Users: O Portal do Limbo escrita por VoidWitch


Capítulo 2
Parceria


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Bem voltarei a me comprometer mais com as minhas fics, mas demorarei um pouco, pois agora eu estudo integral, mas me dedicarei muito a essa fic pois amo essa historia que criei com carinho e que fez eu ficar saltitando pelo meu quarto.



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Savana POV on

Nunca me senti em uma situação tão esquisita, me ajeitei de novo na cadeira que era excessivamente estufada e passava de novo o olho no cômodo, é uma sala fenomenal, tinha uma pintura pastel de branco e azul e era acarpetado e tinha uma mesa de centro que ficava no meio rodeada por um sofá e duas poltronas e na frente uma enorme lareira que muito em cima estava a TV de tela plana.

Estava encarando a mulher a minha frente, ela bebericava o chá delicadamente – Gostou do chá? – Falou abrindo os olhos safiras me fitando e fazendo-me sair dos meus pensamentos – S-sim! – Falei da boca para fora encarando o chá que percebo que a xicara estava tremendo, agora percebo que EU estava tremendo.

– Hahaha – Ri delicadamente – Sei que você deve estar um pouco nervosa eu também estou, é incrivelmente raro encontrar outro usuário, principalmente de demônio. Mas então querida Savana, há quanto tempo começou a caçar? – Pergunta demonstrando total interesse

– Uma semana – Ela arregala os olhos, era algo tão estranho assim?

– É um tanto curioso você fugir dos seus poderes por tanto tempo, você deve ter uma enorme força de vontade – Falou descruzando as pernas e cruzando-as de novo – Eu comecei com 7 anos.

– De-desculpe mas... Quantos anos você tem?

– Tenho 14 anos – Fala simplesmente, 14 anos! Ela era bem mais alta que eu, tinha pelo menos 1,69 ou 1,72 de altura – Sei que não aparento muito, mas parece que não temos tanta diferença de idade.

– Podemos sair desse assunto maçante de coleguinhas? – Fala uma voz que até o momento era desconhecida, tinha um tom de superioridade e perigosa, mas o mesmo tom de poder que sinto na voz de Walter, viro meu rosto para a esquerda e avisto uma mulher de pelo menos 16 ou 17 anos, ela tinha olhos rosas e cabelos ruivos encaracolados que desciam até seus ombros, ela usava um vestido vermelho sangue e usava salto alto, suas unhas eram pintadas de roxo e era bem bonita – Vocês poderiam ir direto ao assunto.

– Isis, seja educada – Repreende a garota – Desculpe, como você deve saber, eles são um pouco mal educados.

– Eu sei – Falo sorrindo, entendo como é tendo o Walter convivendo comigo, sei que não é fácil.

– Ei mal saio e já falam mal de mim? – Fala o ser aparecendo do meu lado

– Mas a Isis está certa, Savana, tenho uma proposta para você – Fala Irene largando o chá na mesa e me olhando séria, sua expressão mudou muito antes delicada agora tinha um olhar de gato esperando uma presa... Não... Uma cobra.

– Que tipo de proposta?

– Escute, como você sabe, existem poucos usuários hoje em dia, e os Devoradores estão cada vez piores eu queria ter uma parceria com você

Espera, eu ouvi direito? Uma parceria? Era só o que faltava, eu não gosto de ser uma caçadora, eu não gosto de nada disso e ainda tenho de aguentar outra me chamando para uma parceria... Eu admito que pensei que talvez ela quisesse ser minha amiga, mas no final é tudo por interesse – Não – Murmuro

– Não? – Continua me fitando – Por que não?

Levanto-me bruscamente – Olha, eu não gosto de ser uma caçadora, eu só aceitei o contrato por não ter mais escolha, eu vivo sozinha, não tenho amigos, desaponto minha família e arrisco minha vida lutando. Eu admito que quando eu te vi... Quando você me convidou para vir a sua casa, eu pensei... Ao menos por um momento que você quisesse ser minha amiga – Me dirijo a porta murmurando um “Tenha um bom dia” e me retiro.

As ruas da Califórnia são bem brilhantes à noite, tão brilhantes quando desertas não preciso me preocupar com pessoas me encarando, só de chegar a minha casa.

Cego em casa e vou direto para o meu quarto, meu quarto era nada de interessante para ser exata. Era de uma cor azul escuro, pois eu amo o mar, tem três janelões com cortinas azuis escuras, ele é bem espaçoso – Cabe um time de futebol dentro – Tem dois sofás e uma TV, minha cama com a mesa de cabeceira com alguns livros e meu despertador, nove armários embutidos – Que eu acho um exagero – E o banheiro.

