Aftermath escrita por IgorPaulino


Capítulo 14
Manneuver


Notas iniciais do capítulo

Olá, meu nome é Igor, e sou o criador do Aftermath. Este é meu projeto que venho desenvolvendo há meses, e pretendo engrandecê-lo e um dia expandí-lo pra outras plataformas (jogos, livros, produções audiovisuais). Agradeço aos que leram, e caso se interessarem pela trama poderão acompanhar também pelo blog, cujo link estará nas notas finais. Obrigado a todos, e boa leitura =)



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Por dois dias e duas noites seguimos a cauda vermelha deixada pelo portal. No final do terceiro dia o rastro quase já não era visível, e à noite o perdemos completamente. Tentamos seguir a mesma direção, mas a estrada ia para um lado e para o outro, e logo nos perdemos.

–Temos que continuar indo para o leste – dizia Eva. Ela tinha uma enorme pressa para voltar ao Limbo e ajudar Lucy e Lee.

–Perdemos o rastro, Eva – eu já não tinha o mesmo entusiasmo que ela. – É bem possível que não conseguiremos voltar.

No meio da estrada, não víamos nada para os lados além de floresta; nada víamos para cima também, pois era na lua crescente a luz era escassa; o caminho adiante era escondido pelas curvas e esquinas. Só restava seguirmos em frente e contar com a sorte.

Meus pensamentos fizeram daqueles os momentos mais solitários da minha vida, mesmo com Eva ao meu lado. Já não tinha minha mãe, irmão ou pai. Nossos amigos vikings não sobreviveram à traição de seus aliados. Agora, meu único amigo desde então está morto. Ou não. Sei lá. Talvez Luke esteja vivo, e eu só precise me agarrar a essa ideia. Mas eu gostaria de um sinal pra nos manter incentivados a continuar.

Não demorou para que o sinal aparecesse. Após dezenas de curvas na estrada, pegamos uma grande reta que revelou uma montanha gigantesca no horizonte. Na calada da noite, era apenas uma silhueta monstruosa, mas no seu topo havia um forte clarão vermelho.

–Erick não quis facilitar mesmo – disse Eva. – No topo de uma montanha?

–Tomara que seja mesmo o portal. Minhas costas doem de tanto pilotar a moto. Além disso, faz um tempão que não passamos por um posto de gasolina, e logo ficaremos sem combustível.

Alguns quilômetros depois, e muitos antes de alcançar a montanha, o combustível finalmente acabou e só então reparei nos pneus completamente desgastados. Continuamos a viagem a pé, mas logo avistamos um vilarejo na base da montanha, à direita. Haviam luzes, sons, pessoas. Havia vida.

Entre a cidade e a montanha, existiam quatro enormes fendas cavadas no chão. Uma era gradativamente maior que a outra em espessura, mas todas tinham mais ou menos o mesmo comprimento. A primeira fissura ficava ainda no corpo da montanha enquanto as outras maiores ficavam no campo logo em seguida.

–Acha que devemos ir pra lá antes de subir? – Eva perguntou.

–Acho. Não temos fôlego nem luz suficiente pra escalar uma montanha. Vamos procurar abrigo, e amanhã seguimos com o plano.

–Tenho medo, Isaac – ela parou por um instante. – E se elas morrerem?

–Elas não vão morrer. São fortes, e conhecem o Limbo como ninguém. Além disso, Lucy já escapou da morte uma vez. Duas, tecnicamente. E ela conhece Erick e seus ataques.

O sol raiava sua primeira luz quando contornamos a pequena muralha de madeira, pedra e tijolos até chegar ao portão, que era guardado por meia dúzia de homens armados com rifles. Dois deles se aproximaram para nos recepcionar.

–Parados aí – disse o primeiro, apontando o rifle para nós. Era um sujeito forte, branquelo e cabeça raspada. – Quem são vocês?

–Meu nome é Isaac, e esta é minha... – olhei para Eva, que fez um gesto de aprovação com a cabeça e segurou minha mão. – Esta é minha namorada, Eva. Estamos na estrada por dias, e queremos descansar.

