar os seus pais, Boneca?

Rachel riu diante daquela pergunta, principalmente por Tony já se referir aos dois como nós. Ela não ia negar que tinha achado aquilo fofo e que o seu coração tinha acelerado subitamente. Mas, apesar da felicidade genuína que estava sentindo, ela achou prudente avisá-lo:

— Você acha que foi fácil com o meu primo? Espere só até conhecer o meu pai.

— O quê? Ele é ciumento também? — indagou Tony um tanto temeroso.

Se divertindo internamente por assustá-lo um pouco, Rachel enumerou:

— Ciumento, super protetor, paranoico...

— Ah... Gente boa, então. — murmurou o rapaz um tanto impressionado. Mas, em seguida, ele segurou a mão de Rachel, a entrelaçando com a sua, e se comprometeu em tom descontraído: — Tudo bem, por você eu enfrento qualquer coisa, Boneca, até um coroa paranoico se for preciso.

Rachel sorriu levemente e instintivamente apertou a mão de Tony com mais força.

Um pouco atrás deles, Henry observou o gesto e desviou o olhar incomodado. Ele não tinha absolutamente nada contra Tony, apenas uma implicância natural, e sabia que Rachel era adulta e que podia cuidar da própria vida. Mas, mesmo assim, ele não conseguia evitar aquele instinto protetor em relação à prima. Isso porque a ideia de que alguém a usasse e a magoasse o preocupava muito. Porém, aos poucos, Henry estava se convencendo de que Tony não era daquele tipo.

A voz de Emily ao seu lado o despertou de tais pensamentos:

— Você percebe que nós somos os únicos que não... Que não... Você sabe.

Henry deteve o passo, fazendo a ruiva parar também e após encará-la por um bom tempo, ele aproximou a mão do rosto dela, o acariciando suavemente e, com um brilho libertino e carinhoso no olhar, assegurou:

— Não se preocupe, Emy. Quando esta caçada acabar, eu vou te beijar inteira.

Calor. Emily sentiu muito calor à medida que o seu coração acelerava sob o efeito daquela promessa.

Por fim, ela respirou fundo e respondeu:

— Eu queria poder te dizer que você não precisa esperar tanto para isso, mas, infelizmente, nós temos que dar um jeito no Freddy primeiro.

— Pois é, infelizmente. — concordou Henry, mantendo o olhar fixo no da ruiva.

Os dois tinham perdido completamente a noção de tempo e espaço enquanto se encaravam, até que Tony parou na entrada da fábrica, olhou para trás e, sentindo certo ciúme em relação à irmã, os chamou:

— Ei, pombinhos! Vamos! Está na hora!

Henry e Emily voltaram a si e recomeçaram a caminhada, enquanto Rachel repreendia Tony com o olhar por ele ter interrompido os dois daquela forma. Antes de adentrar a fábrica, ela avisou:

— Só por causa disso, eu vou fazer greve de beijos por tempo indeterminado, Estrupício.

Inconformado, Tony a seguiu dizendo:

— Até parece que você aguenta, Boneca.

XXX

Algum tempo depois, todos já estavam em uma área da fábrica, que eles julgaram ser a antiga sala da caldeira. Isabel estava sentada no chão, enquanto todos, exceto Erik, checavam suas armas.

Sentado de frente para a nephilim, Erik segurou a mão dela entre as suas e indagou desconfiado:

— O que você quis dizer com eu vou me curar?

Sem conseguir contar a verdade sobre si mesma e dar a resposta que o rapaz merecia, Isabel disse de forma evasiva:

— Exatamente isso.

Inconformado com a resposta e lembrando-se de algumas conversas e situações entre eles, Erik insistiu:

— O que te faz ser tão especial, Isabel? Por que você consegue sentir a presença de demônios? E como exatamente você vai se curar, caso o Freddy te machuque?

Isabel olhou em volta e teve certeza de que ninguém estava prestando atenção nela e em Erik. Então, era a oportunidade ideal para ela lhe contar a verdade de uma vez. Porém não era o momento certo, já que Isabel não se sentia pronta para isso.

