Amnesia escrita por beabea


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Como prometido aqui está o segundo capitulo.
Não havera mais nenhum capitulo depois deste. A história termina aqui!!!!!
Fico imensamente feliz por não terem abandonado a fic e espero que deixem comentarios neste capitulo.
Leiam as notas finais pois estara aí a moral da história.
Kiss, bea



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"I wish that I could wake up with amnesia
Forget about the stupid little things
Like the way it felt to fall asleep next to you
And the memories I never can escape
'Cause I'm not fine at all"

Amnesia, 5sos

“-Tocas bem. - comenta uma voz feminina surgindo atrás de mim.

Olhei para trás tentando perceber se essa pessoa falava comigo, mas não encontrei nada quando voltei para a frente assustei-me ao ver uma morena a olhar para o violão que eu segurava

–Olá. - fala a morena subindo o seu olhar para o meu rosto e sorrindo.

Olhei confuso para a desconhecida tentando perceber se nós já nos conhecíamos de algum lado, mas as suas feições eram me completamente desconhecidas. Não era normal as pessoas virem incomodar-me quando eu estava a tocar por isso é que eu estava confuso.

–Falas? - questiona a morena sentando-se no chão ignorando a terra que cobria o mesmo, a sua expressão tinha se tornado séria agora.

–O quê?! - não consigo conter-me, talvez eu tivesse escutado mal a pergunta.

–Ah que alivio, por momentos pensei que fosses mudo e assim não podia conversar contigo. - declara a morena sorrindo novamente para mim.

Não consegui evitar franzir as sobrancelhas para a morena, ela era a primeira pessoa que eu conhecia que falava sem ao menos parar para respirar. Era incrível!

–Quem és? - pergunto finalmente achando a minha voz interrompendo assim aquilo que ela dizia sobre um assunto que eu não compreendia muito bem.

–Ah desculpa a minha falta de educação. Sou a Hermione Granger. - apresenta-se ela estendendo-me a mão.

–Draco Malfoy. - obrigo-me apertar a sua mão fria.

–O loiro da Astoria.

–O quê? - questiono nunca tendo ouvindo tal coisa, será que ela tinha se lembrado daquilo agora?

–É assim que te chamam. - responde Hermione como se fosse obvio. -Bom, eu pelo menos chamo-te assim.

–Agora que já sabes o meu nome… - tento falar depois de algum tempo em silencio, tentava absorver aquele nome idiota que parecia que me chamavam.

–Mas eu já sabia o teu nome. - declara Hermione olhando para mim como se eu fosse algum idiota.

–Então porque me chamas assim? - pergunto o obvio.

–Porque andas sempre com a Astoria. - fala Hermione encolhendo os ombros como se aquela explicação fosse o suficiente para me chamar assim. -Que música é que estavas a tocar?

–Nenhuma em especial. - respondo depois de algum tempo, eu acho que ainda não tinha esquecido aquele nome.

–Então não te vais importar se eu continuar aqui, não é? - pergunta Hermione pousando a mochila, que eu só reparei que ela segurava naquele momento, no chão.

–Acho que não. - respondo sem saber realmente se me importava ou não.”

–Hermione não é? - ouço a voz de Samantha a perguntar arrancando-me aos poucos dos meus pensamentos, vejo a Hermione assentir olhando com curiosidade para Sam que se mantinha ao meu lado. -A Astoria falou-me muito de ti.

Tive vontade que rir com aquela declaração por parte de Sam, mas segurei-me o bastante ao ponto de puder estar a fazer uma careta felizmente Hermione olhava para Sam com uma cara estranha.

–Eu sou a Samantha. - apresenta-se Sam sorrindo na direção de Hermione, eu tentava adivinhar quais poderiam ser os pensamentos que passavam pela cabeça da Granger.

–Prazer. - fala Hermione com a sua voz baixa como se tivesse com algum problema de voz.

Num acto impensado segurei na cintura de Sam puxando-a para perto de mim ao sentir falta do seu corpo junto do meu, eu percebi o olhar de Hermione a seguir o meu gesto.

