Nunca Durma escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 11
Cinco, seis, agarre o seu crucifixo...


Notas iniciais do capítulo

Olás!!! Tudo bueno por aí, sociedade? I hope so!

Eu sei, hoje não é sábado e eu me odeio por não conseguir cumprir meu próprio cronograma, maaaaaaaas, estou doida para terminar esta fic e como tenho mais dois capítulos prontos, achei que não teria mal nenhum em postar este hoje, ou tem? Oi?

Well, uma ressalva aqui. Quem leu meus devaneios anteriores, de Destino a Heaven and Hell, sabe que Mia e Castiel usam um termo muito peculiar para definir a hora de... Namorar. O casal de coelhos se refere ao momento de intimidade como "nada". E no capítulo de hoje, teremos uma referência a esses dois e suas safadezas.

Pelo título e pela gif, já dá para deduzir que alguém vai sonhar com o moçoilo queimado, né? Pois é, pois é, pois é.

Vejo vocês nas notas finais...



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Emily estava apoiada no carro de Henry, vendo o caçador sair do cemitério com uma pá no ombro e o celular contra a orelha, conversando com a prima do outro lado da linha, lhe contando que o túmulo que seria de Freddy Krueger estava completamente vazio e ouvindo o que ela tinha a contar também.

Logo Henry se aproximou e olhou a ruiva de relance, antes de caminhar na direção da traseira do veículo. Em seguida, ele encerrou a ligação, guardou a pá, fechou o porta-malas com um movimento rápido e brusco, apoiou as mãos no carro e abaixou a cabeça.

Quando Emily se aproximou, o rapaz se recompôs, se virou e apoiou as costas no veículo, tentando disfarçar a frustração e a preocupação que sentia.

A ruiva fez o mesmo, ficando ao lado dele, e então cogitou:

— Talvez o Freddy tenha sido enterrado em outro lugar.

— E por que os registros de Springwood mentiriam sobre isso? — questionou Henry.

— Eu não sei. — admitiu a ruiva. — Mas as coisas que ele fez e a forma como morreu devem ter sido um grande escândalo na época. Talvez o lugar do seu real sepultamento tenha sido omitido para... Para...

Ao perceber que Emily buscava uma explicação para aquilo, Henry sugeriu com certa indignação:

— Para proteger a integridade dos restos mortais de um torturador e assassino de crianças? Eu acho que não.

— Então por quê? — questionou a ruiva.

Após pensar um pouco, foi a vez do Winchester cogitar:

— Talvez o corpo não tenha sido encontrado depois do incêndio na fábrica. Talvez o Freddy tenha escapado e as autoridades de Springwood inventaram essa história da morte dele para acalmar a população. Talvez ele tenha morrido anos depois, longe da cidade, de outra forma. Ou talvez seja outra coisa completamente diferente que eu não tenho ideia do que pode ser. Tudo o que eu sei é que o corpo deste desgraçado deveria estar neste cemitério, mas não está. Então onde diabos o Freddy foi parar? O que aconteceu com ele? E como nós paramos esse son of a bitch?

Quando terminou de dizer tudo aquilo e levantar aquelas questões, Henry estava ligeiramente alterado e indiscutivelmente preocupado.

Percebendo isso, Emily se aproximou mais um pouco dele, o suficiente para encostar sutilmente em um dos seus braços, e articulou com calma:

— Eu sei que você está preocupado com a Rachel, mas nós podemos fazer isso, Henry. Nós vamos vencer esta coisa. Vai ficar tudo bem.

— Não é só com a Rachel que eu estou preocupado, Emy. — esclareceu Henry, olhando na direção da ruiva. — Ela me contou que a Isabel também sonhou com o Freddy. E que ele deu a entender que sabe quem nós somos e que está nos caçando.

— O quê?! — surpreendeu-se a ruiva.

— Isso mesmo que você ouviu. — confirmou o caçador, e após uma pausa, acrescentou: — Qualquer um de nós pode ser o próximo a sonhar com o Freddy. E se isso acontecer... Eu não sei.

Entendendo o que Henry queria dizer, Emily ponderou:

— Parece que nós vamos ter que nos privar de uma boa noite de sono até despachar o Freddy.