Assim que disse, um dos homens que estava em cima da torre de vigia largou seu posto e não voltou a aparecer.

–Pete foi chamar o Chanceler. Ele vai dar permissão para vocês entrarem, ou não. Depende de como vai responder as perguntas.

Esperamos alguns poucos minutos, até que o portão deixou-se abrir uma brecha. Dela saiu um sujeito de camisa social branca, surrada e desbotada, com uma calça jeans e o cabelo jogado para os lados. Lembrava muito Jacob, que agora descansa em paz.

–Isaac e Eva, não é? – ajeitou as mangas arregaçadas nos braços. – Eu sou o Chanceler, e farei algumas perguntas pra vocês. Aí decidirei se vão ou não entrar na minha cidade. Peço que entendam que, caso negada sua entrada, vocês serão executados bem aí onde estão. Não podemos correr o risco de deixar pessoas ruins espalharem por aí nossa localidade.

Maldito, sabia que tinha algum truque. De qualquer forma, não há nada com o que se preocupar. Somos boas pessoas, e caso o pior aconteça, eles não sabem quem somos. Podemos escapar dos tiros facilmente com meus poderes.

Eva me segurou aflita pelo braço.

–Relaxe – eu a confortei. – Eu cuido disso.

–Então – prosseguiu o Chanceler. – Primeiro, quantas pessoas mataram?

–Muitas – eu respondi com firmeza. – Não sei a quantidade.

–Segundo – prosseguiu novamente. – Se arrepende de ter matado?

–Sim e não. Uma vez matei... Uma pessoa sem querer. Fora isso, matei outros para proteger a mim e aos meus amigos.

–Terceiro, mataria de novo?

–Não tenho gosto pela morte, mas se for pra me defender, mato sem hesitar.

–Ótimo – o Chanceler disse sorrindo. – Precisamos de mais gente como vocês. Podem entrar. Abram o portão!

Com os portões abertos, entramos na cidade. Para nossa surpresa, havia muita gente lá. Dezenas de cidadãos somente na entrada, e a cidade se estendia em direção à montanha.

Seguimos o Chanceler até o primeiro estabelecimento, uma espécie de estufa incrivelmente cheia de plantas em seus vasos onde um velho simpático tratava-as com o regador.

–Bill! Estamos entrando! – gritou o Chanceler.

–Bom dia, senhor Chanceler – o velho respondeu com uma voz cansada e rouca. – Estava cuidando das hortelãs, creio que mês que vem já teremos chá pra cidade toda.

–Bill, estes são Isaac e Eva, são novos na cidade. Se não estiver muito ocupado, queria pedir que mostre tudo a eles.

–Oh sim, vai ser um prazer – o velho era meio corcunda e bastante magro, e usava suéter de lã. – Isaac, é muito bom lhe conhecer – ele disse com um aperto de mão. – E essa moça bonita, Eva? É um prazer conhecê-la. – disse enquanto beijava a mão de Eva.

–É muito gentil, senhor.

–Por favor, me chamem de Bill. Prefiro não lembrar que passei dos quarenta.

–Então vou indo – despediu-se o Chanceler. – Tenho coisas pra fazer na corte.

–Até mais tarde, Chanceler – disse Bill. – Eu sou o boticário, cuido das hortas, plantas e afins. Se precisarem de chá ou algum remédio natural, é a mim que devem vir. Pois bem, vocês estão na cidade de Manneuver. Construímos tudo rapidamente depois que as catástrofes começaram. Já sabíamos que tempos perigosos chegariam, então escolhemos um lugar estratégico que afugentaria as pessoas.

–Na base da montanha? – eu perguntei.

–Montanha? Não, não, aquele é o Sarkany, nosso vulcão.

–Vulcão?! – eu disse, indignado. – Como podem construir sua cidade do lado de um vulcão?

–Não se preocupe, é isso que queremos que as pessoas pensem. Uma cidade do lado de um vulcão está destinada a ser destruída. Mas nós sobrevivemos. Temos trincheiras cavadas bem fundo a fim de segurar a lava caso o Sarkany entre em erupção.