–Vocês são… - fala Hermione olhando para mim e apontando para nós os dois sem conseguir terminar de perguntar.

–Namorados? - completa Sam soltando um riso logo de seguida sendo acompanhado por mim ao perceber qual era a piada da qual ela se ria.

–Não, bem os nossos amigos dizem que somos mas nós não gostamos dessa palavra. Na verdade nós odiamo-la, por isso acho que nós somos amigos com benefícios, não é? - falo olhando de seguida para Sam que me beijou de leve nos lábios como resposta.

–Vocês… Vocês ficam bem juntos. - afirma Hermione depois de uma hesitação, eu percebi que ela engoliu em seco para conseguir dizer aquilo.

–Obrigado. - agradeço com um sorriso genuíno nos lábios.

Eu olhava para Hermione e percebia que a mesma estava mudada, os seus olhos avelã não tinham o mesmo brilho do qual eu estava sempre habituado e amava admirar, ela usava um rabo de cavalo que eu sabia que ela sempre odiava assim como o batom vermelho que pintava os seus lábios rosados. Era incrível como depois de sete anos separados eu continuava a imaginar que ela continuasse a mesma pessoa que a garota adolescente, que era a minha namorada.

–Ei queres ir jantar lá a casa? - pergunta Sam depois de um silencio desconfortável para as duas partes, surpreendi-me com aquele pedido pois sabia melhor que ninguém que Sam não gostava de desconhecidos na sua casa e Hermione sendo minha ex-namorada era ainda uma desconhecida para Sam.

–Eu… Eu não sei. - responde Hermione olhando na minha direção como se esperasse que eu tivesse algum ataque e dissesse que não, mas por incrível que pareça eu não me imaginava a ter isso na verdade eu conseguia imagina-la no apartamento de Sam a jantar connosco e a relembrar os velhos tempos sem nenhuma angustia.

–Draco, diz que não há nenhum problema? - pede Sam apertando a sua mão na minha mão que estava entrelaçada na sua.

–Claro que não há problema. Eu não digo isto porque aqui a anã me pediu para fazer eu digo porque realmente quero-te no jantar. - falo com um sorriso divertido ao chamar Sam pela alcunha que ela tinha quando era mais nova. -Será divertido relembrarmo-nos dos velhos tempos.

–Acho que posso aparecer por lá. - fala Hermione não conseguindo evitar e olhando novamente para a minha mão entrelaçada na de Sam.

–Olha tens aqui o meu cartão, liga-me para eu te dar a morada da minha casa. - informa Sam estendendo-lhe um dos muitos cartões que ela tinha sempre consigo para entregar as pessoas quando as mesmas pediam o seu contacto.

–Têm tempo para beber um café? - pergunta Hermione depois de um tempo em silencio um pouco constrangedor.

–Eu estou super atrasada para o trabalho. - revela Sam olhando para o relógio no seu pulso e conferindo que realmente estava atrasada, eu sabia que teríamos que pagar o dobro ao taxista para o mesmo acelerar para Sam chegar a horas da sua entrevista.

–Draco? - pergunta esperançosa Hermione olhando para mim pela segunda vez.

–Talvez noutra altura, eu também estou atrasado. - minto sabendo que o mercado estaria aberto até a meia noite.

–Certo, tudo bem. Eu depois digo se vou. - avisa Hermione sorrindo timidamente e mostrando o cartão para Sam.

Quando já estávamos a uma distancia segura de Hermione, percebi o olhar de Sam em cima de mim.

–Tenho alguma coisa na cara? - pergunto passado a mão na minha bochecha como se tentasse espantar algo que estivesse ali.

–Porquê é que lhe mentiste? - pergunta Sam olhando para mim como se eu tivesse acabado de fazer uma coisa muito errada.

–Ainda é cedo demais para ficar sozinho com ela. - respondo encolhendo os ombros percebendo que aquelas palavras tinham soado mais verdadeiras que o suposto.