A garota tinha medo de que Erik fosse embora assim que ela revelasse o que era. E para seguir com aquele plano arriscado e trazer Freddy para o mundo real, ela precisava do apoio de Erik, precisava dele ao seu lado.

Pensando desta forma, Isabel tocou o rosto dele suavemente, olhou profundamente em seus olhos e se comprometeu:

— Eu vou te contar tudo, mas só quando o Freddy estiver morto. Só mais um pouco de paciência, Erik. Por favor.

O rapaz a fitou de volta por um bom tempo, antes de se conformar com aquela condição, colocar a sua mão sobre a dela, que ainda estava em seu rosto, e responder:

— Tudo bem.

Isabel respirou aliviada, fechou os olhos e aproximou o rosto do dele. Tocou seus lábios com um beijo carinhoso, depois voltou a fitá-lo nos olhos e pediu:

— Me acorde quando eu me debater.

Erik engoliu em seco e sentiu uma onda de preocupação inundá-lo. Pensou em dissuadir Isabel daquela ideia e tomar o lugar dela naquele plano. Mas, ele sabia que ela jamais concordaria. E isso o fazia admirá-la ainda mais. Não só Isabel, mas caçadores de uma forma geral. Todos os riscos que eles corriam em prol do bem maior, em prol de salvar quantas vidas eles pudessem, sempre enfrentando seus medos era algo extremamente altruísta e... Fascinante.

Erik não podia negar que ter conhecido aquelas pessoas, se envolvido naquela caçada e ter descoberto que Samuel Colt criou uma arma capaz de matar criaturas sobrenaturais estava o influenciando a repensar a sua vida. Pouco a pouco, o rapaz estava tomando uma decisão importante sobre o seu futuro. Erik queria ajudar as pessoas, queria... Ser um caçador também.

Enquanto pensava nisso, ele tirou a sua jaqueta, a dobrou algumas vezes e colocou a peça no chão. Logo Isabel se deitou, com a cabeça apoiada naquele travesseiro improvisado, olhou para Erik tentando lhe passar confiança, depois fitou o teto por um instante e, finalmente, fechou os olhos.

Erik segurou a mão de Isabel mais uma vez e ela a apertou de volta com força. Uma força que foi se perdendo à medida que o seu corpo relaxava e sua mente se desligava do mundo ao redor.

Tony, Rachel, Henry e Emily observaram a cena e ficaram a postos com suas armas em punhos. Se entreolharam apreensivos. Isabel respirou fundo.

Algum tempo depois...

Isabel abriu os olhos assustada. Para sua surpresa, Erik não estava mais ao seu lado, segurando a sua mão. Confusa, ela se sentou e olhou tudo em volta. Se viu completamente sozinha na sala da caldeira. Porém, agora o lugar não parecia mais abandonado. Estava relativamente limpo e as caldeiras funcionavam a todo vapor. Um tipo de gás vazava constantemente por alguns dutos e cobria alguns pontos do lugar com uma espécie de neblina, deixando o ar pesado e dificultando a respiração.

— Pessoal? — chamou Isabel, mesmo sabendo que era em vão.

Convencida de que estava sonhando, ela se levantou devagar. Em seguida, começou a andar pelo lugar, olhando tudo em volta em busca de qualquer sinal de Freddy.

À medida que caminhava pela sala da caldeira, Isabel tinha a constante sensação de que havia alguém a observando, de que tinha alguém atrás dela, a espreitando. Porém, ao olhar para trás, ela não via ninguém.

Isabel sabia o que aquilo significava. Freddy estava brincando com ela, brincando com o seu desespero, com o seu medo. E já que entrava mesmo na mente de suas vítimas, o Retalhador de Springwood sabia muito bem o que ela estava planejando. Com certeza, não iria facilitar as coisas para ela.

Ao ouvir um barulho agudo, de algo metálico em atrito com alguns dutos, Isabel olhou para trás assustada e apreensiva. Porém, mais uma vez, não havia ninguém.

Cansada daquele jogo, Isabel abriu os braços e desafiou:

— Por que você não aparece de uma vez, Freddy? Eu pensei que você queria me matar!