— E você acha que nós vamos conseguir? — indagou Henry. — Todo mundo precisa dormir em algum momento, Emily. Até caçadores. É por isso que esse tal Freddy é mais esperto do que os outros fantasmas. Ele se aproveita das fraquezas humanas para nos atacar.

— Nós vamos dar um jeito. — afirmou a ruiva, tentando pensar de forma otimista, afinal se desesperar não ia adiantar nada. — Agora eu acho melhor nós voltarmos para Springwood. Nós temos que investigar essa história mais a fundo e descobrir que detalhe sobre o Freddy deixamos passar.

— Você tem razão. Vamos. — assentiu Henry.

Em seguida, os dois se afastaram da traseira do carro, caminharam até as portas, entraram e logo deixaram aquele cemitério para trás.

Enquanto isso em Springwood...

Fazia meia hora que Rachel havia conversado com Henry por telefone e repassado o que ele havia contado para Tony, Isabel e Erik. Em seguida, a morena saiu acompanhada pelo irmão de Emily. Os dois decidiram que iriam até um mercado 24 horas da região, para comprarem algumas latas de energético e mais café, afinal a madrugada seria longa e nenhum deles poderia arriscar pegar no sono.

Sendo assim, mais uma vez, Isabel e Erik ficaram sozinhos. Porém, desta vez, a nephilim não estava se sentindo nem um pouco desconfortável com isso. Na verdade, ela tinha até gostado.

Mais do que estar se acostumando com a presença de Erik, Isabel sentia que precisava dele e que a sua companhia lhe fazia muito bem, especialmente naquela situação complicada envolvendo Freddy Krueger. Era bom ter Erik por perto. As coisas pareciam mais fáceis ao lado dele.

Naquele momento, os dois estavam sentados no chão, com as costas apoiadas nas camas, de frente um para o outro. Isabel mantinha o seu notebook no colo e pesquisava algo sobre a Faculdade de Springwood, mais precisamente sobre um professor de história local que poderia ajudá-los a entender o que havia acontecido, de verdade, com Freddy Krueger.

— Droga... A faculdade só abre às sete e o professor Clyde só chega às oito. — resmungou Isabel, depois de ler a grade de programação das aulas semanais dele.

Em seguida, ela abaixou a tela do notebook, passou as mãos pelo rosto, tentando afastar o sono que sentia, e olhou na direção de Erik, que a fitava fixamente, pouco preocupado por ter sido pego no flagra e fazendo uma palpitação surgir no coração de Isabel e reverberar por seu corpo com aquele simples olhar sobre ela.

Quando um meio sorriso se desenhou no rosto de Erik, a nephilim não resistiu e perguntou:

— No que você está pensando?

— Eu não sei se você vai gostar de saber. — desconversou o rapaz.

Uma parte de Isabel queria encerrar a conversa, já que talvez fosse melhor ela não saber mesmo o que Erik estava pensando, mas, a outra parte, aquela que sentiu o seu coração palpitar, queria muito saber o que o rapaz tinha em mente. E, por isso, Isabel incentivou:

— Diga.

Após hesitar por um instante, Erik respondeu:

— Eu só estava pensando em te dizer que, se por acaso, em algum momento, você sentir vontade de me beijar de novo... Eu estou aqui.

Aquela simples palpitação evoluiu para algo mais forte, que fez o coração de Isabel acelerar num ritmo frenético.

Novamente, uma parte dela quis encerrar aquela conversa e não dar qualquer esperança a Erik. No entanto, a outra parte, aquela que gostava demais da companhia dele e que queria dar esperança a si mesma, a fez responder:

— Bem, você acabou de dizer. E... Eu prometo que vou me lembrar disso da próxima vez.

Erik pareceu surpreso com a resposta. Surpreso e feliz. Então, depois de encarar Isabel por longos instantes, ele a chamou:

— Vem aqui.

Surpresa consigo mesma, Isabel colocou o notebook no chão e depois foi até Erik. Se acomodou ao seu lado e não se opôs quando ele passou um braço em volta dela, a abraçando e a trazendo para mais perto dele. Ao invés de se opor, Isabel apoiou a cabeça em seu peito, suspirou e fechou os olhos. Mas, lembrando-se de que não podia dormir, ela os abriu rapidamente e procurou se manter bem acordada.