As trincheiras... agora me lembrei, eu as vi mais cedo. Realmente é um bom plano. Ninguém quer tomar uma cidade à beira de um vulcão, e tudo que eles precisam fazer é manter as trincheiras.

Pelo resto da manhã, Bill nos acompanhou pela cidade nos apresentando ao pessoal. Comerciantes, artistas, religiosos... Tinha de tudo em Manneuver. Um resquício da sociedade intocado pelo caos do apocalipse.

...

Já era noite quando eu e Eva passeávamos pelas ruas de paralelepípedos da cidade. A lua repousava no topo do Sarkany enquanto os grilos e cigarras festejavam a noite. O Chanceler havia cedido para nós uma casa próxima ao muro nordeste de Manneuver, opostamente ao vulcão. Eram quatro quartos, um banheiro e uma sala de estar ao lado da cozinha. O pequeno jardim tinha um gramado pálido que contornava a casa até os fundos, tocando o muro. Mas a essa altura, já estávamos mais de cinco quadras de distância ao sul.

–Acha que devemos contar pra eles sobre nossos poderes, Isaac? Talvez sejamos mais úteis pra eles assim.

–Talvez, mas vamos manter as coisas em segredo por enquanto... Vamos esperar pra ver qual é a dessa cidade.

–Tudo bem. E quando vamos voltar para o Limbo?

–Vamos dormir essa noite, e amanhã escalamos a montanha.

–Vulcão – Eva corrigiu. – Sabia que a tradução de Sarkany é dragão? Ouvi alguém dizendo isso na rua.

–Faz sentido. Só espero não acordar o dragão.

A conversa foi interrompida por um barulho brusco que quebrou a tranquilidade da noite. Sons parecidos com tapas e gritos abafados vinham através da meia-luz da lua entre os becos. Eva e eu corremos para a escuridão procurando seguir o som da forma mais silenciosa possível.

Atrás de uma espécie de lanchonete fechada há algumas horas, duas silhuetas lutavam violentamente, uma delas tentando se desvencilhar da outra que segurava uma pequena lâmina e tapava-lhe a boca. Era uma tentativa de homicídio.

Surpreendemos o assassino saltando em sua frente, preparando uma investida. Ele largou a vítima no mesmo instante e fugiu pulando habilmente por cima do muro.

A vítima era uma adolescente, que havia caído no chão sem fôlego. Tossia tentando recuperar o ar, e Eva a ajudava a levantar. Eu corria atrás do assassino, e subia degraus negros pelo muro.

–Isaac! – Eva me chamou quando estava no topo do muro. – Vamos ajudá-la! Deixe esse imprestável pra depois!

Voltei para o chão assim como ela mandou. Realmente não era um bom momento para causar alvoroço. Poderiam até pensar que atraímos bandidos pra cidade.

Levamos a pobre garota para o hospital da cidade, onde só haviam dois médicos revezando os turnos para garantir um atendimento em tempo integral. O doutor do período noturno prontamente nos atendeu e após o tratamento a deixou na sala de repouso.

–Nada muito grave – ele disse. – Sofreu algumas lesões no pescoço e nos braços, e um pequeno corte na bochecha. Provavelmente feito por uma faca de açougue.

–Que bom – disse Eva, aliviada. – Que sorte que chegamos a tempo.

–Seja lá o que aconteceu essa noite, vocês salvaram uma vida. Meus parabéns.

–Então ela está liberada pra ir pra casa? – perguntei.

–Sim, mas devo pedir que vocês a levem, por precaução.

–Tudo bem, doutor – Eva concordou. – Muito obrigado por nos ajudar a essa hora da noite.

–Não tem problema. Não há muito trabalho por aqui, além de cuidar de um ou outro que chega na cidade. O último foi o rapaz ali, que encontramos nu na floresta uns dias atrás.

Olhamos pela janela da porta do quarto, seguindo a direção do dedo do médico. É ele, pensamos juntos. Era um milagre, só podia ser. Abrimos a porta do quarto e olhamos para nosso amigo. Luke estava ali, desacordado mas respirando.

–O que houve com ele? – perguntei, ofegante, ao doutor.