— Oh... Eu ainda quero. — a voz do Senhor dos Pesadelos fez a nephilim olhar imediatamente para a frente e dar de cara com ele. — E eu vou. — assegurou aos risos, movendo a mão na direção do abdômen de Isabel.

Felizmente, a nephilim foi mais rápida e segurou o punho do monstro antes que as lâminas de sua luva perfurassem a sua carne. Então, o segurando firme, Isabel fez um esforço para acordar. Isso fez Freddy rir mais uma vez, antes de dizer com cinismo:

— Você acha mesmo que será fácil assim, Sweetieheart? Por mais que seja mais forte do que os seus amigos, em algum momento o sono também te vence. E você ficou tanto tempo acordada que algo me diz que não vai conseguir acordar tão cedo. Bom para mim, que terei mais tempo para me divertir com você.

Enojada e sentindo a tensão tomando conta de sua mente, Isabel reuniu forças para empurrar Freddy e, em seguida, saiu correndo na direção oposta. Ela sabia que precisava se acalmar e se concentrar mais, para que da próxima vez que Freddy viesse, ela conseguisse acordar.

À medida que corria, Isabel ouvia a gargalhada do Senhor dos Pesadelos por todos os lados, mas não conseguia vê-lo. Então, ela continuou correndo até alcançar uma escada de ferro. Subiu os primeiros degraus. Estava na metade, quando algo puxou o seu pé com força. Isabel se desequilibrou e gritou. Segurou no corrimão para não cair e, instintivamente, chutou o que a segurava. Acertou em cheio o rosto de Freddy embaixo da escada e ele a soltou.

— Menina levada! — resmungou o monstro, enquanto Isabel se recompunha e voltava a subir os degraus às pressas. — Quando eu colocar minhas mãos em você, vou te ensinar uma boa lição!

— Então pare de falar e venha me pegar de uma vez! — gritou Isabel, no fundo sem pensar direito, afinal não tinha certeza se iria conseguir acordar mesmo e levar Freddy consigo para o mundo real, mas tinha que tentar.

A gargalhada de Freddy ecoou por toda a sala da caldeira e depois se extinguiu por completo, fazendo um silêncio aterrador reinar absoluto.

Ao chegar no topo da escada, Isabel se virou e olhou para baixo. Ficou ainda mais apreensiva quando constatou que Freddy havia desaparecido.

Disposta a continuar correndo, mesmo que não soubesse para onde, ela se virou na direção oposta. Mas, ao fazer isso, deu de cara com o Senhor dos Pesadelos mais uma vez. O sobressalto, a fez soltar o corrimão e se desequilibrar. Freddy aproveitou para desestabilizá-la ainda mais, a empurrando com força. Com isso, Isabel foi lançada para trás e despencou da escada.

Ela caiu gritando, enquanto via a imagem de Freddy se tornando cada vez mais distante. Mesmo assim, Isabel conseguia ver que ele estava acenando para ela. E quando finalmente caiu em cima de um sofá, a nephilim ainda ouvia a gargalhada sinistra do monstro em sua mente.

Depois de se recompor e olhar em volta, Isabel reconheceu aquele lugar. Era a sala de estar da sua casa em Wichita Falls. A casa onde ela vivia com sua mãe e com o seu pai, quando Mia não estava caçando, e quando Castiel vinha para a Terra passar uma temporada por aqui.

Rapidamente, a nephilim se levantou do sofá e olhou tudo em volta mais uma vez. Se assustou quando a porta de entrada se abriu abruptamente e Freddy apareceu na soleira.

Isabel deu um passo para trás, quando ele sorriu para ela, e correu em direção à escada que levava ao andar superior, quando Freddy adentrou a casa com passos firmes e intimidadores.

A nephilim estava na metade da escada, quando o degrau perdeu a solidez, fazendo o seu pé afundar em um líquido morno e pastoso. Isabel segurou com força no corrimão, tentando manter-se em pé e olhou para baixo. Logo percebeu que o degrau tinha virado sangue.