— Você quer conversar sobre o pesadelo? — recomeçou Erik, lembrando-se de como a garota parecia assustada quando acordou do pesadelo com Freddy.

Sentindo um arrepio percorrer o seu corpo, Isabel dispensou:

— Na verdade, não.

— Eu só queria saber o que ele fez ou disse para te deixar daquele jeito. — insistiu o rapaz, mas quando Isabel respirou fundo e se afastou um pouco, ele voltou atrás: — Desculpe, não precisa contar, se você não quiser.

— Não... Tudo bem. — balbuciou a nephilim, enquanto pensava um pouco. — Talvez seja melhor contar de uma vez. Você precisa mesmo saber certas coisas sobre mim. — convenceu-se, decidida a contar para Erik sobre os seus dois últimos e curtos relacionamentos, mesmo que isso fizesse com que ele desistisse dela.

Com certa tristeza e deixando de lado a ponta de esperança que se permitiu sentir no começo daquela conversa, Isabel decidiu que o melhor para Erik era saber a verdade sobre ela, ou pelo menos uma parte, e assim se afastar por conta própria dela. Talvez fosse o melhor para os dois. Ninguém se machucaria.

— Eu estou ouvindo. — assentiu Erik, com uma curiosidade palpável e intrigado com todo o mistério que parecia cercar Isabel Clarke.

Enchendo-se de coragem, a nephilim respirou fundo e deixou as palavras saírem de sua boca, tentando não pensar na dor que era recordar aquilo:

— Até hoje, eu gostei de três caras. O primeiro deles... Foi morto por um demônio. E o segundo, simplesmente foi embora quando soube o que eu... O que eu...

Isabel hesitou e Erik deduziu:

— Quando soube que você era uma caçadora, certo?

Isabel assentiu com um meneio de cabeça, embora não fosse apenas o fato dela ser uma caçadora que fez o seu último namorado desaparecer da sua vida. A verdade é que ele não aceitou muito bem quando ela lhe contou que era uma nephilim.

— Eu sinto muito, Isabel. Sinto muito mesmo. — lamentou Erik por fim, sem saber mais o que dizer e entendendo que, de alguma forma, Freddy Krueger havia usado aqueles históricos para mexer com a cabeça de Isabel durante o pesadelo. E depois de pensar um pouco, ele prosseguiu confuso: — Espera... Você disse que gostou de três caras, mas só falou sobre os dois primeiros. E o terce...

De repente, Erik parou de falar, notando que o rosto de Isabel estava ficando cada vez mais vermelho, como alguém que estava se condenando por ter falado demais sem perceber.

Logo o rapaz deduziu algo que até então só suspeitava, mas agora ele tinha certeza e sentia-se o cara mais sortudo do universo por isso. E o mais feliz também.

— Eu sou o terceiro. — afirmou Erik.

Isabel pensou em negar, mas, novamente aquela maldita partezinha dela que estava esperançosa em relação à Erik, a fez ficar ainda mais corada. E por fim, o que ela conseguiu dizer foi:

— Você parece feliz.

— Por que você finalmente está dizendo que gosta de mim? — indagou o rapaz, arqueando as sobrancelhas diante da observação óbvia que a garota fez. — Por que eu não ficaria feliz?

— Talvez porque eu te contei o que aconteceu com os caras que se envolveram comigo. — articulou Isabel, tentando convencer Erik, e no fundo a si mesma, de que uma relação entre eles não daria certo. — Talvez porque eu te trouxe para esta droga de cidade, te envolvi nessa maldita caçada e agora o desgraçado do Freddy sabe quem você é. Talvez porque ele insinuou, no meu pesadelo, que virá atrás de você. Talvez porque se algo acontecer com você... A culpa vai ser toda minha. — acrescentou com uma expressão sofrida, enquanto Erik assimilava mais uma parte do pesadelo que ela havia contado, que Freddy tinha o ameaçado.