Me jogo no sofá ligando a TV, quero me esquecer do que aconteceu hoje, foi tudo tão maluco.

– Às vezes eu queria que isso fosse tudo um sonho – Murmuro para mim mesma

– Você sabe que não é – Se menciona Walter – Por que continuar se torturando com ideias falsas? – Completa

– Porque ainda é difícil aceitar

– Você acha mesmo que devia ter recusado? – Pergunta serio, não gosto quando ele fica serio, pois eu sei que são assuntos perigosos que na maioria das vezes sobre minha morte.

– Eu já tomei minha decisão, quanto menos eu mergulhar nesse mundo melhor.

– Savana... Você tem de crescer, tem de parar de fugir disso, você já está incluída nisso, e você sabe que precisa de ajuda. Hoje você quase morreu! Na próxima... Não terá tanta sorte – Ele tinha uma feição raivosa no rosto – Faça como quiser – São suas ultimas palavras antes de sumir.

Levanto-me brava e me direciono ao banheiro jogando minhas roupas pelo caminho, entro no box e deixo a água cair no meu corpo relaxando meu músculos – Crescer... – Murmuro olhando para minha mão – Ele tem razão... Só... É tão difícil de aceitar – Pisco meu olhos que queimavam tentando segurar as lagrimas.

Sai do banheiro e deitei-me diretamente. Tentei ler, assistir TV, mexer na internet, nem dormir eu conseguir. Sentia tanta coisa voando em minha cabeça; “Eu queria ter uma parceria com você”; “Cresça!”; “Você já esta nisso”; “Não podemos sozinhas”. Tudo se misturava na minha cabeça como tinta, logo senti meu despertador tocando, não consegui dormir nada, não paro de pensar nas palavras da Irene e do Walter.

Meus pais perceberam que tinha algo errado comigo, eu estava muito quieta naquela manhã e meu olhar era muito vago, mas eles decidiram não se meter. Tenho raiva, por que eles eram assim? Por que parecem não se preocupar?

Sai de casa e me dirigi à escola, fiquei sentada no meu lugar escutando musica até a primeira aula começar. Eu sentava no final da sala no canto direito perto da janela. Era aula de matemática com a professora Camila, ela era muito legal, uma mulher que aparentava estar perto de seus 25 anos, tinha pele cor de cappuccino e cabelos castanhos com mechas loiras, não era magra nem gorda e alta. Ela entra na sala com sua expressão de felicidade e falando “Bom dia jovens” como ela sempre fazia arrancando algumas gargalhadas dos alunos.

– Bem crianças hoje queria apresentar uma nova aluna, por favor, entre querida – Fala para a porta onde entra uma garota que eu conhecia muito bem.

– Prazer, meu nome é Irene Landon – Diz a mesma se curvando, não posso acreditar, ela me perseguiu? Essa menina é maluca? Como descobriu onde eu estudava?

– Bem senhorita Irene pode sentar perto da Savana – Aponta para a cadeira vazia ao meu lado

A morena andou apressadamente ao lugar apontado e onde passava arrancava murmúrios do tipo “Que gata” ou “Ela é linda”- Realmente irritante- Ela senta do meu lado e pega o livro de matemática na bolsa que era de uma marca famosa se não me engano o nome era Colcci.

Começo a fazer a tarefa da professora sentindo os olhos dela em mim, ela me dá arrepios, viro a fitando. Ela realmente estava me fitando, percebo ela se encolher um pouco ao olhar bem no fundo dos meus olhos, mas depois voltando à expressão de uma garota de vitrine. Sinto algo caindo no meu braço, era um bilhete escrito Irene.

“Você deve estar pirando né?” – Estava escrito no bilhete, respondo tensa e jogo para ela.

“Por que diabos você veio para cá?” – Ela escreve algo soltando uma risada pelo nariz discreta e joga de volta.

“Eu não desisti de você” – Sinto meu rosto esquentar, era a primeira vez que alguém falara algo assim para mim, jogo o papel de volta.

“Por que você quer tanto assim ter uma parceria comigo?” – Percebo o rosto dela ficar serio e ela começa a escrever, demora um tempo até eu sentir o papel na minha mesa.

“Olha, eu vi você lutar, você TEM talento, entendo que não queria entrar nesse mundo, mas você JÁ entrou. Não posso te deixar sozinha, achei você uma pessoa legal, te considero uma amiga já, eu gosto de você” – Fiquei estática lendo o papel, segurei a caneta tremendo respondi e joguei para ela

“Nós vemos no telhado” – Ela fez um positivo com o polegar e assim foi.