Fazendo um esforço, ela moveu o pé em direção ao próximo degrau, mas ele também se liquefez. Assim como o próximo. Mesmo assim, Isabel persistiu e aos poucos conseguiu subir a escada. Ao olhar para trás, ela viu que Freddy não tinha dificuldade alguma para subir os degraus, já que seus pés não afundavam no sangue como os dela.

Sentindo o seu coração disparado e um medo aterrador dominando os seus sentidos, Isabel virou-se para a frente e alcançou o corredor. Mas, o carpete que cobria toda a sua extensão também começou a virar sangue, fazendo os pés de Isabel afundarem a cada passo que ela dava. Para piorar, o corredor parecia ficar mais extenso a cada instante e a nephilim não tinha certeza se conseguiria alcançar o final dele e abrir a porta do seu quarto. Muito menos o que aconteceria se ela conseguisse.

Isabel deu mais um passo a frente e afundou mais no sangue, até que ele a cobriu até a cintura. Ao ver o desespero crescente da garota, Freddy riu e provocou:

— E então? O que você acha deste pesadelo molhado?

Isabel não conseguiu responder. Mal conseguia se manter em pé. O chão tinha desaparecido embaixo dos seus pés e ela afundava cada vez mais. Todo o corredor havia virado um mar de sangue que a puxava cada vez mais para baixo. Até que ela mergulhou de vez naquela imensidão vermelha e perdeu a consciência por um tempo que pareceu uma eternidade.

Algum tempo depois, a nephilim sentiu que estava caindo. De repente, o teto do seu quarto se abriu, lhe dando passagem e ela despencou sobre a cama. Surpreendentemente, suas roupas estavam limpas e secas e o teto voltou a se fechar sem explicação aparente. Ela ainda estava presa no pesadelo.

Mais assustada do que nunca, Isabel olhou na direção da porta e viu Freddy em pé diante dela. Suas lâminas riscaram a porta, antes dele adentrar o quarto e batê-la com força atrás de si.

— Eu espero que você tenha se despedido do Erik, Sweetieheart. — disse o Senhor dos Pesadelos com um sorriso aterrorizante nos lábios deformados.

Isabel tentou levantar, mas uma força invisível a mantinha presa à cama. Mesmo assim, ela conseguia se mexer um pouco, fazendo com que no mundo real, o seu corpo se debatesse constantemente.

Erik tentava a todo custo acordá-la, porém não conseguia. Pouco a pouco, o desespero tomava conta do rapaz e de todos em volta daquela cena. Havia uma chance de Isabel não acordar. Havia uma chance de Freddy vencer aquela batalha. Havia uma chance de todos eles, um a um, morrerem.

— Eu quero acordar! — gritou Isabel no pesadelo.

Freddy riu com satisfação e se aproximou dela. Se posicionou sobre a nephilim, a fazendo virar o rosto enojada e fechar os olhos com força.

— Sinto muito, mas não será possível. Você está no meu mundo agora e desta vez não vai escapar. — e enquanto passava a lâmina do dedo indicador no rosto dela, acrescentou: — Eu realmente espero que você tenha se despedido do Erik porque... Eu sou o seu namorado agora.

Após rir mais uma vez, Freddy ergueu a mão no ar. Isabel observou o gesto em pânico, ao mesmo tempo em que tinha uma ideia. Havia uma chance dela não sobreviver? Havia. Mas também havia uma chance dela acordar devido à dor. Era um risco, mas ela tinha que tentar. Com a concentração e a determinação certas, ela podia conseguir. Isabel era diferente das outras vítimas de Freddy, ela não era cem por cento humana e, portanto, podia fazer aquilo dar certo. Tinha que dar certo.

Pensando desta forma, e depois de respirar fundo, Isabel segurou a mão de Freddy no ar. Segurou com o máximo de força que pôde, afim de não deixá-lo escapar de jeito algum. Em seguida, com um movimento rápido e brusco, ela trouxe a mão dele até o seu corpo, fazendo com que as lâminas entrassem em sua barriga, a ferindo gravemente.

A dor atordoante fez Isabel gritar e fechar os olhos com força. Mesmo assim, ela procurou ficar calma, se concentrou o máximo que conseguiu e, por fim, ela e Freddy desapareceram daquela cama, daquele quarto e do pesadelo.