Após um longo momento de silêncio, pensando em tudo o que aconteceu desde que conheceu Isabel, no que sentia quando estava perto dela e nas coisas que ela havia dito, Erik articulou:

— São muitos talvez, quando o que importa é a certeza que eu sinto.

— Erik... — disse ela, tentando impedí-lo de prosseguir.

Mas, a nephilim não conseguiu, porque esqueceu completamente o que falaria assim que Erik segurou a sua mão, olhou em seus olhos e declarou:

— A certeza de que você vale todos os riscos, Isabel.

Certo. Por essa, ela não esperava. E por não esperar aquela reação de Erik, Isabel ficou completamente muda e imóvel, incapaz de esboçar qualquer sinal de que tinha o compreendido.

Seria tão mais fácil se ele simplesmente tivesse desistido dela naquele momento. Se levantado, deixado o quarto, aquela pousada e ido embora de Springwood. Quem sabe Freddy Krueger o deixasse em paz, já que espíritos, geralmente, se apegam a um lugar?

Ela, Rachel, Henry, Tony e Emily não podiam abandonar Springwood porque eram caçadores e estavam ali para resolverem aquele caso, mas Erik não tinha por que continuar ali. Ele não precisava ter se envolvido. Ele nem era um caçador.

A princípio, Isabel queria protegê-lo dos prováveis demônios que estavam o perseguindo, já que Erik era descendente de Samuel Colt e havia indícios de que estava em perigo. Mas, o que adiantou mantê-lo por perto, quando agora ele podia ser a próxima vítima do espírito de um psicopata que ataca as pessoas durante o sono?

Isabel devia mandá-lo embora. Devia levantar dali, puxá-lo pela mão e expulsá-lo do quarto e de sua vida. Mas, novamente, ela hesitou. Por causa daquela parte, cada vez mais forte dentro de si, que queria Erik Colt por perto.

Isabel ainda pensava no que dizer e no que fazer, quando ele olhou na direção da sua boca e pediu:

— Por favor, me diga que você está com aquela vontade de me beijar.

Qualquer relutância que Isabel ainda tinha desmoronou ao ouvir aquilo e ela não conseguiu conter um leve sorriso de concordância. Se convenceu de que Erik também valia todos os riscos. Além disso, Isabel estava disposta a fazer qualquer coisa para protegê-lo do perigo que era se envolver com ela.

O que Isabel não estava disposta a fazer era abrir mão do que estava sentindo por ele. Era tão mais forte do que das outras vezes em que se apaixonou, que ela não podia dar as costas para aquele sentimento. Não conseguiria, mesmo se quisesse.

Pensando desta forma, Isabel simplesmente assentiu com um meneio de cabeça e envolveu o rosto de Erik com uma das mãos quando ele se aproximou, enquanto a outra mão repousou no peito dele, bem na altura do coração, completamente acelerado.

Depois de trocarem um olhar por um longo instante, os dois fecharam os olhos simultaneamente. Isabel sentiu a mão de Erik em sua nuca, emaranhando os seus cabelos calmamente e lhe causando certos arrepios. Sentiu a respiração dele em seu rosto e se inclinou um pouco, procurando por seus lábios...

De repente, alguém abriu a porta do quarto e os dois se afastaram e se levantaram rapidamente, olhando na direção da entrada e vendo Tony e Rachel na soleira. Ela com a mão na maçaneta e visivelmente sem graça, notando que tinha interrompido algo, ele logo atrás.

— Isso já está virando um círculo vicioso, Boneca. — refletiu Tony, ao se lembrar de outro momento em que ele e Rachel interromperam o "casal" acidentalmente. — Eu falei para você bater na porta antes. — sussurrou no ouvido dela.

— O que está acontecendo aqui? — apesar de constrangida, Rachel não resistiu e teve que perguntar.

— Ah... — murmurou Erik, pensando no que responder, enquanto coçava a nuca.

— Nada. — respondeu Isabel, mas arrependeu-se em seguida, ao notar um brilho no olhar da amiga e um sorriso divertido em seu rosto.

— Nada? — repetiu Rachel, adentrando o quarto, cruzando os braços e arqueando as sobrancelhas. — Você percebe que falou exatamente como os seus pais agora?