–Exatamente o que estão vendo – ele respondeu. – Encontraram-no desse jeito na floresta. Tratei eu mesmo os cortes dele, arranhões e feridas nos pés. A cicatriz no toco do braço é recente, mas está completamente fechada.

Uma lembrança pra vida toda de que as pessoas ficaram loucas, pensei ao olhar o meio-bíceps que Luke carregava no ombro. Malditos, todos eles. Malditos os Templários e a Ordem Negra. Queriam a paz de seu deus, mas pra isso criaram guerras entre os homens.

–Ele é nosso amigo – Eva explicou. – Cuidamos do braço dele, mas a febre ficou tão forte que... – antes que Eva falasse sobre como Luke virou fumaça, botei a mão em seu braço, e ela entendeu. Não era a hora de mostrar a verdade.

–Entendo – disse o doutor. – Bom, ele está bem melhor do que quando chegou. Estamos o alimentando com soro, e em breve terá forças pra levantar.

Naquele instante, a garota apareceu na porta do quarto.

–Vocês podem levar pra casa? Estou com sono...

–Eu a levo – disse. – Pode ficar, Eva?

–Claro. Te espero aqui.

Deixamos o hospital, a garota e eu, de volta à noite na cidade. Uma luz ou outra fugia de janelas das casas, e o frio começava a apertar. Sentia falta de um casaco.

–Meu nome é Isaac – disse para a garota. – Qual o seu?

–Adrienn. Obrigada por me salvar mais cedo.

–Não foi nada. Mas, Adrienn... Você sabe algo sobre o homem que te atacou?

–Ele é um vampiro! Tome cuidado, tem vários deles!

–Vampiros? Tem certeza?

–Absoluta, sim senhor!

–Tudo bem. Não se preocupe, vou te levar em segurança até sua casa. Você precisa seriamente dormir – essas crianças. Acham que tudo é fantasia. Não que não fosse possível num mundo como esse, mas por favor. Vampiros não existem.

Adrienn já estava em casa e eu retornava para o hospital tentando não tremer de frio quando os dedos gelados da noite acariciavam minhas costas. O soprar de minha respiração quente causava uma pequena quantidade de vapor que saía da boca. Tentava imaginar por que isso acontecia exatamente, quando notei que a poucos metros de mim estava a mesma figura que atacou Adrienn.

Vampiro, pensei ao ver suas vestes. Capa preta, capuz, botas, tudo da cor da noite. Uma corda grossa estava pendurada em seu pescoço, como se tivesse saído da forca. No manto, diversas marcas de mão pintadas em vermelho, talvez sangue, para amedrontar as vítimas. Ele se aproximou, e eu já estava preparado para lutar.

–Boa noite, irmão – disse o homem.

–Não sou seu irmão, assassino.

–Ah, mas é sim.

–Não tenho medo de você. Diga-me quem é você de uma vez.

–Foi como eu disse, Isaac – ele disse tirando o capuz. Mal pude acreditar no que via. – Sou teu irmão. Andrew Evans.

Sim, era ele. Mais de dez anos, e ainda tinha o mesmo rosto. Mas como foi parar ali?

–Venha, irmão, e vou te explicar tudo. Tive saudades de você – me envolveu com o braço, me levando para uma caminhada. – Encontrou o pai? Quando me ressuscitou com aquele livro, disse pra eu me esconder que ele me encontraria com você e a mãe. Mas ele nunca veio.

–Ele... Ele morreu, Andrew. Estava preso com um grupo terrorista...

–Ah... Que pena... Depois de tantos anos sem vê-lo, eu meio que esperava isso. Mas conte-me, como ele morreu? De fome? De tiro?

–Na verdade... Eu o matei. Foi um acidente...

–Você o quê? – Andrew pareceu ficar irado, e eu até fiquei com medo. Ele parecia diferente de antes. Ele estava fora de si. – Tudo bem. Te entendo, irmãozinho. Você o matou, mas antes disso não se esqueça que eu matei você e a mãe. Tá, não fui eu, foi aquele deus idiota... Mas eu vi tudo, Isaac. Foi como se eu tivesse feito, como se eu quisesse ter feito. Mas eu não queria, juro irmão, não quis te matar! Ou talvez quisesse naquele momento... Mas foi Thanatos quem me fez querer!