Aos gritos, Isabel abriu os olhos e se sentou. Mas a dor a fez recuar e Erik a segurou, para que ela não caísse de mal jeito no chão.

— Graças a Deus! — exclamou Erik, profundamente aliviado. Mas, ao ver o sangue que encharcava a blusa da garota, ele voltou a ficar preocupado e tentou fazê-la se deitar enquanto dizia: — Você está ferida... Isabel... Não se mexa, vai ficar tudo bem. — e olhando para Henry, Rachel, Tony e Emily, que tinham se aproximado, ele completou: — Nós precisamos levá-la para o hospital.

— Ela vai ficar bem. — disse Rachel, trocando um olhar significativo com a nephilim.

— O quê?! — surpreendeu-se Erik, ficando confuso.

Então ele voltou-se para Isabel e tentou afastar a blusa dela, para ver a gravidade do ferimento. No entanto, ela segurou a mão dele, o impedindo, e assegurou:

— Já está passando.

— Isabel... — murmurou o rapaz, a fitando ainda mais confuso.

Por fim, a nephilim soltou a mão dele lentamente, permitindo assim que Erik afastasse o tecido, como tinha planejado, e observasse, estupefato, os quatro ferimentos feitos com as lâminas de Freddy se cicatrizando rapidamente.

Emily já sabia o que Isabel era, pois Henry havia lhe contado quando os dois eram crianças e escaparam da dimensão do Slender Man. Mas, Tony não conseguiu evitar a surpresa diante daquela cena e exclamou:

— Uau!

Erik, por sua vez, olhava ora para a barriga de Isabel, já sem qualquer ferimento, ora para o rosto dela, procurando uma resposta, uma explicação, qualquer coisa.

— Como você... — começou a dizer ele.

Porém, ao se lembrar dos últimos instantes do pesadelo, Isabel mudou drasticamente de assunto:

— Onde o Freddy está?!

Todos se entreolharam confusos até que Henry indagou:

— Como assim?

Isabel passou as mãos pelo rosto, enxugando algumas lágrimas produzidas pela dor que sentiu momentos antes, e expôs atordoada:

— Ele veio comigo! Eu consegui... Eu tenho certeza. Ele está aqui em algum lugar... O Freddy tem que estar aqui! Onde ele está?!

Emily ia dizer que Isabel devia ter se enganado, quando uma gargalhada ecoou atrás de si, arrepiando os cabelos de sua nuca. Todos arregalaram os olhos quando viram Freddy bem atrás da ruiva. Antes que ela tivesse tempo de reagir, ele a segurou e a rendeu. Suas lâminas se aproximaram do pescoço de Emily e Henry engoliu em seco.


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Notas finais do capítulo

Eitchaaaaaaaaaaaaaaa!!! Agora ferrou tudo!

Vamos por partes:

Sobre o pesadelo da Isabel, foi inspirado no pesadelo da personagem Nancy do remake de A Hora do Pesadelo.

Sobre a frase "Eu sou o seu namorado agora", o Freddy realmente diz isso para algum personagem. Eu só não lembro se é no original, no remake ou nos dois. Oi?

Sobre o comecinho do capítulo, eu ameiiiiii escrever o papo constrangedor dos casais kkkkkkkkkk

Sobre o Henry prometer que vai beijar a Emily inteirinha... Falo nada kkkkkkkkkk aguardem os próximos capítulos, só.

Sobre a Isabelzinha não ter contado ainda para o Erik que é uma nephilim, calminha lá que o momento está chegando. E depois do que ele presenciou aqui, não faz mais sentido ela ficar escondendo este segredo do muchacho, né? Como ele vai reagir, quando ouvir com todas as letras... Isso eu já não posso dizer.

Espero que tenham gostado!

Ainda não sei quando saíra o capítulo 17 porque dei uma paradinha para escrever capítulos de outras fics, maaaas, farei o possível para postar na semana que vem.

Bjs!

Agora é com vocês! Reviews?

PS: Para quem ainda não viu, eu comecei a postar Ascensão Infernal (continuação da minha saga de SPN)



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