— Sim, Rachel, eu sei disso. — assentiu a nephilim. — E eu não preciso que você me lembre que eles são dois...

— Coelhos? — completou a outra aos risos.

Isabel não resistiu e sorriu, achando aquilo engraçado, principalmente porque se lembrava muito bem de alguns flagras que deu nos próprios pais. Mas, ao pensar nos dois, ela sentiu-se desconfortável. E não com o fato de que eles se amavam demais. Era outra coisa.

Enquanto isso, Tony e Erik se entreolharam e depois perguntaram ao mesmo tempo:

— Do que vocês estão falando?

Isabel e Rachel trocaram um olhar cúmplice e, enquanto a nephilim ficava pensativa e sentia aquele desconforto se expandir, a outra deu de ombros e respondeu:

— De nada.

Após um momento de silêncio, tentando entender a conversa entre as duas, Tony desistiu, mostrou as sacolas que trazia e recomeçou:

— Bem, eu e a Boneca trouxemos mais café, energéticos e alguma coisa para comermos.

— Okay. — assentiu Isabel, caminhando na direção dele, pegando as sacolas e colocando-as sobre o balcão.

Logo Erik aproximou-se para ajudá-la e estranhou o fato de Isabel não ter olhado em seus olhos. Parecia que depois que Tony e Rachel entraram ali, alguma coisa tinha regredido entre eles.

Erik queria acreditar que Isabel só estava constrangida, mas na realidade, quando Rachel citou Mia e Castiel, a nephilim se deu conta de uma coisa: ela não havia contado nem metade da sua história para Erik. Não tinha lhe contado o que o seu pai era e, consequentemente, o que ela era.

Isabel também não contou para Erik a verdade sobre Samuel Colt. Portanto, não estava sendo cem por cento honesta com ele. E sem honestidade, como ela esperava que aquilo entre eles desse certo?

A ideia de que Erik não ia reagir bem quando soubesse que ela era uma nephilim era o que mais atormentava Isabel. Ao pensar sobre isso, ela estremeceu por dentro.

— Ei... Você está bem? — Erik decidiu perguntar, notando que a garota estava cada vez mais estranha.

Isabel parou de retirar os produtos de uma das sacolas e ergueu o olhar na direção de Rachel, que a olhava de volta do centro do quarto, visivelmente culpada por ter tocado no assunto do pais de Isabel.

Por fim, a nephilim deu a volta no balcão e avisou:

— Eu só preciso de um pouco de ar.

Erik a seguiu com o olhar, até que Isabel cruzou a porta e deixou o quarto. Em seguida, ele olhou para Tony e Rachel.

Antes que ele dissesse qualquer coisa, o irmão de Emily brincou:

— Você está com cara de quem está precisando de um pouco de ar também. Acertei?

O rapaz lhe lançou um sorriso amarelo, tentou disfarçar e conter aquela vontade incontrolável de ir atrás de Isabel. Mas, não conseguiu.

Quando deu por si, Erik já estava saindo do quarto também.

Em algum lugar longe dali...

Henry dirigia por uma estrada e Emily o observava discretamente, enquanto pensava no passado, quando os dois se conheceram na dimensão do Slender Man, e no presente, com aquele reencontro e aquela caçada a Freddy Krueger.

A ruiva começou a pensar que Henry era tão corajoso hoje como foi naquela época. Em seguida, ela se convenceu de que não, de que ele era mais corajoso agora, já que tinha amadurecido e se tornado um grande caçador. Além de ter se tornado um homem muito bonito, é claro, com um olhar penetrante e um sorriso capaz de fazer a garota mais recatada ter pensamentos impróprios.

Em dado momento, Emily se pegou sorrindo levemente e tendo os tais pensamentos apenas por imaginar Henry sorrindo para ela. Então a caçadora achou melhor mudar o foco de sua visão, voltando-se para a janela lateral, se concentrando na paisagem e afastando aqueles pensamentos.

Instantes depois, ela bocejou um pouco. Encostou a cabeça no vidro e ficou olhando para um ponto qualquer do horizonte, enquanto suas pálpebras pesavam. Pesavam cada vez mais. E mais.

Por fim, ela fechou os olhos e respirou fundo. Inevitavelmente, começou a cochilar.