O dia passou se arrastando, eu olhava o relógio a cada minuto esperando tocar o sino do final do terceiro tempo e começar o intervalo, quando o sinal tocou eu senti meu coração pular. Irene estava cercada por garotos tentando algo com ela e meninas falando o quanto ela era linda e qual shampoo ela usava.

Aproveitei e me dirigi até a loja onde comprei algo para beber e algumas coisas para comer eu estou morrendo de fome! Fui até o telhado e a esperei enquanto comia – Você corre o risco de engordar com toda essa comida – Fala uma voz que eu conheço – Você é bem corajosa – Senta do meu lado

– Não ligo para isso, do jeito que eu sou magra eu até que precisava – Falei mordendo um pedação do meu salgado – Mas então, o que esta achando da escola?

Ela revirou os olhos – Professora de matemática muito divertida, os colegas de classe falsos e interesseiros, você: Adorando a cada minuto – Fala a ultima parte com uma voz divertida

– Você realmente quer ser minha amiga?

– Claro, e também sua parceira – Fala pegando da bolsa uma barra de cereal e uma garrafinha térmica – Quer beber um pouco? – Pergunta me direcionando a garrafinha

Cheiro o conteúdo e faço careta – Isso é vodca! – Exclamo alto assustada – Você bebe? E ainda por cima na escola?!

– Sim, qual o problema? – Pergunta achando nada de mais

– Isso é errado!

– Pois é, acho que essas coisas me atraem, mas então aceita?

A encaro. Eu realmente quero fazer isso? Entrar nesse mundo de cabeça... Abandonar minha vida normal? Mas logo me lembro, eu já estou nisso e minha vida nunca foi normal – Quero

Ela sorri, um sorriso vitorioso, mas coberto de felicidade – Que bom! – Fala quase gritando de felicidade – Mas sem delongas... Tenho uma caçada hoje para nós

– Foi tão rápido – Falo desapontada, incrível como minha vida é cheia de reviravoltas emocionais.

– Me encontre hoje à noite no caís hoje a meia-noite – Fala bebendo o conteúdo alcoólico da garrafinha.

– Anda tendo problema no caís?

– Dois homens desapareceram só nessa semana, coincidência? Acho que não – Diz mordiscando um pouco a barra de cereal

Então temos de dar um jeito nisso! – Digo me levantando e arregalando os olhos, era a primeira vez que eu estava tão determinada com essas coisas.

Ela solta uma risadinha e segura minha mão – É assim que se fala! – E voltamos a comer e conversar sobre a nossa caça de meia noite.

***

Estava usando uma saia preta com uma correntinha e uma blusa de moletom e botas pretas, meus cabelos estavam nas minhas tradicionais marias-chiquinhas.

– Você esta legal! – Elogia Irene atrás de mim, ela estava com uma calça de couro e botas, uma blusa com decote “V” azul e os cabelos estavam soltos e um pouco rebeldes.

– Ainda não consigo aceitar que aquela garota elegante é essa coisa rebelde – Falei com um sorriso de canto

– Aceite, e como uma coisa fofa e tímida é gótica? – Contra argumentou

– Touche – Falei rindo – Mas então como vai ser?

– Pelo que me informaram esse píer, está sendo usado por um Devorador para atrair pessoas. O que acho ridículo, pois fala serio, que pessoas viriam aqui por livre e espontânea vontade? – Disse com uma cara de “Fala serio”

– Bem, acho que marinheiros ou pescadores? – Propus

– Uma coisa velha dessas?

– Ok, mas como você tem certeza de que eles estarão aqui?

– Eles vão estar, mas até lá, é melhor cobrirmos a área para que não ajam visitas indesejadas – Concordo com um gesto de cabeça e começamos a andar juntas ao redor. Walter foi a contra gosto junto de Isis, acho que eles não gostam muito um do outro.

– Irene, você mora sozinha naquela casa?

– Sim, quando eu concordei em ter um pacto com a Isis, meus pais acharam melhor eu morar sozinha para eu não manchar o nome da família

– Que pais bondosos né? – Falo com bastante ironia

– Famílias ricas são assim, constroem uma reputação e até abandonam filhos para não a mancharem – Fala com o olhar distante para o horizonte

– Uma reputação é dura de construir, mas com um simples gesto ela é destruída – Falo pesarosa. Ela olha para mim com um sorriso.

– Acho que esta certa, fico surpresa que saiba de uma coisa dessas, você é tão...

– Brega? – Opino a cortando

– Iria dizer certinha, mas deixando de um jeito informal. Sim você é brega – Afirma arrancando uma risada de ambas.