Ele está completamente louco, pensei.

–Não importa mais. O que passou, passou. Agora me diga o que está fazendo aqui atacando garotas indefesas.

–Veja bem, irmãozinho. Depois que o pai me ressuscitou, andei por aí durante dias até encontrar estes cavalheiros que gentilmente me acolheram e fizeram-me seu irmão. Não sei muito sobre eles, mas são boas pessoas. Veja bem. Você deve ter notado como o planeta está um caos, certo? Pois ele está. E o caos gera situações desesperadoras. Situações assim causam conflitos, e conflitos crescem até virar guerras. Você sabe como é, não sabe? Antes do apocalipse já era assim.

–Sei como é...

–Enfim. O meu ponto é, quer dizer, o ponto dos meus novos irmãos, é que as pessoas estão desunidas. A humanidade odeia a si mesma, irmãozinho. Isso é um fato. Agora vou lhe contar. Partimos da premissa de que “o inimigo do meu inimigo é meu amigo”. Alguém disse uma vez que a humanidade só se uniria se tivessem um inimigo em comum. E é aí que nós entramos. Somos os mártires que mantém as famílias unidas e as fazem aproveitar cada dia que vivem. Às vezes precisamos matar alguém, mas o que é um sacrifíciozinho perto de um bem maior tão importante quanto esse?

–Vocês são todos malucos, apesar de eu entender seu raciocínio.

–Não é meu, irmãozinho. Já estava lá quando cheguei. Eu também achei genial quando me contaram. Esse é o segredo pra sobreviver no apocalipse! Não depende de você, mas sim dos perigos à sua volta, que farão você ficar mais forte com o tempo!

–Que seja, você e sua seita de vampiros. Pra onde está me levando?

–Pra casa, irmãozinho. Pra casa.

Pulamos o muro e seguimos até uma caverna escondida sob as árvores da floresta. Sabia que não era uma boa ideia, mas não queria deixar meu irmão. Ele estava louco e precisava de alguma ajuda. Era muito estranho como ele ficou diferente. Provavelmente é a marca de Thanatos em seu corpo. Ele carregou a morte em pessoa.

Dentro da caverna, dezenas de outros homens, vestidos assim como ele, sentavam-se em bancos de pedra e comiam à mesa. Uma fogueira esquentava o lugar no fundo da caverna.

–Estes são meus irmãos, irmãozinho. Bem-vindo aos Filhos Esquecidos! Todos vocês, meus irmãos, saúdam meu irmãozinho de sangue que se junta a nós! Agora é meu irmão duas vezes, Isaac. Meu irmão de sangue e causa!

–Espere aí, seu maluco. Não vou me juntar a ninguém.

–Qual é, irmãozinho. Você viu nossas dores de mártir. Me abri pra te mostrar como é minha vida. Uma coisa é certa, toda sua vida é só uma migalha no tempo, tudo morre. Você precisa agir como se não houvesse amanhã. Você sentiu o espírito da coisa, agora tem que abrir a mente e deixar entrar.

–Não quero fazer parte de nenhum culto de vampiros. Você nem tem a decência de negar que são vampiros. Diga-me, vocês realmente bebem sangue ou coisa assim?

–Beber sangue? Mal gostamos de suco de tomate, imagine essa coisa nojenta com gosto de ferro. Mas não culpo as pessoas de acharem que somos vampiros. Venha comigo.

Me levou para uma sala esculpida na pedra, com uma enorme prateleira na parede repleta de jarros com sangue. Jarros grandes, talvez de dez litros.

–Você precisa de ajuda, Andrew. – eu precisava resgatar meu irmão daquela insanidade.

–Sim, eu preciso. Você vai me ajudar?

–Sim, eu vou.

–Então fique conosco essa noite, vamos comer e beber! Amanhã você será uma nova pessoa!


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Notas finais do capítulo

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Novos capítulos deverão sair semanalmente, não percam o próximo =)



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