— Emily...

Uma voz masculina sussurrou o seu nome, e ela se mexeu um pouco no banco. Abriu os olhos e fitou Henry, que estava bem concentrado na direção.

Convencida de que ele não tinha lhe chamado e que, provavelmente, tinha imaginado aquilo, Emily fechou os olhos novamente. Ela sabia que era arriscado dormir, já que aparentemente Freddy Krueger estava caçando todos eles, mas sentia-se tão cansada. Não dormia há quase vinte e quatro horas. Por isso, o sono acabou sendo mais forte e a ruiva voltou a chochilar.

— Emily...

Aquela voz de novo. Grave, ameaçadora, sussurrando:

— Emily...

Mais firme e perto dela. A ruiva se mexeu no banco.

— Emily.

Novamente. Mais perto. Ameaçadora. Seguida por uma gargalhada rouca.

Emily abriu os olhos e virou-se na direção de Henry. Mas, para sua surpresa, não era ele que estava no banco do motorista. Era outra pessoa. Outro homem. Com a pele totalmente queimada. Derretida em alguns pontos. Um chapéu preto. Um suéter, de listras vermelhas e pretas, chamuscado em alguns pontos.

Mas, o que mais chamou a atenção de Emily foram as lâminas na luva que ele usava na mão direita. A mão que arranhava o vidro da janela frontal, descendo pelo painel e fazendo um ruído fino e incômodo, enquanto a outra mão segurava o volante e guiava o carro no meio de uma forte e repentina tempestade de sangue.

— Eu gosto de ruivas. — disse Freddy, antes de virar-se na direção de Emily com um movimento rápido, erguendo a mão para atingí-la em cheio com aquelas lâminas.

Emily se protegeu, colocando os braços na altura do rosto e gritou. Gritou o mais alto que pode. Gritou de medo, de terror, de surpresa, de pânico. Se debateu.

Acordou com Henry a olhando assustado do banco do motorista, onde se encontrava.

— Ei! O que aconteceu? — indagou o caçador, assustado com aqueles gritos e preocupado com o que podiam significar.

Atônita, Emily olhou em volta, procurando pelo homem queimado, tentando entender o que tinha acontecido e, aos poucos, se convencendo de que aquilo tinha sido um pesadelo. Não qualquer pesadelo, não com qualquer homem. Tinha sido real e era ele. Freddy Krueger.

Com a respiração ofegante e o coração acelerado, ela observou Henry guiando o carro para o acostamento.

Depois que parou o veículo, o caçador estreitou o olhar na direção dela, visivelmente preocupado, e pediu:

— Por favor, não me diga que você pegou no sono e...

— Eu o vi. — interrompeu Emily, ainda muito assustada e engolindo em seco. — Eu vi o Freddy! A Isabel está certa! Ele está nos caçando! — despejou aflita, enquanto Henry mantinha o olhar sobre ela, mas não conseguia pronunciar uma palavra sequer.

Parecia que a história estava se repetindo. Primeiro o Slender Man, e agora esse tal Freddy perseguindo Rachel, Isabel e... Emily? Sua prima, sua amiga e... A sua Emily?

Henry estava imóvel por fora, mas por dentro a raiva em relação àquele maldito espírito crescia e se alastrava, junto com uma ponta de medo. Medo de não conseguir vencer aquela coisa, medo de não conseguir proteger as três. Medo.


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Notas finais do capítulo

E agora? Quem poderá nos defender?

Ahahahah gostaram do capítulo? Em breve tem mais!

Ah! Eu falei para uma leitora que da próxima vez que Isaberik fossem se beijar, ninguém ia interromper, mas tinha me esquecido completamente da interrupção neste capítulo. kkkkk Sorry.

Mudando de assunto, TCHAN TCHAN TCHAN TCHAAAAAAAAN! Depois de muito choro (oi?) e crises existenciais (cuma?), finalmente tomei coragem e comecei uma fic envolvendo o seu, o meu, o nosso, deus da trapaça, asgardiano divo, Loki!

Quem quiser dar um confere e me deixar happy: http://fanfiction.com.br/historia/598598/Trapacas_do_Destino/



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