– Acho que não vai vir nenhum mundano nos incomodar na luta – Fala depois de uma curta caminhada

– Mundano? – Pergunto

– É como chamamos pessoas que não tem habilidades como as nossas – Fala tocando na sua braçadeira de cobra.

– Sua braçadeira/chicote, é bonita – Falo olhando para ela que faz uma careta e começa a rir me deixando com cara de tacho – Qual a graça?

– Querida, isso não é uma braçadeira, é um bracelete

– Fala serio! Agora vai querer me dar dica de moda – Sai do local pisando forte e ouvindo-a me seguindo ainda gargalhando

Depois de uma longa caminhada e ela finalmente ter parado de rir ficamos sentadas visualizando os incontáveis barcos divididos pelo píer e a água do mar escurecida.

– Esta sentindo isso? – Pergunta Irene fitando o mar, me levanto e vou até ela e vejo a água ficando um pouco turva e vibrar ao redor saindo algumas bolhas – Está vindo – Fala ficando com o olhar de predadora, seu bracelete de cobra começa a se mexer e rastejar por seu braço até sua mão e sinto a minha bolça com a adaga aparecerem na minha perna.

Me aproximo cuidadosamente da beira do píer ate que acontece rápido demais, sai quatro sombras do mar e sinto ser puxada pelo chicote de Irene e garras investem contra a mesma dando apenas tempo de Isis soltar de suas mãos uma corrente elétrica afastando a criatura, me viro conseguindo fita-los, quase engasguei com minha própria saliva até hoje eu tinha os visto apenas como parasitas presos em cascas humanas sem vida fingindo que coexistem com a humanidade até ter a presa perfeita, mas eles são diferentes até como o daquela noite, eles tinham 1,80 pareciam sapos de cor verde e manchas azuladas, não podia ver olhos só tinham bolhas vermelhas enormes na sua cabeça e andavam de duas pernas e suas garras chegavam a ser tão compridas quanto as da minha adaga.

A saquei rapidamente ficando em posição de defesa e o primeiro investiu contra mim e defendi com minha adaga a investida com suas garras e com as mesmas defendi a outra estocada com as garras da outra mão e joguei-as para baixo e virando a adaga para cima dando um corte vertical o cortando no meio. Olhei para o lado a ponto de ver Irene segurando a mão de um deles e o jogando contra o outro e dando três investidas com seu chicote fazendo cortes na criatura e a mesma investiu contra ele e com um giro conseguiu não só bloquear o ataque quanto atordoa-lo e aproveitando o giro deu inúmeras investidas dando vários cortes no monstro até a besta cair no chão aparentando estar morta.

Escuto um grito e vejo outro vindo contra mim e Walter defende com sua espada feita do mesmo material de minha adaga – Savana! Não perca o foco – Ele grita me arrancando de meus devaneios.

– Desculpe – Falo investindo a sua esquerda e acertando a criatura na cabeça e saindo um pequeno jorro de sangue e Walter dá um golpe de misericórdia o cortando no meio – Vou me manter mais centrada.

Não consegui ver Irene ou Isis só conseguia me preocupar com criatura na minha frente e Walter me dando cobertura, a luta corria sem problemas e até que um pouco fácil demais quando percebi Irene tinha matado o ultimo.

– Acho que acabou – Fala secando o suor na testa

– Não acham que estava fácil demais?

– Nem sempre tem de ser difícil Savana

– Mesmo assim... Por que algo assim aconteceu tão rápido e acho que tem um enorme buraco no sequestro das pessoas.

– Como assim? – Pergunta Irene se aproximando

– Não acha que talvez isso seja para chamar nossa atenção?

– Por que acha isso? Tem certeza que não está alucinando? – Pergunta Isis

– Por que eles deixariam algo tão obvio assim? Por que eles não fariam nada para disfarçar se não fosse para chamar a atenção de alguém?

– Agora que você falou, aqueles demônios são míseros servos, só servem para servir alguém mais forte – Complementou Walter

– Mas por que fariam isso? – Irene me pergunta, quando eu iria falar vejo uma sombra se mexer e me jogar contra um dos compartimentos de ferro onde levam cargas, a sombra se gruda em mim com força e vejo olhos vermelhos brilhantes me fitar e laminas entrarem nos meus pulsos e sugarem meu sangue.

Tentei me soltar de alguma forma, mas ele era muito forte até que o ouço sibilar – Usuária de demônio... Iniciante... Não é ela...– Só isso que consigo ouvir até ele ser atingido pelo chicote de Irene, a ultima coisa que pude ver foi a sombra fugindo e os braços de Walter até tudo escurecer.


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Notas finais do capítulo

Tentarei postar ao menos uma vez por semana. E espero o apoio de todos nessa fic



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