Fiz sinal ao primeiro táxi que vi passar por ali que parou mesmo ao nosso lado, Sam foi a primeira a entrar que logo deu o seu endereço ao motorista.

–Não te esqueças de comprar a sobremesa. - avisa Sam quando já estávamos a metade do caminho, o taxista de cinco em cinco minutos olhava para trás conferindo se estávamos bem.

–Chocolate? - pergunto quase que sabendo a resposta.

–Claro.

–Chegamos! - anuncia o taxista parando o táxi a frente do arranha-céus onde era a editora onde Sam trabalhava.

–Ás 18:00 na minha casa. - informa Sam abrindo a porta do táxi sem ao menos ver se era seguro abrir, ela não tinha remedio.

–Adeus, Sugar. - despeço-me puxando-a para um simples selinho que se aprofundou como todas as outras vezes.

–Deseja ir para onde? - pergunta o taxista atraindo a minha atenção que via o corpo de Sam a desaparecer dentro do edifício.

–O supermercado mais próximo. - respondo encostando-me no banco enquanto fazia uma lista mental daquilo que eu precisava de comprar.

***

–Sam, a campainha está a tocar! - informo enquanto procurava inutilmente as luvas que a Astoria me tinha pedido.

–Vai tu abrir. - pede Sam distraída com alguma coisa.

–Astoria… - tento falar olhando para a minha amiga loira que se mantinha atenta ao forno que estava ligado.

–Nem penses, a casa é da tua namorada não minha. És tu quem deves abrir a porta. -afirma Astoria negando com a cabeça enquanto eu fecho o frigorifico não sabendo porque raio eu tinha ido procurar as luvas dentro do mesmo.

Xingando a Astoria por ter usado novamente o truque baixo da casa da namorada para me fazer ir abrir a porta eu avancei para a entrada do apartamento construindo um sermão sobre o atraso do Harry se fosse o moreno na porta.

–Olá Hermione. - falo depois de uns segundos em silencio que me ajudaram a perceber que a Hermione estava realmente ali.

–Olá Draco. - cumprimenta-me a morena abrindo um sorriso doce que por vários anos me afetara de todas as formas, estendia-me aquilo que me parecia ser um bolo de chocolate.

–Sam! - grito assustando Hermione que não estava à espera que eu gritasse, obrigo-me a acrescentar rapidamente o porquê deu ter gritado. -Ela é que deve receber o bolo.

–Hermione! - exclama Sam assim que vê a silhueta da morena parada a entrada do apartamento.

Hermione é surpreendida quando Sam abraça-a.

–Bem vinda à minha casa. Ignora a confusão, a musica e as pessoas. - fala Sam referindo-se a mim enquanto me dava um encontrão com o cotovelo.

–Trouxe um bolo de chocolate. - anuncia Hermione estendendo o bolo na direção de Sam que eu jurava ter os olhos a brilhar.

–Chocolate?! - Sam olhava para Hermione como se a mesma tivesse coberta de uma calda de chocolate e isso fez-me rir. -És a minha nova melhor amiga!

–Não devias ter trazido, a Sam vai acabar com ele antes mesmo de comermos a entrada como fez com o anterior. - afirmo numa forma de provocação enquanto Sam não tinha vergonha em olhar por baixo do guardanapo que cobria o bolo.

–Não lhe ligues, ele está é com inveja de ter sido eu a receber a sobremesa. - fala Sam olhando para mim torto e sorrindo na direção da Hermione.

–Samantha! Onde é que puseste as luvas do forno? - grita a voz de Astoria de dentro da cozinha, pelos vistos ainda não tinham descoberto as mesmas.

–No congelador! - grita Sam surpreendendo-me a mim e deixando confusa a Hermione.

–Porque raio é que puseste as luvas no congelador? - pergunto olhando para Sam enquanto me lembrava que eu tinha estado próximo do mesmo, mas mesmo assim não me lembrara de procurar naquele lugar mas eu acho que uma pessoa sã não ia guardar as luvas do forno no mesmo.

–A nossa última brincadeira. - responde Sam com um sorriso malicioso que eu percebi que deixou desconfortável Hermione. -Eu tenho que ir ali à cozinha antes de ela estraguem o jantar, Draco mostra a casa a Hermione.

Sem mais escolha, dei passagem a Hermione que continuava na entrada do apartamento da Sam.

–Bem vinda ao mundo da Sam! Esta é a sala de estar, peço desculpa pela confusão mas a Sam não é muito de limpar normalmente quem faz isso é a Astoria. - falo enquanto afastava uma meia de cima do sofá e um prato com restos do brigadeiro que eu tinha comprado naquela tarde e que já tinha sido devorado pela Sam.

–A Astoria está cá? - questiona Hermione confusa olhando assustada para trás das costas como se a Astoria fosse aparecer do nada atrás dela.

–Não reconheces-te a voz dela? Foi a Astoria quem chamou a Sam.

–Eu não… Talvez seja a hora de me ir embora, isto não foi uma boa ideia. - fala Hermione pegando na sua mala que tinha pousado em cima do sofá e dirigindo-se para a porta do apartamento pronta para abrir a mesma.

–Que dispara-te Hermione, se estás com medo da Astoria fica descansada que eu dou conta dela. - falo segurando no braço de Hermione fazendo ela parar.

–Eu não… - tenta falar Hermione dando alguns passos para trás e indo contra a frágil mesa de vidro que suportava alguns porta-retratos fazendo com que alguns dos mesmos caíssem no chão. -Oh Deus, desculpa. Eu não queria…

–Não há problema, essa moldura já era velha estava na hora da Sam muda-la. - falo percebendo que Hermione pedia desculpa pela moldura partida de uma das fotografias.

–Vocês parecem felizes. - comenta Hermione olhando com um olhar estranho para a fotografia que agarrava.

–Na verdade esse foi o pior dia das nossas vidas, estava a dar tudo errado eu cheguei a pensar que não teríamos ceia de Natal nesse dia. Foi o Harry quem tirou a fotografia. -informo lembrando-me do dia como se tivesse sido ontem e não há dois anos atrás.

“-Draco para uma fotografia sair bem tens que mostrar a dentadura que Deus te deu. -afirma Astoria com a maquina fotográfica a postos, era a terceira tentativa que ela fazia.

Comi um chocolate e quando percebi que os dentes da frente estavam cobertos do mesmo parecendo assim que estavam podres eu sorri, tal e qual como a Astoria tinha dito para fazer.

–Não assim! - exclama Astoria quase que gritando fazendo-me rir pela primeira vez naquele dia. -Ainda bem que alguém achou piada a isso.

–Oh vá lá Astoria. É Natal, devias ter o espirito natalício. - afirma Harry passando por ela carregando um enorme presente embrulhado que eu sabia ser a maquina de café que a loira tanto desejava.

–Só vou ter espirito natalício quando estiver tudo certo, todos nós sentados na mesa a jantar. - fala Astoria olhando para Sam que saía da cozinha com as bochechas vermelhas e os cabelos descabelados como se estivesse estado à luta com o forno. -E o peru? Já colocas-te o molho que pedi?

–Temos um pequeno problema. - fala Sam limpando as mãos no avental que usava e sem coragem de olhar nos olhos de Astoria, isso só dizia que o problema que a Sam dizia ser pequeno na verdade era quase catastrófico.

–Não me digas que deixas o peru queimar! - exclama Astoria olhando em pânico para Sam que negou rapidamente como se aquilo fosse um enorme disparate.

–O quê?! Não, claro que não. O peru desapareceu. - afirma Sam encolhendo os ombros como se aquela justificação fosse mais simples.

–Como assim desapareceu? - intervenho percebendo que Astoria tentava manter a calma.

–Bom, eu deixei o forno aberto durante alguns minutos enquanto eu acabava de fazer os pasteis e quando foi olhar novamente para o peru ele já não estava lá. Desapareceu! Puff! - solta Sam fazendo um gesto estranho com a mão que eu julgava ver os mágicos a fazerem quando “faziam” desaparecer alguma coisa.

–Tu não me venhas com Puff! Encontra-me esse peru, Samantha! - ordena Astoria não conseguindo acreditar naquelas palavras da Sam, para dizer a verdade eu também não conseguia acreditar que um peru tinha desaparecido do nada ainda mais quando ele estava morto.

–Vê se te acalmas, Astoria! Estás a deixa-la nervosa. - falo tocando gentilmente no ombro de Astoria que tinha estado de costas para mim todo aquele tempo.

–Se queres tanto ajuda-la porque é que também não vais procurar pelo peru desaparecido? - questiona Astoria olhando para mim com aqueles dois olhos quase que a lançar raios lasers para cima de mim.

–Anda Sam, vamos procurar pela Astoria. - falo rodeando os ombros de Sam e puxando-a de volta para a cozinha.

–Draco, deste o meu nome a um peru? - pergunta Astoria, eu acho que faltava muito pouco para a loira perder a calma.

–É impressão tua! Não és o centro de tudo, Greengrass.

–Draco, eu joguei o peru fora. - sussurra-me Sam assim que entramos na cozinha.

–O quê?!

–Chiu, fala baixo! - pede Sam no mesmo momento em que ouvia a Astoria a perguntar dentro da sala.

–Passa-se alguma coisa aí dentro?

–Estamos apenas à procura de pistas. - grito divertindo-me por ver Astoria a perder a paciência com uma coisa tão simples, mas rapidamente virei-me para Sam que olhava para as suas mãos.

–Porquê é que jogas-te o peru fora? E porquê é que mentiste a Astoria? - pergunto tentando perceber se Sam estava com vontade de morrer ou se queria ver a Astoria a tornar-se uma psicopata de perus.

–Eu queimei o peru e não queria que ela descobrisse não depois dela ter falado comigo naquele tom. - explica Sam brincando com os seus pés como uma criança de cinco anos fazia quando estava metida em sarilhos.

Suspirei olhando para o teto como se a reposta aquele problema pudesse aparecer a qualquer momento naquele local.

–Harry! - grito chamando o meu amigo com esperança que o mesmo estivesse fora do radar da Astoria.

–A Astoria está pronta para jogar o controlo remoto contra a janela do teu apartamento, Sam. - informa Harry entrando descontraidamente na cozinha dela, o seu olhar passou de mim para a Sam antes de perguntar cansado com alguma coisa. -O que é que aconteceu desta vez?

–Preciso que ligues a Gina para trazer um peru para cá, tudo ás escondidas da Astoria está claro. - falo enquanto jogava o meu celular para Harry que foi apanhado antes de cair no chão.

–E o outro peru? - questiona Harry olhando desconfiado para nós os dois.

–Apenas faz o que te pedi. - peço deixando aquilo que realmente aconteceu com o peru entre mim e a Sam que me sorria agradecida.”

–Draco… - chama Hermione agarrando-me no braço arrancando-me dos meus pensamentos.

–Desculpa, o que dizias? - pergunto olhando para Hermione esforçando-me para ficar atenta aquilo que ela dizia.

–Eu não disse nada, eu só… Estavas tão distraído que eu pensei que estivesse preocupado com alguma coisa. - fala finalmente Hermione enrolando-se nas palavras.

–Malfoy! - grita Astoria de dentro da cozinha impedindo que eu disse-se aquilo que eu ia falar. -Vem preparar as tostas.

–Lá vou eu salvar a entrada. - afirmo agarrando de seguida na mão de Hermione e puxando a mesma pelo longo corredor que nos levaria a cozinha.

–Olha quem chegou! - anuncio recebendo atenção das três mulheres dentro daquele comodo pequeno.

–Hermione! - grita Astoria com um tom entusiasmado na voz, mas não fazendo nenhum gesto para ir abraçar a morena que se sentia desconfortável com o olhar frio que recebia por parte da Astoria que tentava fingir com o sorriso nos lábios.

–Olá. - fala timidamente Hermione enquanto se encolhia no canto da cozinha para deixar passar Gina que carregava uma panela com água quente.

–Onde é que me queres, Greengrass? - questiono enquanto arregaçava as mangas e tentava perceber o que faltava fazer.

–As tostas precisam de ser cortadas e fritas. - responde Astoria apontando para o canto do balcão onde as tostas descansavam.

–Sugar, passa-me a faca. - peço estendendo a mão na direção da Samantha mas sendo a Hermione a entregar a faca.

Por momentos tinha me esquecido que antigamente eu chamava ela de Sugar, parecia que tinha sido à tanto tempo atrás.

–Eu estava a falar com a Sam, mas obrigado Hermione. - agradeço rapidamente depois de ter falado aquele mínimo detalhe, eu preciso de dizer aquilo para não haver confusões naquela noite se eu chamar Sugar a Sam e ser a Hermione a responder não queria que isso acontecesse.

–Oh desculpa, eu não… - tenta falar Hermione olhando arrependida para Sam como se tivesse feito algo de mal.

–Não há problema, Hermione. Eu já sabia que o Draco te chamava Sugar, não existe segredos entre nós. - afirma Sam abraçando-me por trás e beijando-me a parte de trás do pescoço estando em bicos de pés como tanta vez ela fazia.

A campainha tocou interrompendo aquele momento desconfortável para todos, todos sabiam que eram os atrasados do costume.

–Gina vai abrir a porta ao teu namorado visto que o Zabini se esqueceu das chaves novamente. - pede Sam voltando ao seu posto e mexendo com a colher de pau na panela de água quente onde cozinha o arroz branco que acompanharia o peru.

–Deste também as chaves ao Zabini? Mas está todo o mundo louco?! - fala Astoria soltando as duas panelas dentro do lava-louças causando um grande barulho quando as duas chocaram.

–Astoria, qual é o problema?

Eu senti pena por Sam não lidar com a Astoria a tanto tempo como nós todos que já estávamos habituados aquelas explosões.

–O meu prolema é que eu sou a única responsável por aqui. Todos se esquecem de alguma coisa, mas eu sou a única que nunca se esquece de nada e tu vais dar o raio das chaves da tua casa ao ZABINI! - exclama Astoria gritando o nome do Blaise no momento em que ele entrava na cozinha com um largo sorriso nos lábios.

–Presente! - anuncia Zabini levantando o braço como normalmente se fazia quando se estávamos na escola, não consegui evitar revirar os olhos ao ver atitude do moreno.

Ele seria sempre uma criança

–Eu emprestei uma única vez a cópia das chaves para ele conseguir trazer as coisas para a festa surpresa do Draco cá para casa e ele nunca mais as devolveu. - explica Sam apagando o fogão.

–E eu? - questiona Astoria referindo-se ao problema dela não ter a copia das chaves.

–Nunca achei necessário teres porque tu passas a vida cá, tu és praticamente da casa e trabalhando no mesmo sitio que o Draco não achei que era necessário teres visto que o Draco tem uma das copias. - responde Sam encolhendo os ombros enquanto eu abraçava por trás tentando tranquilizar ao perceber que a tensão começava a tomar contar dos seus ombros.

Eu sabia o quão stressante era para ela aqueles jantares.

–Agora pudemos ir comer? Eu estou a morrer de fome! - comenta Zabini vendo Harry a carregar uma travessa de camarão cozido para a sala de jantar que era onde nós íamos comer.

–Sim, a comida já está praticamente pronta. - anuncia Sam agarrando na minha mão e puxando-me para fora da cozinha.

O jantar começou como todas as outras vezes, no meio de conversas e piadas sem graças por parte do Harry eu percebi o quanto Hermione, que estava ao meu lado mantinha-se silenciosa.

–Está tudo bem? - pergunto perto do seu ouvido assustando-a sem intenção.

–Sim. - responde Hermione abrindo um sorriso na minha direção que eu fiz favor de retribuir.

–Sam vai um pouco de vinho? - pergunta Zabini levantando a garrafa de seleção que fora Gina quem escolhera.

–Eu fico-me pela a água. Obrigada. - agradece Sam levando de seguida o copo de água a boca.

–Espera! Sam o que é que se passa? Primeiro o donuts agora isto? Vamos Samantha explica-te. - pedi chamando-a pelo nome todo, rapidamente todos perceberam que eu estava realmente preocupado.

Como se tudo aquilo tivesse alguma graça Sam sorriu na direção de Astoria que sorriu para ela como se ela soubesse de alguma coisa que eu não soubesse.

–Astoria? Sabes o que se passa? - pergunta Harry olhando desconfiado para Astoria que não conseguiu evitar soltar uma gargalhada seguida por uma de Sam deixando todos nós confusos.

–Fala de uma vez Sam. Ele está quase a ter um ataque cardíaco. - declara Astoria olhando na minha direção, eu juro que tentava juntar todos os fios soltos que encontrava pelo caminho mas eu não conseguia chegar a nenhuma conclusão.

Vi Sam a pegar na minha mãe a guia-la para a sua barriga acariciando a mesma como se algo estivesse lá dentro. O sorriso de Sam desorientava-me ainda mais, mas isso pareceu não afetar os outros visto que a primeira a entender o que se passava foi Gina que não aguentou e soltou um grito histérico que me assustou.

–Eu sabia que eras lerdo, mas nunca pensei que fosses burro Draco! - exclama Astoria chamando-me atenção.

Como se aquelas fossem as palavras chaves, uma luz apareceu na minha cabeça trazendo com ela a conclusão que eu procurava. Não consegui evitar esconder o meu sorriso enquanto acariciava a barriga de Sam que ao olhar para mim percebeu que eu procurava a certeza da minhas suspeitas.

–Sim. - fala Sam confirmando enquanto as primeiras lágrimas de felicidade se libertavam. -Estou grávida!

–Estás grávida. - sussurrei querendo escutar aquelas palavras a escaparem da minha boca pela primeira vez.

A gargalhada de Zabini fez com que eu me risse também percebendo que eu seria pai, que eu teria agora uma criança em meu encargo.

Ouvi a cadeira de Hermione arrastar-se para trás e ela saindo da sala de jantar sem pedir licença, mas eu fui o único que reparou nisso assim como fui o único que reparou que a mala da morena tinha desaparecido dando a entender que ela se tinha ido embora e que já não voltava.

Pela primeira vez desde dos sete anos que estivemos separados que eu tentei a todo o custo esquece-la eu não senti nenhuma vontade de ir atrás dela, de ver se ela estava bem e que nós podíamos ser amigos. Acho que foi naquele momento que eu percebi que eu já me tinha libertado da Hermione e que era capaz agora de seguir em frente.

Talvez numa outra vida eu e ela ficássemos juntos, talvez os nossos destinos se voltassem a cruzar mas nesta vida as coisas não eram assim. Talvez se ela nunca se tivesse ido embora nós tivéssemos ficado juntos e eu nunca tivesse conhecido a Sam e aprendido ama-la como a amava neste momento.

Mas isso são muitos talvez e eu agora vivo nas certezas e não nos “se”.

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LEIAM AS NOTAS FINAIS!!!!!


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Notas finais do capítulo

Então que acharam???
Draco abriu mão da Hermione para viver uma vida feliz ao lado da Sam e do seu futuro filho, os dois estavam destinado a ficarem juntos todos nós sabemos isso mas à decisões que nós tomamos que nos separam do amor da nossa vida e é essa a moral. Mesmo que existam coisas que vos separam do amor da vossa vida não quer dizer que numa outra vida não vão se encontrar de novo e ficarem juntos dessa vez sem nenhuns obstaculos.
Mas descansem o Draco nesta vida foi muito feliz assim como a Hermione, mas a morena arrependeu-se sempre da decisão que tomou em ir se embora da cidade e abandonar o Draco.
Vejo-vos numa proxima one, short ou long fic.
Adoro-vos do fundo do coração e tomem as atitudes certas.
Kiss, bea



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